quinta-feira, 16 de junho de 2022
terça-feira, 14 de junho de 2022
domingo, 12 de junho de 2022
Editorial: O maior desafio de Simone Tebet
Reconheço que não falo da senadora Simone Tebet (MDB-MS)com aquela isenção que se espera de um cientista político. A questão é que a senadora possui o perfil que se espera de um gestor público e bem que poderia ser testada na condução do Executivo do país, hoje tão carente de nomes adequados para o exercício do cargo. Trata-se de uma identificação com o seu perfil republicano, probo, democrático, dotado de espírito público. A senadora Simone Tebet, como observou o ex-senador Pedro Simon, recentemente em entrevista, vem de uma excelente linhagem política. Simone é filha do ex-senador Ramez Tebet.
No conjunto dos atores políticos que disputam as eleições presidenciais de 2022, o nome dela se sobressai como um dos melhores perfis. Nossa expectativa é a de que, em algum momento, o eleitorado reconheça suas qualidades e aptidões para a disputa. Por enquanto, a julgar pelo andar da carruagem das pesquisas de intenção de voto, ela continua uma ilustre desconhecida do eleitorado brasileiro, apesar de sua brilhante atuação no Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19.
Simone Tebet, a rigor, poderia estar entrando muito tarde nesta disputa presidencial. Sua missão de tornar-se conhecida do eleitorado brasileiro é hercúlea, quiçá até impossivel até as eleições de outubro. De uma certa forma isso explica a sua alta taxa de "rejeição", conforme observa a pesquisa realizada pelo Instituto Poderdata, divulgada recentemente, onde ela crava de 62% neste quesito, superando todos os demais concorrentes ao cargo. Acima, inclusive, do ex-governador João Dória, que foi desistido da disputa sob o argumento das altas taxas de rejeição junto ao eleitorado.
Diante desse quadro, suas intenções de voto também não são alvsissareiras, como se poderia prever: apenas 2% do eleitorado manifesta a intenção em votar na candidata. A crônica política está expondo esses indicadores para se contrapor aos argumentos elencados pelos tucanos para rifarem o nome do ex-governador João Dória da disputa presidencial, mesmo depois de ele ter vencido as disputas internas na legenda tucanas, quando da realização das prévias da agremiação.
Segundo os morubixabas emedebistas, seu maior desafio é conquistar o eleitorado. Mostrar que tem viabilidade eleitoral o quanto antes, habilitando-se para quebrar a hegemonia hoje representada pela polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. As disputas internas da coligação atrasaram o seu start e isso pode ter tido um papel decisivo para a sua candidatura.
sábado, 11 de junho de 2022
O xadrez político da eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Lula já estaria administrando o conflito de "palanques" políticos em Pernambuco?
A revista Veja desta semana traz uma matéria sobre os arranjos políticos estaduais em torno dos "apoios" da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) aqui na região Nordeste, enfatizando os problemas encontrados em três Estados: Ceará, Bahia e Pernambuco. Apesar do franco favoritismo de Lula na região, os candidatos do PT ou da aliança política em torno de sua candidatura presidencial enfrentam algumas dificuldades. Em Pernambuco - o que nos interessa neste momento - tal fato é visível e tem preocupado os caciques das legendas do PT e do PSB, que até encontro já fizeram para tratar deste assunto. Em Pernambuco, PSB tem exigido de Lula apoio exclusivo ao candidato Danilo Cabral(PSB-PE), que continua amargando a rabeira das pesquisas de intenção de voto.
A expectativa é a de que, ao entrar na campanha, Lula possa reverter este cenário desfavorável aos candidatos da coligação, o que, convenhamos, não é tão simples assim, conforme discutimos em outros momentos. Tanto aqui no Estado quanto na Bahia já existiria uma estratégia montada para enfrentar o favoritismo das candidaturas de ACM Neto(UB-BA) e Marília Arraes(SD-PE). Vão tentar colocar ACM Neto no colo de Jair Bolsonaro(PL) e Marília Arraes será apresentada como uma ingrata, que teria recusado o apoio do PT local - e do próprio Lula - para disputar a vaga de senadora na aliança PT\PSB. Se tal estratégia vai dar certo é uma outra questão. Pelo menos aqui, penso que não irá colar. Será sempre muito mais forte junto ao eleitorado os longos períodos de agruras enfrentados pela ex-petista na agremiação, quando teve vários pleitos negados pela burocracia do partido, mesmo em condição de viabilidade eleitoral.
À epoca, inclusive, a tal notícia de que Marília Arraes teria tido o sinal verde do PT e do PSB para disputar a vaga de senadora na aliança ficou como uma grande "barriga" produzida ou plantada por um blog local. O próprio prefeito João Campos, do PSB, foi às suas redes sociais para desmentir a notícia. Raposa política cevada no carlismo, ACM Neto, não briga com os fatos. Tem se mantido distante das disputas nacionais. Parece até que a eleição na Bahia não será "casada". A tendência naquele Estado é que o eleitor vote em ACM para o Governo do Estado e Lula para a Presidência da República.
Em Pernambuco, vítima do efeito "osmose" é arriscado que Lula não cumpra os acordos prévios com os socialistas. Hoje, a crônica política local já antecipou que ele, neste primeiro momento de excursão pela região, tirou o Estado do seu périplo. É possível que esteja esperando a poeira abaixar para se sentir mais à vontade para voltar à terrinha. Especula-se que, neste momento de visita ao Estado, ele visitará a terra de sua família, em Garanhuns, onde serão gravadas cenas para o guia da TV.
quinta-feira, 9 de junho de 2022
Editorial: A culpa não é dos institutos de pesquisa
Por dever de ofício, temos um grande respeito pelos institutos de pesquisa. Há, aqui e ali, alguns picaretas que surgem no mercado, principalmente nos momentos de eleições, mas esses são exceções. Na realidade, o Brasil possui grandes institutos de pesquisa sérios, idôneos, que se orientam pelos mais rígidos padrões científicos. São institutos consolidados, com vários anos de atuação no currículo. E, até para a nossa surpresa, os novos institutos que passaram atuar no mercado mais recentemente, estão se notabilizando pelos bons trabalhos de pesquisa realizados, a exemplo do Quaest/Genial, do Datapoder e Paraná Pesquisas.
Aliás, a julgar por tais indicadores, o Brasil passou a ser um mercado bastante concorrido e, possivelmente, igualmente promissor. Até recentemente, surgiram algumas polêmicas em torno do assunto, depois que alguns resultados das pesquisas de intenção de voto, começaram a apresentar alguns resultados divergentes. Enquanto o Datafolha e o Quaest/Genial confirmam o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Paraná Pesquisas e o BTG apresentam um equilíbrio de forças entre os concorrentes, sugerindo, inclusive um empate técnico entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e Jair Bolsonaro(PL). Evidente que essas duas últimas pesquisas, as realizadas pelos institutos Paraná Pesquisas e o GERP caíram como uma dádiva na sala de reunião dos assessores políticos do presidente da República. Para o senador Ciro Nogueira, Ministro-Chefe da Casa Civil e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, o presidente poderia começar a virar o jogo justamente agora, no mês de junho, como reflexo da recuperação da economia e de outras medidas adotadas, como a implantação do Auxílio Brasil. Recuperação da economia em termos, porque, como se sabe, o único indicador que apresenta alguma melhoria é a ampliação de empregos formais.
