Próceres atores político da oposição, reiteradas vezes,
reforçam a necessidade de o governador Eduardo Campos afastar-se do PT para
viabilizar-se como candidato presidencial. Recentemente, através de um artigo
publicado na Folha de São Paulo, o ex-presidente FHC, analisando o último
pleito municipal, voltou a falar no assunto, embora, diferentemente do senador Jarbas Vasconcelos,
tenha sido mais ponderado. Não se sabe se esse discurso é mais uma “cantada” no
"Moleque" dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco ou se trata, realmente, de uma avaliação que parte do pressuposto de
que, inevitavelmente, não seria possível um “arranjo’ político de Eduardo
Campos com o PT se entendermos que o seu horizonte político também é o Palácio
do Planalto. Habilidosamente, como bem observou recentemente um cientista
político, Eduardo Campos equilibra-se em duas canoas. Meticulosamente, monitora
os passos do casal Lula/Dilma, joga uma isca aqui outra ali, peita e recua no
momento certo. Mantém uma relação entre tapas e beijos com o Planalto. O
equilíbrio é instável, mas até mesmo o comando maior do PT já aconselhou
cautela na relação com o governador pernambucano, evitando possíveis
provocações. Eduardo, que não é bobo, está preparado para qualquer
eventualidade, na hipótese de alguém chutar o pau da barraca. Uma de nossas
revistas semanais publicou uma matéria sobre o seu encontro com Dilma Rousseff
nessa semana. Segundo essa revista, o Planalto pretende controlar os passos do
pernambucano, evitando que ele alce voo em 2014. O enfrentamento não se daria
em campo aberto, mas através de uma série de ações de guerrilhas, sistemáticas,
com o objetivo de enfraquecê-lo. A primeira medida estaria relacionado ao
“suprimento da tropa” ou seja, o Planalto iria trabalhar firme com o propósito
de aprovar o financiamento público de campanha, uma medida francamente
favorável ao condomínio PT/PMDB, em detrimento do PSB. Outra medida seria o
assédio a setores partidários da base aliada que estariam mostrando simpatias a
uma eventual candidatura do pernambucano, caso do PMDB, do PDT. Até onde se
sabe, também não se cogita ampliar a participação do partido no condomínio
governista, algo que, em tese, estaria sendo pleiteado pelo pernambucano.
Assim, o Planalto “desencorajaria” uma eventual candidatura de Eduardo Campos
em 2014. No encontro que mantiveram recentemente, além de uma agenda de trabalho cheia, tentaram colocar panos mornos na relação.
sábado, 10 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
PSB é a "noiva da vez" para 2014, diz analista.
PSB é a 'noiva da vez' para 2014, diz analista
Em uma análise do cenário pós
eleições municipais no Brasil, o cientista político e professor do
Insper Humberto Dantas avalia que o PSB se fortaleceu como força
política estratégica no plano nacional ao inflar em mais de 40% o número
de prefeitos eleitos pela sigla. Para Dantas, o PSB é importante para
"todos os partidos que querem jogar o jogo eleitoral nacional,
tornando-se a noiva da vez nas eleições presidenciais de 2014". "Eduardo
Campos (presidente do PSB e governador de Pernambuco) está fazendo o
jogo de ser, enquanto partido político, a moça mais desejada da festa. É
um partido estratégico para todas as demais siglas que querem jogar o
jogo eleitoral nacional em 2014", avalia.
Dantas ressalta que o PSB tem um bom desempenho nos Estados do nordeste, "região predominantemente petista", onde os tucanos tiveram dificuldade em obter votos nas últimas eleições nacionais. "Isso torna o partido um aliado preferencial do PSDB, especialmente porque o DEM, aliado histórico dos tucanos, perdeu sua penetração nessa região", afirmou. Ele menciona também que, em uma eleição com resultados apertados, o apoio dos socialistas pode ser decisivo para o PT manter-se no poder devido ao elevado número de palanques da sigla de Campos."É um partido que governa seis Estados, incluindo alguns importantes do nordeste. É um partido ultra estratégico para as pretensões futuras do PSDB e para a manutenção do poder no PT", analisa.
O cientista político explica que, ao se dar conta dessa conjuntura, Campos - definido por Dantas como "um político habilidoso" - "colocou um pé em cada canoa", flertando com o PT e o PSDB. "Ele apareceu em um almoço com a (presidente) Dilma e com o (ex-presidente) Lula, posa para fotos com o (senador mineiro do PSDB) Aécio Neves e deixa no ar a possibilidade de lançar candidatura própria ao Planalto", diz.
