segunda-feira, 13 de março de 2023
sábado, 11 de março de 2023
Editorial: O futuro do bolsonarismo
Não deixa de ser interessante ver um jornal do porte da Folha de São Paulo discutindo o futuro do bolsonarismo. A Folha é um grande jornal e tal premissa é verdadeira, mesmo entre aqueles que discordam de sua linha editorial. Mesmo diante de severas críticas, o Instituto DataFolha, continuou sendo o parâmetro mais importante para se acompanhar o desempenho dos candidatos nestas últimas eleições presidenciais. Existe uma independência entre ambos, mas as comparações são inevitáveis, uma vez que o instituto é uma espécie de cria do jornal da família Frias.
A Folha está anunciando uma série de reportagens sobre o futuro do bolsonarismo, serão abordados vários aspectos, ouvindo especialistas, e, até mais importante, pedindo a opinião dos leitores no sentido de ajudar na definição das pautas. São interessantíssimos esses movimentos da política. Hoje, muito mais do que o Governo do PT, quem está falando num processo de "desbolsonarização" são hostes das mais fidedignas ao ex-presidente, como uma liderança do partido Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, que afirmou recentemente que ele não é líder de oposição coisa nenhuma, uma vez que vive enfurnado nos Estados Unidos.
Vamos afirmar algo por aqui que pode até causar arrepios nas hostes de perfil progressista, republicana e democrática. Não é bem o que pretendíamos, mas o futuro do bolsonarismo é perene. Até recentmente, o diabo em pessoa esteve num encontro dos conservafores nos Estados Unidos. O Bolsonarismo tem um terreno fértil no país. Somos uma sociedade, tradicionalmente, desigual, racista e autoritária. Possuímos algumas estufas onde o bolsonarimso encontra os elementos fundamentais para crescer.
Nos aproximamos muito das teses do sociólogo português, Boaventura de Souza Santos, quando afirma que o país tornou-se um laboratório de experimentos políticos da extrema-dirieta no mundo. O Brasil possui uma "estufa" fascista que alimenta o bolsonarismo. O deputado federal Nikolas Ferreira, depois daquelas aberrações transfóbicas pronunciadas no plenário da Câmara Federal, ganhou 43 mil seguidores numa de suas redes sociais. Todo o cuidado é pouco com o bolsonarismo. O país não pode se dar ao luxo de mais um sono político que produziu o monstro.
Editorial: Olha a picanha aí, gente.
Com os programas socais de distribuição de renda como Bolsa Família restaurado e moralizado e uma possível queda do preço da carne verde nos açougues, com dados atestados por organismos insuspeitos, que observam que tais preços nunca diminuíram tanto nos últimos 15 meses, as famílias de baixa renda já podem programar a volta dos churrascos de finais de semana, com os amigos, na laje, sempre com vistas deslumbrantes. Por teimosia, mesmo morando em áreas de risco, os pobres impõem o seu "direito à paisagem". Parece brincdeira, mais essa questão é coisa muia séria, principalmente entre os geógrafos mais progressistas.
Aqui no Recife já deu até processo contra pesquisador, quando da construção esquizofrênica daquelas duas torres gêmeas no cais do Recife, no meio do nada, junto a um entorno sensivelmente degradado. Qume parece ter gostado da ideia são chineses muambeiros, que comercializam seus produtos no vuco vuco. Mas, o que interessa neste momento não é o cais do Recife, tão bem retratado, em outras épocas, nos livros do escritor paraibano José Lins do Rego, mas a tal picanha que voltaria à mesa dos mais pobres, conforme prometera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por alguma razão que desconhecemos, o tal corte tornou-se a carne que mais diminuiu de preço.
Efeito psicológico? Possivelmente não. Numa dessas entregas de Casa do Projeto Minha Casa Minha Vida, o presidente brincou, afirmando a um dos assessores que seria necessário construir churrasqueiras nesses conjuntos habitacionais. Já se sabia que, independentemente das dificuldades e dos obstáculos, Lula sempre arranjaria um jeito de puxar a brasa para a sardinha dos menos favorecidos. Entre outros motivos, foi por isso que nós o elegemos. Faria apenas uma ponderação: Está pegando muito mal para o governo essa cruzada para evitar a instauração de uma CPMI sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, através de retirada de assinaturas, sob a oferta de cargos e liberação de emendas parlamentares. Já assistimos este filme antes e sabemos onde ele vai dá.
sexta-feira, 10 de março de 2023
Editorial: Governo Lula aumenta os valores da merenda escolar.
quinta-feira, 9 de março de 2023
Editorial: A sociedade brasileira repudia a fala transfóbica de Nikolas Ferreira
O Brasil é um dos países mais perigosos para um homossexual viver, de acordo com um levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia. Na região Nordeste é onde esse preconceito é ainda mais arraigado, mas, no geral, ele está presente em todos os recantos, muito em razão de nosso processo de formação. Tivemos avanços significativos no que concerne ao reconhecimento dos direitos e de, eventualmente, convivência e tolerância com essa questão nos Governos da Coalizão Petista, mas logo o obscurantismo voltou, na esteira de um movimento político de caráter conservador, autoritário e misógino, a partir do golpe institucional de 2016.
