pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
Powered By Blogger

sábado, 23 de junho de 2012

Realpolitik, artigo da senadora Marta Suplicy




Realpolitik

Os sentimentos de indignação, insatisfação e, por fim, impotência estão fazendo com que uma parcela grande das pessoas se desinteresse pela política

23 de Junho de 2012 às 12:21

Marta Suplicy


O modelo "realpolitik" se esgotou e parece que nem todos estão percebendo. Não dá mais para viver essa praga que se entranhou no sistema político brasileiro. Erva daninha que corrói valores, exclui a participação, nega a democracia, desestimula o mérito e ignora a ética.
Nascida na Alemanha, a expressão "realpolitik", segundo Luis Fernando Verissimo, é um termo invocado quando um acordo ou arranjo político agride o bom-senso ou a moral.
Os cidadãos eleitores, que ainda se dão ao trabalho de acompanhar a política, não suportam mais essa prática. Podem até entender a necessidade das composições, alianças e acordos que se tornaram imprescindíveis no Brasil muito em função do nosso sistema eleitoral, do número de partidos e do quanto tornou-se precioso o tempo de TV.
Os que criticam essa modalidade e as formas de fazer política, vistas como "normais" há décadas, têm hoje consciência de que elas são um terrível mal que compromete a ação de governar. Mas quando, pela sua simbologia, ferem os limites do bom-senso e têm a marca do estapafúrdio, tornam-se incompreensíveis para a população e são por ela rechaçadas. Encontram-se além dos limites da própria "realpolitik".
Os sentimentos de indignação, insatisfação e, por fim, impotência estão fazendo com que uma parcela grande das pessoas se desinteresse pela política. A maioria dos jovens quer distância. E o povo, mais escolado, começa a achar "tudo igual", o que acaba provocando o mesmo desinteresse.
A luta pela democracia no Brasil conseguiu eletrizar forças e corações que não suportavam viver num país sob ditadura. Cada um reagiu à sua maneira. Mas muitos morreram e sofreram pela liberdade. Esse resgate da democracia é tão importante que não poderia ter sido contaminado por práticas seculares que nos acorrentam à uma malfadada forma de fazer política. Esta mesma que aliena o povo que se vê --e se sente-- excluído e desrespeitado.
Mas nem tudo está perdido. Tem gente formulando, e outros remoendo, novas práticas e métodos, buscando diferentes formas e canais de interação social e política. Um novo modelo que contemple e dialogue com os vários segmentos e forças heterogêneas da sociedade. Uma construção distante dos métodos agonizantes e ultrapassados que ainda hoje vigoram. Uma transição necessária, e imprescindível, que já passou da hora de acontecer.
Não está claro como, e em quanto tempo, se dará o nosso processo de libertação da chamada "realpolitik". Mas, que esse sistema político e eleitoral que vivemos chegou à exaustão, tenho clareza."
Artigo da senadora Marta Suplicy, publicado originalmente no www.brasil247.com.br