No mais, a inflação ainda continua corroendo o salário dos brasileiros e brasileiras,através de aumentos sistemáticos de itens da cesta básica, como o feijão carioquinha, o óleo de soja, o tomate, entre outros. Como seguro morreu de velho, um regozijo com os números favoráveis e a prudência necessária em relação aos números que indicam o favoritismo do adversário. Assim, o Planalto elaborou um conjunto de medidas visando corrigir os rumos da economia, que é o Calcanhar de Aquiles de qualquer projeto de reeleição. Pensa-se em congelamento de preços, aumento dos valores do Auxílio Brasil, renúncia federal aos impostos dos combustíveis, entre outras medidas, constituindo-se num verdadeiro pacote de bondades, feitas de uma canetada só, embora não seja essa a recomendação do mestre florentino, Nicolau Maquiavel.Bondade se faz em doses homeopáticas, mas, em anos de eleição, tudo é valido.
Um fato desagradável é a decisão do Banco Pactual de tentar dissociar sua imagem dos resultados das pesquisas realizadas pelo Instituto IPESPE, por pressão dos correntistas bolsonaristas que ficaram insatisfeitos com os indicadores do Institutos. Isso é reflexo desse momento de radicalismo que estamos vivendo, onde os níveis de tolerância caíram drasticamente. Apesar de Lula aparecer bem no quesito "honestidade" naquela pesquisa, a associação do PT à corrupção continua alta e isso ainda pode trazer algumas dores de cabeça para o partido nas próximas eleições presidenciais. Simples assim. O antipetismo ainda está ativo.
sábado, 4 de junho de 2022
O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Danilo Cabral dá o start de sua campanha colado à figura de Lula

No plano nacional, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP)enfrenta grandes dificuldades nos arranjos sobre os palanques estaduais. Tem sido uma dor de cabeça para o seu staff de campanha e a tendência, hoje, é que ele siga uma diretriz menos ortodoxa, procurando conciliar na medida do possível. Aqui em Pernambuco, por exemplo, será muito difícil garantir a exclusividade da imagem de Lula, sobretudo se considerarmos que o Solidariedade, que encampa a candidatura de Marília Arraes, é da base de apoio do candidato Lula. Soma-se a isso, o efeito "osmose", uma vez que a candidata lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento. Não consigo imaginar Lula aqui na província fazendo campanha contra a ex-companheira de militância.
Ainda no plano nacional - com seus reflexos na política local - no dia de ontem, 01\05, finalmente, os tucanos parecem ter chegado a um acordo com o MDB com o propósito de apoiar o nome da senadora Simone Tebet(MDB-MS) como candidata da coligação à Presidência da República. Pelo acordo, o PSDB seria cabeça de chapa em três Estados, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco. Aqui no Estado, significa que o MDB deve apoiar o nome de Raquel Lyra(PSDB-PE) ao Governo. Até recentemente, o ex-presidente Lula teceu duras críticas ao PSDB, sendo veementemente repelido pos tucanos do bico fino. Lula até pode ter exagerado nas críticas, ao afirmar que o partido acabou, mas, a rigor, o partido anda desencontrado faz algum tempo. Perderam o protagonismo e os rumos. Vão apoiar o nome de Simone Tebet - talvez até indicando o candidato a vice - mas sem aquele "entusiasmo".
Aloísio Nunes, um dos seus expoentes, já disse que apoiará o candidato Lula ainda no primeiro turno. Começaram ser veiculadas as peças de campanha do candidado da Frente Popular, Danilo Cabral(PSB-PE). Hoje circulou a informação de que o Deputado Estadual Sílvio Costa Filho poderia compor com a Frente Popular, na condição de vice de Danilo Cabral, evitando a sangria da saída dos deputados Sebastião Oliveira, Avante, e Eduardo da Fonte, do Progressistas. Se a Frente Popular conseguir estancar essa sangria, seria de bom alvitre, sobretudo em razão da capilaridade política desses parlamentares.
As inserções de Danilo Cabral não trazem muitas novidades, uma vez que tenta colar sua imagem ao do ex-governador Eduardo Campos e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enfatiza sua experiência como Secretário de Educação de Pernambuco, onde o Estado alcançou bons índices de resultados na média de desempenho nacional. Até este momento, a candidatura do candidato da Frente Popular não decola na pesquisas de intenção de voto, o que se constitui numa grande dor de cabeça para socialistas e petistas, que já mantiveram até encontros para tratar deste assunto.
Como já afirmamos por aqui em outras oportunidades, é necessário conhecer as reais chances de Lula em transferir seus índices de aprovação no Estado para o candidato da Frente Popular. Embora Lula tenha assumido o compromisso velado com tal candidatura - estretégica no contexto da aliança PT\PSB - inclusive já programado algumas visitas ao Estado com esta finalidade, em política há algumas circunstâncias sobre as quais não se tem controle. Na Bahia, por exemplo, acontece um fato curioso. Pelo andar da carruagem política, ACM Neto tornou-se imbatível, enquanto o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, não decola, embora Lula consiga dá um banho nos oponentes naquele Estado. Resultado: ACM Neto, herdeiro do mais legítimo Carlismo, tornou-se "lulista" desde pequenininho.
sexta-feira, 3 de junho de 2022
Editorial: Vamos a todos os debates presidenciais.

Nos últimos dias, além das verborragias descontroladas - aqui há até o emprego de uma tautologia, com o perdão dos nossos diletos leitores - um tema dominou a sucessão presidencial de 2022: a participação dos candidatos nos debates. Enquanto Jair Bolsonaro(PL) insinua a possibilidade de não participar dos debates do primeiro turno - sugerindo que as perguntas sejam previamente formuladas -, Lula se queixa da quantidade excessiva de debates, sugerindo, igualmente, que não pretende participar de todos eles.
Este editor não perde por nada esses debates, embora seja realmente difícil acompanhar a todos em tempo real. Por vezes, assisto alguns deles depois, através da plataforma do Youtube. Os debates, hoje, perderam muito em emoção, em virtude das regras adotadas nos seus formatos, impedindo aquele tête-a-tête de outrora entre os oponentes, dos grandes debates entre o impagável Jânio Quadros e o astuto Franco Montoro. Para o bem da democracia, a estratégia ideal seria que todos os candidatos participassem de todos os debates, mas nem sempre esses são os procedimentos recomendados pelos marqueteiros desses candidatos, sobretudo se tais candidaturas estão bem nos índices das pesquisads de intenção de voto.