A partir de então, os problemas para esse grupo social apenas se agravaram. Praticamente todos os dias são cometidos crimes por preconceito sexual no país, ou seja, o indivíduo morre por sua opção sexual. Numa quadra como esta, a responsabilidade da fala assume uma dimensão gigantesta, seja ela proferida por uma professora ou por um professor numa escolinha de um bairro da periferia, seja ela proferida por um parlamentar, em cadeia nacional, no dia em que se comemorava o Dia Internacional das Mulheres.
Infelizmente, a roda do país ainda gira numa espiral autoritária e fascistas fomentada nos últimos anos, onde precisamos repudiar esses atos todos os dias. Ontem foi a vez do Deputado Federal Nikolas Ferreira, eleito pelo Estado de Minas Gerais, um bolsonarista raiz, assumir a Tribuna da Câmara dos Deputados para proferir um discurso profundamente infeliz, cometendo preconceito contra as mulheres transfóbicas. Este é o tipo de atitude que irá contingeciar as autoridades públicas a tomarem alguma providência em torno do assunto, em função de sua grave repercussão. Trata-se de um crime que, possivelmente, não ficará impune. O próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, fez um pronunciamento duro em torno do assunto, o que não seria assim tão comum quando se trata de bolsonaristas envolvidos. Como se diz aqui no Nordeste, que seje!
O deputado Nikolas Ferreira ja andou sendo acusado de eventual apoio às mobilizações à trupe de irresponsáveis que cometerem crimes contra as instituições democráticas do país, o que se levou a pensar sobre a conveniência ou não de ele assumir o cargo. Superada essa fase, não satisfeito, ontem ele cometeu mais essa sandice imperdoável, que deve lhe custar muito caro, pois a Deputadas Tabata Amaral e o Deputado Guilherme Boulos, estão formalizando as denúncias juntos órgãos competentes para examinar e tramitar os processos devidos. Boulos, depois de um discurso de repúdio contundente, vai acionar o próprio STF.
quarta-feira, 8 de março de 2023
Editorial: As advertências de Lyra sobre as bases frágeis de Lula
Nos escaninhos da política comenta-se que um dos fatores que mais pesaram na decisão de Lula em manter no cargo o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foram as ponderações, incluive de aliados, acerca de sua fragilidade política no parlamento. Mesmo não sendo um nome de indicação orgânica do Uniao Brasil, as contingências da indisposição da legenda com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, levaram suas lideranças a assumir a defesa do senador no cargo. Já se sabia que a situação era complicada, mas, à medida que o tempo passa, torna-se ainda mais difícil gerenciar tantos interesses hostis ao Governo, capitanedos por uma base conservadora por natureza e bolsonarista por oportunismo.
Apesar dos nomes de petistas experientes para fazer este meio de campo político,tanto na Câmara dos Deutados quanto no Senado Federal, o PT enfrenta dificuldades até mesmo para assegurar a aprovação de projetos de miudezas, como sugere o presidente da Casa Arthur Lyra. A recomendação de Lula é de artitular, articular e articular, mas, mesmo assim, a quandra parece um pouco turva, com uma engrenagem que não anda, reclamando de um um whitelube político. Pelo lado da oposição, as coisas caminham bem, como, por exemplo, no tocante às iniciativas no sentido de angariar o número de assinaturas necessárias para criar uma CPI para apurar os atos antidemocráticos de 08 de janeiro. Além dos embaraços naturais para um governo que tenta engatar a terceira marcha, ainda se sugere que a oposição pretende pegar um peixe graúdo do atual governo, que, em tese, fora avisado com a devida antecedência sobre aqueles episódios.
Tanto interesse da oposição, naturalmente, teria como objetivo prejudicar o Governo Lula. Vamos ver como o petista consegue se sobressair dessa encruzilhada política, armada pelos abrutes, insatisfeitos com a retomada do processo democrático, civilizatório e republicano. São os urubus voando de costa, dipostos a tudo para reaver os nacos do poder que permitiram tantas safadezas e desmandos, que vão desde as próteses penianas ao rolo das joias das arábias.