A resposta do PT à carta do PSB



Aos partidos da Frente Popular de Pernambuco
Recife, 22 de junho de 2012

- Após tomar conhecimento pela imprensa da carta enviada ontem pelo PSB sobre as eleições municipais no Recife, o Partido dos Trabalhadores vem reafirmar a pré-candidatura do senador Humberto Costa à Prefeitura.
- Defendemos o nome de Humberto Costa para a disputa à PCR por considerá-lo o melhor quadro para continuar o projeto que tem feito o Recife avançar desde a vitória do ex-prefeito João Paulo, em 2000, o que deu condições para o ressurgimento da Frente Popular como vemos hoje.
- Humberto é um dos nomes mais competentes do PT, tem experiência política como vereador, deputado estadual, deputado federal e agora como senador da República, e também administrativa, como secretário de Saúde do Recife, secretário estadual das Cidades e ministro da Saúde do Governo Lula.
- Nas últimas décadas, o PT tem feito incontáveis gestos de unidade e solidariedade ao PSB. Como por exemplo, em 1994, com o apoio ao nome de Miguel Arraes para o Governo do Estado; em 1998, com a aliança entre o socialista e Humberto para a disputa majoritária de governo e senado; e em 2006, com o fato mais importante, o apoio do PT no segundo turno, que ajudou a levar o PSB à vitória naquelas eleições. O PT também reconhece os gestos políticos feitos pelos socialistas ao longo desse tempo e espera a continuidade desta parceria política.
- O PT nunca faltou ao governo do PSB no Estado, dando sustentação política (Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado), contribuindo com a interlocução com os movimentos sociais e participando com quadros expressivos do partido no Governo Estadual. Ressaltamos ainda os inúmeros investimentos federais trazidos para Pernambuco pelos governos Lula e Dilma, como a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul, a Transnordestina, entre outros que demonstram a importância da parceria política e administrativa existente entre o PT e o PSB.
- A Frente Popular tem, acima de tudo, conteúdo político e programático associado fortemente com as lutas populares e democráticas, sendo o PT defensor incondicional da sua continuidade, comandada no Estado pelo PSB e no Recife pelo PT, e segue firme acreditando que este projeto vai continuar mudando o Recife, Pernambuco e o Brasil.
Pedro Eugênio
Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco

PT já enxerga Eduardo Campos como potencial pretendente à vaga de Dilma Rousseff em 2014.



A movimentação de Eduardo Campos acendeu o pavio do petismo. O fósforo foi riscado na eleição municipal de Recife. O PT federal dividiu-se. Um pedaço acha que o mandachuva do PSB tornou-se um aliado paradoxal. Outro grupo crê que ele já virou um estorvo. As duas alas unificam-se na conclusão: por trás do vaivém, esconde-se um projeto alternativo à reeleição de Dilma Rousseff.
Sob a presidência de Eduardo Campos, o PSB sempre foi um parceiro conflituoso. Nos dois mandatos de Lula, questionava a “hegemonia conservadora” atribuída ao PT e ao PMDB na coligação. Na gestão de Dilma, adornada com a presença de Michel Temer na vice, o incômodo aumentou. A perspectiva de repetição da chapa Dilma-Temer em 2014 transformou a pregação num cavalo de batalha.
Até aqui, o PT trabalhava com a hipótese de que Eduardo estivesse jogando um jogo de dois tempos. No primeiro, tentaria virar o vice de Dilma em 2014. No segundo, iria a campo como presidenciável em 2018. Agora, o petismo rumina a suspeita de que o governador pernambucano tenta queimar a primeira etapa. O sonho da Presidência lhe teria subido à cabeça.
O que mais inquieta os operadores do PT são as informações que lhes chegam sobre as análises que Eduardo sussurra em suas conversas privadas. O governador estima que a crise econômica será maior do que a capacidade de Dilma de gerenciá-la. Prevê que, em seis meses, os efeitos da ruína europeia começarão a ser sentidos no mercado de trabalho brasileiro.
A política é feita de apostas. Mas dissemina-se no PT a impressão de que Eduardo contraria a fama de articulador tarimbado e mete-se numa aposta perdida ao escorar seu projeto pessoal no infortúnio de Dilma. Erra ao supor que, confirmando-se o seu vaticínio, Lula não terá saúde para uma nova candidatura. Erra de novo ao desconsiderar que Dilma pode prevalecer sobre a crise, deixando-o na posição do jogador que levanta da mesa sem dinheiro para o táxi.
Ao empurrar o PSB para dentro da coligação petista de Fernando Haddad em São Paulo, Eduardo rolou sua dívida de gratidão com Lula, um amigo que, enquanto esteve no Planalto, privilegiou Pernambuco no rateio das verbas federais. Ao refugar a candidatura petista de Humberto Costa em Recife, o governador como que reiterou que não nutre pelo PT o apreço que devota ao líder supremo da legenda.
De resto, ficou entendido que, na hora de escolher um sucessor para o governo de Pernambuco, Eduardo não deve buscar o nome nos quadros do PT. A exemplo do que fez agora ao fabricar um candidato de última hora à prefeitura de Recife –Geraldo Júlio (PSB)— o governador tende a acionar seu laboratório em 2014.
Nesta temporada de 2012, as provetas de Eduardo deixaram o PT indignado e a oposição perplexa. Na noite passada, reuniram-se os quatro candidatos da oposição à prefeitura de Recife: Mendonça Filho (DEM), Raul Henry (PMDB), Daniel Coelho (PSDB) e Raul Jungmann (PPS). Participou da conversa o deputado Sérgio Guerra, presidente do PSDB federal.
O encontro teve o propósito de reabrir o debate sobre a conveniência de a oposição unificar-se em torno de um candidato único. Alguém capaz de evitar que o segundo turno seja travado entre o PT e o PSB. Após mais de duas horas de reunião, não se chegou a nenhum acordo. A negociação será retomada neste sábado (23), dessa vez sem a presença dos candidatos.
Simultaneamente, Eduardo flerta com a ideia de atrair para o palanque do seu candidato, Eduardo Júlio, o postulante do PMDB, Raul Henriy –um deputado submetido à liderança do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Oposicionista ácido em Brasília, Jarbas reaproximou-se de Eduardo na cena pernambucana.
Numa das conversas reservadas que manteve com Eduardo, Jarbas disse ao interlocutor que ele teria de se romper com o PT se quisesse alçar voos mais altos no plano federal. Para desassossego do petismo, os tambores do rompimento começam a soar antes do imaginado.

Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

Nota do Editor: O lançamento da candidatura de Geraldo Júlio - um técnico bastante identificado com a gestão exitosa da máquina pública estadual - sugere, como propõe o articulista - uma rearrumação das forças políticas no Recife, visando as próximas eleições municipais, e, igualmente, algumas sinalizações: a) A confirmação de que, dificilmente, Eduardo Campos entregará a "joia da coroa" para ser gerida por um petista. Politicamente não seria interessante para Eduardo - em flagrante processo de disputa política com o PT - e, administrativamente, o PT não reúne condições de "tocar" a máquina estadual consoante os bons resultados alcançados, fundamental para os planos presidenciais do "Moleque" dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco. Consideramos precipitado pensar, entretanto, como alguns petistas estão sugerindo, que os planos presidenciais de Eduardo Campos poderiam ser antecipados para 2014. A mordida da "Mosca Azul" não teria sido suficiente para afetar o feeling político de Eduardo Campos. 

Íntegra da carta onde o PSB lança a candidatura de Geraldo Júlio



Recife, 20 de junho de 2012

Senhor Presidente:

Diante do iminente risco de fragmentação da Frente Popular do Recife, e da responsabilidade quetemos, todos nós, de garantir a integridade desta força política que há muitos anos assegura vitóriasexpressivas ao povo recifense e pernambucano, o PSB iniciou entendimentos com os partidosaliados com o propósito de manter a unidade da Frente e fazer avançar um projeto político eadministrativo inovador para nossa cidade.Deste processo de consultas resultou a decisão de apresentar à consideração dos partidos aliados onome do administrador público Geraldo Júlio de Mello Filho, ex-secretário estadual dePlanejamento e Gestão e ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, para representar aFrente Popular do Recife nas eleições para prefeito da capital pernambucana no próximo mês deoutubro.Servidor concursado do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, Geraldo Júlio temcapacidade de planejar e de realizar, como demonstrou ao coordenar, entre outros programas, oPacto pela Vida, o modelo de gestão do Governo do Estado e a política de atração de grandesempreendimentos para Pernambuco.Temos a convicção de que a candidatura de Geraldo Júlio, representando a Frente Popular doRecife, assegurará a vitória das forças populares que há mais de meio século têm operado mudançasfundamentais na vida dos brasileiros, dos pernambucanos e dos recifenses.A experiência acumulada pela Frente Popular no Governo do Estado, que elevou Pernambuco anovo patamar de desenvolvimento, será aprofundada na Prefeitura da Cidade do Recife, em benefício da qualidade de vida de todos os segmentos sociais.Construída e consolidada a partir da unidade do povo, pela qual o PSB historicamente sempre seempenhou, a unidade da Frente Popular do Recife será responsável pela vitória em outubro e peloexercício de um governo comprometido com o crescimento econômico, a inclusão social e orespeito ao meio ambiente.Por fim, manifestamos a Vossa Senhoria o reconhecimento do Partido Socialista Brasileiro àconfiança manifestada em momento decisivo na história das forças políticas por nós representadas.Com as nossas saudações,
Danilo Cabral
Presidente do Diretório Municipal do Recife do PSB
Tadeu Alencar
Vice-Presidente do Diretório Estadual de Pernambuco do PSB
Sileno Guedes
Presidente do Diretório Estadual de Pernambuco do PSB

