pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
Powered By Blogger

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Editorial:Perdemos a batalha da comunicação para a mídia golpista.





Mais uma vez voltaria a recomendar aos leitores a leitura do editorial do jornal Le Monde Diplomatique, desta edição de agosto, escrito por Sílvio Caccia Bava, que considero o melhor editorialista do país. Há questões importante ali para a construção de estratégias de retomada da luta democrática. Algumas dessas autocríticas e estratégias foram comentadas em nosso editorial de ontem, mas uma delas, dada a sua relevância, deixamos para o dia de hoje. Trata-se da questão da "comunicação" que, aos olhos do editor do Diplo, e da torcida do flamengo, parece-nos que também aqui perdemos a batalha de comunicação com as forças conservadoras capitaneadas pela emissora da plim plim. E não se trata de uma questão pontual, mas substantiva, de uma avaliação sincera sobre os enormes equívocos e erros de avaliação cometidos ao longo de todo o processo que culminou no afastamento ilegítimo da presidente Dilma Rousseff.  

O primeiro desses equívocos diz respeito a uma das reformas que o PT teve a oportunidade de fazer e não fez: a democratização da mídia, permitindo a quebra desses oligopólios familiares. Ao contrário, durante a vigência do governo de coalizão petista, o Planalto cevou-os o quanto pode, temendo que ocorresse o que, de fato, acabou acontecendo, o massacre da presidente Dilma Rousseff e do próprio partido, numa estratégia arranjada com outras forças, que acabaram por minar todas as possibilidades de resistência. O segundo erro cometido foi o de superestimar o papel das redes sociais na batalha de comunicação. Mesmo o PT tendo uma atuação bastante ativa nas redes sociais, isso parece não ter sido suficiente, ainda, para superar o papel exercido pela velha TV, presente em 95% dos lares. Mesmo se considerarmos o fato de a grande mídia televisiva, principalmente a Rede Globo, vir amargando sucessivos reveses de audiência, mesmo assim seu estrago na desconstrução de imagens pública ainda pode ser sentido. 

O campo progressista e de esquerda, portanto, precisa reavaliar suas estratégias de comunicação no processo de retomada da hegemonia do poder político ou, para ser mais modesto, da redemocratização do país, se considerarmos que o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff são favas contadas, a julgar pelo andar da carruagem política, onde pessoas estão sendo detidas nos estádios por realizarem protestos pacíficos, numa clara violação de direitos. Um retrocesso de proporções gigantescas. Como sempre afirmo por aqui, um arcabouço institucional democrático é sempre um arcabouço institucional democrático. O resto, a gente corre atrás. Melhor do que correr dos cassetetes e das bombas de efeito moral. 

A blogosfera que exerce um papel de informação alternativa, por sua vez, passa por um momento delicado depois dos torniquetes aplicados pelo governo interino do senhor Michel Temer. Todos - inclusive este modesto blog - estão à procura de novas formas de financiamento. Como dissemos ontem, o torniquete é extensivo às Ongs e movimentos sociais vinculados aos trabalhadores e excluídos socialmente. Penso que o objetivo desses senhores seja radical, ou seja, sangrar até a morte. Esse governo não gosta de pobre, como chama a atenção a manchete principal do Diplo. Esses tentáculos persecutórios não conhecem limites. Todos os dias escuto algum comentário de que o emprego do jornalista Paulo Henrique Amorim estaria ameaçado na emissora do bispo Macedo, como retaliação às suas posições anti-golpe. 

As manchetes dos jornais da "grande" mídia, do dia de hoje, dão bem a dimensão do problema. Até recentemente, circularam informações sobre as doações irregulares de campanha da Construtora Odebrecht, envolvendo figuras impolutas do núcleo duro do governo interino, como José Serra e o próprio Michel Temer. De acordo com Marcelo Odebrecht, R$ 10 milhões teriam sido entregue ao presidente interino, em dinheiro vivo, ainda na condição de condutor da nau peemedebista. Eu não faço nem ideia do que seriam R$ 10 milhões em dinheiro vivo. José Serra, Ministro das Relações Exteriores do governo interino, teria recebido uma quantia ainda maior, de acordo com o delator: R$ 23 milhões de reais. 


Essas notícias são dadas em notinhas efêmeras, passageiras, miúdas, sem grandes repercussões, numa clara política de "abafamento". Por outro lado, quando a notícia envolve gente do ancien régime, como é caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os fatos assumem uma repercussão surpreendente. É só observar como esses jornais estão dando a noticia sobre a convocação da esposa e de um dos filhos do Lula, que deverão depor na PF sobre o sítio de Atibaia. Perdemos feio essa batalha. 



A charge que ilustra este editorial é do genial Renato Aroeira.


Quero colaborar com o blog:

Já faz alguns anos que estamos aqui nesta trincheira em defesa da democracia, dos direitos humanos, das liberdades coletivas, das garantias constitucionais. Num clima de normalidade democrática - que logo se mostraria falso - nossa luta seguiu o curso do rio, ora mais lento, ora em momentos de pororoca, mas sempre orientado pelos princípios acima, que norteiam nossa linha editorial. Hoje, acordando de um sono politico que produziu um monstro, como bem disse o filósofo Gabriel Cohn, torna-se necessário redobrarmos nossos esforços no sentido de não permitir que a nossa incipiente experiência democrática sofra um retrocesso. É fundamentalmente importante integrarmos os esforços neste sentido. No caso do golpe parlamentar brasileiro, um dos grandes instrumentos utilizados foram setores da chamada "grande" mídia. Neste momento, o jornalismo alternativo exercido pela blogosfera passa por um "torniquete" aplicado pelas forças conservadoras. Precisamos de sua ajuda para continuar defendendo a democracia. Se desejar colaborar com o blog, faça uma assinatura mensal no valor de R$ 10,00, o equivalente a um cafezinho, acessando o botão "Assinar" do Paypal, que se encontra na lateral esquerda do blog, bem visível. É fácil, seguro e assim você estará nos ajudando bastante nessa "batalha" de comunicação - travada por blogs como este - em contraposição à mídia golpista. 