São Paulo
Ao analisar o resultado das eleições em São Paulo, onde o estreante em disputas eleitorais Fernando Haddad (PT) venceu o candidato do PSDB, José Serra, Dantas ressaltou a importância da participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que ele foi "um dos fatores decisivos", não o único. "O binômio PT forte em São Paulo e desejo de renovação na cidade fez com que, dentro das estruturas do PT, entendessem que era necessário colocar alguém novo na disputa. Lula bancou a candidatura de Haddad, ou seja, é o responsável pela indicação, mas o partido e a vontade da sociedade também foram", avaliou.
Para Dantas, Lula não teve um desempenho muito bom em diversas cidades onde ele fez campanha. Ele citou Fortaleza (CE), Recife (PE), Manaus (AM) e Salvador (BA), onde Lula participou das campanhas, mas seus candidatos perderam. "Apenas Campinas (onde o estreante em eleições Marcio Pochmann perdeu, mas conseguiu chegar ao segundo turno) e São Paulo contaram com uma participação decisiva de Lula, nos outros lugares dá para dizer que o Lula derrapou", comentou.
Sobre o desempenho do PSDB neste pleito, o professor do Insper afirmou que, apesar da derrota para o PT em São Paulo, o partido obteve "vitórias interessantes" no País. "O PSDB volta ao poder em Manaus, lembremos que a Dilma, em 2010, teve mais de 80% dos votos válidos naquele Estado, importantíssimo para o PSDB. Vence em Belém, vai bem no Recife", afirma. Dantas ressalta, porém, que algumas derrotas no Estado de São Paulo passaram um recado ao partido. "As urnas dão recados que merecem atenção do PSDB, eles perderam São José dos Campos, que é uma cidade emblemática (por ser um dos berços políticos do governador Geraldo Alckmin), Jundiaí, é preciso observar", diz. E emenda: "agora, o PT também perde coisas históricas. Perdeu Diadema para o PV, que lançou um ex-tucano para a Prefeitura", diz. "Ambos têm derrotas importantes, mas têm vitórias interessantes".
Dantas ressalta que o PSB tem um bom desempenho nos Estados do nordeste, "região predominantemente petista", onde os tucanos tiveram dificuldade em obter votos nas últimas eleições nacionais. "Isso torna o partido um aliado preferencial do PSDB, especialmente porque o DEM, aliado histórico dos tucanos, perdeu sua penetração nessa região", afirmou. Ele menciona também que, em uma eleição com resultados apertados, o apoio dos socialistas pode ser decisivo para o PT manter-se no poder devido ao elevado número de palanques da sigla de Campos."É um partido que governa seis Estados, incluindo alguns importantes do nordeste. É um partido ultra estratégico para as pretensões futuras do PSDB e para a manutenção do poder no PT", analisa.
O cientista político explica que, ao se dar conta dessa conjuntura, Campos - definido por Dantas como "um político habilidoso" - "colocou um pé em cada canoa", flertando com o PT e o PSDB. "Ele apareceu em um almoço com a (presidente) Dilma e com o (ex-presidente) Lula, posa para fotos com o (senador mineiro do PSDB) Aécio Neves e deixa no ar a possibilidade de lançar candidatura própria ao Planalto", diz.
São Paulo
Ao analisar o resultado das eleições em São Paulo, onde o estreante em disputas eleitorais Fernando Haddad (PT) venceu o candidato do PSDB, José Serra, Dantas ressaltou a importância da participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que ele foi "um dos fatores decisivos", não o único. "O binômio PT forte em São Paulo e desejo de renovação na cidade fez com que, dentro das estruturas do PT, entendessem que era necessário colocar alguém novo na disputa. Lula bancou a candidatura de Haddad, ou seja, é o responsável pela indicação, mas o partido e a vontade da sociedade também foram", avaliou.
Para Dantas, Lula não teve um desempenho muito bom em diversas cidades onde ele fez campanha. Ele citou Fortaleza (CE), Recife (PE), Manaus (AM) e Salvador (BA), onde Lula participou das campanhas, mas seus candidatos perderam. "Apenas Campinas (onde o estreante em eleições Marcio Pochmann perdeu, mas conseguiu chegar ao segundo turno) e São Paulo contaram com uma participação decisiva de Lula, nos outros lugares dá para dizer que o Lula derrapou", comentou.
Sobre o desempenho do PSDB neste pleito, o professor do Insper afirmou que, apesar da derrota para o PT em São Paulo, o partido obteve "vitórias interessantes" no País. "O PSDB volta ao poder em Manaus, lembremos que a Dilma, em 2010, teve mais de 80% dos votos válidos naquele Estado, importantíssimo para o PSDB. Vence em Belém, vai bem no Recife", afirma. Dantas ressalta, porém, que algumas derrotas no Estado de São Paulo passaram um recado ao partido. "As urnas dão recados que merecem atenção do PSDB, eles perderam São José dos Campos, que é uma cidade emblemática (por ser um dos berços políticos do governador Geraldo Alckmin), Jundiaí, é preciso observar", diz. E emenda: "agora, o PT também perde coisas históricas. Perdeu Diadema para o PV, que lançou um ex-tucano para a Prefeitura", diz. "Ambos têm derrotas importantes, mas têm vitórias interessantes".
sábado, 3 de novembro de 2012
Marco Maciel no Campo das Princesas. O que não diria Miguel Arraes se estivesse vivo.