Editorial: Trabalho análogo à escravidão
terça-feira, 7 de março de 2023
Editorial: O PT deve caminhar com Boulos para a Prefeitura da Cidade de São Paulo, em 2024
De acordo com o Ministro das Relações Instituciinais, Alexandre Padilha, Lula deve mesmo apoiar o nome do Deputado Federal Guilherme Boulos, do PSOL, para a Prefeitura da Cidade de São Paulo, nas eleições municipais de 2024. A repercussão desta notícia tem uma razão de ser. Afinal, não é todo dia que podemos observar o PT abdicar de sua condição de protagonista no campo das esquerdas no país. Unidade sim, desde que vocês nos apóem. O contrário é diversionismo, é tentar fazer o jogo da direita. Nem precisamos mencionar por aqui os casos mais emblemáticos, mas é importante lembrar o caso de Ciro Gomes, do PDT, quando Lula estava preso e não poderia disputar eleições presidenciais daquele ano.
A eleição de São Paulo será mais um duelo renhido a ser travado entre as forças do campo progressista e as forças do campo do atraso, do retrocesso político e civilizatório. Ali deverá ser travada, nas eleições de 2024, o primeiro round de um embate que tende a se reproduzir nas eleições presidenciais de 2026. Antes, quando da hegemonia política dos tucanos, aquele reduto político era conhecido como tucanistão. Pelo andar da carruagem, os jornalistas precisam encontrar um termo que dê conta da atual condição dequela praça, que está se transformando numa trincheira do bolsonarismo.
Os petistas não têm dúvidas de que o atual governador Tarcísio de Freitas, deverá disputar as próximas eleições presidenciais pelo campo das forças conservadoras, vale dizer, bolsonaristas. Segundo analistas, o cálculo político de Lula deixar seu feriado de carnaval na Bahia para acompanhar os trágicos acontecimentos das enchentes de São Gonçalo, teria este elemento em jogo. Antes que os petistas raízes nos trucidem, informamos que Lula tem a dimensão exata das responsabilidades do cargo que ocupa e é uma pessoal solidária e sensível ao sofrimento alheio. É um fato que tais fatores também pesaram em sua decisão.
Editorial: Lula decide manter Juscelino Filho e Ciro Gomes vem aí.
Ciro Gomes já avisou que a sua trégua ou tolerância termina em abril. Depois disso, irá se pronunciar sobre o governo do petista. Na realidade, não deve ter sido as explicações de Juscelino que pesaram para mantê-lo no cargo. O cálculo de Lula deve ter sido outro. Principalmente os fatores que estavam em jogo nesta decisão, como a sua já conturbada relação com o União Brasil. Um lado bom quando esses escândalos estouram é que surgem fatos que, por vezes, não tem nem uma relação tão orgânica com os escândalos.
A atuação de Juscelino Filho, como parlamentar, também foi bastante questionada pelas redes socais, no dia de ontem. São três mandatos e poucos projetos, exceto um deles instituindo o dia do cavalo. Se, por um lado, Juscelino não teria muito a contribuir com o Governo Lula, por outro lado, Ciro pode contribuir, e muito, independentemente do fato de encontrar-se na oposição. Ciro é um cara sério, íntegro e preparado. Uma pena que os descaminhos da política tenha colocado o cearense em campo praticamente oposto ao do PT.
Não se sabe, ainda, como o PDT irá gerenciar essa questão, uma vez que o partido integra a base aliada do governo Lula, ocupando, inclusive, uma pasta ministerial. Ciro, por seu turno, nunca respeitou muito essas formalidades. O terceiro Governo Lula começa com uma tempestade de acertos, retomando políticas públicas importantes, cuidando das pessoas, do meio-ambiente, reestabeleendo o lugar do país no contexto da política internacional. Por outro lado, tem pecado em miudezas, como uma decisão equivocada sobre a manutenção no governo de um ministro que cometeu alguns equívocos.
segunda-feira, 6 de março de 2023
Editorial: No encontro de hoje, Lula define o destino do ministro Juscelino Filho
Hoje, 06\03, um grande jornal paulista aponta indícios sobre a eventual contratação de um sócio do seu haras como servidor fantasma. Exitem muitos problemas, o rolo é grande, mas, se tivéssemos que apontar a gota d'água que deverá levar Lula a pedir sua saída do cargo, diríamos que a recontratação absurda de bolsonaristas afastados podem definir o seu destino. Pelo menos dez ex-bolsonaristas foram recontratados na estrutura do Ministério das Comunicações, alguns deles simplesmente voltando às funções que ocupavam no ancien regime.