Charge!Aroeira via Facebook

sábado, 6 de agosto de 2016

Le Monde: A lógica do sistema de poder brasileiro

O QUE FAZER
A lógica do sistema de poder brasileiro
O que fazer após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, concretizado no dia 12 de maio? O Le Monde Diplomatique Brasil convidou pensadores e lutadores sociais de diversos matizes para debater como lidar com a crise e trabalhar com certos elementos, como a guerra das ideias, as eleições municipais de outubro e a or
por Carlos Humberto Campos


As primeiras medidas do governo ilegítimo de Temer revelam a desconstrução e a negação dos direitos e conquistas das classes trabalhadoras e das comunidades tradicionais, bem como da luta por uma justa reforma agrária.
Construir os caminhos da resistência vai exigir maior politização e mobilização dos setores sociais. Vai demandar também o retorno e o restabelecimento da capacidade do trabalho político de base, exigindo uma verdadeira reforma política, cujo modelo atual se configura como um perverso sistema de poder, sustentado pelos grandes meios de comunicação corporativos que historicamente criminalizam os movimentos sociais e a política.
A luta dos movimentos sociais precisa incorporar e assumir o debate da comunicação de forma mais efetiva, para além dos produtos de informação e visibilidade. A comunicação necessita ser reconhecida como instrumento de mobilização e educação política e elemento fundamental na garantia de outros direitos e consciência da cidadania. Democratizar a comunicação é democratizar o sentido da vida, da luta e da resistência dos povos. A comunicação é um alimento básico da democracia.
O momento sociopolítico que a sociedade brasileira atravessa é delicado, sobretudo porque é também de construção das eleições municipais de outubro. Vivemos uma conjuntura pré-eleitoral, que tem um papel importantíssimo na rearticulação das forças políticas sociais nos municípios, base definidora e receptora das políticas públicas. Cabe ao município organizar o atendimento à população na área de saúde, educação, saneamento básico, água e esgoto, lazer, geração de trabalho, assistência social, moradia e transporte coletivo.
As eleições municipais que se aproximam não podem ser vistas apenas como um processo de escolha dos novos prefeitos e vereadores. Elas devem motivar a discussão de alternativas e projetos que garantam melhor qualidade de vida às pessoas. São importantes, pois trazem em seu bojo possibilidades de reencontro das forças políticas locais para a construção do debate, suscitando alternativas de administração pública mais próxima dos cidadãos e criando oportunidades de resgatar a importância do município como base na construção de um novo projeto para o país, onde todas as pessoas possam viver com dignidade. Temos de oxigenar e nutrir o processo das eleições municipais, na perspectiva de superação da crise política de hoje, pois é o município a base da organização política.
Resolver a crise sociopolítica atual passa pela superação de vários aspectos. Não é uma tarefa fácil. Inexoravelmente, exige uma renovação de todos os sujeitos, eleitos e eleitores, mudanças de atitudes, comportamentos pessoais e coletivos. A crise é estrutural, tem suas raízes no projeto de Brasil construído historicamente com estruturas injustas, viciadas e alimentadas pela prática do patrimonialismo corporativista e oligárquico. O vírus oportunista e corruptível reside no conjunto da obra.
Esta crise desnuda a lógica de um sistema de poder, de um paradigma que não dá mais conta de recompor-se e reabilitar-se. É preciso extirpar o modelo com uma autêntica reforma política, sair da democracia representativa para a participativa direta, o povo votando sobre todas as decisões importantes diretamente. É outra lógica, outro olhar, outra imagem de fazer política como a arte do bem comum.
A superação da atual crise política não virá por decreto ou medidas unilaterais; ela nascerá da capacidade de reconstrução de formas de convivência e de explicitação de vivências solidárias e respeitosas, até então pouco valorizadas.
É dessa perspectiva que surgem possibilidades de reações que nos impelem a desconstruir o “velho”, o “arcaico”, que sempre justifica a ordem estabelecida, e construir o “novo”, a nova ordem. Isso requer um processo longo de desenvolvimento humano e social, mas é uma condição necessária para as pessoas crescerem na consciência humana, social, política e econômica. A ação política é humana, por isso ela tem de ser humanizada!

Carlos Humberto Campos
Carlos Humberto Campos é sociólogo, assessor da Cáritas Brasileira Regional Piauí, coordenador da ASA pelo estado do Piauí e da coordenação do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido.


Ilustração: Daniel Kondo

(Publicado originalmente no Le Monde Diplomatique Brasil)

Charge! Renato Aroeira via Facebook

Editorial: 61% dos brasileiros querem novas eleições, de acordo com o Vox Populi.




Este golpe parlamentar no Brasil nos mergulhou num grande impasse institucional, que aponta para algumas alternativas arriscadas. Intenções de golpistas nunca são as melhores, daí se entender que uma das possibilidades possíveis seria o "endurecimento" do regime, solapando algumas conquistas democráticas duramente conquistadas nas últimas décadas. Esta seria uma das hipóteses mais preocupantes. A outra possibilidade seria a construção de um consenso, entre os atores políticos em litígio, acerca de um arranjo que permitisse novas eleições presidenciais, preferencialmente, antes mesmo de 2018. A presidente afastada, Dilma Rousseff, trabalha com está hipótese, mas, segundo soube, encontra resistências dentro do próprio PT, sobretudo naquele grupo que teme pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, que já estariam fazendo novos acordos espúrios com a direita, cada qual tentando salvar o seu pescoço.

Mesmo na hipótese de construção de um consenso entre essas forças, ainda assim, o revés sofrido pela esquerda, principalmente, o PT, será sentido nas urnas. Lula sempre aparece muito bem nas pesquisas de intenção de voto - esta última publicada pelo Vox Populi indica isto - mas bons analistas asseguram que este "Fôlego inicial" de Lula não resistiria muito tempo. No que se refere a Dilma Rousseff, então, o quadro é ainda mais complicado. Soma-se isso as ações judiciais que estão ou deverão correr contra ambos. Lula já está bastante encrencado e Dilma Rousseff, segundo dizem, depois da delação premiadíssima do marqueteiro João Santana, também deverá ser acionada pela justiça para se explicar sobre os problemas com o financiamento da última campanha presidencial. O fato concreto é que ambos estão enredados em enormes problemas, assim como o próprio partido. O PT precisa ser reinventado e talvez fosse o caso de apresentar para a disputa presidencial um quadro novo. Há quem especule que o principal postulante a este posto seja o Fernando Haddad, caso seja bem sucedido no seu projeto de continuar administrando a cidade de São Paulo.

Antes que nos condenem, reafirmo aqui nossas convicções sobre a violação dos direitos do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, assim como da ex-presidente Dilma Rousseff, a começar pelo fato de ter sido afastada da presidência sem nenhum crime de responsabilidade configurado, o que pode ser traduzido como um golpe institucional. Por outro lado, é um fato que o Brasil já vive um Estado de Exceção. As próximas eleições se darão sob tais condições. A pesquisa do Vox Populi, publicada nesta sexta-feira pela revista Carta Capital, contribui, sobretudo, para desanuviar a última pesquisa do Instituto Datafolha, clamorosamente manipuladora, uma vez que escondeu o desejo dos brasileiros por novas eleições presidenciais. Para mais ou para menos, os brasileiros que desejam novas eleições presidenciais, em todos os institutos, oscilam em torno de 60%. Até o próprio Datafolha, em pesquisas anteriores, já havia apontado este índice. Na última pesquisa do Instituto, no entanto, o percentual dos brasileiros que manifestaram esse desejo ficou em 3%. De onde eles tiraram este índice é uma grande incógnita. Depois da enorme polêmica, os responsáveis pelo Instituto admitiram o "equívoco". Não adiantou muita coisa não. Ficou a impressão que o Instituto manipulou dados para favorecer o governo interino. 

