pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Posse de Celso Amorim: Dilma tranquiliza os militares.

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Bruno Siffredi, do estadão.com.br, e Sandra Manfrini e Rafael Moraes Moura, da Agência Estado
O embaixador Celso Amorim tomou posse à frente do Ministério da Defesa nesta segunda-feira, 8, no salão nobre do Palácio do Planalto. Na cerimônia, o novo ministro elogiou os militares e destacou o papel das Forças Armadas na defesa dos recursos naturais e das fronteiras. “Identifico nos militares valores dignos de admiração”, disse. Por sua vez, a presidente da República, Dilma Rousseff, enalteceu a figura do novo ministro e tentou afastar a desconfiança com sua gestão nas Relações Exteriores do governo Lula. Amorim “tem qualidades pessoais que o aproximam muito dos senhores militares de longa formação”, disse a presidente. “É o homem certo no lugar certo.”
Em discurso breve, Amorim agradeceu o convite de Dilma e prometeu atenção com os direitos humanos, sem descuidar da defesa dos interesses nacionais. ”Somos detentores de riquezas, cabe ao Estado resguardar nossas extensas fronteiras. Além da defesa da população, devemos proteger nossos recursos naturais”, disse Amorim.
“Um país pacífico não pode ser confundido com um país desarmado e indefeso”, ressaltou o novo ministro. “Cabe a mim empenhar e obter os recursos indispensáveis e equipamento adequado das Forças Armadas, conto para tanto com a compreensão dos colegas da área financeira”, discursou Amorim, ressaltando que “de maneira serena”, cabe a ele “mais ouvir do que falar”.
“Há um descompasso entre a crescente influência internacional e a nossa capacidade de respaldá-la no plano da Defesa. Devemos reforçar a cooperação com países da região, pretendo atribuir ênfase relacionamento defesa com países africanos, juntamente com o Itamaraty, continuaremos a dar nossa contribuição”, afirmou. Amorim também destacou o papel do serviço militar como “instrumento de ascensão social” e disse que as Forças Armadas devem, cada vez mais, refletir as características do povo brasileiro
A presidente Dilma Rousseff fez diversos elogios ao novo ministro. O tom do discurso soou como uma resposta à suposta insatisfação gerada nos meios militares pela escolha de Celso Amorim para substituir o demissionário Nelson Jobim. “Mudanças importantes sempre provocam tensão, mas elas requerem cuidado, elas cobram sensatez e exigem escolhas bem refletidas”, disse Dilma ainda na abertura de seu discurso.
“O convoquei porque tenho a convicção de que ele (Amorim) é o homem certo no lugar certo”, garantiu a presidente, que ressaltou tê-lo escolhido “com cuidado e reflexão”. Amorim “tem qualidades pessoais que o aproximam muito dos senhores militares de longa formação”, disse, destacando características como cultura e preparo técnico, moderação em manifestações públicas, método na atividade como homem público e, sobretudo, disciplina e o respeito à hierarquia.
“Celso Amorim é um patriota, um homem talhado para essa fase do Brasil, que é um País de cabeça erguida, consciente da sua soberania”, disse. A presidente afirmou ainda ter certeza de que Amorim ajudará o ministério da Defesa a vencer seus maiores desafios, tanto os mais urgentes quanto os mais estratégicos. “A experiência de Amorim será valiosa para o Ministério da Defesa. O Brasil enfrentará importantes questões que envolvem diretamente as nossas forças armadas. Há acordos bilaterais em andamento, há negociações para compra de armamento e aquisição de tecnologia bélica, além da inadiável exigência de proteção e controle de nossas fronteiras terrestres e nosso mar territorial”.
Ao final, Dilma disse que o “partido do Ministério da Defesa é a pátria” e que a ideologia da pasta “é a da submissão aos interesses nacionais”. “Trocas de comando fazem parte da rotina, desde que se troque o comandante, mas não se deixe de fazer o que precisa ser feito”, observou.
Substituto. Amorim assumiu após o pedido de demissão de Nelson Jobim, que deixou o cargo na última quinta-feira, 11. Jobim foi pressionado pela presidente Dilma Rousseff a pedir demissão após terem se tornado públicas as críticas que ele fez às ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em entrevista à revista Piauí. Antes, o então ministro da Defesa já havia causado mal-estar no governo ao admitir que votou em José Serra (PSDB) nas eleições de 2010.

Radar Político do Jornal O Estado de São Paulo.

A Nuaseologia Social no pensamento museológico de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri

Deputado Sílvio Costa Filho realiza a 1ª Audiência Pública sobre Mobilidade Urbana.

 
O deputado estadual Sílvio Costa Filho (PTB), vice-líder do Governo na Casa e presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da ALEPE, realizou a primeira audiência pública sobre Mobilidade Urbana. O Encontro reuniu os sindicatos e associações dos taxistas da região metropolitana, além de representantes das Câmaras Municipais, com o objetivo de discutir a melhoria no transporte na região. Um dos principais pontos destacados pelo Deputado Silvio Costa Filho, durante a programação, foi que a comissão vai solicitar que as prefeituras da região cheguem até o final de 2012 com toda regulamentação para os táxis de forma atualizada, já que o documento é baseado em lei de 1977.

Outra iniciativa da Comissão foi a de cobrar dos gestores municipais e estaduais uma grande mobilização para a qualificação dos quase 9 mil taxistas da RMR até a copa de 2014. Foi marcada para o mês de setembro uma nova audiência para que cada entidade, associação de taxi, sindicatos, apresentem suas sugestões para o fortalecimento da categoria e uma maior qualidade no transporte de taxi da RMR.
Atualmente, a maior frota é a do Recife, com 6.125 carros. Olinda tem 801 e Paulista tem cerca de 700 carros em circulação. De acordo com o Presidente do Sindicato dos taxistas do Estado de PE, Everaldo Menezes, a iniciativa do dep. Silvio Costa Filho foi positiva já que ele atua em defesa dos interesses da categoria.
 
Assessoria de imprensa do deputado Sílvio Costa Filho.
 
 

Imagens dos distúrbios em Londres.

Ariano Suassuna: Licença do PSB indica que não há clima de convivência com Milton Coelho.