Essas exposições públicas podem levá-los a cometerem erros que podem prejudicar suas campanhas, daí que se recomenda as precauções. E, por falar em performance nas pesquisas de intenção de voto, hoje, dia 03\06, saiu mais uma dessas pesquisas do IPESPE, onde os principais candidados permanecem dentro daquelas "expectativas" das séries históricas do Instituto e, por que não dizê-lo, consoante os demais institutos. Ou seja, resumindo, não traz grandes novidades. Lula abre 11 pontos de diferença em relação a Jair Bolsonaro. A "estabilidade" desses números estão preocupando o staff político de campanha do presidente Jair Bolsonaro.
Especula-se que haveria até uma estratégia definida para que a sua esposa, Michele Bolsonaro, tenha uma participação estratégica na campanha, ao lado do marido, acenando para o eleitorado feminino. Faz sentido. São as mulheres que deverão decidir essas eleições, principalmente porque são maioria entre os eleitores, segundo dados do TSE. Há uma briga renhida pela conquista do coração- e de preferência também dos votos - dessas mulheres entre os candidatos. O peso do voto desse contingente, avaliam os especialistas, seria mais significativo na definição das eleições do que o voto dos jovens ou dos evangélicos, por exemplo.
Editorial: Crônica de uma tragédia anunciada.

Até este momento, soma-se 128 mortes provocadas pelas última enchente na cidade do Recife e Região Metropolitana. Trata-se de uma crônica de uma tragédia anunciada,uma vez que, com raras exceções e em proporções menos gigantescas, essas tregédias ocorrem com uma certa frequência na capital pernambucana. Recife tem uma população expressiva residindo em áreas ribeirinhas ou nas encostas de morros, vulneráveis, portanto, aos danos produzidas pelas fortes chuvas. O dinheiro público empregado para resolver esses problemas segue um roteiro macabro: O jornal o Folha de São Paulo, em matéria recente, observou que, do montante de R$980 mi, destinado para a área, apenas 17% de tais recursos foram utilizados no período, ou seja, R$164,6 mi; Esses recursos são empregados, quase sempre, em medidas paliativas, como construção de muros de arrimo, construção de escadarias e colocação de lonas plásticas em áreas de risco; Mais grave: boa parte desses recursos são desviados para outras finalidades ou mesmo para os bolsos de alguns espertinhos, num conluio entre agentes públicos e privados.
Soluções estruturadoras, como a adoção de políticas habitacionais - com construções de moradias viáveis, em locais seguros e adequados - não são adotadas, ou ações que facultem o escoamento correto das águas das chuvas através das galerias raramente são aplicadas. Falta manutenção permanente nas galerias e nos canais, por vezes, com uma parcela de culpa da população que atira o lixo nesses locais. Na construção dessas moradias, além da segurança do solo para as edificações, também precisa ser respeitado o direito à cidade e às condições de subsistência dessa população.
Infelizmente, estamos no Brasil, onde a nossa elite torpe do Brasil oficial mantém seus tentáculos sobre o poder de Estado, beneficiando-se de suas benesses, tratando o povo com migalhas e soluções paliativas para problemas estruturais, que implicariam em ter sensibilidade e vergonha na cara para enfrentá-los. O Brasil real continua atolado na lama, refém das intempéries e campanhas de solidariedade esporádicas, movidas pela "consciência pesada" da classe média protegida.
Não faz muito tempo, uma tempestade torrencial atingiu várias cidades da Zona da Mata Pernambucana, causando uma enorme calamidade pública. À época, os estudos técnicos bem conduzidos indicaram a construção de quatro barragens para minimizar a possibilidade de novas ocorrências. Os recursos federais até foram liberados, mas, infelizmente foram desviados para outras finalidades, assim, não necessariamente, republicanas. Sabe-se que nossos homens públicos não tem qualquer pudor quanto aos desvios de recursos, independentemente do que está em questão. Nem durante o momento grave da pandemia provocada pela Covid-19 foi respeitada a dor da população.
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Editorial: O "Posto Ipiranga" e a reeleição de Jair Bolsonaro.
A jornalista Clarissa Oliveira, através de sua coluna da revista Veja, levanta uma questão importante nessas eleições. Numa eventual derrota do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, quem poderia ser responsabilizado? Os méritos da vitória geralmente são solitários, mas as derrotas costumam ter muitos responsáveis. Alguns fatores podem contribuir para uma derrota política - especialmente quando se trata de reconduzir um mandatário para mais um período de governo - mas, a rigor, os cientistas políticos e especialistas no assunto concordam que um fator em particular pode ser decisivo: o desempenho da política econômica. Como diria o cientista político Antonio Lavareda, nenhum governo do mundo está infenso às taxas elevadas de inflação.
E, neste quesito, nossa quadra é das mais preocupantes, com a carestia de itens básicos da alimentação, elevação dos preços dos combustíveis e das tarifas de enérgia elétrica, a despeito das tempestades que estão caindo no país. Neste caso, as atenções se voltam para o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que ficou conhecido como o "Posto Ipiranga". Depois dos efeitos da pandemia e da Guerra na Ucrânia, suas margens de manobra ficaram sensivelmente reduzidas.
Numa fala mais recente, em encontro no exterior, ele acenou com a possibilidade de conceder um aumento para os servidores públicos federais, uma categoria que amarga anos sem recomposição salarial. Ainda assim, com índices modestos. A ideia inicial seria conceder tais aumentos apenas para os policiais, mas isso gerou uma grita generalizada na categoria, inclusive alimentando alguns iniciativas grevistas. Geralmente, em ano de eleições presidenciais, esses aumentos são concedidos.
As pressões sobre Paulo Guedes são muitas, sobretudo depois que o presidente Jair Bolsonaro parou de crescer nas pesquisas de intenção de voto e o Auxilio Brasil não produziu os dividendos eleitorais que eram esperados pelo Governo e o Centrão. Nas previsões otimistas do senador Ciro Nogueira, Ministro-chefe da Casa Civil, haveria uma possibilidade concreta - a julgar pela melhoras dos seus índices nas pesquisas de intenção de voto -, de o presidente superar o adversário Lula ainda neste mês. As previsões parecem que não estão se confirmando.
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Editorial: A mau uso do dinheiro do fundo partidário
O fundo partidário pode ter sido criado com a melhor das intenções, mas, o fato concreto, é que temos observado alguns equívocos em relação às suas reais finalidades ou propósitos. Até recentmente, os tucanos torraram milhões de reais para organizarem as prévias que iriam definir o nome do candidato do partido que concorreria às próximas eleições presidenciais. Numa batalha renhida com caciques da legenda - que preferiam o nome do governador gaúcho, Eduardo Leite - João Dória venceria aquelas prévias. Como se sabe, ganhou mas não levou, uma vez que a indiposição de setores do tucanato não o aceitaram de jeito nenhum.
Aliás, os tucanos estão mais perdidos do que cego em tiroteio. Não sabem o que querem. Mas, vamos deixar esse divã tucano para um outro editorial. Hoje, dia primeiro, eles conseguiram fechar um acordo com os emedebistas. Para apoiar o nome de Simone Tebet(MDB-MS), exigem a cabeça de chapa em três Estados da Federação, incluindo pernambuco. Aqui no Estado eles não teriam problemas. O MDB não tem postulantes.