Há um conhecido cientista político polonês, Adam Przeworski, que escreveu um belo texto sobre a democracia, a começar pelo título muito bem escolhido: Amas a incerteza e serás um democrata.Há várias leituras sobre a democracia no Brasil, a começar pela sua absoluta impossibilidade. O historiador Sérgio Buarque de Holanda dizia que a experiência democrática entre nós não passava de um grande mal-entendido. O cientista político Michel Zaidan, num artigo publicado aqui no blog, traduziu muito bem essa questão, apontando as idiossincrasias da democracia no contexto de uma  sociedade como a brasileira. Um dos aspectos mais visíveis desse problema é que a elite brasileira não tem uma boa convivência com as regras do jogo da democracia, ou seja, não aceita as incertezas inerentes ao processo democrático. 

A democracia, no Brasil, é um mero jogo de cena. Precisa ser uma democracia de "conveniência". Ela só funciona em consonância com a preservação dos interesses da elite. Se esses interesses estão sendo comprometidos, que se danem as regras do jogo democrático. Toma-se o poder, agora de uma maneira mais "sutil", via instituições. O que fazer, então? O PT chegou ao poder através de uma conciliação de classe; negou-se a implementar uma série de reformas importantes - política, agrária, democratização da mídia, tributária - não atingiu os interesses capitais dessa elite. Até que, mesmo assim, eles tomaram a decisão de apear o PT do poder. Dilma Rousseff ganhou aquelas eleições consagrada por mais de 54 milhões de votos e o seu mandato está sendo usurpado através de um processo de impeachment "inventado", sem uma fundamentação jurídica que o ampare. É possível que o historiador Sérgio Buarque tenha mesmo razão. 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

MinC e suas desocupações compulsórias

Ministério da Cultura demite 70 funcionários e ocupantes do Palácio de Capanema, sede no Rio, são retirados pela polícia

minc

por Eric Campi e Paulo H. Pompermaier
“Dar as costas ao cinema brasileiro é uma forma de cansaço diante da problemática do ocupado e indica um dos caminhos de reinstalação na ótica do ocupante. A esterilidade do conforto intelectual e artístico que o filme estrangeiro prodiga faz da parcela de público que nos interessa uma aristocracia do nada, uma entidade em suma muito mais subdesenvolvida do que o cinema brasileiro que desertou”. Paulo Emílio Sales Gomes, historiador e crítico de cinema brasileiro, concluiu assim seu ensaio Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. Analisava na década de 60 uma tendência que marcaria a criação cinematográfica nacional: a produção cíclica, com altos e baixos, do cinema nacional, que nunca conseguiria estabilizar-se autonomamente frente à invasão de filmes estrangeiros.
O historiador foi, inclusive, um dos criadores da Cinemateca Brasileira na década de 40. A instituição, responsável por preservar a história do cinema nacional, está incluída na nova política de reestruturação promovida pelo Ministério da Cultura, que anunciou hoje (26) a demissão de 70 funcionários ligados ao MinC. Entre eles estão a coordenadora-geral da Cinemateca, Olga Toshiko Futemma, e outros 5 funcionários de sua diretoria: Alexandre Myaziato, Adinael Alves de Jesus, Nacy Hitomi Korim e Daniel Oliveira Albano. Outras exonerações ocorreram na diretoria do Museu Villa-Lobos, com funcionários da diretoria do MinC e da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.
Agora a Cinemateca conta com aproximadamente 30 funcionários para administrar seu acervo de cerca de 200 mil rolos de filmes e as salas para exibições.
Palácio Capanema, Rio de Janeiro
Na manhã de segunda feira, 25 de julho, os membros do Ocupa MinC Rio acordaram com cerca de 50 agentes armados da Polícia Federal invadindo o Palácio Capanema.  Os policiais retiraram os ocupantes das barracas localizadas no segundo andar do edifício, o Salão Portinari, e impediram, inclusive, que ficassem no pátio de acesso, espaço destinado ao público.
Representantes do movimento relataram que a PF agiu com violência, retirando-os nus de seus dormitórios e os carregando escada a baixo. Rodrigo Mondego, advogado dos manifestantes, disse que foi impedido pelos policiais de entrar no Palácio. O pedido de reintegração de posse foi emitido na quinta-feira (21) pelo atual ministro Marcelo Calero, ainda que tivesse afirmado, meses atrás, que essa ação não seria necessária.
Em nota, o Ministério da Cultura informou que recebeu relatos de depredação do patrimônio público, ameaça aos servidores, uso de drogas, presença de indivíduos armados, além da circulação de menores. Os ocupantes negaram qualquer acusação e afirmaram que as obras e tapetes foram cobertos por plásticos para evitar estragos.
O Palácio é sede da Funarte (Fundação Nacional de Artes) e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional) cariocas e estava ocupado desde o dia 16 de maio. Ao contrário do que afirmam muitos veículos de comunicação, a manifestação não era contra o Impeachment de Dilma Rousseff, mas sim contra Temer e o caráter conservador de seu governo. A ocupação aconteceu depois do anúncio do fim do Ministério da Cultura e permaneceu mesmo após o presidente interino reverter à decisão. O Ocupa MinC transformou o Palácio de Capanema em espaço de exposições e shows, inclusive de Caetano Veloso, Lenine e Seu Jorge.
Após a reintegração de posse, os manifestantes armaram barracas em frente ao Palácio e continuaram com a ocupação.
(Publicado originalmente no site da revista Cult)

    Drops político para reflexão: A camisa vermelha de Luciano Siqueira.



    Confesso que fiquei sem entender muito bem a polêmica em torno dessa camisa vermelha que o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira(PCdoB), insiste em usar quando das apresentações públicas da chapa governista que disputa a reeleição para a Prefeitura da Cidade do Recife. Aliás, está tudo muito confuso nessa chapa, a começar por sua permanência na vice do prefeito Geraldo Júlio(PSB), que apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O PCdoB foi um dos partidos que mais se engajaram na permanência de Dilma no Palácio do Planalto, criando um certo desconforto até mesmo entre os apoiadores da reeleição de Geraldo Júlio. Me recuso a acreditar que a sua permanência na vice tenha algo a ver com uma leitura de Geraldo Júlio de que ele poderia emprestar um verniz de esquerda à chapa. A rigor, hoje, nem o PCdoB merece a denominação de "comunista" tampouco o PSB de "socialista". Ambos estão bastante descaracterizados ideologicamente. Por que você não usa logo branco ou amarelo, Luciano Siqueira?  

    Crédito da foto: Roberto Pereira/PSB

    segunda-feira, 1 de agosto de 2016

    Drops político para reflexão: O analfabeto político da classe média.




    O analfabetismo político da classe média nacional é o nosso maior câncer. O coxa padrão é um imbecil semi-formado: bom na sua profissão específica mas uma mula completa em todo o resto. É um marionetado pela turma da bufunfa via meios de comunicação. Luta burra e abertamente contra seus próprios interesses. É um perigo para si mesmo e para o restante do país. A imagem que me vem a mente é um chipanzé fumante em um posto de gasolina mal conservado. Parte da responsabilidade é de fato estupidez mas há uma boa dose também de mau caratismo: anseiam ardentemente por se locupletar com a sobra que cai da mesa da elite. São racistas, tem orgulho da própria imbecilidade e estão se lixando para o restante da população. O problema é que conseguiram dessa vez ferrar o país de uma forma que vai levar um bom tempo para consertar. E no próximo encontro que tivermos mediado pela história não poderão contar com nem um pingo de compaixão.