Este é um assunto sobre o qual temos discutido por aqui com um certa frequência, portanto, vamos poupar nossos diletos leitores de mais uma discussão. Um dos editoriais do Estadão aponta a absoluta falta de noção do ex-presidente em relação à fronteira do que seja interesse privado e do que seja responsabilidade com a res publica. Espírito público é algo que não consta do dicionário do ex-presidente. Os desmandos na ocupação do cargo são tão escabrosos, que, certamente, permitiram este clima de licensiosidade reinante. O uso indevido do cartão corporativo é um desses exemplos mais emblemáticos.
Há alas do partido sensivelmente preocupadas com as repercussões negativas dos episódios envolvendo Juscelino Filho e, a rigor, já entregaram sua cabeça de bandeja ao presidente Lula. Lula não resiste, mas ganha tempo, uma vez que a manobra envolve alguns lances complicados no tabuleiro político. Sua relação com o União Brasil, partido que indicou o ministro, por exemplo, não é das melhores. Alguns indicados, sequer, representam a vontade dos caciques da legenda, a exemplo de ACM Neto, que tinha no colete um correligionário baiano, recusado por petistas da terra de Jorge Amado; Lula estabelece com Luciano Bivar, Presidente Nacional da Legenda, um canal de comunicação privilegiado, o que significa, igualmente, uma penca de nomes para ocupar cargos no governo; Por último, mas não menos importante, há rumores que de que Lula possa entregar o Ministério das Comuniações ao PSD, de Gilberto Kassab. Observando esses bastidores de camarote, mas não menos preocupado com o seu desfecho, o Ministro da Justiça, Flávio Dino. Juscelino Filho tem base política no seu Estado, o Maranhão. Nem precisamos entrar nos detalhes.
domingo, 5 de março de 2023
Editorial: Um escândalo na largada de Michelle Bolsonaro.
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro(PL), já havia acertado todos os detalhes da largada de sua carreira política junto à direção do PL. Assume o comando do PL\Mulher e vai receber um salário do partido para cobrir os custos dessa empreitada, com o propósito de projetar o seu nome para as eleições de 2026. Não se sabe ainda qual o cargo que ela objetiva disputar, mas os sonhos são altos. Michelle tem recebido todo o apoio do presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto. Parece não haver um consenso, porém, dentro da própria família Bolsonaro em torno do assunto. Neste último encontro de conservadores nos Estado Unidos, com a presença do ex-presidente Donald Trump, em seu discurso, Jair Bolsonaro aventou a possibilidade de voltar a disputar a Presidência da República nas eleições de 2026.
É sempre bom começar um projeto novo com grande entusiasmo e, de fato, a ex-primeira-dama, pelo andar da carruagem política, parecia mesmo muito entusiasmada com a proposta. Agora surge este nebuloso caso das joias doadas pelos sheiks da Arábia Saudita, um enredo das arábias, envolveldo a Presidênfia da República do (des)governo anterior; vários minitérios; negociações de estatais abaixo do preço de mercado; avaliações realizadas pelo Banco do Posto Ypiranga; mulas com status de militares de alta patente; apreensão da muamba pela Receita Federal; Sucessivas tentativas de carteiradas para a liberação, cujo o objetivo não seria tranformar os bens em acervo público; resistência de abnegados servidores efetivos da Receita Federal em não permitir que a lei fosse burlada; um enredo que faria inveja aos melhores roteiristas de Hollyhood.
O nosso jornalista com o "faro" mais apurado, o Luis Nassif, já andou sugerindo que o beneficiário, na realidade, não seria Michelle, mas o próprio militar, transformado em mula. Bem aqui para nós. Como foi possível isso? militares brasileiros de carreira, de alta patente,transformados em "mulas", uma vez que este não seria o primeiro caso. Os militares brasileiro, por iniciativa própria, deveriam se imiscuirem completamente desse envolvimento político, voltando a cumprir, estritamente, seus deveres constitucionais, que seria o de defender as nossas instituições democráticas. Essa aproximação política foi completamente tóxica.