Um alinhamento de forças políticas conservadoras em torno de
uma provável candidatura presidencial de Eduardo Campos é uma das possibilidades
possíveis. Caciques dos Democratas como ACM Neto, prefeito eleito de Salvador,
e o presidente da legenda, Agripino Maia, deixam transparecer suas simpatias
pelo governador pernambucano. Na província, há vários indícios dessa
aproximação. Outro dia, numa cerimônia, o deputado Tony Gel deu a senha,
afirmando que, caso habilite-se como candidato, Eduardo Campos teria o seu apoio. Mendonça Filho, por sua vez, não descarta “nenhuma possibilidade”.
Tadeu Alencar, o secretário da Casa Civil, derrama-se em sorrisos quando fala
no assunto. Já começamos a imaginar a cena onde Marco Maciel e toda cúpula das forças políticas conservadoras do Estado estariam degustando uma pescada amarela, com arroz branco e um suco de araçá na reabertura do Campo das Princesas. O que não diria Dr. Miguel Arraes se estivesse vivo...
Eduardo Campos e Dilma Rousseff: No momento, beijinhos e beijinhos.
O governador Eduardo Campos, apesar do alinhamento com o
Planalto, não abre mão de consolidar-se como uma alternativa e poder. Numa
relação entre tapas e beijos, ora afaga o Planalto, ora peita, movimentando
perigosamente, numa relação de equilíbrio instável. Aconteceu de novo, com o
ensaio da candidatura do deputado mineiro, Júlio Delgado à Presidência da
Câmara, mesmo sabendo que o nome da preferência de Dilma Rousseff é o do
deputado Henrique Alves, do PMDB, conforme acertos anteriormente previstos.
Como tem um encontro com Dilma nos próximos dias, o “Moleque” dos jardins da
Fundação Joaquim Nabuco resolveu desarmar-me, jogando alguns confetes: publicou
uma nota afirmando que não pleiteia mais espaços no Governo, além de sinalizar
que as movimentações de Júlio Delgado não contam com o apoio dele.
Crédito da Foto: Jornal Folha de Pernambuco.
João Paulo reconhece os equívocos do Partido dos Trabalhadores.
Depois de muita meditação, prestes a bater chapa na
agremiação com alguns adversários que estarão lutando pelo controle da legenda
no Estado, o ex-prefeito João Paulo reconhece que o PT cometeu muitos equívocos e
está pagando por isso. Talvez tenha sido um reconhecimento tardio, João. Assim
como vem ocorrendo nacionalmente, o PT no Estado precisa ser reinventado,
oxigenando suas relações internas e reestabelecendo o diálogo com as bases. No
Recife, tornou-se um partido de perfil oligarca, movido unicamente pelos
interesses de grupos organizados no interior da legenda, articulados com a Direção Nacional. Se algo
não for feito, o purgatório será longo, caro João. Outro dia, um dirigente da legenda resumiu bem a situação: o partido não reúne condições nem de se reunir.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Macapá não sera um eldorado socialista, Clécio. Pay Attention!!!
Essa política quixotesca adotada por alguns membros do PSOL eleitos nas últimas eleições municipais, como é o caso da vereadora potiguar Amanda Gurgel,
que promete doar o salário de parlamentar e pretende sobreviver com o seu salário de professora, ou o prefeito de Macapá, Clécio Luiz, que já se vê contingenciado
pelo coletivo da agremiação no sentido de intervenções diretas em sua gestão,
faz lembrar dos primeiros prefeitos eleitos pelo PT. No contexto do modelo de
democracia representativa burguesa isso não dá certo. Diadema e São Paulo foram
casos emblemáticos onde militantes com atuação apenas na máquina partidário tentaram “impor”
diretrizes socialistas e "ditar" as regras aos gestores, não fazendo uma avaliação consequente dos “constrangimentos” impostos pelo modelo de democracia burguesa e
acabaram, no final, paralisando a gestão. Tenho uma grande admiração pela professora Amanda, mas a minha impressão é a de que a sua atitude será interpretada apenas como demagógica por parte da população, além da rejeição e do isolamento destinado pelos seus pares aos dissidentes.Desejo muita sorte a ambos, mas aconselho a leitura das impressões da prefeita Luiza Erundina sobre a sua gestão na capital paulista.
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