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ainda as fotos da discórdia: Haddad e Maluf.


Atendendo ao pedido da leitora Elisângela Almeida, publicamos a foto onde o deputado Paulo Maluf aparece afagando a cabeleira do ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, na mesma cerimônia onde teria sido selada a aliança entre o PP e o PT, fato que alcançou uma enorme repercussão na mídia. Aliás, Elisângela,  um desconfortável, Haddad. Um grande abraço do Blog do Jolugue.

Geraldo Júlio deve concorrer à Prefeitura do Recife, pelo PSB.


Nas próximas horas o governador Eduardo Campos deve anunciar o nome do ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, como o indicado pelo partido para concorrer às eleições do Recife em 2012. As disputas internas conduziram o PT a um estágio – conforme alertamos em artigo – que o descredenciou da condução do processo eleitoral no Recife, como representante das forças que se aglutinam na Frente Popular. Diante de um quadro político de evidente fragilidade e de um “faro” político que percebeu a necessidade e a importância estratégica de “fincar” uma estaca do PSB na capital pernambucana, Eduardo optou por uma candidatura própria do partido. A iniciativa já conta com apoios importantes de partidos da base e deve consolidar-se politicamente. Eleitoralmente, a candidatura do PSB conta com alguns trunfos, como a enorme aprovação da gestão de Eduardo Campos pelos recifenses. Se confirmadas as expectativas do Campo das Princesas – no sentido de que o eleitorado recifense deseja ver no Palácio Antonio Farias um “sindico” da cidade - possivelmente menos vulnerável às intrigas politicas das quais foi vítima o atual prefeito João da Costa - o nome de Geraldo Júlio é o que mais se afina com esse objetivo. Por esse prisma, vê-se, claramente, que as constantes querelas petistas cansaram o eleitorado do Recife. Esse eleitorado deseja alguém que, de fato, cuide do Recife. Ao contrário do que afirmam os petistas, portanto, a candidatura do PSB nasce sob um signo bastante positivo. Tanto isso é verdade que, por conhecer seu potencial, a oposição já passou a rever suas estratégias de múltiplas candidaturas, canalizando suas energias para aquele candidato que apresente melhores condições de competitividade, embora ninguém queira ceder, exceção para Raul Henry que, se brincar, formaliza a aliança branca com o PSB, quem sabe pleiteando a vice, como chegou a ser cogitado. Em breve, aqui no Blog do Jolugue, estaremos publicando um artigo sobre o assunto.   

PCdoB também deverá abandonar o barco petista no Recife.