    Alexandre Vasilenskas, em sua timiline da rede Facebook

    domingo, 31 de julho de 2016

    A quem o senhor engana falando em Nova Esquerda, senador Cristovam Buarque?


    Esta é mais uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. O destinatário agora é Cristovam Buarque. No futuro, as cartas poderão ser reunidas num livro que recapitule o golpe de 2016.
    Caro Cristovam:
    Li outro dia o senhor falando numa “nova esquerda”. Senador: o senhor não tem vergonha de falar em “nova esquerda” quando se aliou ao que existe de mais putrefato na velha direita brasileira num golpe que destruiu 54 milhões de votos e, com eles, a democracia?

    Como o senhor dorme, senador? A consciência não lhe pesa? Que mentiras o senhor conta a si mesmo para conviver com tamanha ignomínia?
    Já tivemos tempo para verificar qual foi o real propósito do golpe. Os ricos são favorecidos e os pobres castigados. É assim que funciona, desde sempre, a plutocracia brasileira.
    Por isso somos uma das sociedades mais desiguais e mais abjetas do mundo.
    E o senhor está ao lado dessa calamidade. Contribuiu, com seu voto, para mais uma vitória da plutocracia que, no passado, matou GV e derrubou Jango.
    Vou citar o nome de alguns de seus companheiros de jornada.
    Eduardo Cunha. Bolsonaro. Malafaia. Todos aqueles deputados federais que viraram piada no mundo na sessão do impeachment. Janaína Paschoal.
    Os irmãos Marinhos da Globo. A família Frias da Folha. Os Civitas da Abril.
    Michel Temer. Renan Calheiros. Collor. Gilmar Mendes.
    Todos os analfabetos políticos que, manipulados pela mídia plutocrata, vestiram a camisa da CBF e foram às ruas bradar pelo golpe. Os idiotas que bateram panelas, igualmente induzidos pela imprensa.
    Os comentaristas e editores recrutados pelas empresas de mídia em seu jornalismo de guerra. Todos eles.
    É uma amostra da escória à qual o senhor se juntou, senador.
    Como homem da Educação, o senhor bem sabe o valor dos livros. Qual o papel que os livros lhe reservarão no futuro?
    É uma pergunta fácil de responder. O de um fâmulo da plutocracia. O de um golpista.
    O senhor atirou sua biografia no lixo. Seus descendentes serão obrigados a conviver com a infâmia de um antepassado que optou pelos privilegiados em detrimento dos miseráveis com argumentos cínicos.
    E o senhor ainda ousa falar em “nova esquerda”. A quem o senhor engana, senador? Nem ao senhor, presumo. O senhor não é tão mentecapto para acreditar em tamanho disparate.
    Sinceramente.
    Paulo

    "Cultura" do estupro?


    FLÁVIO BRAYNER*
    Inquietou-me o fato de ver jornais e noticiários – além de meus colegas universitários – utilizando o termo “cultura” para designar exatamente aquilo que a cultura deveria impedir ou tentar conter: a violência e a barbárie!
    A origem latina da palavra (cultivare) referia-se ao ato de cultivar a terra, semeá-la e deixá-la florescer. A palavra, posteriormente, migra para o cultivo do espírito proporcionado pelo contato com as grandes obras dos autores antigos, aqueles que haviam construído a cidade e suas instituições, quer dizer, que haviam promovido, neste ato de construção, nosso afastamento da natureza e do que ela contém de selvagem e de incivilizado.
    A cultura permitia que alcançássemos a “Humanitas” que não é sinônimo de “Humanidade” (como conjunto dos homens), mas uma soma de qualidades e virtudes que distinguiriam o civilizado do bárbaro e que passava pela formação da alma. Poderíamos, claro, tomar o conceito de cultura em seu sentido “antropológico”, como conjunto das realizações materiais e espirituais do homem, e aceitar que a barbárie e a violência, como obras humanas, seriam também “culturais”
    Ora, a Humanitas fora entendida como um valor universal que, embora até então reservado às elites, o Humanismo moderno e o Iluminismo o universalizariam através da educação - o melhor antídoto para a tirania, a ilusão religiosa, a ignorância e a intolerância. Quanto mais “vergonha” tivéssemos daqueles aspectos primitivos, selvagens e instintivos de nossa personalidade ou de nossas tradições, mais adentraríamos nesta “segunda natureza” chamada cultura.
    Com o fim de nossa crença em valores universais, entendidos como etnocêntricos e colonizadores, e a ascensão do relativismo multiculturalista, não somente tudo passou a ser “cultural” como aceitável, em nome do respeito ao outro e sua “visão de mundo” e, assim, fomos destituídos da possibilidade de avaliar as consequências de certos atos culturais segundo critérios supostamente “universais”. Com que legitimidade poderíamos condenar a prática muçulmana de cortar a mão direita de ladrões, se nós também cortamos a cabeça de condenados (no país dos Direitos Humanos Universais, a França)?
    A cultura era aquilo que deveria impedir a prática cotidiana do estupro. Mas quando estes dois termos aparecem juntos e não somos mais capazes de perceber sua incompatibilidade semântica, é porque estamos vivendo a época do “estupro da cultura”, em que desabou a antiga ideia de herança cultural, de homem, de universalidade de valores.
    *Flávio Brayner é professor-titular da UFPE

