Fechar um acordo nacional com o PSD de Gilberto Kassab sempre esteve nos planos do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo porque atenderia a sua estratégia de campanha de ampliar sua capilaridade política ao centro do espectro político. Depois dos avanços da candidatura do adversário, o presidente Jair Bolsonaro(PL), então, tal aproximação seria fundamental para assegurar sua vantagem. Possivelmente interditado pelos problemas relativos à economia - desemprego e inflação em alta, por exemplo - a candidatura do presidente Jair Bolsonaro emite sinais de ter atingido o teto, mantendo-se estável, o que se constitui num alívio para o petista, que pôde passar sua lua-de-mel num contexto menos nervoso.
Havia uma grande costura política para que este acordo entre o PSD e o PT pudesse ser firmado no Estado da Bahia, quarto colégio eleitoral do país, mas a militância petista melou as articulações de cúpula. Aqui em Pernambuco, o PSD estará com a candidata Marília Arraes, do Solidariedade, que terá André de Paula como candidato ao Senado Federal. O Deputado Federal André de Paula é o dirigente estadual da legenda de Gilberto Kassab. Marília é um ex-petista que não abre mão do apoio de Lula, a despeito de seus compromissos com a candidatura do Deputado Federal, Danilo Cabral, do PSB. Somente o tempo e a dinâmica política dirão como as coisas irão se arrumar por aqui.
Em Minas Gerais, depois de algumas reticências, finalmente o candidato do PSD ao Governo do Estado, Alexandre Kalil, abraçou a candidatura de Lula no plano nacional. A disputa será acirrada no terceiro colégio eleitoral do país, que conta com um candidato conservador, Romeu Zema(Novo), tentando a reeleição. Bom seria que um acordo amplo, geral e irrestrito, no plano nacional, pudesse ser fechado antes do primeiro turno das eleições presidenciais, mas a resistência e a paciência do enxadrista Gilberto Kassab são grandes.
Como já disse antes, ele é do tipo que aguarda o pretendente jogar a boia, quando já se encontra na iminência de um afogamento. Não age por impulso, emoções ou tendência ideológica. É puro pragmatismo político e senso de oportunidade. Na realidade, a imagem do "afogamento', parece não ter sido muito feliz usada neste contexto. A tendência de Kassab é apoiar o candidato quando ele se coloca com chances reais de vencer as eleições.
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