O fato concreto é que milhões do dinheiro público do fundo partidário foram disperdiçados sem cumprir a sua finalidade precípua. Teria sido uma prévia de "brincadeirinha", pois tucanos emplumados pretendiam puxar o tapete do João Dória durante a convenção do partido. Agora, é a vez do Presidente Nacional do União Brasil, Luciano Bivar, lançar sua candidatura à Presidência da República, que já vem sendo tratada pela imprensa como uma candidatura fake, dadas as suas reais condições na disputa. Lançada no dia de ontem 31\05, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, a despeito dos problemas técnicos, o evento consumiu milhões do fundo partidário. Aqui em Pernambuco, Luciano ostenta o índice acachapante de 0,3% das intenções de voto.
Segundo a jornalista Dora Kramer, na Veja, tal candidatura não foi lançada sem algum objetivo, embora a cadeira do Palácio do Planalto seja uma mera miragem para o pretendente do União Brasil. Sem a menor chance, ela, por exemplo, não atrapalha as composições estaduais com outras candidaturas, a exemplo de Miguel Coelho(UB-PE), em Pernambuco e ACM Neto(UB-BA), na Bahia. Miguel ainda está indefinido quando ao apoio presidencial, mas ACM Neto surfa de acordo com a onda e a onda, na Bahia, segue os passos de Lula. Conforme ja discutimos por aqui, é curiosa essa composição do voto baiano. Uma outra motivação, ainda de acordo com a jornalista, seria ampliar a bancada de representantes na Câmara Federal, o que significa, em última análise, ampliar os repasses do fundo partidário.
terça-feira, 31 de maio de 2022
Editorial: As dificuldades de Bolsonaro com as pesquisas de intenção de voto.
Na ponderação do agregador de pesquisas - realizado a partir dos dados das principais pesquisas de intenção de voto, produzidas até este momento, acerca da corrida presidencial, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) abre 16 pontos de diferença em relação ao seu principal oponente, o presidente Jair Bolsonaro(PL). Não se trata de uma simples média aritmética, porque tal agregador considera vários fotores para construir esse indicador, como, por exemplo, o universo pesquisado pelo instituto, método utilizado, além de outros fatores. Uma matéria sobre este assunto foi publicada numa das edições da Revista Carta-Capital, embora careça de informações mais consistentes sobre a que conclusões poderemos chegar a partir dessa informação. Para este editor, trata-se de um indicador novo, sobre o qual confessamos nosso desconhcimento do assunto.
Neste momento - ou na fotografia do momento - a liderança de Lula parece consolidada, inclusive com a eventualidade de vencer as eleições presidenciais ainda no primeiro turno, de acordo com os números apresentados por um dos institutos, o Datafolha. A pesquisa do Datafolha foi importante, porque indica que o petista teria herdado um percentual expressivo dos votos do ex-governador João Dória, que desistiu da disputa. Na verdade, a expressão mais correta seria: fizeram-no desistir da disputa.
Mais do que isso, pode indicar que Lula estaria avançando sobre um eleitorado de centro, mais ponderado, menos infenso ao radicalismo,consoante parece ser a estratégia de seu staff de campanha, que anda pontuando suas falas para não ferir as susceptibilidade desses segmentos do eleitorado. Conforme observa o jornalista José Casado, colunista da revista Veja, é este eleitor que deve decidir as próximas eleições presidenciais. Bolsonaro teria uma das missões mais árduas pela frente, ou seja, superar as altas taxas de rejeição e os intermitentes problemas econômicos, responsável pela alta dos preços, dos combustíveis, do desemprego. O Auxílio Brasil não conseguiu a proesa de estancar a sangria.
No final, o nosso reconhecimento ao brilhante texto da coluna de 29\05, do Blog do Magno Martins, onde ele, corajosamente, aponta os responsáveis por mais uma tragédia que se abateu sobre o Recife e região metropolitana em razão das fortes chuvas dos últimos dias. Uma reportagem do Jornal Nacional mostrou os diversos momentos em que os recifenses tiveram que se deparar com o problema ao longo de décadas, sem que medidas concretas fossem tomadas para enfrentar, de fato, o problema dos pernambucanos que são contingenciados a residirem em áreas de risco pela ausência de políticas habitacionais que lhes facultem uma moradia digna.
sábado, 28 de maio de 2022
Editorial: Petistas com o Datafolha, Bolsonaristas com o IPESPE
Numa fala recente, Lula teria feito uma brincadeira com o presidente Jair Bolsonaro, a partir dos resultadas da pesquisa de intenção de voto divulgada recentemente, onde ele abre 21 pontos de diferença em relação ao oponente, podendo vencer as eleições ainda no primeiro turno. Lula brincou que, naquela noite, uma quinta-feira, Bolsonaro não teria conseguido atingir o tão esperado sono. A referência de Lula foi a pesquisa do Instituto Datafolha. Salvo melhor juízo, não houve revide do presidente, mas os bolonaristas passaram a festejar uma outra pesquisa de intenção de voto, desta vez produzida pelo IPESPE do cientista político pernambucano Antonio Lavareda, onde a difença entre ambos caía para a metade, ou seja, 11 pontos percentuais. Lula aparece com 45% e Bolsonaro com 34%.
Como observou o colunista da revista Veja, Robson Bonin, na coluna Radar, é árdua a missão desses institutos de pesquisa em anteciparem os eventuais resultados das eleições de outubro, quando o eleitor decidirá seu voto na solidão das urnas. O presidente Jair Bolsonaro vinha num ritmo de recuperação gradual e seguro até mais recentemente. De fato, deve estar dando um nó para o seu staff político identificar as causas dessa estagnação nas pesquisas de intenção de voto, mas é muito simples.
O país vive uma crise institucional e política - envolvendo os três poderes da república e, em alguns casos, até a caserna - mas, a rigor, o peso maior dessa insatisfação de parte do eleitorado com o Governo Jair Bolsonaro tem a ver com a quadra econômica, marcada pela alta dos preços de gêneros alimentícios básicos e dos combustíveis, o desemprego, que ora corrói os salários ou, no limite, joga milhões de pessoas na condição de insegurança alimentar. Já são 76 milhões de pessoas neste patamar, um número escandaloso. Segundo comenta-se o Centrão já estaria elaborando um plano para sanar esses obstáculos que estariam impedindo uma melhor performance do presidente nas pesquisas de intenção de voto.
Realmente, como observa o colunista, não é fácil a vida desses institutos de pesquisa. Em anos anteriores, o Datafolha - hoje festejado - já foi demonizado pelos petistas, quando trazia números não favoráveis aos seus postulantes. As paixões não permitem a insenção necessária por parte da militância partidária. Os números do Datafolha foram solenemente ignorados pelos bolsonaristas mais radicais, aqueles que descrêem desses números argmentando que a verdadeira pesquisa aparecerá nas urnas, em outubro de 2022. A bronca é esses bolsonaistas radicais aceitarem tais resultados, caso eles vierem mesmo a confirmar os institutos de pesquisa.