Há um movimento no PSB no sentido de reconduzir o vice-prefeito, Milton Coelho, à direção do partido. Muitos partidários, inclusive o deputado Aluísio Lessa, estão empenhados nesse projeto. Ele havia dado indícios de que não pretendia continuar na direção da agremiação. Depois do encontro de Garanhuns, no entanto, suas energias parecem ter sido renovadas e mesmo a ausência a alguns compromissos emblemáticos, foram logo justificadas em razão de dificuldades de agenda. Talvez ciente de que Milton Coelho será reconduzido à direção da agremiação, o escritor Ariano Suassuna pediu licença do PSB. Depois do episódio envolvendo João Suassuna Neto e Milton Coelho, não havia mais clima para uma militância em parceria com o vice.


Planalto sai em defesa de Wagner Rossi. Política é a arte do possível.



Conforme era previsível, depois de entregar alguns cadáveres, evitando protestos diante do IML, a presidente Dilma Rousseff parece disposta a adotar uma postura mais comedida, mesmo sabendo que precisaria de edições extras do diário oficial com as portarias de demissão dos corruptos que ainda existem na máquina pública. Matéria da revista Veja desta semana, com a descrição do subterrâneo dos mecanismos de desvios de recursos do Ministério da Agricultura, onde o homem da mala, “Doutor Júlio”, já entrava com a papelada pronta para ser assinada pelas autoridades públicas, dimensionam a gravidade do problema. Mas, em nome das alianças que asseguram a governabilidade, Dilma tem adotado um tratamento diferenciado com o seu titular, Wagner Rossi, da cota do PMDB, muitíssimo ligado ao vice-presidente, Michel Temer. Questionado sobre a presença do “Doutor Júlio” naquela repartição, Wagner Rossi ainda tentou negar o fato, fartamente documentado pelos repórteres da Revista, que filmaram as idas constantes desse senhor ao Ministério. O editor da Revista em Brasília chegou a ser agredido pelo “Doutor Júlio”, durante uma entrevista. Hoje o Planalto fez publicar uma notinha de Dilma Rousseff, demonstrando plena confiança no seu Ministro da Agricultura. Como sempre lembra uma velha raposa da política pernambucana, política é a arte do possível.

João da Costa: Desse jeito, não há agenda positiva que resista.


Foto: Helia Scheppa/JC Imagem


O presidente do TCE, Marcos Loreto, ficou bastante indignado com as declarações do presidente da Câmara de Vereadores do Recife, vereador Jurandir Liberal, que afirmou que aquele órgão estaria trabalhando contra a Prefeitura da Cidade do Recife, durante cerimônia de inauguração do viaduto capitão Temudo, obra inserida no plano de mobilidade para a Copa de 2014 e, adjunta à agenda positiva que se tenta criar em torno da administração do prefeito João da Costa, viabilizando seu projeto de reeleição em 2012. O prefeito, que tentou colocar panos mornos no episódio – afirmando que o TCE apenas cumpre o seu papel, está sempre envolvido em polêmicas que poderiam ser evitadas. Os ex-assessores de Eduardo Campos, que cuidaram tão bem das suas últimas campanhas ao Governo do Estado, deveriam se concentrar, prioritariamente, no que vem ocorrendo na cozinha do Palácio Antonio Farias. A conta do Capitão Temudo é alta: Tribunal de Contas do Estado, artigo da vereadora Priscila Krause, e, de quebra, uma foto  do fotógrafo do Jornal do Commércio, publicada no Blog do Jamildo, possivelmente por um erro de edição, onde, por trás, da figura do prefeito aparece a inscrição O VIADU. ( O Blog do Jolugue publica a foto apenas para a assessoria de imprensa e quem cuida da imagem do prefeito ficar mais atento).Descuido? Desse jeito não tem agenda positiva que resista.

Democracia no Brasil: Relações conflituosas entre civis e militares.



Conforme já enfatizamos aqui no HTTP://blogdojolugue.blogspot.com, as relações entre civis e militares no Brasil, sobretudo depois da ditadura militar, ainda não foram perfeitamente harmonizadas. Do ponto de vista institucional, o Ministério da Defesa é um dos menos consolidados, exatamente porque implica na subordinação dos militares ao poder civil, algo de democracia consolidada, mas ainda não assimilado pela caserna brasileira. Durante um certo período, a Fundação Joaquim Nabuco chegou a ministrar um curso de especialização para oficiais da Polícia Militar de Pernambuco. Um dos professores era o cientista político Jorge Zaverucha, cujos estudos acadêmicos se concentram na relação entre civis e militares.Durante uma de suas aulas, Jorge teve enorme dificuldade de convencer um desses oficiais sobre a existência de um poder civil. Imaginem! Trata-se, obviamente, de um exemplo pontual, mas, por uma série de fatores e, alguns fatos concretos envolvendo essas relações, somos instigados a ficar um pouco desconfiados. Veja-se, por exemplo, a polêmica em torno dos famosos documentos relativos ao período mais repressivo da ditadura militar. Foram, segundo informes do próprio Exército, destruídos. Um historicídio. O maior capital de Jobim no Ministério da Defesa era exatamente a sua autoridade. Celso Amorim é de esquerda, já teve problemas com militares quando dirigia a Embrafilme, ou seja, possivelmente teremos problemas na caserna pela frente.

domingo, 7 de agosto de 2011

Para onde vai o PT da Paraíba?

Nenhum casa dividida contra si mesma subsiste. É bíblico.O PT se divide em mil pedaços, mas acha que vai continuar no bem-bom (servindo a dois “senhores”). O PT do M (de Maranhão) lança a candidatura de Luciano Cartaxo a prefeito de João Pessoa, enquanto o PT do R (simpático a Ricardo Coutinho) afasta inteiramente essa possibilidade e se diz alinhado com Ricardo e o prefeito Luciano Agra (ambos do PSB). Prefere garantir logo a vice do que nada.

É claro que essa candidatura de Luciano não é pra valer. Não acho que o PT tem fôlego e musculatura para lançar candidatura vitoriosa. Melhor assumir logo isso de vez, baixar o fogo e alinhar-se logo ao governo ou à oposição.Mas ficar dividido é uma característica intrínseca do PT da Paraíba. O partido vai esticar essa pendenga até quando isso for possível ou conveniente.