    Charge! Aroeira via Facebook

    sábado, 30 de julho de 2016

    IDDH denuncia Programa Escola sem Partido à ONU


    21 de julho de 2016   •   Banner • Notícias
    No dia 18 de julho, o IDDH enviou um relatório denunciando o grave avanço do Programa Escola sem Partidoaos Relatores Especiais da ONU para o Direito à Educação e para a Liberdade de Opinião e Expressão.
    O objetivo da denúncia é dar visibilidade à comunidade internacional sobre o cenário de retrocessos no campo da educação em andamento no Brasil.
    O IDDH demonstra que, apesar do direito à educação e do direito à liberdade de opinião e expressão estarem previstos na Constituição e em diversos tratados internacionais que o Estado Brasileiro é parte, estes estão sendo colocados em xeque no país pelo movimento chamado “Programa Escola sem Partido”.
    Este movimento é responsável por apresentar, em todo o Brasil, iniciativas de projetos de lei municipais, estaduais e federal (PL 867/2015) que visam à aprovação da lei que acabou ficando conhecida como Lei da Mordaça. O IDDH identificou a apresentação do projeto de lei em, pelo menos, 15 cidades, sendo 6 capitais (incluindo Rio de Janeiro e São Paulo), 10 estados brasileiros e o Distrito Federal. Ademais, o PL já foi aprovado no estado de Alagoas e nas cidades de Picuí (PE) e Santa Cruz de Monte Castelo (PB).
    A partir da justificativa dos projetos de lei e o conteúdo veiculado na mídia pelos idealizadores do movimento, resta clara que a preocupação de fundo não é garantir direitos, mas vigiar e cercear a liberdade de ensino nas escolas. Defendem que a educação moral, religiosa e política devem ser de responsabilidade exclusiva dos pais. O perigo é que, em nome da liberdade de crença e consciência dos estudantes, difundem a falsa ideia de que o aluno formará sua personalidade isento de reflexão e crítica. Ao proporem a neutralidade na escola, na verdade, visam anular a individualidade e o poder emancipatório do próprio aluno, ignorando sua condição de sujeito de direitos e questionando sua capacidade de formar opiniões próprias.
    neutralidade é um mito, pois nenhuma pessoa – seja professor, aluno ou pais – é isenta de ideologias. As ideologias são constituídas a partir das próprias experiências, vivências, conhecimentos, estudos e visão de mundo, e são esses elementos que nos formam enquanto indivíduos singulares que compartilham espaços plurais com outros indivíduos também singulares.
    Ao cercear a liberdade de ensinar e aprender, o Programa Escola sem Partido deixa de garantir que a escola seja um espaço plural de conhecimento e saberes.  As escolas devem garantir a todas as crianças e adolescentes a oportunidade de acessarem as diferentes ciências e concepções de mundo, suas contradições, antíteses e refutações, sendo, para isto, fundamental debater ética, política, religião e ideologia. Quanto mais debate, informação, diversidade e pluralismo de ideias existirem, maior será a capacidade desses jovens de desenvolverem plenamente suas personalidades e de se formarem cidadãos ativos e responsáveis. Segundo aUNESCO, esses são objetivos inerentes do direito à educação: garantir o pleno desenvolvimento humano e preparar os indivíduos para o exercício da cidadania.
    Por essas razões, o IDDH solicitou aos Relatores Especiais para a Educação e Liberdade de Opinião e Expressão da ONU que se manifestem oficialmente repudiando a proposta do Programa Escola Sem Partido, uma vez que o Estado Brasileiro estará violando os direitos humanos à educação e à liberdade de opinião e expressão a cada aprovação deste projeto de lei no pais.
    Se você também é contra o Programa Escola Sem Partido e deseja apoiar esta luta denunciando a situação à comunidade internacional, manifeste sua indignação aos Relatores Especiais da ONU.
    CONTATOS
    Relator Especial para o Direito à Educação – sreducation@ohchr.org
    Relator Especial para a Liberdade de Opinião e Expressão – freedex@ohchr.org
    v2

    Le Monde Diplomatique: E agora, o que fazer?


    O golpe no Brasil mostra como a democracia, mesmo limitada ao processo eleitoral, incomoda as classes dominantes. Mostra também que as forças progressistas não podem jogar todas as suas esperanças nas eleições ou na luta dentro das instituições
    por Luis Felipe Miguel


    O golpe no Brasil mostra como a democracia, mesmo limitada ao processo eleitoral, incomoda as classes dominantes. Mostra também que as forças progressistas não podem jogar todas as suas esperanças nas eleições ou na luta dentro das instituições. A disputa municipal de outubro é importante por oferecer um espaço de denúncia e de discussão. É importante também tentar eleger bancadas democráticas e progressistas nas Câmaras de Vereadores, para garantir uma tribuna e impedir retrocessos que ocorrem no âmbito municipal, como nos planos de educação. Mas canalizar a maior parte das energias para a disputa eleitoral, seja agora, seja em 2018, é uma armadilha.
    De fato, as eleições funcionam, muitas vezes, como uma forma de restabelecer a legitimidade de um regime de dominação que está sendo questionado, anulando experiências de maior radicalidade e “normalizando” a política. Mesmo que um candidato mais à esquerda volte à Presidência em 2018, retornará em condições piores, seja porque o retrocesso acelerado da presidência Temer estará realizado, seja porque o golpe sinalizou com ainda maior clareza os limites que as classes dominantes impõem à disputa política. Uma ação política com sentido transformador tem, ao contrário, de recusar essa “normalização”, mantendo a pressão das ruas e forçando as fronteiras da ordem instituída. Ficou demonstrado que essa ordem é organizada de maneira a proteger privilégios e que braços do Estado, como a polícia ou o Judiciário, permanecem fortemente alinhados aos interesses dos grupos dominantes.
    A opção desmobilizadora dos governos do PT, que buscaram até o final acomodar as elites tradicionais e evitar o confronto, mostrou seus limites. Na hora em que foi necessário buscar apoio das bases populares, elas estavam desorganizadas e foi difícil recolocá-las nas ruas. A defesa da democracia contra o golpe só ganhou força nos momentos finais, sobretudo após o episódio dramático da tentativa de prisão (“condução coercitiva”) do ex-presidente Lula. Só aí começou a ser forjada a necessária unidade diante do inimigo comum, que precisa ser preservada para a desobediência civil cotidiana ao governo ilegítimo.
    A estratégia de acomodação mostrou-se particularmente equivocada no que se refere aos meios de comunicação de massa. Os governos de Lula e Dilma promoveram avanços muito tímidos na área e recuaram na defesa da democratização da mídia, temendo a reação das empresas do setor. Nem por isso conseguiram um mínimo de neutralidade da grande imprensa, que foi participante ativa do golpe, por meio da manipulação da informação. O protagonismo da mídia na crise política mostra que para as forças progressistas é crucial promover um ambiente de informação mais plural, em que a agenda possa ser disputada. Não basta fazer circular interpretações alternativas da pauta dos meios hegemônicos, como hoje faz a imprensa alternativa, sobretudo na internet. É necessário haver uma articulação que permita dar ressonância a uma agenda informativa diferente.

    Luis Felipe Miguel
    Luis Felipe Miguel é professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília.


    Ilustração: Daniel Kondo

    Charge! Aroeira via Facebook

    quinta-feira, 28 de julho de 2016

    Charge! Via Facebook

    Charge! Bier via Twitter

    Marcondes Secundino: Eleições e Alianças políticas.





    Marcondes de Araujo Secundino
    Sociólogo, consultor e doutorando em Antropologia (UFPE)
    E-mail: secundino.ma@gmail.com