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Editorial: Lula pode liquidar a fatura ainda no primeiro turno, segundo o Datafolha.
A jornalista e articulista da revista Veja, Clarissa Oliveira, chamava a atenção dos leitores em torno da próxima pesquisa de intenção de voto do Instituto Datafolha,divulgada hoje, 26\05, que seria fundamental para entender a dinâmica do voto do eleitorado, sobretudo depois da rearrumação nas candidaturas do pelotão da terceira via. Ciro não consegue construir essa identidade de terceira via; João Dória(PSDB-SP) desistiu da candidatura depois dos problemas enfrentados no próprio ninho tucano; Simone Tebet(MDB-MS) ainda é uma ilustre desconhecida do eleitorado. A conclusão é que, sem alternativa pela terceira via, Lula poderá liquidar a fatura ainda no primeiro turno. Nesta pesquisa, Lula crava 48%, enquanto Bolsonaro pontua com 27% das intenções de voto.
Tem sido curiosas essas movimentações políticas, eivadas de rasteiras e eventuais ardis. Parecia certo que os tucanos apoiariam o projeto de candidatura da senadora Simone Tebet, depois de provocar a desistência do ex-governador João Dória. Para o desconforto e eventual decepção da senadora, não é bem assim que a banda tucana toca. Alguns tucanos do bico fino estão empreendendo esforços no sentido de retomar as discussão em torno de uma candidatura própria, que poderia ser o senador Tasso Jereissati(PSDB-CE) ou o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS).
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro(PL), através de suas redes sociais, levanta a hipótese de que o ex-presidente Michel Temer(MDB-SP) poderia ser o nome da terceira via, hipótese, aliás, não de todo improvável. Segundo comenta-se,ele seria uma peça chave na decisão de Dória em desistir de seu projeto presidencial. Bem lá atrás, despretenciosamente, alguém teria aventado as articulações políticas em torno da formação de uma chapa envolvendo o ex-presidente Temer e o ex-governador gaúcho. Se juntarmos as pecinhas, por incrível que possa parecer, é este o desenho que se apresenta no horizonte da terceira via.
Por enquanto, são apenas especulações. Mas, por outro lado, essa possibilidade não pode, como afirmamos, ser completamente descartada, principalmente pelo trânsito deste ator político nos redutos emedebistas e tucanos. Temer é conhecido por suas excepcionais habilidades nas negociações políticas. Em tese, já seria o momento dele cumprir sua aposentadoria, pendurar as chuteiras, mas, como dizia o velho Ulisses Guimarães, o poder é afrodisíaco.
quarta-feira, 25 de maio de 2022
O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: A "desconstrução" da imagem de Marília Arraes.
Em razão de sua liderança nas pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado, seria natural que a candidata Marília Arraes(SD) tornar-se o alvo principal dos seus adversários na disputa. No caso de Marília Arraes, no entanto, há alguns ingredientes específicos, se considerarmos o fato de que tal perseguição política se estende por um longo período, em contextos nos quais sequer ela estava disputando algum cargo público. A razão é simples: Marília possui sérias indisposições com membros de nucleações familiares que hegemonizam o poder político no Estado. Marília é uma espécie de dissidência do clã familiar.
Ao longo dos tempos, Marília já desenvolveu a resiliência ou a couraça necessária para suportar tais investidas, a julgar pela sua tranquilidade em relação ao assunto. Os cães ladram, mas a carruagem não pára. Até recentemente, repercutiu bastante nas redes sociais uma fala da Deputada Estadual Teresa Leitão(PT-PE) sobre Marília Arraes, quando de uma passagem por uma cidade do Sertão pernambucano, acompanhando o candidato ao Governo do Estado pela Frente Popular, Danilo Cabral(PSB-PE). Educada, polida e civilizada, Teresa manteve-se no plano republicano. Nós consideramos que sua fala foi mais uma ponderação crítica, o que seria perfeitamente aceitável. Sempre coerente, ela atua dentro das regras do jogo democrático. Não irá cumprir outro papel nessas eleições.Mas foi o bastante para a militância de Marília baixar uma saraivada de críticas pelas redes, com alguns ex-admiradores da Deputada Teresa Leitão já se manifestando no sentido de que a deputada havia perdido o seu voto.
Logo em seguida, foi a vez da turma "barra pesada" cair também em cima da candidata do solidariedade, desta vez utilizando daqueles expedientes tão bem conhecidos, ou seja, no plano da baixa política, do escracho, do destrato, da difamação, bem ao estilo dos chamados gabinete do ódio e das sacanagens, para ficarmos num exemplo tupiniquim. O plano, naturalmente, é o de desconstruir a imagem de Marília junto à opinião pública. Há algum tempo atrás, a opinião pública era formada por bons debates, num contexto republicano, onde o ouvinte ou leitor formava sua opinião a partir dos bons argumentos apresentados.
Hoje, essa opinião pode ser (de)formada a partir da disseminação sistemática de fake news, através dos aparatos tecnológicos conhecidos. Trata-se de um retrocesso civilizatório tremendo. Neste contexto, as campanhas políticas tendem a se tornar um jogo sujo, onde, ao invés da discussão de programas, propostas e políticas públicas, alguns candidatos vão gastar seus tempos tentando se defender das acusações a eles imputados através desses expedientes. É lamentável que tenhamos chegados a este estágio, mas isso está longe de ser sanado, a julgar por este início de campanha, a despeito dos esforços da Justiça Eleitoral em coibir essas distorções.
Editorial: Simone Tebet tenta reaglutinar as forças políticas de sua coligação.
Depois da melancólica desistência da candidatura de João Dória(PSDB-SP), a senadora do MDB, Simone Tebet, tenta reaglutinar as forças políticas dentro da coligação que dá sustentabilidade à sua candidatura à Presidência da República. Não será uma tarefa fácil, mas ela já demonstrou que terá disposição para enfrentar o desafio. Assim como ocorreu com o ex-governador João Dória, a possbilidade de ela vir a ser "cristianizada" não estaria completamente descartada, sobretudo se considerarmos o intrincado jogo político envolvendo a terceira via.
Assim que conseguiu livrar-se do imbróglio no que concerne às legítimas pretenções de João Dória - afinal ele venceu as prévias partidárias - os caciques do PSDB resolveram adiar a decisão de apoio à candidata Simone Tebet, num prenúncio claro de que cogitam outras possibilidades. No próprio partido da candidata, o MDB, há algumas raposas políticas que defendem uma não candidatura própria da legenda e o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP),como é o caso de Renan Calheiros, Eunício Dias e José Sarney.