Bom, dizem que no próximo dia 27 o presidente nacional do PT, Rui Falcão, virá à Paraíba para decidir de que lado o PT vai ficar, já que o diretório municipal e o estadual não se entendem sobre o assunto.Quanto querem em uma aposta que nada ficará decidido?
Gisa Veiga, jornalista do portal www.politicapb.com.br

Dilma Rousseff: 48% dos brasileiros aprovam seu Governo.



Pesquisa realizada pelo Datafolha, instituto de pesquisa do Jornal Folha de São Paulo, indica que 48% dos brasileiros aprovam o Governo da presidente Dilma Rousseff. Os últimos escândalos de corrupção e a demissão de ministros não teriam contribuído para desgastar a sua avaliação. Sobretudo em São Paulo, havia indícios de que a cruzada moralizadora imposta pela presidente estava tendo um excelente impacto junto à opinião pública. Com essa medida, embora exponha a corrupção da máquina, Dilma, por outro lado, passou a imagem de que não compactua com corruptos, ou seja, entregou os cadáveres necessários para evitar a comoção e o tumulto no IML. O mais novo demitido foi o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, acusado de relações promiscuídas com um certo “Doutor Júlio”, que chegou a agredir repórter da revista Veja.

sábado, 6 de agosto de 2011

"Doutor Júlio" derruba o secretário-executivo do Ministério da Agricultura.


Os novos escândalos de corrupção na máquina pública, precisamente no Ministério da Agricultura, parecem confirmar a versão do ex-diretor financeiro da CONAB, Oscar Jucá Neto, o “jucazinho”, ou seja, se não todos, há mais bandidos naquele Ministério. Acaba de cair o secretário-executivo daquele órgão, o senhor Milton Ortolan, que estabelecia com o “Doutor Júlio” relações pouco republicanas. Doutor Júlio, como era conhecido no ministério, dava expediente naquele órgão, no setor de licitações, onde teriam sido liberados recursos da ordem de 1,5 bilhões, em contratos formulados pelo próprio “Doutor Júlio”, operando como representante de empresas privadas. Certamente, em nome dessa tal governabilidade, a presidente Dilma Rousseff não reúne condições de adotar naquele ministério o mesmo tratamento de choque imposto ao Ministério dos Transportes. Trata-se, entretanto, de um outro ministério “bichado”, eivados de vícios danosos ao interesse público.

Augusto Heleno fala pela tropa:"As Forças Armadas são apolítica e apartidárias"


Quando Ministro, Nelson Jobim proibiu uma palestra que seria ministrada no Círculo Militar, em Brasília, pelo general Augusto Heleno, muito admirado na caserna e uma espécie de porta voz da tropa. Comandante militar da Amazônia Legal, Augusto Heleno havia emitido sinais de discordância das políticas indigenistas do Governo Lula para a região. Quanto ao afastamento de Nelson Jobim, Augusto Heleno afirmou que isso não representaria nenhum trauma, pois os militares estão habituadas à troca de comando. Quanto à aceitação do nome do ex-chanceler Celso Amorim, fez uma advertência, publicada hoje na Folha de São Paulo, coluna de Josias de Souza: “ Lembro ao novo ministro que as Forças Armadas são instituições de Estado, apolíticas e apartidárias.” Augusto Heleno construiu uma carreira brilhante nas Forças Armadas. É tido como um herói pela tropa. Por recomendação de Lula, a presidente Dilma Rousseff teria conversado com todos os 04 comandantes militares e assegurado que em seu Governo não haveria revanchismo e que havia decidido demitir Jobim em razão de um principio sagrado para os militares: não tolerância à insubordinação. Fez média.Há quem assegure que Jango caiu por ter se recusado a punir os marinheiros.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Nelson Jobim: Apesar dos problemas, o Governo Dilma perde um bom quadro.


O PMDB não mexeu uma palha no sentido de tentar evitar a demissão de Nelson Jobim do Ministério da Defesa. Embora filiado ao partido – inclusive freqüentando suas últimas reuniões – Jobim era da cota pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A relação entre civis e militares no Brasil, sobretudo depois da ruptura institucional instaurada no país com o Golpe Militar de 64, tornaram-se bastante problemáticas. Não por acaso, há bons trabalhos acadêmicos tratando desse tema espinhoso, alguns deles concluindo que o Brasil é uma semidemocracia, ou uma democracia tutelada, onde prevalecem as tibiesas de imposição do poder civil sobre os militares.Do ponto de vista institucional, a criação do Ministério da Defesa foi um avanço, mas todos sabem dos problemas daquela pasta desde que ela foi criada. Quando da transição do seu Governo para o de Dilma Rousseff, Lula pediu a presidente que mantivesse Jobim no cargo, alguém com autoridade, que soube se impor aos militares. Dilma decidiu mantê-lo. Há muito sabia-se da insatisfação de Jobim com o Governo ou com a presidente em particular. Jobim recusou o nome indicado pelo partido, com o aval do Planalto, para sua assessoria: O professor Roberto Mangabeira Unger. Preferiu o nome de mensaleiro José Genoíno, ex-guerrilheiro da campanha do Araguaia. Não se sabe até hoje qual papel de Genoíno naquela pasta. Talvez seja para fazer companhia a Jobim quando ele se retira do gabinete para uma sala contígua, onde fuma os famosos charutos cubanos. A própria Dilma teria perguntado a Jobim se José Genoíno poderia ser útil. Ele teria respondido que, se Genoíno era útil ou não era problema dele. Foi exatemente essa sincericídio, aliado a outros fatores – como inúmeras divergências com a presdiente, conforme já publicamos aqui no  http://blogdojolugue.blogspot.com , que contribuíram para a sua demissão. A demora de Dilma Rousseff em afastá-lo deveu-se há alguns fatores, inclusive amplas consultas à caserna e ao oráculo Lula, que indicou alguém com o perfil de não criar embaraço para a presidente, seu ex-ministro de relações exteriores, Celso Amorim.Apesar dos problemas criados, o Governo Dilma perde um bom quadro. São poucos no Governo. Há muita gente "fraquinha".


Sérgio Guerra: Decifra-me ou te devoro.


