O jornal Folha de São Paulo, em uma de suas edições deste final de semana, dedicou uma longa matéria ao governador Tarcísio de Freitas, onde tenta estabelecer uma espécie de diagnóstico ideológico do governador paulista, consoante os arranjos políticos, já em jogo, visando as eleições presidenciais de 2026. Como o espaço foi bastante generoso, o jornal remonta a trajetória política do governador, sobretudo enfatizando o perfil ideológico com o qual ele apresentou-se ao eleitorado paulista naquele momento específico, ou seja, um perfil técnico, de tocador de obras, alinhado com o bolsonarismo, mas evitando assumir posicionamentos radicais. Bolsonarista sim, mas nem tanto, de maneira que não afugentasse o eleitor de perfil menos radical.
Mesmo esboçando alguma resistência inicial, hoje se tem como certo, que, se depender do mainstream, ele é o nome do campo conservador, de direira e extrema-direita para as eleições presidenciais de 2026. O jornal aponta a manifestação bolsonarista da Av. Paulista como o marco decisivo para o governador abraçar o bolsonarismo de perfil mais nítido e sua agenda de costumes, focada num nacionalismo cristão, traduzido no lema "Deus, Pátria, Família e Liberdade', bem ao estilo do orbanismo, numa referência a Victor Orbán, o modelo de inspiração política que orienta o bolsonarismo brasileiro.
As eleições municipais deste ano, principalmente na capital de São Paulo, de fato, começa a esboçar o cenário que se antecipa às eleições presidenciais de 2026, sobretudo em razão dos atores políticos que medirão força no pleito. A composição desta frente ampla que sustenta a candidatura do atual prefeito, Ricardo Nunes, de fato sinaliza para 2026, conforme esses atores admitem. Aliás, nem precisavam admitir, pois isso está claríssimo. Durante a Agrishow o ex-presidente afirmou que havia plantado sementes. Elas já estão brotando.
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