Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma conversa com o Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que já se encontra em sua terra natal, Patos, para os festejos de junino. Logo em seguida, com o intuito de acalmar as coisas no Legislativo, onde vem sofrendo sucessivas derrotas, o presidente liberou mais de meio bilhão em emendas para os parlamentares. A liberação ocorre num momento de ressaca, conforme os leitores podem ter percebido pelos nossos editoriais dos últimos dias. Não vai resolver o problema, pois sugere-se que possamos ter entrado na fase da sangria, ou seja, uma fase sem possibilidade de retorno, pois um grupo expressivo de parlamentares, percebendo as dificuldades de reeleição do mandatário, já sinalizam com nomes em ascensão ao pleito presidencial de 2026.
Os movimentos dos parlamentares de centro-direita, deliberadamente, caminham no sentido de desgastar a gestão até as eleições de 2026. Numa entrevista recente, Lula afirmou aquilo que já se sabia, ou seja, será novamente candidato à reeleição. Tem aparecido bem nas pesquisas de intenção de voto, a despeito dos problemas enfrentados neste terceiro mandato. O Centrão já esta fora do barco da reeleição e, neste momento, conforme se especula, estaria se articulando com Hugo Motta para deixar Lula sangrar em praça pública até outubro de 2026. A formação dessas federações, além dos interesses pelo fundo partidário, evidenciam sempre um caráter antilulista em suas narrativas.
Há quem ande sugerindo entre os petistas, alguns deles inclusive em disputa pela condução do destino da legenda a partir das próximas eleições internas programadas para julho, que o partido faça uma inflexão à esquerda. Ficamos aqui tentando imaginar como isso seria viável eleitoralmente, uma vez que atitudes e gestos de Lula, desde a primeira eleição, sempre foram no sentido de uma composição com o centro e a direita democrática. Fazer este caminho de volta a esta altura do campeonato? E preciso analisar se isso seria pragmaticamente viável eleitoralmente.
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