pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: O poder da milícia no Rio de Janeiro.
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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Editorial: O poder da milícia no Rio de Janeiro.


Ainda estamos tentando entender por aqui as circunstâncias que levaram o miliciano Luiz Antonio da Silba Braga, mais conhecido como Zinho, um dos mais procurados pelo Polícia Civil do Rio de Janeiro, a se entregar à Polícia Federal. Há 12 mandados de prisão contra ele, mas o problema seria capturá-lo, em suas trincheiras de defesa quase impenetráveis, montadas nas favelas cariocas, com proteção, inclusive das zonas cinzentas do aparato de segurança pública. A PF também investiga alguns casos de fraudes, envolvendo o poder público carioca, tendo pedido a quebra de sigilo do atual governador do Estado. 

Isso só nos leva a concluir que a degradação das instituições de Estado no Rio de Janeiro chegaram a um estágio onde é quase impossível enxergar uma luz no fim do túnel, um caminho de volta no tocante a essa questão. É preciso "pagar a milícia", como sugeriram alguns bolsonaristas em episódios recentes, quando grupos armados, a mando dos milicianos, espalharam o terror no Estado, ateando fogo em dezenas de veículos públicos, como forma de protestarem contra a morte do sobrinho de Zinho, possível sucessor do maior grupo miliciano carioca. E pensar que esses grupos milicianos têm, na sua origem, as inocentes associações de moradores, que, àquela época, já cumpriam o papel do Estado nas favelas cariocas.  

Todos sabem que o caso do assassinato da ex-veradora Marielle Franco só está chegando a um desfecho em razão de sua federalização. Mesmo com as ações empreendidas por abnegados policiais, de fato exercendo suas funções públicas constitucionais, "algo" impedia que o caso fosse elucidado em sua integralidade. Até recentemente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que teremos novidades por aqui. Até ele assumir a cadeira no STF, devemos tomar conhecimento sobre as reais circunstâncias em que a vereadora morreu, quem mandou assassiná-la, assim como as motivações. 

Aqui em Pernambuco também tivemos um caso emblemático de assassinato de um cidadão que lutava pelos direitos humanos, somente esclarecido depois de federalizado. O cidadão denunciava a atuação de grupos de extermínio que atuavam na fronteira entre o Estado de Pernambuco e o Estado da Paraíba. O caso de Zinho, quardadas as devidas proporções, já está se aproximando daqueles envolvendo os grandes traficantes de drogas dos Estados mexicanos de Sinaloa. O poder de fogo desses grupos é tão grande que contingência as autoridades públicas a aceitarem as suas condições de rendição.  

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