Salvo melhor juízo, nenhuma oposição que se preze torce para que o Governo seja bem-sucedido. Faz parte do jogo, até porque eles desejam assumir o poder em algum momento, conforme previsto nas democracias representativas consolidadas. Este talvez seja o limite. No nosso caso, com uma oposição inconsequente, de perfil nada republicano, não responsiva, torce e faz de tudo para o Governo sangrar em praça pública. Infelizmente, as instituições democráticas no país entraram numa seara complicada.
Rusgas não são superadas pela construção de consensos, as conciliações foram apagadas do nosso dicionário político e o que mais se evidencia são as bordoadas entre os Três Poderes da República. Lula pode ter cometido muitas derrapagens verbais - uma repórter de um desses sites especializados em política teve até a curiosidade de contá-las - mas acerta em cheio quando afirma que estamos numa guerra, sem chances de armistício. Ontem uma coluna de política chamou a atenção para um incipiente Gabinete das Sombras, no melhor estilo inglês, que já estaria dando os seus primeiros passos no país, sob os auspícios da renhida oposição bolsonarista, no melhor estilo de um regime parlamentarista.
Até o Arthur Lira já admitiu que o conceito de presidencialismo de coalizão está superado, ainda relevante apenas para os estudantes de ciências políticas. Em inglês, o termo se chama Shadow Cabinet e também pode ser traduzido como Governo Paralelo, um termo bem mais apropriado para a oposição brasileira. Vamos aguardar o que vem por aí, mas especula-se que os gastos licitados pelo Governo para a propaganda institucional digital, já está em análise, prevendo-se até uma proposta de CPI.
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