    Sem reforma política, os arranjos e as alianças continuam expressando mais pragmatismo e menos compromissos dos atores políticos com agendas públicas e conteúdo programático. Sinalizam para compromissos em torno de estrutura de campanha, distribuição de cargos e, como diria a opinião pública, acordos financeiros que divergem de práticas republicanas. Mas a legislação eleitoral atual privilegia esse pragmatismo e, ressalte-se, é de conhecimento de todos.
    Nada de novo sobre a terra! O sociólogo alemão Max Weber desde o início do século passado analisou o Estado moderno e sua lógica de funcionamento. No ensaio “Política como Vocação” apresentou uma arguta crítica sobre as tramas que envolvem as ações dos atores políticos voltadas para a formação e a prática partidária, a relação desses representantes com as empresas privadas, bem como a relação dos agentes privados com os representantes dos partidos e do poder público. Um século depois parece não apresentar avanços!
    Para exemplificar essa lógica pragmática de alianças políticas é só acompanhar o comportamento político dos atores envolvidos no processo eleitoral em qualquer município brasileiro. Destacaremos, neste momento, o município de Águas Belas que se localiza numa zona de transição entre o agreste e o sertão, detém um colégio eleitoral de 30.896 eleitores e é administrado pelo PT por duas gestões consecutivas.
    O Prefeito Genivaldo Menezes (PT) perdeu, entre o ano passado e este ano, seis vereadores da sua base de apoio na Câmara. Alegando problemas na condução política do projeto em curso e para escapar da polarização local com a família Martins que milita no PSDB, esses vereadores aderiram a uma nova candidatura para o pleito municipal de 2016, a de Aureliano Pinto pelo PDT. Mas, na reta final para a realização das convenções com vistas a selar formalmente as alianças e definir as candidaturas, dois vereadores que haviam rompido com o prefeito retornaram ao grupo político para apoiar a candidatura do seu sucessor, o ex-superintendente do Incra-PE e ex-assessor da Fetape, Luiz Aroldo. São eles: Melchizedeck de Gueiros Malta Neto (Melk), atualmente no PRB; e Alan Roberto dos Santos Silva (Buda) do PSD.
    Relevante ressaltar que na eleição de 2008 Melk foi eleito Vereador pelo DEM e pela coligação capitaneada pela família Martins (PSDB) e derrotada pelo atual prefeito (PT). Lembrar também que o mesmo já foi filiado a vários partidos. No início da legislatura elegeu-se Presidente da Câmara Municipal com apoio do prefeito que o apoiou novamente para o segundo mandato (2008-2010/2010-2012). Com a reeleição de Genivaldo Menezes para o executivo em 2012, Melk foi reeleito para um novo mandato de vereador e também de Presidente do Legislativo (2012-2014). Entretanto, mesmo recebendo apoio político incondicional do prefeito do PT durante este período, nas eleições de 2010 e 2014 apoiou para Deputado Estadual Claudiano Martins (PSDB), adversário político do prefeito. Em relação ao exercício de três mandatos consecutivos de Presidente do Legislativo Municipal é um fato inusitado, assemelha-se ao caso do Deputado Estadual Guilherme Uchoa à frente da Assembleia Legislativa de Pernambuco que, durante o Governo Eduardo Campos, foi até necessário mudar a Constituição Estadual para permitir tal feito. No pouco tempo em que esteve apoiando a candidatura de Aureliano Pinto (PDT), Melk não perdeu a oportunidade de anunciar que já tem compromisso com o Deputado Claudiano Martins para a eleição de 2018. E neste instante acaba de declinar do apoio à candidatura do PDT e se reintegra ao grupo político do prefeito. Trata-se de um fenômeno político municipal e expressão máxima do pragmatismo eleitoral. Transitou por todos os grupos políticos locais!
    Comportamento parecido tem sido o do Vereador Buda eleito em 2012 pelo PSD e pela coligação do atual prefeito (PT). Rompeu com o mesmo para apoiar a candidatura de Aureliano Pinto (PDT) e anunciou compromisso com o Deputado Estadual Claudiano Martins (PSDB) para 2018. Agora, acaba de anunciar o apoio ao candidato do prefeito a sucessão e o seu desligamento do grupo liderado por Aureliano Pinto (PDT).

    Tal habilidade e capacidade política desses atores políticos demonstram, de um lado, a falência do sistema político carcomido que se alimenta de regras lícitas, ilícitas e aparentemente tácitas e, por outro, a permissividade absoluta da atual legislação para acordos paradoxalmente explícitos, porém velados que definem os arranjos e alianças políticas no Brasil contemporâneo sem correspondência mínima com alinhamento ideológico, agendas públicas e programáticas. É jogo jogado na atual república com consciência e extrema tolerância dos representantes das empresas privadas e públicas, dos partidos políticos, dos eleitores cidadãos, do Ministério Público e da Justiça! Pergunta-se, qual a fonte que irriga esses canais? Qual o valor de um mandato de vereador, prefeito, deputado, senador, governador e de Presidente da República? Tem pessoas que conseguem fazer essa contabilidade!

    Editorial: Honduras, Paraguai e Brasil: Como reagir aos golpes do século XXI?



     



     


    No editorial do dia ontem, mostrava nossa surpresa com a grande repercussão alcançada pelo pedido de prorrogação da apresentação da defesa da presidente Dilma Rousseff, na Comissão do Impeachment instaurada no Senado Federal. O fato alcançou enorme repercussão nas redes sociais, provocando a nossa inquietação. Afinal, tratava-se apenas de uma tramitação burocrática que tornou-se inviável de ser entregue no prazo previsto, em função da ausência de informação por parte da defesa. Mas, pensando um pouco melhor, talvez faça sentido essa repercussão. Afinal, os processos que envolvem os golpes midiático-jurídico-parlamentar, em essência, apresentam clamorosas falhas ou aberrações jurídicas, tanto no que concerne à peça acusatória quanto ao direito de defesa dos réus. Agora se explica a celeuma criada em torno do assunto. Afinal, esses momentos também são caracterizados por uma grande insegurança jurídica.

    No caso do Paraguai, por exemplo, foram abertos 24 processos de impeachment com o propósito de afastar Fernando Lugo da presidência daquele país. No último deles, Lugo foi cassado em 36 horas, sem direito de defesa, acusado de responsável pelo massacre de 11 sem-terra, em confronto com policiais. Os fatos que envolveram esse conflito entre sem-terra e policiais ainda eram controversos, as investigações ainda estavam em andamento e, sequer, poderia ser apontada a responsabilidade de quem quer que seja, muito menos a Lugo, que construiu sua carreira política com fortes ligações aos movimentos sociais. Já haviam imputadas outras acusações grotescas contra Lugo, com o propósito claro de desmoralizar sua figura pública e encontrar os mecanismos pelos quais ele pudesse ser afastado do poder. 

    Uma das características desse tipo de golpe é que sua força motriz são as motivações políticas. O jurídico entra aqui como uma coisa "arranjada", "plantada", "inventada". No caso da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, a ausência de interrupção do processo de impeachment, quando ficou configurado, através do parecer do procurador do Ministério Público Federal, atestando que não ficava caracterizado nenhum crime de responsabilidade cometido pela presidente afastada, configura uma frase dita por um correspondente estrangeiro no Brasil, ao cair sua ficha sobre o que estava ocorrendo no país: É golpe! o propósito é uma destituição arbitrária.

    Pouca coisa pode ser feita diante dessas circunstâncias. Manuel Zelaya, ex-presidente de Honduras, foi retirado de sua residência e levado para um exílio forçado na Costa Rica. Documentos vazados da Embaixada Americana no Paraguai dão conta de que a queda de Lugo estava sendo orquestrada desde que ele tomou posse como presidente. Quando houve o golpe em Honduras, ele foi advertido de que seria o próximo do pelotão golpista armado pelos atores políticos de sempre: oligarquias rurais e industriais, mídia hegemônica e monopolista, setores do poder legislativo e judiciário, aliados aos interesses comerciais estadunidenses no continente. Ouvido a esse respeito, Lugo teria dito: "Hoje, depois do que ocorreu no Paraguai, creio que qualquer país deve ficar atento. Quando houve o golpe em Honduras, nos disseram que o próximo seria o Paraguai. A direita internacional não em limites".

