pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Algo está errado na campanha de Lula. Está todo mundo dando pitaco.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Editorial: Algo está errado na campanha de Lula. Está todo mundo dando pitaco.

 


Aqui no Nordeste se diz, com muita propriedade, que numa panela que muitos põem a mão, algo costuma sair errado, como duas pessoas colocarem, por exemplo, cada qual uma quantidade de sal, o que acaba estragando a panelada. Assim que se encerrou o primeiro turno, o próprio Lula chegou à conclusão de que o problema de ele não ter vencido as eleições estava no fato de a militância petista ter calçado o salto alto, acreditando que a vitória estava consolidada. Depois disso, foram só críticas à condução da campanha, seja de pessoas mais distantes do partido, seja de pessoas organicamente vinculadas à campanha ou mesmo insuspeitos observadores simpáticos à legenda. 

Agora, pela manhã, a informação, divulgada por uma revista de circulação nacional, de que assessores do candidato estariam aconselhando Lula a emitir uma espécie de carta de compromisso com os evangélicos, quiçá, dirimindo essa onda de boataria que estaria sendo disseminada pelo adversário. Já comentamos isso por aqui, enfatizando que o PT não poderia negligenciar a pauta de costumes que contribue bastante para induzir o voto desses segmentos, objetivamente com relevância ainda maior do que a pauta econômica. Absurdamente, em algumas denominações, dizer que vai votar em Lula pode signficar expulsão da igreja. 

Essas fake news com referência a fechar igreja ou do banheiro único para meninos e meninas está ganhando proporções inimagináveis. Não é de hoje que o PT errou no relacionamento com este segmento do eleitorado e não há mais tempo para recuperar o tempo que foi perdido. Certamente trata-se de algo que precisará ser revisto. Fala-se muito, igualmente, sobre a necessidade de o petista apresentar logo um Programa de Governo, preferencialmente indicando o piloto que deverá ditar os rumos da economia num eventual governo petista. Essa cobrança vem de grandes formadores de opinião, a julgar pelo editorial da Folha de São Paulo, publicado em sua edição do dia ontem, chamando a atenção para o assunto. 

Sites insuspeitos, a exemplo do Outras Palavras, sugerem que a campanha deveria focar nas mobilizações de rua, em contraposição às grandes concentrações. Agora foi a vez da ex-candidata, a senadora Simone Tebet, que aderiu de corpo e alma à campanha do petista - sobretudo em razão dos seus compromissos democráticos. A senadora questiona desde o jingle, Vai dar PT, muito usado no dia de ontem, em Belo Horizonte, até mesmo a necessidade de Lula organizar eventos destinados exclusivamente às mulheres, como está sendo pensado pelo adversário, com a participação ostensiva de Michele Bolsonaro  e Damares Alves. Em meio a todas essas ponderações, é possível que, de fato, algo esteja errado na condução da campanha petista, exigindo uma urgente mudança de rumo, mas tomando os cuidados necessários sobre quem e em que medida pode-se mexer na panela, sob risco do pirão entornar.   

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