A esfinge Sérgio Guerra tem sido um problema para o PSDB local. Em certos momentos sinaliza que cumprirá o acordo celebrado nas eleições passadas, de apoiar o nome de Raul Jungmann como candidato a prefeito do Recife. Por outro lado, abre todo o espaço do programa do partido para o deputado Bruno Araújo. Por sinal, um péssimo programa. Bruno teria tido até o aval de Aécio Neves, que o estimulou a candidatar-se, dentro da estratégia partidária de ir às eleições com candidatura própria nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Sérgio Guerra, por sua vez, assegura que a quadra local não sofrerá interferência da nacional. Nem mesmo de Aécio neves. Especula-se, também, sobre uma possível filiação do deputado estadual, Daniel Coelho, ao partido, como pré-candidato. A aproximação do PSDB local com o Palácio do Campo das Princesas não é mais segredo. Compreende-se, portanto, o imblóglio  em que vem se tornando a definição de uma candidatura do partido. Sobretudo em razão da conjuntura nacional – onde especula-se sobre uma possível fusão – Sérgio Guerra também vem mantendo um diálogo permanente com o DEM, na figura do seu presidente regional, Mendonça Filho. No final, tudo vai depender dos passos do deputado federal e ex-prefeito do Recife, João Paulo. Que João Paulo consulte logo os astros e diga que é candidato a prefeito do Recife nas eleições de 2012, pelo PSB. Com os dois maiores eleitores recifenses em campo, restaria à oposição a possibilidade de candidaturas olímpicas, o que inibiria muitas aventuras e especulações.

Partido da República: Um poço até aqui de mágoas.


Ainda ressentidos com a devassa ocorrida no Ministério dos Transportes, os integrantes do Partido da República devem se reunir, no próximo dia 09, com o objetivo de definir as atitudes que deverão adotar daqui para frente em relação ao Governo Dilma Rousseff. A relação do PR com o PMDB, comenta-se, também não é das melhores, criando-se, consequentemente, uma relação de animosidade no condomínio que dá sustentação ao Governo Dilma. Rigorosamente falando, o PR perdeu a pasta dos transportes. Paulo Sérgio Passos, conforme já comentamos aqui no http://blogdojolugue.blogspot.com, estabeleceu um cordão sanitário naquele Ministério, evitando a companhia dos colegas de partido. Por determinação da presidente, todos os afastados do DNIT foram substituídos por servidores de carreira, portanto, sem o apadrinhamento político, que apenas contribui para a partidarização de nacos do Estado. O pronunciamento de Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes, foi contundente, praticamente exigindo de Dilma uma retratação em relação à execração pública a qual o partido foi submetido. O PR, portanto, é um poço até aqui de mágoas e tão somente após essa reunião teremos condições de chegar a alguma conclusão sobre como ficará sua situação no Governo.

Planalto de olho no voto da nova classe "C".


Os estrategistas do Planalto estão preocupados em determinar o DNA dessa nova classe “C”, que ascendeu a partir das políticas públicas adotadas no Governo Lula. Trata-se de um contingente de aproximdamente 30 milhões de pessoas, fundamentais, por exemplo, para a definir uma eleição. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, comandada pelo peemedebista Moreira Franco, teria encomendado pesquisa no sentido de identificar as aspirações dessa nova classe, seus hábitos de consumo e, possivelmente, como avaliam o Governo Dilma Rousseff. De posse desse mapeamento, o Governo pretende criar ou fazer adequações em suas políticas no sentido de atender às expectativas desse segmento social, que vem se tornando a menina dos olhos de qualquer político com pretensões presidenciais em 2014. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, em artigo polêmico, recomendou ao PSDB que focasse seus objetivos nessa camada social, posto que seria inútil disputar a hegemonia dos pobres e dos movimentos sociais com o Partido dos Trabalhadores. Dilma Rousseff, que ultimamente elogia bastante FHC, parece ter lido seu artigo com o cérebro e não com o fígado, como alguns petistas.  

Sincericídio!

Humberto

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Nelson Jobim: Demitido por Dilma Rousseff. Assume Amorim, outro ligado a Lula.



Embora tenha adotado uma postura bastante comedida durante sua entrevista ao Programa Roda Viva, da TV Cultura, o agora ex-ministro da Defesa estava, conforme publicamos no HTTP://blogdojolugue.blogspot.com, com os dias contados. A demora em baixar a guilhotina, deveu-se, sobretudo, na dificuldade da presidente Dilma Rousseff em encontrar um nome para substituí-lo, que fosse assimilado pelos comandantes militares. Antes da demissão, Dilma ainda concedeu uma entrevista ao ex-ministro, que saiu do Planalto ainda com a cabeça sobre o pescoço. No entanto, logo surgiram novas informações sobre o seu sincericídio, dando conta de que Jobim havia afirmado que a Ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, era “fraquinha” e que a Ministra da Casa Civil, Gleisi Hofmann, não conhecia Brasília. Nenhuma surpresa para quem, no discurso por ocasião da homenagem aos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, havia dito que estávamos cercados de idiotas. Há quem diga que esse sincerídio teria haver com supostas pretensões presidenciais do ex-ministro. No momento, é precipitado afirmar isso ou então ele está bastante equivocado ao pensar que o PMDB poderá apoiá-lo. O partido não demonstra qualquer entusiasmo com a idéia. Durante a crise, o Blog fez várias postagens sobre o assunto. Leiam. Recomendamos, igualmente,  a leitura do artigo postado no dia de hoje, onde há comentários sobre a origem das divergências entre Nelson Jobim e a presidente Dilma Rousseff.

Armando Monteiro cumpre agenda na Zona da Mata Norte.


