Nesses tempos de insegurança jurídica, a prudência, a ponderação são ótimas companheiras. Uma dose de discreção também ajuda bastante. Daí se entender o porquê das cláusulas draconianas envolvendo o contrato de locação da nova residência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), impedindo que detalhes do contrato sejam revelados por ambas as partes. Por motivos inversos, também é possível entender a especulação de setores da imprensa em torno do assunto, ora objetivando estabeler um hiato entre Lula e os "pobres", ora apontando sua contradição em criticar os "excessos" da classe média brasileira.
No final, tudo se resume às intrigas de desafetos, a julgar, por exemplo, pelas conclusões precipitadas de alguns duvidosos agentes da justiça - hoje devidamente corrigidas - em torno do tal sítio de Atibaia ou do tríplex do Guarujá. Até as cuecas do Lula foram usadas como eventuais provas de que ele seria, de fato, o dono do sítio de Atibaia. À época, até brincamos por aqui. Se cuecas fossem provas de propriedade de algum imóvel, este editor poderia ser considerado dono de parte da Ilha de Itamaracá - bastante frequentada nos nossos anos dourados - onde deixamos nossas "digitais" em algumas residências.
Ressabiado, entende-se perfeitamente as preocupações do ex-presidente Lula. Um conselho a esta imprensa marron: deixem o Lula viver sua lua de mel. Concentrem-se nas pautas de interesse público. Até as possíveis encrencas jurídicas do locador estão sendo dissecadas, numa alusão clara ao fato de Lula ter firmado um contrato de locação com alguém sob suspeição. A residência é num bairro chique, o aluguel é caro, em torno de R$ 20 mil reais, mas tudo isso foi feito cumprindo todos os trâmites jurídicos e Lula reúne condições financeiras para arcar com o aluguel. Pronto.
Hoje, por exemplo, de forma mais consequente, alguém tratou da questão do programa dos candidatos. Na realidade, na "ausência" dos programas dos candidatos que concorrem às eleições presidenciais de 2022. Ainda temos um bom tempo pela frente, mas, a rigor, diante das circunstâncias tão adversas que estamos enfrentando, entende-se perfeitamente a preocupação do jornalista. Os caros precisam dizer como irão enfrentar o problema da inflação, do desemprego, do desmatamento da Amazônia, além de outras questões não menos importantes. Vamos deixar os pombinhos em paz.
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