Em relação a essa aproximação dos militares com a política, aqui se aplica uma máxima, atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros: Intimidades geram filhos e aborrecimentos. Isso vale para qualquer perfil de governo, seja de corte autoritário, seja de corte democrático e republicano. Quanto à primeira-dama, não sei se poderíamos dizer que ela queimou a largada, mas, de certo que não fica nada bem iniciar uma carreira política tendo que administrar um escândalo das arábias.
sábado, 4 de março de 2023
Editorial: Uma muamba das arábias

Quando a gente pensa que já viu de tudo sobre o Governo Bolsonaro, eis que surge o caso das muambas das arábias, algo que está alcançando ampla repercussão pelas redes sociais. Nunca vi algo com tantas pontas desamarradas, a começar pelos valores pagos pelos Emirados Árabes ao arrematar o leilão da refinaria de Landulpho Alves, na Bahia, segundo analistas, por um preço bem abaixo do mercado, gerando um grande prejuízo para os cofres públicos. A refinaria, trocando em miúdos, foi vendida pela metade do preço. A diferença é pequena, algo em torno dos 11 bilhões de reais apenas. Nem culpo o Governo Bolsonaro por este problema, uma vez que, tal procedimento tem sido recorrente no que concerce ao processo de privatização do patrimônio nacional.
A Companhia Vale do Rio Doce, também foi arrematada por um valor bem abaixo do seu valor de mercado calculado, fato ocorrido no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Só quem se beneficia com esse processo é a iniciativa privada e, naturalmente, agentes públicos que, eventualmente, agem de má-fé. O Governo Lula já teria pedido uma reavaliação do processo de privatização da Eletrobras por encontrar uma série de problemas, a começar pelos aumentos abusivos dos proventos de sua diretoria e do seu conselho de administração.
No passado, ainda se apregoava uma melhoria na qualidade dos serviços prestados o que, hoje, com os maus exemplos observados, constitui-se numa outra falácia. Citamos o exemplo do Aeroporto Internacional dos Guararapes, aqui no Recife, onde os preços praticados pelos estabelecimentos comerciais se tornaram abusivos; os banheiros já não conservam o mesmo padrão de higienização; o ar-condicionado foi reduzido. Na oportunidde, uma internauta chamou a nossa atenção para o metrô de Belo Horizinte, segundo as suas palavras, "dado" à iniciativa privada, acarretando inúmeros problemas paras os usuários.
Mas, voltemos às muambas. Por uma questão de "diplomacia", diagmos assim, os Árabes teriam presenteados os membros da comissão com relógios caríssimos - valores em torno de R$200.000,00 - e, supostamente presenteado, igualmente, a primeira dama, Michelle Bolsonaro, com joias cujo valor chegam aos 16 milhões de reais. É aqui que a porca começa a torcer o rabo, pois, ao invés de declarar as joias, pagar os impostos devidos e transformar a doação em bens pertencentes ao Governo Brasileiro, o presidente teria tentado passar na alfândega sem cumprir tais formalidades, delegando a um militar de sua comitiva a tarefa de trazê-las ao Brasil.
Funcionários da Receita Federal impediram que tal processo se concretizasse, apreendendo a mercadoria. Taria havido, por parte do Governo Bolsonaro, utilizando-se de todos os expedientes possíveis, quatro tentativas de reaver essas jóias, inclusive uma delas há poucas dias do encerramento do seu mandato. Chegamos até a fazer os elogios merecidos aos funcionários públicos efetivos, do quadro e concursados da Receita, que fizeram cumprir a lei e impediram a famosa carteirada de seus superiores e outros órgãos do governo. Existe, em tais processos, suspeitas sobre eventuais atitudes não condizentes de agentes públicos, o que será devidamente esclarecido pela Polícia Federal, que já foi acionada pelo Ministério da Justiça.
Editorial: O complicado caso de "desbolsonarização" do Governo Lula
Até entendemos quando o ex-executivo da Coca-Cola para a América Latina, Vicente Fox, assumiu o Governo do México, quebrando uma hegemonia de mais de sete décadas de poder do Partido Institucionalista Republicano - o PRI - com seu republicanismo apenas no nome, registre-se -, tenha encontrado inúmeras deficuldades para tocar a máquina sem o apoio de agentes desse partido, enraizados na burocracia estatal durante mais de setenta anos, pois faltaria o azeite necessária para fazer a engrenagem funcionar. Com sua expertise na iniciativa privada, Vicente Fox deve ter percebido este fato muito claramente, observando que não havia outro jeito. Era isso ou a máquina parava.
Aqui no Brasil, num país de cultura patrimonialista e clientelística, o quadro é ainda mais caótico. Se não tomar alguns cuidados rigorosos, o PT começa a entrar numa espiral enrascada, com um forte risco de desgate de imagem; compromentimentos de suas políticas públicas e prejuízo para o perfil de republicanismo que pretende imprimir na gestão dos negócios públicos, aposta que a população brasileira fez ao votar no partido, numa tentativa de acabar com o descalabro em que estava se transformando a nossa burocracia estatal.
