Em razão de sua liderança nas pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado, seria natural que a candidata Marília Arraes(SD) tornar-se o alvo principal dos seus adversários na disputa. No caso de Marília Arraes, no entanto, há alguns ingredientes específicos, se considerarmos o fato de que tal perseguição política se estende por um longo período, em contextos nos quais sequer ela estava disputando algum cargo público. A razão é simples: Marília possui sérias indisposições com membros de nucleações familiares que hegemonizam o poder político no Estado. Marília é uma espécie de dissidência do clã familiar.
Ao longo dos tempos, Marília já desenvolveu a resiliência ou a couraça necessária para suportar tais investidas, a julgar pela sua tranquilidade em relação ao assunto. Os cães ladram, mas a carruagem não pára. Até recentemente, repercutiu bastante nas redes sociais uma fala da Deputada Estadual Teresa Leitão(PT-PE) sobre Marília Arraes, quando de uma passagem por uma cidade do Sertão pernambucano, acompanhando o candidato ao Governo do Estado pela Frente Popular, Danilo Cabral(PSB-PE). Educada, polida e civilizada, Teresa manteve-se no plano republicano. Nós consideramos que sua fala foi mais uma ponderação crítica, o que seria perfeitamente aceitável. Sempre coerente, ela atua dentro das regras do jogo democrático. Não irá cumprir outro papel nessas eleições.Mas foi o bastante para a militância de Marília baixar uma saraivada de críticas pelas redes, com alguns ex-admiradores da Deputada Teresa Leitão já se manifestando no sentido de que a deputada havia perdido o seu voto.
Logo em seguida, foi a vez da turma "barra pesada" cair também em cima da candidata do solidariedade, desta vez utilizando daqueles expedientes tão bem conhecidos, ou seja, no plano da baixa política, do escracho, do destrato, da difamação, bem ao estilo dos chamados gabinete do ódio e das sacanagens, para ficarmos num exemplo tupiniquim. O plano, naturalmente, é o de desconstruir a imagem de Marília junto à opinião pública. Há algum tempo atrás, a opinião pública era formada por bons debates, num contexto republicano, onde o ouvinte ou leitor formava sua opinião a partir dos bons argumentos apresentados.
Hoje, essa opinião pode ser (de)formada a partir da disseminação sistemática de fake news, através dos aparatos tecnológicos conhecidos. Trata-se de um retrocesso civilizatório tremendo. Neste contexto, as campanhas políticas tendem a se tornar um jogo sujo, onde, ao invés da discussão de programas, propostas e políticas públicas, alguns candidatos vão gastar seus tempos tentando se defender das acusações a eles imputados através desses expedientes. É lamentável que tenhamos chegados a este estágio, mas isso está longe de ser sanado, a julgar por este início de campanha, a despeito dos esforços da Justiça Eleitoral em coibir essas distorções.
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