O presidente estadual do PTB. senador Armando Monteiro (PTB) cumpre extensa agenda na Zona da Mata Norte nesta sexta-feira (05), visitando cinco municípios da região.
Logo no início da manhã, o petebista estará em Carpina ao lado do prefeito Manoel Botafogo (PSDB), conferindo as instalações da fábrica Galvanisa, empresa do setor de estruturas metálicas responsável pelo fornecimento de peças para empreendimentos como o Estaleiro Atlântico Sul. Logo após, o senador e Botafogo seguem para a sede da prefeitura, para um encontro com lideranças locais.
O segundo compromisso do senador é um almoço com o prefeito de Buenos Aires, Gislan Alencar (PSDB) e aliados, naquele município da Mata Norte. Logo após, Armando vai a Ferreiros e encontra o vice-prefeito Gileno Gouveia (PTB).
À tarde, a agenda reserva ida a Nazaré da Mata, onde Armando será recebido pelo prefeito Egrinaldo Coutinho, Nado (PTB), e representantes políticos locais. Logo em seguida, o petebista volta à Carpina para reunir-se com lideranças de toda a região em um encontro na sede do Consórcio de Municípios da Mata Norte e Agreste Setentrional (COMANAS).
Os últimos compromissos serão em Paudalho. Lá, Armando participa de jantar com o prefeito Fernando Moreira (PTB), ao lado de líderes políticos, e acompanha a reinauguração do Posto de Saúde da Família do município e entrega de ambulância na comunidade rural de Chã Alegre.
Armando também aproveita a visita aos municípios para conceder entrevistas às rádios da região e prestar contas de seu mandato no Senado.
Agenda:
8h – Visita às instalações da fábrica Galvanisa, em Carpina
10h – Encontro com prefeito de Carpina, Manoel Botafogo
12h – Almoço em Buenos Aires, com o prefeito Gislan Alencar e aliados
14h – Visita ao vice-prefeito Gileninho, em Ferreiros
14h – Encontro com prefeito de Nazaré da Mata, Nado, e aliados
17h – Reunião com lideranças da Mata Norte na sede da COMANAS (Rodovia BR 408 – KM 76 – Bairro Novo – Carpina)
19h – Jantar com o prefeito de Paudalho, Fernando Moreira, e lideranças
20h – Em Paudalho, reinauguração de posto de saúde e entrega de ambulância

A CLASSE POLÍTICA VAI AO PARAÍSO. (Artigo)

A CLASSE POLÍTICA VAI AO PARAÍSO. Em visita ao Brasil, o sociólogo espanhol, Manuel Castells, denuncia o esgotamento do modelo de democracia representativa burguesa e a apropriação de nacos do Estado pela classe política.  


                                   A cruzada moralizadora que a presidente Dilma Rousseff impôs ao seu Governo tem um limite imposto pela governabilidade. O caso do Ministério dos Transportes é bastante emblemático. A presidente afastou todas as principais diretorias do DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, inclusive Luiz Antonio Pagot, seu diretor, que, pelo silêncio obsequioso manifestado durante os depoimentos na Câmara e no Senado Federal, esperava-se que fosse poupado da guilhotina.

                                   Antes, pela imprensa, em doses homeopáticas, Pagot havia emitido várias notinhas comprometedoras contra o Governo, insinuando que a Casa Civil da Presidência da República era bastante familiarizada com os “aditivos”, fato confirmado ontem, durante o pronunciamento, no Senado Federal, do ex-ministro da pasta dos Transportes, Alfredo Nascimento, senador pelo Partido da República. A aquiescência de Pagot contou, segundo veículo de comunicação de circulação nacional, com a intervenção do Secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

                                    Parece-nos que o Planalto tem bons leitores de “entrelinhas”. Uma das maiores preocupações da Ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, era saber se, durante o pronunciamento de Alfredo Nascimento, ele iria se referir aos famosos financiamentos de campanha, sempre mencionados nas denúncias de desvios de recursos público. Já na saída, após entregar carta de demissão a presidente Dilma Rousseff, Luiz Pagot ainda torpedeou o atual titular da pasta, insinuando que Paulo Sérgio Passos conhecia todos os passos. Sem muita repercussão.

                                    Além de promover uma verdadeira faxina naquele órgão, a presidente Dilma Rousseff, orientada por valores republicanos, exigiu do novo Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que todos os substitutos daquele órgão fossem funcionários de carreira. Temendo novos comprometimentos, Passos assumiu uma postura bastante eqüidistante dos companheiros de partido. O deputado Valdemar da Costa Neto, que praticamente dava expediente no Ministério dos Transportes, na gestão de Alfredo Nascimento, hoje, teria dificuldades de marcar uma audiência com o novo ministro da pasta. O estranhamento é tão evidente que o PR, a julgar pela postura do titular da pasta, não se sente representado no Governo. Em seu pronunciamento no Senado, aguardado com muita ansiedade pelo Planalto, o ex-ministro, Alfredo Nascimento, demonstrando muito ressentimento, afirmou que o partido foi tratado como lixo, exposto à execração pública. Alfredo tem lá suas razões ao sentir como bode expiatório.  

                                    Se, com essa atitude, a presidente angariou a simpatia de um eleitorado de classe média, mais esclarecido, indignado com os altos índices de corrupção na máquina pública brasileira – elemento possível de ser observado em pesquisas de opinião realizadas em São Paulo-, por outro, começa a sofrer pressões, sobretudo da base aliada, no sentido de refrear esse ímpeto, sob pena de enfrentar algumas turbulências nas próximas votações no Congresso ou, pior, engessar seu Governo com as temidas CPIs. Por muito pouco, apenas 02 assinaturas – retiradas às pressas pelas manobras do Planalto – a oposição não consegue as assinaturas necessárias, 27, para abrir a primeira CPI do Governo Dilma Rousseff.

                                    Amuos e ressentimentos de parlamentares da base aliada, quando bem capitalizados pela oposição, podem representar derrotas em votações importantes para o Governo, estrangulando essa tal governabilidade, colocando o Governo numa situação inercial profundamente angustiante. O PR, que conhece bem as entranhas da corrupção na máquina, já insinuou que pode fornecer informações “importantes” para a oposição. Portanto, quando setembro vier, pode trazer algumas surpresas desagradáveis para o Governo.

                                    PT, PMDB e PR, sócios majoritários do condomínio de sustentação do Governo, demonstram bastante preocupação com as ações saneadoras de Dilma Rousseff. O PMDB, por exemplo, com pós-doutoramento em corrupção, estabeleceu uma estratégia muito bem definida, que visa, em última análise, a blindagem de seus agentes com atuação na máquina do Estado. Até então, o Ministério das Minas e Energia, comandado por Édson Lobão, um afilhado de José Sarney, era o próximo na alça de mira da presidente. Certamente, diante da rebelião da base aliada, Dilma deverá tirar o pé do acelerador, considerando que o número de dnitidos seja suficiente para dar uma satisfação à opinião pública no sentido de afirmar que não compactua com irregularidades em sua administração.

