O Governo Lula 3 está investindo pesado em publicidade institucional. São 3,5 bilhões, distribuídos entre a Secom, ministérios e estatais, um bilhão a mais do que o Governo Bolsonaro. Não há austeridade por aqui. Até mesmo os Correios, que anda envolto com enormes dificuldades de gestão, está sendo aquinhoado com montantes expressivos para gastar com publicidade institucional. Sugere-se que o Governo tentará reverter uma situação preocupante com os índices de popularidade através de expedientes como este. Austeridade com as contas públicas é vista com desconfiança entre os segmentos mais próximos e influentes junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como uma espécie de austericídio.
Não sabemos como o Governo pretende resolver essa equação, mas os economistas apontam para um caos nas finanças públicas. Um buraco, na expressão de Henrique Meirelles. Lula se fechou em copas junto a este grupo refratário ao controle do gasto público. Vamos ter problemas por aqui. O entendimento é que somente gastando a situação será resolvida, quando os índices inflacionários, também decorrentes do desequilíbrio das contas públicas, podem estar minando a popularidade do Governo. Não há irritabilidade maior do que chegar ao caixa do supermercado e perceber que o dinheiro gasto no mês anterior já não é suficiente para pagar a notinha atual.
O Governo Lula 3 entrou numa espiral complicada. Ainda ontem comentávamos por aqui sobre as dificuldades em outra área nevrálgica, a da segurança pública, onde um ex-delegado da Polícia Federal apontava a dimensão das dificuldades de uma solução para o problema, em razão do avanço institucionalizado do crime organizado. É difícil a construção de um consenso mínimo entre a União e os entes federados, até porque isso passa por uma reestruturação das polícias estaduais. Se a gente não chega a um acordo sequer sobre o uso de câmaras nos uniformes, imaginem a União fazer alguma exigência sobre a reestruturação das polícias estaduais, principalmente entre os estados governados pela oposição.
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