Continua repercutindo os trechos do depoimento do ex-militar, Ronnie Lessa, à Polícia Federal, divulgados por uma emissora de televisão, neste domingo. Ronnie Lessa está preso e assume que disparou a arma que matou a vereadora Marielle Franco e o seu mororista, Anderson Gomes. Depois de se indignar com esses atos atrozes, talvez o dado mais importante desse depoimento seja mesmo o de entender os mecanimos das ações desse grupos milicianos, cada vez mais sofisticados, que agem no Rio de Janeiro e em outras regiões do país.
A princípio, estimava-se que o ex-policial havia prestado um serviço para o Escritório do Crime, pelo qual seria regiamente recompensado, em razão do status do alvo atingido. Neste depoimento, entretanto, o ex-policial admite que não foi convidado apenas para uma execução. Lessa se refere à formação de uma sociedade, proposta pelos mandantes do crime, onde estava em jogo uma cifra de R$ 100 milhões, além de dois loteamentos que seriam comercializados e depois passariam pela implantação de um novo grupo miliciano no local, com a exploração de uma série de serviços, integrado pelos seus comparsas no assassinato da vereadora.
No depoimento, amplamente divulgado pela imprensa, Lessa fornece detalhes sobre os encontros secretos mantidos com os mandantes em locais esmos de ruas do Rio de Janeiro, bem ao estilo de grupos mafiosos. A cada nova revelação, torna-se mais complicada a situação dos mandantes do crime da vereadora. Um deles já andou rogando até a Deus para ser ouvido por uma autoridade do STF. Curioso como o nome de Deus só é invocado nessas ocasiões.
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