pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife : João é João ou João e João?
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quarta-feira, 8 de maio de 2024

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife : João é João ou João e João?

 


Na última reunião da Executiva Nacional do PT, que se reuniu de forma remota recentemente, assim como ocorreu com João Pessoa, muito provavelmente a decisão sobre como o partido se posicionará em Recife deve ter sido adiada para mais tarde, no final de Maio, quando ocorrerá um encontro mais amplo da legenda. Isso vem criando algumas dificuldades para os arranjos políticos em alguns municípios, mas, dificuldades por dificuldades, o partido já aprendeu a conviver com as mesmas. No Recife, em princípio, não haveria impasse, mas projetos políticos que deverão ser repensados por hora, em nome do apoio à candidatura à reeleição do atual gestor, João Campos(PSB-PE). Neste caso, em tese, o PT precisa ceder. João não vai abrir a vaga de vice à legenda e ponto final.

Nos últimos dias, no entanto, as nuvens políticas aqui da província começaram a sinalizar para outros cenários possíveis, como o estreitamento de atores políticos vinculados ao PT com o Palácio do Campo das Princesas, assim como o distanciamento da governadora Raquel Lyra dos bolsonaristas que ainda ocupavam nacos de poder no Governo Estadual. Política é feita de gestos e os cafezinhos tem sido cada vez mais recorrentes entre algumas figuras de proa da legenta petista e a governadora. Especula-se, então, se o PT poderia apoiar um nome indicado pela governadora, que seria Daniel Coelho, ou o Palácio poderia referendar uma candidatura da legenda, que seria o Deputado Estadual João Paulo, sobretudo se Daniel Coelho não decolar.     

Bem avaliado como gestor público por dois mandatos, embora ainda não seja candidato, João Paulo aparece bem nas pesquisas de intenção de voto, assumindo a terceira posição nas pesquisas mais recentes, embora com uma diferença expressiva em relação ao primeiro colocado, João Campos. Muitas analistas atribuem essa boa performance ao recall das suas duas gestões à frente do Palácio Capibaribe,o que não pode ser desprezado, mas enxergamos outros fatores, conforme já discutimos anteriormente por aqui. 

Um componente determinante na política são as circunstâncias. Em nome de tais circunstâncias, O Planalto está cedento até os dedos para a oposição, uma vez que os anéis já estão sob controle do Centrão. O projeto de reestruturação dos tucanos prevê que o partido se posicione como um grêmio partidário de terceira via, apontando,como diz o slogan, que há vida inteligente por ali. Pode até haver vida inteligente, mas, não há voto, o que, em última análise, inviabiliza essas vidas inteligentes. 

Ideologicamente, os tucanos não são petistas nem bolsonaristas. Aqui em Pernambuco a governadora Raquel Lyra(PSDB) promoveu uma cisão com os bolsonaristas, em alguns casos, afastando-os dos cargos que ocupavam na máquina. Por outro lado, mantém um link cada vez mais estreito com o Palácio do Planalto, que vai além das meras relações institucionais republicanas, algo, certamente, observado com desconfiança por seus correligionários do partido, que fazem um esforço danado para não perderam o seu passe.  

Para que tenhamos uma vaga ideia da encrenca, o PSDB condicionou um eventual apoio à candidatura de Tabata Amaral(PSB-SP) em São Paulo ao seu não apoio ao candidato Guilherme Boulos, do PSOL, num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Tabata é do PSB e a governadora Raquel Lyra nem cogita tal possibilidade de o partido apoiá-la. Mas, como diriam as velhas raposas, política é a arte do possível. Raquel pode fechar os olhos para São Paulo, assim como os dirigentes da letenda podem ignorar o que se passa por aqui. 

Raquel Lira não irá permitir a ausência de uma candidatura competitiva do Palácio do Campo das Princesas nas próximas eleições municipais. A chave desse xadrez político está aqui. Se ainda não há um nome com essas credenciais, ela não medirá esforços em construí-lo. Se será exitosa nesse projeto é uma outra questão. É nesta margem de manobra que atua uma eventual costura em torno do nome do ex-prefeito João Paulo.   

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