Mesmo que ela consiga viabilizar sua candidatura, sua trajetória será marcada por uma corrida de obstáculos daqui para a frente. Precisa tornar-se conhecida do eleitorad; ser aceita como uma opção política à polarização representada pelas candidaturas de Jair Bolsonaro(PL) e Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP); superar as resistências internas esboçadas na própria legenda. Em última análise, o que poderá ocorrer é ela - mesmo com a candidatura endossada pela burocracia do partido e da coligação - não contar com o apoio estadual dessas figuras carimbadas da política nacional.
Em Alagoas e no Maranhão essas alianças estão praticamente consolidadas. Até o comunista Flávio Dino voltou a fazer as pazes com os Sarney no Maranhão. Ambos devem favorecer o projeto de Lula. Mulher, íntegra e de uma conduta pública irrepreensível, Simone Tebet(MDB-MS) bem que poderia ser conduzida ao Planalto para dirigir os destinos do país no Executivo. A questão é que os eleitores precisam saber disso e apoiar esse projeto. Ela, que esboçou um entrevero com os oligarcas da legenda, hoje, portou-se com mais cordialidade, usando se sua habilidade política.
terça-feira, 24 de maio de 2022
Editorial: A corrupção acabou no país?
Esta questão é um divisor de águas entre lulistas e bolsonaristas, seja nas discussões de bares, seja nos encontros casuais, seja pelas redes sociais. Em casos mais extremos - extremo passou a ser um verbete comum no nosso dicionário de política nesses tempos bicudos de polarização - chega-se às vias de fato, proporcionando consequências desagradáveis para uma convivência civilizada, dentro dos parâmetros estabelecidos pela democracia. Para sermos sinceros, não acreditamos que nem mesmo os bolsonaristas mais raízes acreditem na premissa de que a corrupção acabou no país. Nem poderiam. Seria necessário um índice muito alto de ingenuidade ou de fé cega.
O Brasil sempre foi um dos países mais corruptos do mundo. Trata-se de um padrão de corrupção estrutural, generalizada, forjado no nosso modelo de colonização, produtor do famoso "jeitinho brasileiro". Até mesmo os gastos e as finanças públicas já são concebidas com esta "margem de erro". Um caso recente, registrado num Estado do Nordeste, dá a dimensão deste problema entre nós. Durante a pandemia, respiradores pulmonares foram adquiridos a uma empresa de "maconha", que recebeu todo o montante dos recursos antecipadamente e não entregou nenhum aparelho. Saíram dos cofres públicos, de forma irresponsável, apenas a bagatela de 48 milhões de reais. O problema aqui alegado é que um dos agentes públicos envolvidos não sabia falar inglês.Aqui em Pernambuco até empregadas domésticas se tornaram grandes acionistas, habilitadas a participarem de licitações fraudulentas para aquisição de insumos durante a pandemia da Covid-19.
Portanto, quando se fala nas exportações irregulares de toras de madeira apreendidas - cujas irregularidades tiveram que ser comunicadas pelo Governo Norte-americano - ou licitações suspeitas envolvendo a aquisição de caminhões de lixo, isso bem pode ser creditado nesta conta nefasta da corrupção estrutural do país, algo que precisa ser enfrentado seriamente, mas, pelos exemplos elucidados, evidencia-se que não se trata de um problema de ideologia.
A população paga um preço muito alto por essa corrupção. Obras públicas deixam de ser realizadas, políticas públicas não cumprem seus objetivos, em razão dos frequentes desvios de recursos. Gestores públicos corruptos não tem a menor sensibilidade para as consequências dessas atividades ilícitas, como a morte nas filas de hospitais, a merenda que falta ao aluno pobre que, por vezes, tem na distribuição dessa merenda um mínimo de segurança alimentar. E, já que estamos falando em lados polarizados, se falou bastante na corrupção envolvendo as reformas e construção de estádios de futebol durante a última Copa do Mundo realizada no país. Igualmente não houve nenhum pudor anticorrupão durante a crise sanitária produzida pela Covid-19.
Editorial: O problema do PSDB não é a calça apertada, mas o fundilho furado.
O problema do PSDB é bem maior do que uma simples calça apertada. A questão é que os fundilhos estão furados, como brilhantemente observou a jornalista Vera Magalhães, num artigo irretocável publicado no Jornal O Globo, no dia de hoje, 24\05. A jornalista faz um análise do partido desde os tempos idos e gloriosos de sua fundação aos dias atuais, caracterizado por brigas internas e ausências de propósitos ou comprimissos com o país nesses tempos difíceis que estamos vivendo. Tornou-se um partido de terra arrasada. Isso talvez explique o fato de que, após criarem as condições ideais para a desistência do candidato vencedor das prévias partidárias, o ex-governador de São Paulo, João Dória, o partido se encontre diante de um novo dilema: Endossar a candidatura da senadora Simone Tebet, do MDB, ou retomar o projeto de uma candidatura própria, encampada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS).
Que ninguém se engane mais com aquele PSDB que surgiu de uma costela do antigo PMDB, com nomes como o de Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro, Mário Covas, José Richa. Eram os chamados "autênticos", insatisfeitos com os rumos tomados pelo partido de Ulisses Guimarães. A desgraça que se abate sobre o ninho dos tucano não é de hoje. Vem de outras épocas. Dos movimentos de 2013, do golpe institucional de 2016, do flerte com o ideário conservador que experimentamos nos dias de hoje. Aqui não perdoamos o grave equívoco de Dória, ao se eleger governador de São Paulo com o apoio decisivo dessas forças.
A despeito dos problemas de rejeição, de não deslanchamento nas pesquisas de intenção de voto, das brigas internas com setores poderosos da legenda, Dória vinha de uma gestão bem avaliada pela população do seu Estado, construia uma proposta de governo para país, foi um gestor que se conduziu muito bem durante a crise sanitária produzida pela pandemia da Covid-19. Mais importante: venceu as prévias do partido, que foram solenemente ignoradas por tucanos de alta plumagem, que o sabotaram sem a menor cerimômia.
O partido perdeu completamente o rumo. A jornalista Vera Magalhães, observa que os fundilhos estão furados. Eu diria que, pelo andar da carruagem política, estão furados e fedidos. São Paulo era uma espécie de vitrine. O ninho mais emplumado dos tucanos. Alguns até tratavam o Estado como Tucanistão, numa referência ao "feudo' dos tucanos. Todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento indicam que eles deverão perder essa hegemonia política naquela praça do país. É quase certa uma praça de guerra localizada entre petistas e bolsonaristas.
segunda-feira, 23 de maio de 2022
Editorial: A polêmica em torno da "Casa do Lula".
Nesses tempos de insegurança jurídica, a prudência, a ponderação são ótimas companheiras. Uma dose de discreção também ajuda bastante. Daí se entender o porquê das cláusulas draconianas envolvendo o contrato de locação da nova residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), impedindo que detalhes do contrato sejam revelados por ambas as partes. Por motivos inversos, também é possível entender a especulação de setores da imprensa em torno do assunto, ora objetivando estabeler um hiato entre Lula e os "pobres", ora apontando sua contradição em criticar os "excessos" da classe média brasileira.