                                   De quebra, Dilma ainda demitiu de uma das diretorias da CONAB, Oscar Jucá, o jucazinho, irmão do líder do Governo no Senado, Romero Jucá. A vassourada, no entanto, deve se encerrar por aqui. O piso do Planalto poderia ficar muito escorregadio se ela continuasse com tanta disposição, desgastando a imagem de seu tutor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reunidos recentemente, a tropa de choque do PMDB, que reúne figuras como Romero Jucá, Renan Calheiros, José Sarney, definiram que não permitirão intromissões em seus nacos do Estado.

                                    Aqui se encerra mais um capítulo de sua administração. Pontualmente, poderá continuar tomando algumas medidas saneadoras, mas na periferia do Governo, movida por sua retidão de caráter. No “núcleo duro”, fundamental para essa tal governabilidade, poderiam ser apeados do Planalto apenas os ministros que não estão dando bons resultados – saídas previamente negociadas - ou aqueles que, por suas atitudes e pronunciamentos, já teriam pedido para sair, conforme é o caso do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que já declarou que votou em Serra e que vive cercado de idiotas, mas preferiu não declinar os nomes desses idiotas.

                                   Dilma Rousseff o trata apenas protocolarmente. Em sua última entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, procurou fazer uma média com Dilma. Tardiamente. A presidente já desautorizou Jobim inúmeras vezes, como no socorro aos desabrigados das enchentes da região serrana do Rio de Janeiro, ou no episódio do Plano de Fronteiras, onde ele não queria a participação do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. José Eduardo Cardoso, Ministro da Justiça, levou a melhor.    

                                   Certamente, ela deverá minimizar suas investidas sobre os dutos de corrupção ainda existentes na máquina, tolhida pela necessidade de “tocar” o seu Governo, evitando que ele entre, tão novo, numa situação inercial. Não é de hoje que nessa República os partidos se apropriam de nacos do Estado e os utilizam consoante os interesses mais perniciosos, absolutamente divorciados das demandas da população.  Estruturalmente, algumas medidas até podem ser adotadas – como a ocupação de cargos de chefia por servidores estáveis, de carreira, preparados para assumirem as complexas tarefas inerentes à administração do Estado.

                                    Outra medida seria aprimorar os mecanismos de controle e fiscalização, minimizando a possibilidade de desvios de recursos. Mas, ainda estamos longe de atingir esses objetivos. Revista de circulação nacional, baseada em relatórios da Polícia Federal, constatou que existem alguns equívocos primários, como a falha nos levantamentos de preços praticados no mercado. O Estado, na maioria dos casos, acaba pagando sempre mais, numa espécie de superfaturamento de origem.

                                    O Brasil, por sua vez, também possui um quadro bastante expressivo dos chamados DAS, Direção de Assessoramento Superior. A ocupação desses cargos, hoje, atende a um princípio bastante salutar, ou seja, um percentual “X” deverá ser ocupado por servidores efetivos, que entraram na máquina através de expedientes meritocráticos e republicanos, como o instituto do concurso público. Racionalmente, talvez fosse o caso de realizar uma reestruturação desses cargos, possivelmente diminuindo esse montante, inflados, inclusive, sob os auspícios do Governo Lula.Gradativamente, conforme desejo da presidente, ampliar o percentual dessas ocupações pelos funcionários efetivos.  

                                   A exemplo do que já ocorre na França, o Estado brasileiro – além de possuir um quadro de servidores bastante preparado – também possui uma escola de formação em gestão pública. Até José Dirceu, ex-todo-poderoso Ministro Chefe da Casa Civil no Governo Lula, um dos artífices do aparelhamento da máquina pela “companheirada” do PT, súbito, teve uma crise de lucidez e já defende essa mesma tese, ou seja, o presidente nomeia os ministros – que já são muitos – e a burocracia assume o resto.

                                   As ações da presidente Dilma Rousseff receberam elogios dentro e fora do governo. Tarso Genro, por exemplo, elogiou a atitude de faxina geral adotada pela presidente, assinalando que os problemas no DNIT se arrastavam por, pelo menos, 20 anos, exigindo uma intervenção mais efetiva. Jarbas Vasconcelos, senador pelo PMDB de Pernambuco, do grupo dos não-alinhados ao Planalto, também esqueceu as divergências políticas para elogiar a atitude da presidente.

                                    Dilma Rousseff também deve ter conquistado, conforme já enfatizamos, muita simpatia daquele eleitorado de classe média, profundamente chocado com as denúncias de falcatruas na máquina pública. A disposição de Dilma, no entanto, esbarra nessa tal governabilidade. O historiador Sérgio Buarque de Hollanda talvez tivesse razão quando afirmava que no Brasil não existia esfera pública. País de cultura essencialmente patrimonialista, torna-se difícil definir a fronteira onde termina o interesse privado e se inicia a res publica. Afinal, como diria o ex-presidente Jânio Quadros, político de feeling apuradíssimo,  O Brasil é um hímen é complacente.

                                    Essa talvez seja uma das razões para explicar a enorme  receptividade das idéias do sociólogo espanhol, Manuel Castells, no país.  Na realidade, governabilidade neste país implica, necessariamente, em conviver com certos padrões de corrupção na máquina pública. Infelizmente. Parece inevitável. Para desespero dos governantes sérios, com prejuízos evidentes para res pública e contribuindo para a desmoralização da classe política. Estabelece-se, então, um hiato entre representantes, escolhidos através dos mecanismos da democracia representativa, e os supostos representados, cujas necessidades ficam interditadas em função da apropriação indevida dos recursos públicos.

                                    O sociólogo espanhol, Manuel Castells, cujos livros mais conhecidos no Brasil são “Sociedade em Rede” e “Comunicação e Poder”, intelectual envolvido com o movimento de Maio de 68, na França. Sobretudo no segundo título, Castells disseca o esgotamento do modelo de democracia representativa, afirmando que a “classe política” passou a defender seus próprios interesses corporativos, distanciando-se dos interesses da sociedade como um todo. Ou seja, criou-se uma cisão entre representantes e representados, obrigando esses últimos a criarem novos padrões de participação democrática num mundo globalizado e digitalizado.