Há vários indícios indicando que o PCdoB também abandonará o barco petista no Recife. Num dos cenários possíveis, o partido poderá indicar o vice da chapa. O deputado Luciano Siqueira mantém silêncio sobre o assunto, mas as negociações estão num estágio bastante avançado, sobretudo se considerarmos o diálogo mantido recentemente entre o governador Eduardo Campos e o prefeito de Olinda, Renildo Calheiro. Com isso, o PT fica rigorosamente isolado, apelando que a tese do “inimigo externo” surta algum efeito no sentido de integrar o partido, como sugere Rochinha, que afirmou não ser prudente jogar 12 anos de gestão nas águas do Capibaribe.Muito engraçada essa posição do Rochinha. Até recentemente eles não tiveram a menor cerimônia em apear João da Costa de sua cadeira e jogá-lo nas águas do Capibaribe. Diante das contingências, o senador Humberto Costa movimenta-se como pode, reunindo  condições para se posicionar nessa nova correlação de forças que surge com a candidatura do PSB. Segundo alguns informes, até João da Costa, cujas feridas ainda não foram cicatrizadas, teria sido procurado para conversar. O PT está como aquele cachorro que faz um contorcionismo danado para morder o próprio rabo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Armando prestigia convenções do PTB no dia de São João.

 
O presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro, aproveita o dia de São João, neste domingo, 24, para comparecer a várias convenções da legenda no penúltimo final de semana dedicado ao lançamento dos candidatos a prefeito e vereador na sucessão municipal 2012.
A primeira parada de Armando será em Maraial, na Mata Sul do Estado. Lá, o PTB concorrerá à prefeitura com o atual vice-prefeito, Marcos Moura. Logo em seguida, o senador segue para o município de Jaqueira, também na Mata Sul, onde participa da convenção que apresentará Rilton Braz como candidato do partido.
Já no início da noite, Armando marca presença em Buíque, no Agreste, para apresentar Arquimedes Valença – ex-prefeito do município – como candidato da legenda.
Mais convenções - Ao longo da última semana das convenções partidárias, o senador Armando Monteiro também se dedicará a marcar presença no maior número de encontros do PTB no Estado. Sua agenda, que ainda está sendo fechada, prevê a participação em encontros em municípios como Garanhuns, Abreu e Lima, Igarassu, Goiana, Arcoverde, São Caetano e Gravatá, entre outros.
Crédito da foto: Assessoria de imprensa/divulgação

É Hoje!!! o grande encontro entre Lula e Eduardo Campos


Está previsto para hoje o grande encontro entre o governador Eduardo Campos e Lula, num intervalo da Rio +20. Depois do esboço da reação do governador no sentido de lançar uma possível candidatura do PSB às eleições do Recife, muito se tem especulado sobre o desfecho desse processo, avaliando-se os riscos dessa operação delicada; o potencial dos candidatos que estão aguardando um chamamento no Campo das Princesas e, a inevitável implosão da Frente Popular, a serem mantidas essas animosidades. Há quem afirme ( e torça), como o senador Humberto Costa, que o quadro seja revertido, colocando Eduardo no seu palanque depois de ouvir os argumentos de Lula. Por outro lado, há quem aposte que uma candidatura do PSB tornou-se irreversível e ela pode ser perfeitamente “costurada” sem que isso implique no estremecimento das relações entre o governador, Lula e a presidente Dilma Rousseff. Quanto aos candidatos palacianos – que não possuem densidade eleitoral – isso mereceu uma matéria de conhecido jornalista  de política, no último domingo, publicada no tradicional Diário de Pernambuco. Os argumentos utilizados pelo jornalista, entre os quais  apresentando as dificuldades de tornar um técnico viável eleitoralmente, serviram como uma luva para os petistas ligados ao senador Humberto Costa ironizarem as movimentações nesse sentido. 

A atitude de Luiza Erundina foi muito mais de "birra".