No final, tudo se resume às intrigas de desafetos, a julgar, por exemplo, pelas conclusões precipitadas de alguns duvidosos agentes da justiça - hoje devidamente corrigidas - em torno do tal sítio de Atibaia ou do tríplex do Guarujá. Até as cuecas do Lula foram usadas como eventuais provas de que ele seria, de fato, o dono do sítio de Atibaia. À época, até brincamos por aqui. Se cuecas fossem provas de propriedade de algum imóvel, este editor poderia ser considerado dono de parte da Ilha de Itamaracá - bastante frequentada nos nossos anos dourados - onde deixamos nossas "digitais" em algumas residências.
Ressabiado, entende-se perfeitamente as preocupações do ex-presidente Lula. Um conselho a esta imprensa marron: deixem o Lula viver sua lua de mel. Concentrem-se nas pautas de interesse público. Até as possíveis encrencas jurídicas do locador estão sendo dissecadas, numa alusão clara ao fato de Lula ter firmado um contrato de locação com alguém sob suspeição. A residência é num bairro chique, o aluguel é caro, em torno de R$ 20 mil reais, mas tudo isso foi feito cumprindo todos os trâmites jurídicos e Lula reúne condições financeiras para arcar com o aluguel. Pronto.
Hoje, por exemplo, de forma mais consequente, alguém tratou da questão do programa dos candidatos. Na realidade, na "ausência" dos programas dos candidatos que concorrem às eleições presidenciais de 2022. Ainda temos um bom tempo pela frente, mas, a rigor, diante das circunstâncias tão adversas que estamos enfrentando, entende-se perfeitamente a preocupação do jornalista. Os caros precisam dizer como irão enfrentar o problema da inflação, do desemprego, do desmatamento da Amazônia, além de outras questões não menos importantes. Vamos deixar os pombinhos em paz.
domingo, 22 de maio de 2022
Editorial: Uma saída honrosa para João Dória.
Política é uma atividade que exige dos seus atores um certo grau de esperteza, habilidade, resiliência, mas, igualmente, a intuição necessária para identificar e reconhecer atitudes corretas, de solidariedade, mesmo num campo marcado por traições vis. Nestes últimos casos, além da postura ética, exige-se, também, uma boa dose de gratidão. No campo político, para usarmos uma expressão do sociólogo Pierre Bourdieu, vale a máxima de que de boas intenções o inferno está cheio. Mas, mesmo neste terreno pantanoso há, sim, gestos de grandeza. Saber reconhecê-los pode fazer uma grande diferença.
Quando candidatou-se à Presidência da República - num contexto bastante adverso - o ex-governador Mário Covas, do PSDB, contou com o irrestrito apoio do então governador do Estado do Ceará, Tasso Jereissati(PSDB-CE). Salvo melhor juízo, nem mesmo entre os tucanos o nome de Covas era unanimidade, o que dá a dimensão do que representou o apoio de Tasso naquele momento. Mário Covas não foi bem- sucedido naquelas eleições. Nas eleições seguintes, vazou para a imprensa um diálogo entre Mário Covas e a esposa, onde ele afirmava que não podia "faltar" com Tasso, um dos poucos governadores de Estado que apoiaram o seu projeto presidencial.
Em plena crise do Mensalão, quando o presidente Lula estava sendo jogado às feras, o então governador Miguel Arraes(PSB) foi até Brasília emprestar sua solidariedade ao petista, gesto imensamente retribuido por Lula ao Estado, já então sob a gestão do neto de Arraes, Eduardo Campos(PSB). No auge de sua prevalência entre os tucanos, o governador Dória tomou atitudes típicas de quem não precisaria mais contar com os antigos companheiros. Quando o mineiro Aécio Neves(PSDB-MG) se viu encrencado, Dória pediu, sem cerimônia, seu afastamento do ninho tucano.
Ao longo do tempo, foi ampliando essa lista de desafetos na agremiação, tornando-se uma figura sensivelmente rejeitada por tucanos de alta plumagem. O resultado está aí. Foi cristianizado e não terá a menor chance na agremiação para um projeto majoritário. Talvez uma vaga para Deputado Federal, mas seria muita humilhação. Seus partidários ainda estudam uma saída honrosa,mas, mesmo esta saída honrosa está dificil de se construir diante das circunstâncias políticas criadas. De forma melancólica, talvez ele tenha que voltar para a iniciativa privada, onde aprendeu muitas lições corporativas que tentou adaptar, em alguns casos sem muito sucesso, para o campo político.
Editorial: Os acordos pontuais entre Lula e Gilberto Kassab
Fechar um acordo nacional com o PSD de Gilberto Kassab sempre esteve nos planos do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo porque atenderia a sua estratégia de campanha de ampliar sua capilaridade política ao centro do espectro político. Depois dos avanços da candidatura do adversário, o presidente Jair Bolsonaro(PL), então, tal aproximação seria fundamental para assegurar sua vantagem. Possivelmente interditado pelos problemas relativos à economia - desemprego e inflação em alta, por exemplo - a candidatura do presidente Jair Bolsonaro emite sinais de ter atingido o teto, mantendo-se estável, o que se constitui num alívio para o petista, que pôde passar sua lua-de-mel num contexto menos nervoso.
Havia uma grande costura política para que este acordo entre o PSD e o PT pudesse ser firmado no Estado da Bahia, quarto colégio eleitoral do país, mas a militância petista melou as articulações de cúpula. Aqui em Pernambuco, o PSD estará com a candidata Marília Arraes, do Solidariedade, que terá André de Paula como candidato ao Senado Federal. O Deputado Federal André de Paula é o dirigente estadual da legenda de Gilberto Kassab. Marília é um ex-petista que não abre mão do apoio de Lula, a despeito de seus compromissos com a candidatura do Deputado Federal, Danilo Cabral, do PSB. Somente o tempo e a dinâmica política dirão como as coisas irão se arrumar por aqui.
Em Minas Gerais, depois de algumas reticências, finalmente o candidato do PSD ao Governo do Estado, Alexandre Kalil, abraçou a candidatura de Lula no plano nacional. A disputa será acirrada no terceiro colégio eleitoral do país, que conta com um candidato conservador, Romeu Zema(Novo), tentando a reeleição. Bom seria que um acordo amplo, geral e irrestrito, no plano nacional, pudesse ser fechado antes do primeiro turno das eleições presidenciais, mas a resistência e a paciência do enxadrista Gilberto Kassab são grandes.