                                    Castells tornou-se o guru da ala dissidente do Partido Verde, que acompanha suas palestras com atenção redobrada. O grupo, liderado por Marina Silva, que obteve um capital eleitoral de 20 milhões de votos na última eleição presidencial, vieram se juntar um número expressivo de parlamentares e militantes da legenda. Esses dissidentes estavam se sentindo bastante incomodados com os constrangimentos da democracia interna da agremiação, exigindo maior oxigenação dessas relações.

                                   Pelo Blog fizemos algumas postagens sobre esse tema, comentando sobre uma fictícia visita que outro sociólogo, o alemão Robert Michels, teria feito à sede do Partido para discutir suas idéias sobre a oligarquização das agremiações partidárias e sindicais. Michels é o autor da “Lei de Ferro das Oligarquias”.Tratou-se, obviamente, de uma brincadeira, pois Michels já se encontra na arena celeste, observando como se dão essas relações lá por cima, dialogando com os anarquistas sobre as suas decepções políticas.  

                                   Castells sugere que precisamos mudar esses padrões de representação, criando mecanismos que possam facultar aos indivíduos uma participação mais ativa nesses processos. É neste sentido que as redes sociais cumprem um papel cada vez mais relevante nas eleições e na fiscalização das ações do Estado. Durante viagem à Espanha, o prefeito do Recife foi surpreendido por uma enxurrada de postagens nas redes sociais reclamando a sua ausência, num momento em que o Recife era castigado por chuvas torrenciais. Não teve dúvidas. Abandonou as touradas de Madri pela lama do Recife. Do contrário, as redes poderiam proporcionar um estrago maior do que as chuvas ao seu projeto de reeleição.

                                    Não raro, recebemos mensagens para participar de eventos políticos.audiências públicas  ou manifestações através das redes. Políticos monitoram as redes sistematicamente. Não encontramos nenhuma chamada, através das redes, sobre as mobilizações que ocorreram em defesa do Recife Antigo. Talvez por isso, não mais do que 60 pessoas acompanharam as manifestações. O título do artigo é uma analogia ao filme “A classe operária vai ao paraíso”, de Elio Petri, realização italiana de 1971. No filme, cujo ator principal é Ludovico Massa, o Lulu – qualquer semelhança não é mera coincidência – é abordado o papel da classe operária na história universal da luta de classes. Hoje, na sociedade do consumo e do espetáculo, é a classe política que vem se apropriando ou partidarizando nacos do estado, colocando-o a serviço dos seus interesses. O paraíso é deles, Lulu. 

 José Luiz Gomes da Silva, Cientista Político.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Armando Monteiro: "Forças Armadas compram fardamento na Ásia".


O senador Armando Monteiro Neto (PTB/PE) subiu à tribuna do plenário do Senado para externar sua satisfação com o lançamento do Plano Brasil Maior, anunciado, pela presidente Dilma Rousseff. Em entrevistas a rádios da Região Metropolitana do Recife, na manhã desta quarta-feira (3), Armando também fez uma avaliação das medidas adotadas pelo governo.
O parlamentar, que presidiu recentemente a Confederação Nacional da Indústria (CNI), elogiou a ampliação da isenção e da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de "uma ampla gama de bens de capital". Ele também apoiou o crédito automático de gastos com o Programa de Integração Social (PIS) e com a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) na aquisição de máquinas. “Esta era uma velha reivindicação do setor produtivo”, afirmou.
O representante pernambucano parabenizou a desoneração da folha de pagamento de setores exportadores, como o têxtil, o calçadista e o moveleiro. Esses setores deixam de pagar 20% sobre a folha de pagamento, para pagar 1,5% sobre seu faturamento.
Armando Monteiro enfatizou que essas desonerações melhoram a competitividade dos produtos, uma vez que podem ser compensadas nas exportações, o que era impossível com o pagamento sobre a folha de pessoal. “Ao deslocar a contribuição para o faturamento, vamos estar mais protegidos em relação aos produtos importados”, afirmou.
O ex-presidente da CNI qualificou como "uma medida muito importante" o estabelecimento de uma margem de preferência para produtos nacionais nas compras governamentais. “Todos os países que têm uma política de proteção de sua indústria utilizam o poder de compra do estado para apoiar a produção doméstica. As Forças Armadas do Brasil, por exemplo, estão comprando uniformes fora, na Ásia”, lamentou.

O senador elogiou ainda a determinação de que os bancos públicos exijam que as empresas financiadas se comprometam a adquirir produtos e serviços nacionais, incentivando a geração de empregos no país.

Alfredo Nascimento: "Eu não sou lixo. O PR não é lixo."


O Planalto teria despachado a Ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, com o objetivo de saber se o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, faria referência aos polêmicos financiamentos de campanha durante o seu pronunciamento no Senado Federal. Leitor mais atento do Blog já deve ter percebido que quase todos os escândulos recentes de corrupção na República estão relacionados, de alguma forma, aos financiamentos de campanha. Está aí um tema que merece uma CPI, caso a oposição consiga as assinaturas necessárias. Não está nada fácil. Depois de conseguir as 27 assinaturas necessárias para a abertura de CPI sobre a corrupção no Ministério dos Transportes, o Planalto reagiu e conseguiu que dois senadores retirassem os seus nomes. O pronunciamento de Alfredo Nascimento é uma peça que exige uma discussão mais profunda, uma vez que coloca os Governos Lula/Dilma no centro da crise.

Líder do Governo no Senado: Humberto Costa pode substituir Romero Jucá.


Com o prestígio mais baixo do que poleiro de pato,  depois do escândalo que envolveu o seu irmão, Oscar Jucá,  na CONAB, Romero Jucá poderá ser substituído da condição de líder do Governo no Senado. Jucá teria pedido perdão a presidente Dilma em razão dos destemperos do irmão, que chegou a chamar todo mundo de bandido no Ministério da Agricultura, mas, comenta-se que, nos bastidores, chegou a fazer veladas ameaças ao vice presidente, Michel Temer, caso o irmão fosse demitido. A atitude incomodou profundamente o Planalto. Caso seja confirmada sua defenestração do cargo, o nome mais cotado para sucedê-lo é o do senador pernambucano, Humberto Costa, o principal interlocutor de Dilma Rousseff no Estado, sobretudo depois de perceber a desenvoltura de Eduardo Campos.