Termos como falcatruas, rachadinhas, propinas, vantangens indevidas, bandidagens contra os opositores, militarização e retrocesso autorititário se tornaram comuns. Eventuais tentativas de contrabando de jóias é a novidade mais recente. São os porões do desgoverno em que estávamos metidos, de acordo com as palavras de um ministro da Corte. Porões do obscurantismo republicano e do atraso institucional. O próprio Lula já observou, publicamente, que sente que a máquina está emperrada em alguns setores exatamente em razão dessa contaminação do bolsonarismo.
Promover essa assepcia republicana na máquina é uma tarefa hercúlea, mas é fundamentalmente imprescindível fazê-la. Não seria, inclusive, um problema temporal, decorrente do período bolsonarista. Remonta aos costumes arraigados da sociedade brasileira. Começa pelo número absurdo de DAS (Direção de Assessoramento Superior). São mais de 22 mil nos cabides públicos. Depois da era bolsonarista, mais um agravante, um verdadeiro abacaxi para descascar, pois algo estimado em 8 mil deles são militares.
Conheço repartições públicas onde os DAS eram uma espécie de capitania hereditária, com seus donatários e tudo mais. Quando o indivíduo titular do cargo se aposentava indicava alguém da família ou a amante para sucedê-lo. O Ministro das Comunicações deve mesmo estar com os dias contados. Ainda no dia de ontem, tomamos conhecimento de que os problemas com os quais ele está envolvido são ainda mais graves. Segundo está sendo divulgado pela imprensa, ele teria mantido dez servidores do Governo Bolsonaro na atual estrutura da Secom. Seriam pessoas que ocupavam cargos de confiança. Isso parece estar se transformando numa prática, uma vez que o Ministro das Minas e Energias também indicou vários conselheiros do Centrão para o Conselho de Administração da Petrobras. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, classificou a atitude como um estelionato eleitoral.
P.S.: Contexto Político: Os comentários dos leitores por aqui são escassos, a julgar, sobretudo, pelo alcance do blog, limitado por uma série de fatores. Mas, eventualmente, recebo alguns e-mails com ponderações sobre os editoriais publicados. Neste sugiro ao PT tomar cuidados redobrados com a presença de bolsonaristas de carteirinha ocupando funções públicas estratégicas. A gente sabe que essa turma está cheia boas intenções. Um outro fator preponderante diz respeito à questão do nepotismo, que o leitor considerou um pouco desfocado do contexto. Aqui esclareço que não é. As nossas preoucupações diz respeito a um prócere petista, ocupando um cargo dos mais releventes na atual administração federal, que está prestes a incorrer neste equívoco. Vamos aguardar, sobretudo, que ele calcule bem a dimensão da encrenca que poderá está criando para a terceira gestão de Lula.
Editorial: O que o Governo Lula deseja com a nova Abin?

A primeira medida foi retirá-la do controle dos militares do GSI e transferi-la para o Ministério da Casa Civil, comandado pelo baiano Rui Costa. Tal medida sugere que o governo está bem informado sobre onde funcionava o núcleo duro da tentativa frustrada do golpe de 08 de janeiro. Isso já se constitui um bom começo. Salvo melhor juízo, também já teria sido indicado um delegado da Polícia Federal para comandar o órgão. Não seria de bom alvitre um serviço de inteligência que escancarar as suas intenções, mas, como estamos em tempos mais transparentes, aponta-se que uma das principais missões do órgão daqui para frente seria a de monitorarmento dos grupos extremistas pelas redes sociais.
Quando comentou sobre aqueles episódios o presidente Lula se disse estarrrecido com tanta desinformação, uma vez que as armações do golpe já circulavam pelas redes sociais há um bom tempo. É preciso definir bem o papel desses órgãos num contexto de um regime democrático. Contraditoriamente, numa democracia liberal, considerada como uma das mais avançadas e consolidadas do mundo, o presidente "encomenda" à sua agência de inteligência a preparação de golpes de Estado. Nos países dos outros, é claro. Os casos são inúmeros, mas os mais emblemáticos são os de Cuba, Chile, Nicarágua.
sexta-feira, 3 de março de 2023
Editorial: O que Lula está esperando para demitir Juscelino Filho?
As redes sociais, no dia de hoje, amanheceram pedindo a cabeça do Ministro das Comunicações do G overno Lula, Juscelino Filho. Segundo conseguimos apurar, as pressões existem até mesmo entre as hostes petistas mais próximas ao presidente. Há um consenso de que já existem evidências suficientes para o seu afastamento do cargo, independentemente dos arrependimentos e eventuais ressarcimentos de despesas irregulares ao erário. O terceiro Governo Lula inicia com uma arrancada bastante positiva e, ao nosso ver, torna-se urgente tomar alguns cuidados para não torna-se alvo dos ataques da oposição, como se isso fosse possível. Na verdade, o que queremos afirmar é a necessidade de não fornecer mais munições aos adversários de sempre.