Como já disse antes, ele é do tipo que aguarda o pretendente jogar a boia, quando já se encontra na iminência de um afogamento. Não age por impulso, emoções ou tendência ideológica. É puro pragmatismo político e senso de oportunidade. Na realidade, a imagem do "afogamento', parece não ter sido muito feliz usada neste contexto. A tendência de Kassab é apoiar o candidato quando ele se coloca com chances reais de vencer as eleições.
sábado, 21 de maio de 2022
Editorial: São muitas emoções na política nacional
Como diria o Roberto Carlos, a política nacional tem nos reservado muitas emoções nesses últimos dias. Se não, vejamos: A última pesquisa do IPESPE,que não traz muitas novidades, exceto a confirmação do candidato Luiz Inácio Lula da Silva na condição, ainda, de franco favorito a vencer as eleições presidenciais de outubro, sobretudo em razão de um eleitorado de "centro", mais ponderado, menos propenso ao radicalismo; O debate quente entre o jornalista Gregório Duvivier e Ciro Gomes,do PDT, cujas farpas foram frequentes, em alguns momentos, sobrando até para Lula, que se encontra em sua sagrada lua-de-mel; O encontro protolar entre o presidente Jair Bolsonaro(PL) e o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, durante uma cerimônia em Brasília. Moraes não é daqueles se impressionam com afagos ou os conhecidos tapinhas nas costas. Aplicou nova multa e interditou os bens do Deputado Federal Daniel Silveira; No final, uma longa matéria da revista Veja desta semana, tratando de uma eventual volta à ribalta do clã Sarney, do Maranhão, curiosamente, contando com o apoio do suposto arquiinimigo Flávio Dino.
É preciso aqui reafirmar que o governador do Maranhão chegou ao poder alinhavado com atores políticos que eram considerados desafetos da aligarquia Sarney. A relação de Flávio Dino(PSB-MA) com os Sarney é algo que precisa ser melhor explicada. Não supreende, portanto, essa "reaproximação". A narrativa sobre a "derrocada" da oligarquia Sarney naquele Estado, fica sub judice, diante da complexidade das alianças políticas ali formatadas, seja para conseguir essa proesa - tão festejada pelas forças progressistas e republicanas no plano nacional, seja para compreender essa reaproximação.
Depois de cinco décadas de hegemonia, é difícil retirar completamente uma oligarquia da burocracia do poder de Estado. Ainda ontem comentávamos com o professor Michel Zaidan Filho, que, na melhor das hipóteses, nas eleições estaduais aqui em Pernambuco, teremos um clã familiar sendo substituído por outro ou rebentos dissidentes dessas oligarquias familiares chegando ao poder, como é o caso da candidata Marília Arraes(SD), que lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até este momento.
quinta-feira, 19 de maio de 2022
Editorial: Eleitorado baino dividido entre Lula e ACM Neto.
ACM Neto deixou a Prefeitura de Salvador com excelentes índices de aprovação, credenciando-se a alçar voos mais altos, que, neste caso, seria a retomada do controle político da máquina estadual, reeditando a volta do Carlismo naquele Estado. Raposa política cevada pelo avô, tudo está sendo gerenciando com o maior esmero por ele, inclusive usando a estratégia de fugir à polarização que se configura no plano nacional, com a rivalidade entre as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e Jair Bolsonaro(PL). ACM Neto dá um banho nas pesquisas de intenção de voto. Somente um milagre retira sua condição de candidato favorito ao Governo do Estado.
Milagres acontecem,mas o PT baiano não vem ajudando muito, depois do escândalo envolvendo o absurdo da compra dos respiradores pulmonares, de uma empresa de maconha, durante a pandemia da Covid-19 - envolvendo valores acima de 40 milhões de reais - pagos antecipadamente, no bojo do Consórcio Nordeste. Nenhum desses respiradores foram entregue. Não vamos aqui fazer ilações ou promover um julgamento precipitado do governador Rui Costa, do PT, até porque este editor ainda é do tempo do arrolamento de provas irrefutáveis, da presunção de inocência, do devido processo legal, do direito ao contraditório, do trânsito em julgado, expressões que parecem ter sumido dos dicionários jurídicos nesses tempos bicudos de insegurança legal. Mas houve, no mínimo, um imperdoável erro de gestão, que, certamente, será bastante explorado na campanha.
Hoje, 18\05, o Instituto mineiro Quaest\Genial divulga uma pesquisa de intenção de voto e sobre a percepção dos baianos sobre o Governo Jair Bolsonaro. Estado de tradição petista nos últimos anos, como era de se esperar, Lula aparece muito bem na fita, enquanto Jair Bolsonaro amarga números preocupantes. A Bahia é o quarto colégio eleitoral do país, daí a importância desses escores entre os principais concorrentes. O curioso é essa engenharia do voto que está se configurando naquele Estado da Federação. Pelo andar da carruagem política, o eleitor baiano afirma claramente que pretende eleger ACM Neto(UB-BA) para o Governo do Estado e Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) para a Presidência da República.
Raposa cevada no Carlismo, ACM Neto já deixou muito claro que não pretende brigar com o eleitorado. Há quem assegure que já haveria algum acordo com o candidato Ciro Gomes do PDT, que, neste caso, não é carne e nem é peixe, não atrapalhando seus projetos locais. O fato evidencia, igualmente, uma outra lição: a real capacidade de Lula de transferência de voto. Gerônimo Rodrigues, do PT, tem apenas 6% das intenções de voto.
Editorial: O nome de "consenso" é Simone Tebet
Em política, assim como na vida, é preciso saber o momento certo para avançar e recuar. Por vezes, mesmo estando certo, o mundo pode desabar sobre você e talvez não seja possível suportar o tranco. Mesmo sendo, ainda, um cristão relativamente novo na política, o ex-governador de São Paulo, João Dória(PSDB-SP), parece ter aprendido esta lição, a julgar por sua resiliência em relação aos problemas enfrentados no ninho tucano. Seus inimigos internos fecharam todos os cercos em relação à tese de não endossar sua candidatura presidencial.
Há cucos graúdos no ninho tucano que não o desejam por perto. Isso não quer dizer que ele seja expulso do ninho. Talvez se encontre uma saída honrosa, mas, a rigor, o partido já teria fechado questão - juntamente com o MDB e o cidadania - em apoio ao nome da senadora Simone Tebet(MDB-MS) como candidata da frente, como alternativa de terceira via. De posse de pareceres jurídicos e pesquisas de intenção de voto - onde ele aparece à frente da senadora - e com muita paciência também - ele tentará reverter esta situação.
Começou por protelar o momento da notícia, ao se recusar a ir a um encontro da legenda tucana. Como disse antes, todas as suas saídas foram fechadas - ou abertas, depenedendo da situação, se, por exemplo, ele desajar sair do ninho. Há, inclusive pareceres de juristas que entendem que a convenção da legenda é a instância suprema para definir candidaturas, o que quer dizer que as prévias vencidas por ele não signifcam muita coisa, a despeito dos milhões de dinheiro público jogados fora.
O problema de Doria é a rejeição. Dentro e fora da agremiação tucana. Os tucanos teriam pesquisas indicando que a senadora Simone Tebet teria maiores condições de se contrapor à polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Doria, por sua vez, depois do fechamento da janela partidária, perdeu muito do capital político acumulado durante as prévias. O ex-senador Aécio Neves, ainda muito influente na legenda, nã perdoa o fato de Dória ter defendido sua expulsão da legenda no passado. Ele enfrenta um contexto bastante desfavorável.