    Quando retomamos aqui, nesse encontro cotidiano com os leitores do blog, a discussão sobre o golpe que está em curso no Brasil, e que já ocorreu em Honduras e no Paraguai, nossa preocupação maior seria a arregimentação de forças que possam se contrapor a essas investidas, assim como observar os caminhos a serem trilhados para a retomada da normalidade democrática nesses países. Em Honduras, a situação política e econômica até piorou depois do golpe que destitui Zelaya do poder. No Paraguai, por não ter cumprido todo o seu mandato - o que poderia permitir que ele ocupasse uma vaga de senador, como prevê a constituição daquele país - Lugo ficou praticamente afastado da vida pública. No entanto, segundo ele mesmo, aglutina hoje em torno do seu nome um conjunto de forças sociais e políticas que lhes facultam tentar retomar o poder em eleições livres. 

    No Brasil, o projeto parece ser mesmo inviabilizar o Partido dos Trabalhadores de qualquer perspectiva de poder. Na medida em que cumprem um rito para afastar Dilma Rousseff, em definitivo, da Presidência das República, eles investem pesado para destruir a imagem pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tentando inviabilizá-lo politicamente. Não vemos aqui como discordar do professor emérito de filosofia da USP, Gabriel Cohn, que já nos advertiu sobre este propósito dos golpistas. Apesar do sugestivo título do editorial, na verdade, não há muito o que se possa fazer contra essas forças, sobretudo se considerarmos seus métodos sórdidos. No Brasil, instituições do parlamento e do judiciário foram cooptadas pela engrenagem, praticamente inviabilizando alguma reação institucional. As reações da rua contra o impeachment ainda não mostraram força suficiente para uma resposta no escopo das instituições da democracia. O pós-golpe em Honduras e Paraguai, por sua vez, nos deixam o alerta de que não é tão simples assim a retomada da normalidade democrática. 

    quarta-feira, 27 de julho de 2016

    Editorial: A repercussão do pedido de prorrogação do prazo de entrega da defesa de Dilma Rousseff.




    Atentado terrorista na Somália, com saldo de 13 mortos, cometido por grupos radicais. Confirmação da condenação do ex-deputado José Genoíno, que deverá cumprir pena em regime semiaberto. Pedido de prorrogação de prazo, pelos advogados da presidente afastada Dilma Rousseff, para a entrega de sua defesa na Comissão do Impeachment no Senado Federal. Eis alguns dos assuntos mais discutidos no dia de hoje. Nos chama a atenção, entretanto, esse pedido de prorrogação da entrega da defesa da presidente Dilma Rousseff ter repercutido tanto, quando se trata, tão somente, de um processo burocrático, decorrente da dificuldade de acesso às informações por parte dos seus advogados. Simples assim, talvez não justificando-se a ampla repercussão que o fato alcançou nas redes sociais, o que se explica, provavelmente por outras motivações. 

    Até recentemente, a rede Facebook retirou várias páginas de direita que eram hospedadas ali. Os "coxinhas" fazem um barulho danado e estão sempre ávidos por encontrar qualquer motivação que seja para extravasarem sua ira antipetista. Noutros tempos, o PT já foi melhor por aqui. Hoje, o que nos parece é que a direita afiou as garras e, em alguns momentos, vem ganhando essa guerra. Custoso admitir isso, mas é verdade. Já disse isso aqui, mas não custa repetir, outro dia fomos atacados por uma página de direita, pela publicação de um post sobre o Deputado Federal Jair Bolsanaro, apenas tratando dos processos que correm contra ele na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados e no STF. Há uma grande foto dos integrantes do grupo, tirada durante uma manifestação. Fiquei espantado com o número de jovens, inclusive mulheres. Penso não ser preciso dizer mais alguma coisa. 

    Há muitas especulações acerca de como deverão se comportar os senadores nesta segunda votação. Todos os dias surgem notícias a esse respeito, dando conta de que Romário estaria arrependido de ter votado a favor do afastamento da presidente; que Cristovam Buarque poderia mudar o seu voto; que Lula estaria conversando com alguns senadores na tentativa de fazê-los mudarem de voto etc. Especulações sobre este assunto em particular é o que não faltam. Embora os atores políticos do campo conservador já vejam a situação como um fato consumado - e tratem o afastamento da presidente Dilma Rousseff como favas contadas, conforme observou o cientista político Michel Zaidan - o fato é que o caráter de provisoriedade e ilegitimidade deverão acompanhar o Governo Temer pelos próximos anos. Algo nos diz que eles não vão se afirmar.

    Seu índice de rejeição é alto entre a população, na mesma proporção em que crescem as expectativas em torno de eleições presidenciais antes mesmo de 2018. Como o que ocorreu foi um golpe, eles irão fazer o possível para não entregarem o poder. Reservo até dúvidas quanto ao andamento normal das eleições regulares no país, a despeito do senhor Michel Temer ter declarado recentemente, em entrevista ao Le Monde, que o Brasil vive uma democracia consolidada. Pelo visto, o golpe parlamentar deve ter contribuído para consolidá-la ainda mais. Quando lhe convém, como nesta entrevista, ele até elogia - e pega carona - nos avanços sociais conquistados pelo Brasil no combate às desigualdades sociais.

    Um bom exercício aqui - o qual já estamos fazendo - é o observar como as instituições da democracia se comportaram logo após a execução de um golpe parlamentar. Honduras e Paraguai se colocam aqui como casos emblemáticos. A Turquia não serve como exemplo porque, o que se sucedeu à tentativa de golpe militar frustrado acabou por contingenciar o regime a um "fechamento", com adoção de medidas excepcionais e expurgos em massa de opositores, entre militares, juízes, reitores, jornalistas, professores, entre outros. Estima-se que mais de 50 mil pessoas até o momento tenham sido vítimas dos expurgos. Há, ainda, muita coisa a ser esclarecida sobre aquele golpe, até mesmo as circunstâncias do seu aborto. Mas, Honduras e Paraguai podem nos trazer informações importantes sobre o comportamento dos conspiradores no momento, digamos assim, do pós-golpe. 

    No Brasil, uma das estratégias em plena execução é o "isolamento" daqueles atores políticos que poderiam representar alguma complicação nas próximas eleições presidenciais. Como disse o filósofo Gabriel Cohn, Dilma Rousseff foi apenas uma etapa do processo.Foi afastada para limpar o meio de campo. O que está em jogo é a destruição da figura pública de Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre isso, os operadores estão trabalhando incansavelmente, numa verdadeira cruzada contra o ex-presidente, fustigado por todos os lados pelo aparato judicial e midiático. Um massacre sem precedentes.
     

    Charge!Aroeira via Facebook

    O xadrez político das eleições municipais de 2016, no Recife: Num único lance, Armando Monteiro, mexe nos dois tabuleiros dos adversários socialistas.


    José Luiz Gomes


    Segundo colégio eleitoral do Estado, Jaboatão tornou-se o palco de disputas políticas renhidas, sobretudo quando se está em jogo os projetos majoritários dos atores políticos. Até recentemente, por ocasião da construção de um nome de consenso da aliança entre socialistas (PSB) e tucanos(PSDB), o processo envolveu amplas negociações entre as duas legendas, até a definição do nome de Heraldo Selva(PSB) como cabeça de chapa, e Conceição Nascimento(PSDB) como vice. Pelo que se seguiu, na realidade, foi um "consenso" ainda não muito bem digerido por algumas lideranças tucanas. 