Lula governa, como se sabe, sob arreia movediça. A nossa sorte é que temos um cara com profunda sensibilidade social e muita habilidade política, suficientes para enfrentar as indisposições do mercado; os arroubos dos bolsonaristmo renintente; as agruras impostas pelas dificuldades de governabilidade, num contexto politico extremamente desfavorável; as disputas políticas entre os atores de sua base política mais próxima, já de olho nas eleições presidenciais de 2026. São muitas as dores de cabeça. É preciso ter nervos de aço. O momento ainda é de muita instabilidade institucional. Vamos ver, por exemplo, como reagirão os quertéis em relação a uma determinação explícita do Ministério da Defesa, proibindo qualquer tipo de nota em alusão ao golpe civil-militar de 31 de março de 1962.
Passamos a nos perguntar então, porque Lula estaria protelando uma decisão sobre o seu Ministro das Comuniações, flagrado em práticas pouco condizentes ao que se espera de um gestor público. Alguns avaliam que seria prematuro, ainda, demitir um ministro antes de 100 dias de governo. O desgaste seria evidente, mas é preciso, avaliar, igualmente, o ônus de mantê-lo no cargo a despeito de tanto desgaste. Lula afirmou recentemente que irá ouvi-lo antes de tomar uma decisão a esse respeito.
Existem dois elementos fundamentais no direito que, nesses tempos de trevas e obscurantismo, de execrações públicas e linchamentos morais, foram completamente obolidos dos dicionários jurídicos: A presunção de inocência e o amplo direito de defesa. Embora, neste caso, as evidências sejam praticamente conclusivas em relação a algumas das acusações - como, por exemplo, a utilização indevida de aeronaves oficiais - algo nos informa que Lula, tão calejado por injustiças, não deseja cometê-las em seus julgamentos.
Editorial: Gleisi, a ideóloga do terceiro Governo do PT?
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Na semana passada ela deu um pito no Ministério da Fazenda, ao se pronunciar sobre a questão dos tributos dos combustíveis, deixando o titular da pasta, Fernando Haddad, numa saia justa ao encontra-se com o presidente Lula. Agora foi a vez do ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energias, que recebeu uma admoestação da petista, por indicar nomes do Centrão, de perfil privatista, para o Conselho de Adminstração da Petrobras. Se já havia profundos questionamentos acerca dos acertos dessas privatizações em governos anteriores, os mais recentes contribuiram para degradar ainda mais a situação, com as revelações de dos casos escabrosos descobertos pelo governo atual.
Estava acomoanhando um vídeo do próprio Lula tratando deste assunto. Ele tem razão quando afirma que se construiu uma narrativa equivocada sobre empresas públicas e empresas privadas. Tudo que é privado presta e tudo que público não presta. Veja-se o caso dos Correios e das Americanas, por exemplo. Os Correiros, com as contas ajustadas, nunca deram tanto lucro como agora. Ainda bem que sua privatização será interrompida. As Americanas produziram um rombo de bilhões, trazendo enormes dores de cabeça para o sistema financeiro. Aqui em Pernambuco, os serviços do Aeroporto Internacional dos Guararapes, um dos mais rentáveis do país, depois de privatizado, cairam sensivelmente de qualidade. O curioso é que foi uma empresa estatal que o arrematou.
quinta-feira, 2 de março de 2023
Editorial: A reengenhaira de segurança institucional que precisa ser montada por Lula
Pelo andar da carrugagem política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece estar bastante consciente sobre a nessecidade premente de se fazer profundas mudanças na estrutura de inteligência e segurança do Estado. Agora ele deve estar igualmente consciente dos motivos pelos quais deixou de ser informado sobre os acontecimentos do último dia 08 de janeiro. Houve um propósito e não necessariamente uma falha nos serviços de informações. Tais serviços de inteligência e informação precisam ser repensados dentro de um escopo republicano e democrático, que assegure, não o desmonte, mas a perenidade de um estado democrático de direito.
Não vamos aqui entrar nos detalhes para não "melindrar" - já antecipamos que este verbo está na ordem do dia - ou mesmo ferir susceptibilidades. Por aqui, havíamos preparado um longo editorial sobre o contexto da negação do pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, mas optamos por mantê-lo em stand by, para não provocar a ira das hordas bolsonaristas. É uma gente que não tem o menor escrúpulo no uso de expedientes nefastos para destruir os seus opositores. Não jogam limpo. Basta dar uma olhadinha no que está circulando pelas redes sociais em torno do assunto.
