pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A culpa não é do Boulos.
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quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Editorial: A culpa não é do Boulos.



O governador Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) sugeriu responsabilizar o Deputado Federal Guilherme Boulos pela greve do metrô em São Paulo. O deputado do PSOL, naturalmente, se contrapõe ao programa de privatização em estudo - por sinal caríssimo - encomendado pelo Governo de São Paulo. Somente dos "estudos" custaram R$ 71 milhões aos bolsos dos contribuintes. No Programa, além do metrô, também estaria incluída a SABESP - Companhia de Saneameno Básico do Estado de São Paulo - a maior e melhor companhia de saneamento básico da América Latina. Salvo melhor juízo, trechos do Metrô já teriam sido privatizados. 

Não entro no mérito do transporte público, mas uma situação semelhante já ocorreu em Belo Horizonte, quando da privatização do serviço de metrô da capital mineira, com resultados catastrófico para a população. Sobre a questão da água, o país parece não acompanhar uma tendência mundial no sentido de reverter processos de privatizações, em razão de seus resultados extremamente danosas para a população. A água é um recurso escasso, coletivo, que, em alguns casos, depois de privatizado, está se tornando um privilégio de alguns, em detrimento de uma maioria, a quem deve ser facultado tal acesso. Existem grandes conglomerados multinacionais explorando esse nicho, com lucros exorbitantes, enquanto segmentos da população sofre para ter acesso a ele. Isso já ocorre nos Estados Unidos, no Chile, no continente africano e, certamente, em outras partes do mundo. Soma-se a esse inconveniente, os montantes de garrafas plásticas que dão sua contribuição inestimável para degradar o meio ambiente. 

A guerra de narrativas sobre a greve do dia de ontem se dá, sobretudo, em razão de uma antecipação das disputas eleitorais das próximas eleições municipais de 2024. Nos parece que o governador Tarcísio de Freitas percebeu ser quase impossível esconder sua vinculação ao bolsonarismo. Como alimenta projetos eleitorais pela frente, talvez tenha sido aconselhado a se manter mais equidistante, mas na hora "H" o DNA volta a ser revelado, seja através de vetos de projetos de lei que avançam socialmente, seja através de um programa de privatização "arrojado", que, segundo a oposição, pretende privatizar o próprio Estado.   

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