Numa fala recente, Lula teria feito uma brincadeira com o presidente Jair Bolsonaro, a partir dos resultadas da pesquisa de intenção de voto divulgada recentemente, onde ele abre 21 pontos de diferença em relação ao oponente, podendo vencer as eleições ainda no primeiro turno. Lula brincou que, naquela noite, uma quinta-feira, Bolsonaro não teria conseguido atingir o tão esperado sono. A referência de Lula foi a pesquisa do Instituto Datafolha. Salvo melhor juízo, não houve revide do presidente, mas os bolonaristas passaram a festejar uma outra pesquisa de intenção de voto, desta vez produzida pelo IPESPE do cientista político pernambucano Antonio Lavareda, onde a difença entre ambos caía para a metade, ou seja, 11 pontos percentuais. Lula aparece com 45% e Bolsonaro com 34%.
Como observou o colunista da revista Veja, Robson Bonin, na coluna Radar, é árdua a missão desses institutos de pesquisa em anteciparem os eventuais resultados das eleições de outubro, quando o eleitor decidirá seu voto na solidão das urnas. O presidente Jair Bolsonaro vinha num ritmo de recuperação gradual e seguro até mais recentemente. De fato, deve estar dando um nó para o seu staff político identificar as causas dessa estagnação nas pesquisas de intenção de voto, mas é muito simples.
O país vive uma crise institucional e política - envolvendo os três poderes da república e, em alguns casos, até a caserna - mas, a rigor, o peso maior dessa insatisfação de parte do eleitorado com o Governo Jair Bolsonaro tem a ver com a quadra econômica, marcada pela alta dos preços de gêneros alimentícios básicos e dos combustíveis, o desemprego, que ora corrói os salários ou, no limite, joga milhões de pessoas na condição de insegurança alimentar. Já são 76 milhões de pessoas neste patamar, um número escandaloso. Segundo comenta-se o Centrão já estaria elaborando um plano para sanar esses obstáculos que estariam impedindo uma melhor performance do presidente nas pesquisas de intenção de voto.
Realmente, como observa o colunista, não é fácil a vida desses institutos de pesquisa. Em anos anteriores, o Datafolha - hoje festejado - já foi demonizado pelos petistas, quando trazia números não favoráveis aos seus postulantes. As paixões não permitem a insenção necessária por parte da militância partidária. Os números do Datafolha foram solenemente ignorados pelos bolsonaristas mais radicais, aqueles que descrêem desses números argmentando que a verdadeira pesquisa aparecerá nas urnas, em outubro de 2022. A bronca é esses bolsonaistas radicais aceitarem tais resultados, caso eles vierem mesmo a confirmar os institutos de pesquisa.
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