Um cidadão ou uma cidadã, minimamente bem informado, sabe, hoje, com clareza, onde foi urdida a tentatva de golpe do último dia 08 de janeiro. Há endereço e nomes certos, que precisam enfrentar a clava forte da justiça ou serem sumariamente afastados de suas funções estratégicas. O problema é tão gigantesco que, em alguns casos, não seria suficiente mudar uma peça aqui e outra ali, mas a estrutura completa do órgão, como a retirada da ABIN do controle da GSI. A ABIN agora ficará surdinada ao Ministério da Casa Civil, comandadao pelo baiano Rui Costa.
Convém aqui resgistrar que a má influência nesse aparato de inteligência e segurança remonta a um período anterior mesmo ao bolsonarismo. Embora não se posssa negar o papel preponderante do bolsonarismo neste processo, seja mudando estrutura; designando atores para cumprirem objetivos específicos; estabelecendo políticas. As águas, que nunca foram muito limpas ou transparentes em nosso incipiente processo democrático, ficaram ainda mais turvas a partir de 2013, quando foram iniciadas as tessituras que acabariam por minar o Governo da Presidente Dilma Rousseff. Como diria nossos avós, todo o cuidado é pouco. Muita coisa ainda precisa ser feita.
quarta-feira, 1 de março de 2023
Editorial: O óleo já está esquentando para as frituras políticas de 2026

Neste primeito levantamento o Deputado Federal Guilherme Boulos, do PSOL, aparece empatado, dentro da margem de erro, com o apresentador José Luiz Datena. Boulos crava 26,3%, enquanto Datena aparece com 24,3%. Ainda é muito cedo, muita água ainda deve rolar no rio daquela disputa, que promete ser um clássico a ser disputado entre forças ligadas ao Governo Lula e ao bolsonarismo que resiste.O grande nome do bolsonarismo para eleições presidenciais de 2026 deve ser mesmo o atual governador Tarcísio de Freitas. Comenta-se, até mesmo, que a decisão de Lula de visitar pessoalmente os locais e as pessoas atingidas pelas últimas enchentes no litoral paulista - além do componente de solidariedade de de responsabilidade pública do petista - havia um ingrendiente "politico". O bolsonarismo é mais forte, inclusive, em zonas afastadas da capital. Há uma possibilidade das candidaturas dos Deputados Federais Ricardo Salles e de Carla Zambelli para as próximas eleições municipais. Estamos diante, portanto, da fina flor do bolsonarismo.
Para suceder Lula em 2026, as movimentações já estão num ritmo bastante acelerado, a julgar pelas escaramuças mais recentes. Não podemos falar de uma eventual queima de largada do presidente Lula ao oferecer as condições efetivas para tornar o professor Fernando Haddad o seu nome preferencial na corrida presidencial de 2026. Geralmente é isso o que ocorre. No plano federal são os superministros, no plano estadual, os supersecretários. No caso do PT, na realidade, o que está ocorrendo é que os demais aspirantes ao cargo estão se mobilizando com o mesmo projeto em curso e isso implica, naturalmente, num jogo de escaramuças e manobras, objetivando desgastar o eventual concorrente. O futuro dura muito tempo e, quem sabe, um outro ator político pode cair nas graças do morubixaba.
Ás vezes, tais escaramuças são produzidas por iniciativas próprias, em outros casos, pode contar com o sinal verde do morubixaba. Pegou muito mal para Lula, por exemplo, permitir um pronunciamento público da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, acerca de algumas posições de condução da política econômica do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, envolvendo este assunto polêmico dos tributos dos combustíveis. Ela não foi repreendida, embora Lula tenha ligado parao pupilo com o objetivo de desculpar-se. O estrago, no entanto, já estava feito. É preciso tomar cuidado com as manhas do morde e assopra.
A lista dos pretendentes à cadeira presidencial no campo aliado é enorme e, a partir de agora, os aspirantes terão que se preocupar não apenas com a gestão de suas pastas, mas, sobretudo, em tomar os cuidados necessários ou reagir à altura em relação às manobras de bastidores. Devem alimentar aspirações presidenciais o senador Camilo Santana, Ministro da Educação; Wellington Dias, do Desenvolvimento Social; Rui Costa, da Casa Civil. Comenta-se, igualmente, na possibilidade dos nomes de Aloízio Mercadante e da própria Gleisi Hoffmann.