    Segundo algumas informações de bastidores, as negociações envolveriam uma possível indicação do nome de Elias Gomes(PSDB) para disputar uma das vagas ao Senado Federal, nas eleições de 2018, na chapa constituída entre tucanos e socialistas, caso a aliança seja mantida. Mesmo assim, seja qual for o resultado do pleito, perder a hegemonia política daquele ninho emplumado não foi um bom negócio, na avaliação dos grãos-tucanos aqui da província, sobretudo por se tratar Jaboatão como um colégio eleitoral estratégico nos projetos nacionais da legenda. 

    Uma outra fonte de discórdia foi a divulgação de uma foto onde aparece o candidato do PR, Anderson Ferreira, e o governador do Estado, Paulo Câmara, sugerindo um suposto apoio do chefe do Executivo Estadual ao candidato. Logo em seguida, por pressão dos correligionários da candidatura de Heraldo Selva(PSB), Paulo Câmara tratou de reafirmar seu apoio ao nome do candidato socialista, enfatizando que o Palácio do Campo das Princesas só tem uma candidatura naquela praça. Fica aqui o registro de que o deputado Anderson Ferreira fez todas as gestões possíveis para obter o apoio do Campo das Princesas à sua candidatura. Em vão.

    Agora foi a vez do tabuleiro do adversário se mexer, através de uma jogada muito bem ensaiada pelo senador Armando Monteiro, do PTB, possivelmente de olho em sua candidatura ao governo do Estado nas eleições de 2018, para a qual ele já anda pavimentando a estrada, inclusive em redutos do interior, onde tem visitado as bases. O PTB de Armando Monteiro engaja-se na candidatura de Anderson Ferreira(PR), em Jaboatão, criando alguns embaraços para o PR, que é um partido da base de sustentação tanto de Paulo Câmara quanto de Geraldo Júlio, no Recife. Com o apoio à candidatura da legenda  em Jaboatão, Armando,em tese, poderá, numa única jogada, também interferir na base de apoio ao projeto de reeleição de Geraldo Júlio(PSB), no Recife. 

    A questão agora é saber se o PR, depois deste lance do senador Armando Monteiro continuará na base de sustentação de Paulo Câmara e Geraldo Júlio, onde, segundo se sabe, ocupa espaço na máquina. Haveria, de imediato, algum tipo de retaliação? O PR entregaria os cargos e passaria a compor com o grupo político que apoia o nome do João Paulo(PT) à Prefeitura da Cidade do Recife? Como o fato é ainda muito recente, as coxias políticas devem estar fervilhando de negociações entre os atores políticos do PR e do PSB.No xadrez, pode-se dizer que o senador Armando Monteiro fez uma jogada de roque, mexeu com duas pedras, num único movimento,ao mesmo tempo - jogada única no xadrez - para proteger o rei em 2018.    

    segunda-feira, 25 de julho de 2016

    Editorial: Suplicy é detido durante protestos de reintegração de posse. Um político fora da curva.





    Não haveria como deixar de comentar por aqui o editorial do jornal O Globo, deste último domingo, praticamente recomendando ao governo interino do senhor Michel Temer a privatização do ensino público superior, cumprindo uma tendência que se esboça desde o início deste governo,  seja na fala das autoridades públicas ou até mesmo em atos concretos que estão em plena materialização, como os cortes de bolsas nos programas de pós-graduação, propostas de reestruturação da carreira docente, entre outros. Um dado que deve ser atentamente observado é a crescente ocupação de espaços estratégicos no MEC por atores vinculados organicamente ao ensino superior privado. Uma tendência, portanto, que o jornal dos Marinhos apenas reforça ideologicamente. 

    Mas, dando uma circulado pelas redes sociais, a partir de um compartilhamento de um amigo da rede Facebook, eis que me deparo com um artigo escrito pelo professor Gustavo Castañon, que ensina Filosofia e Psicologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Neste artigo, parágrafo por parágrafo, o professor desmascara toda a falácia embutida na construção discursiva dos editores do jornal. Depois de autorizado, publicamos o artigo aqui no blog e deixamos o link abaixo para os nossos leitores. Percebo que, aos poucos, o torniquete autoritário vai se fechando, instigando-nos a ampliar as formas de resistência contra o arbítrio. No Paraná, há um caso de uma professora afastada de sala de aula por abordar o filósofo Karl Marx em suas aulas. Eis aqui um caso emblemático, que vem na esteira do projeto da "Escola Sem Partido", um tema recorrente em nossas discussões. É o tal do "endurecimento" do exercício do poder político, do qual falava o filósofo romeno Zizek. 

    Acabo de publicar aqui pelo blog um vídeo sobre a prisão do ex-senador  e Secretário de Direitos Humanos de São Paulo,Eduardo Suplicy, durante uma reintegração de posse ocorrida nesta manhã, em São Paulo. O trágico disso, conforme observa o jornalista Nogueira, do DCM, é que um país que prende Suplicy e mantém Cunha fora da cadeia dispensa adjetivos. O caso é ainda muito recente. A própria assessoria do ex-senador, pelas redes sociais, demonstra prudência ao comentar sobre o assunto, certamente, aguardando posicionamentos mais oficiais sobre o mesmo. A prisão do ex-senador está alcançando uma enorme repercussão pelas redes sociais. Somente no microblog Twitter, o assunto está próximo a atingir o topo do tranding nacional.  

    Enquanto isso, sua ex-esposa Marta Suplicy(PMDB), que já perdeu completamente o tino ideológico, candidata à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições municipais, anda sendo acusada de propaganda antecipada pela internet, cujo responsável é um dos principais críticos de Lula, o Xico Graziano. Os petistas estão criticando bastante este fato, mas não vejo motivos para isso. Afinal, depois da guinada política da senhora Marta Suplicy, esperar mais o que? Quem, de fato, continua a merecer o respeito, a admiração e o carinho da sociedade brasileira é o ex-senador, um homem coerente e leal, um político que é um ponto fora da curva, de uma conduta pública ilibada. 

    Salvo algum engano, "coxinhas" e "mortadelas" estão empanturrando as redes sociais com convocações de mobilizações tanto a favor ou contra o governo interino do senhor Michel Temer. Ambas devem convergir para o finalzinho do mês de julho, o que, certamente, deve estar provocando alguma confusão. Mas, como preferimos a mortadela, informo que a nossa ocorre, de fato, no dia31, em todo o Brasil. No final, deixo aqui para vocês, como reflexão, um twitter bastante interessante, extraído na manhã de hoje, logo após o anúncio da prisão do ex-senador Eduardo Suplicy: O fato de gente acima de 70 anos, como Suplicy e Erundina, terem ânimos mais que a gente para encarar a batalha política, diz muito sobre nós. 


    Eduardo Suplicy é preso em protesto contra reintegração de posse

    Charge! Aroeira via Facebook