Dilma Rousseff: Meritocracia para os substitutos dos dnitidos do DNIT.


A presidente Dilma Rousseff, numa atitude republicana, determinou ao Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que os substitutos dos dnitidos do DNIT sejam pinçados entre os servidores de cargos efetivos, com formação técnica, sem indicação de políticos. Já faz algum tempo que estamos sugerindo uma série de medidas que podem contribuir, e muito, para a formação de quadros e gestores públicos comprometidos com os interesses da res pública e não pau mandados de políticos, que entram na máquina com objetivos escusos. Artigo publicado no HTTP://blogdojolugue.blogspot.com discute essas e outras questões em profundidade. Não deixem de ler. O artigo será publicado amanhã.

PMDB: Os caciques se reunem para definir a estratégia de blindagem.

Sérgio Lima/Folha
Os caciques do PMDB se reuniram para reafirmar a posição de não permitir que ocorra com o partido o que ocorreu com o PR. Os principais líderes da legenda se reuniram no gabinete de Michel Temer e definiram a estratégia a ser adotada daqui para frente, evitando que seus pares sejam investigados ou punidos em função de desmandos na máquina pública. Em outros momentos, já comentamos aqui no HTTP://blogdojolugue.blogspot.com que, muito possivelmente, Dilma Rousseff já estaria satisfeita com os cadáveres que foram entregues. A presidente sabe que política é arte do possível e que a governabilidade, neste país, implica em conviver com algum padrão de corrupção. Como seguro morreu de velho, o PMDB, com pós-doutoramento na área, afia as garras para possíveis surtos moralizadores.

Charge!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dilma Rousseff recolhe a vassoura. Seria preciso muito sabão para limpar a Casa Civil.


Contingenciada por essa tal governabilidade – isso dá até samba – a presidente Dilma Rousseff parece ter decidido recolher a vassoura. O Tribunal de Contas da União teria verificado indícios de irregularidades em alguns contratos do Ministério da Agricultura, justamente no momento em que a presidente demonstra ter refreado seu ímpeto moralizador. Quando Oscar Jucá, o “jucazinho”, saiu atirando para todos os lados, chamando todo mundo de bandido, sabia-se que, embora ele estivesse ressentido e magoado, possivelmente conhecia o caminho das pedras. Das pedras? Seu irmão, o senador Romero Jucá, já se desculpou junto à presidente Dilma Rousseff, pedindo-a para desconsiderar o destempero do irmão magoado. Wagner Rossi, ministro da pasta, teria afirmado que providências estariam sendo tomadas no sentido de apurar os possíveis equívocos  apontados pelo TCU. O jornalista Josias de Sousa, da Folha de São Paulo, faz um questionamento bastante pertinente. Wagner afirmou que Oscar Jucá era um despreparado. Então ele,Wagner, costuma nomear despreparados para o Ministério? Ainda sobre esse assunto, o recente pronunciamento do ex-Ministro dos Transportes, Nascimento, agora senador, compromete os Governos Lula/Dilma. Amanhã voltaremos a discutir o assunto.

Senador Armando Monteiro elogia plano Brasil Maior.


Senador participa do lançamento da nova política industrial do governo
Representante importante do setor industrial brasileiro, o senador Armando Monteiro (PTB/PE) avaliou como positivo o Brasil Maior, plano lançado nesta terça-feira (2) pela presidente Dilma Rousseff e que traz a nova política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior do governo federal. O senador acompanhou o lançamento no Palácio do Planalto. “A nova política industrial tem um alcance razoável e corresponde a um esforço do governo que temos de reconhecer. Há limitações, mas acredito que poderemos ampliar quando houver um espaço fiscal maior”, defendeu o senador, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria.
Para Armando, o Brasil Maior, cujo slogan é “Inovar para competir. Competir para crescer”, está em sintonia com uma agenda defendida pelo setor produtivo brasileiro e responde a inúmeras pressões que a indústria do país vem sofrendo, principalmente na concorrência desigual com produtos importados. “O Brasil Maior é a uma resposta do governo brasileiro a essa imensa pressão que a indústria manufatureira do Brasil vive em decorrência de vários fatores adversos, que vem reduzindo a participação da indústria brasileira no comércio internacional e no mercado doméstico”, disse.
O fundamental, ressalta Armando Monteiro, é reforçar a competitividade da produção nacional. “O governo lança um plano com uma série de medidas que viabilizará a desoneração das exportações; o aprofundamento da agenda de desoneração dos investimentos; dá início ao processo – para alguns setores intensivos de mão de obra – de redução da folha de pagamento; estabelece uma política de compras governamentais, que oferece uma margem de preferência de até 25% nos processos de licitação para produtos e serviços nacionais. Nele (o plano) há, ainda, medidas de reforço à defesa comercial do País; define novas atribuições e estruturas para o INMETRO, ou seja, que obriga o produto importado a atender a certificação técnica; renova os programas de financiamento e apoio ao investimento como o PSI; amplia o orçamento da FINEP para apoio à inovação; além do fortalecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que tem uma representação do setor privado e passa a atuar na governança do Plano,” comentou.

João da Costa:...e essa tal agenda positiva que não decola?


Com o apoio dos marqueteiros que participaram das duas campanhas vitoriosas de Eduardo Campos ao Governo do Estado, o prefeito do Recife, João da Costa, parte para o tudo ou nada. Promoveu uma reforma no secretariado; tem se reunido constantemente com os auxiliares próximos, para cobrar a execuação de obras de grande visibilidade; e, possivelmente aconselhado pela equipe de Eduardo Campos, mandou os pesquisadores às ruas, para aferir sua popularidade. Colunista de política de um dos jornais locais comentou que, uma dessas entrevistadoras foi muito mal recebida pela população de um dos bairros do Recife, castigado pelos buracos, que exigia que o prefeito saísse do Palácio Antonio Farias e observasse, de perto, o estado em que se encontra algumas ruas daquele bairro. A opinião do http://blogdojolugue.blogspot.com sobre a agenda positiva do prefeito João da Costa é bastante conhecida pelos nossos leitores.