Embora publicamente a saída da deputada Luiza Erundina da condição de vice na chapa de Fernando Haddad tenha sido apresentado como um ato de “repugnância política”, em razão da articulação envolvendo a aliança celebrada entre o PP e o PT, com direito ao polêmico aperto de mão entre Lula e Paulo Maluf, fotografia estampada em todas as mídias, por exigência do próprio Maluf, que exigiu transparência na transação - destrinchando-se os fatos, descobre-se algumas nuances curiosas, que transformam o episódio  num ato com teor acentuado de birra da deputada Luiza Erundina, subtraindo seu alcance político. Erundina já sabia das articulações em torno de um possível apoio do PP à candidatura de Haddad, mesmo antes de aceitar a indicação como vice. Apesar de se sentir desconfortável com a presença de Maluf na aliança, o que, de fato, desconsertou a deputada teria sido a “pompa” com que Maluf foi recebido, obrigando Lula a acompanhar Haddad até sua residência e posar para a foto fatídica para os jornais. Lula caiu direitinho na peça armada pela raposa. Durante o ato que definiu o nome de Erundina como vice, Lula não esteve presente.A quimioterapia curou Lula de um câncer, mas afetou sensivelmente seu feeling político.  

Eduardo e Armando podem chegar a um acordo sobre Garanhuns


Diante da nebulosidade política envolvendo os rumos da Frente Popular no Recife, cujo caminho indica uma cisão muito antes do esperado, o governador Eduardo Campos manteve uma longa conversa com o senador Armando Monteiro. A conversa deve ter sido bastante positiva, uma vez que logo em seguida o senador manifestou sua decisão de apoiar o nome que o PSB apresentar para disputar as eleições no Recife, em 2012. Armando tem sido um escudeiro de primeira linha do Campo das Princesas, não faltando com os seus compromissos com o Governo Estadual ou, mais republicanamente, com o Estado de Pernambuco. Politicamente, o senador não esconde de ninguém que deseja governar o Estado, projeto que, inclusive, não está atrelado aos humores de Eduardo Campos. Ambos se respeitam e se admiram. No contexto da Frente Popular, Armando é um ator que reúne boas condições políticas e técnicas para “tocar” a jóia da coroa, a vitrine que Eduardo expõe no seu projeto nacional. Eventualmente, ocorrem algumas rusgas entre ambos, mas logo os ânimos são serenados. A conversa mantida por ambos recentemente resultaram em acertos importantes sobre as disputas em diversas cidades pernambucanos onde o PTB e o PSB disputam os votos dos eleitores. Armando melhorou seu cacife no Campo das Princesas ao manifestar, de imediato, seu apoio ao projeto do PSB lançar candidato em Recife. Com isso, comenta-se que o Campo das Princesas estuda a possibilidade de retirar o nome de Antonio João Dourado da disputa em Garanhuns, abrindo espaço para o apoio do candidato do PTB, o deputado estadual Izaías Régis.Outro dia comentávamos aqui no Blog do Jolugue sobre as altas taxas de rejeição do ex-prefeito de Lajedo, Antonio João Dourado. Se Lula vem cometendo graves equívocos políticos em São Paulo, o governador Eduardo Campos, literalmente falando, "errou a mão" em Garanhuns, a terrinha da garoa, onde, aliás, ele é muito querido.   

Deus te livre de uma idéia fixa, Lula.


Lula não esconde de ninguém que aposta todas as fichas no pleito paulista, fundamental para o projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. Para tanto, não pára de cometer equívocos, como essa última submissão à pegadinha armada por Maluf, que o convidou para posarem juntos, de mãos dadas, para os fotógrafos, com direito, como se isso não fosse suficiente, a afagos na cabeleira do seu afilhado, Fernando Haddad. Convencido da necessidade de desbancar o PSDB do seu ninho mais emplumado, Lula tem sido radical na adoção da maximização de estratégias eleitoriais, mesmo que essas possam solapar fatores históricos e éticos que orientaram a trajetória do partido, o que levou a deputada Luiza Erundina, num passo bem “calculado”,  anunciar a sua indignação, afastando-se da chapa. Continuamos não acreditando no êxito do projeto de Lula na capital, embora suas chances de êxito sejam boas em outras praças do cinturão paulista, onde o mandachuva petista escalou seus “menudos” para concorrerem.




terça-feira, 19 de junho de 2012

Erundina desiste de ser vice de Haddad em São Paulo.



 

Erundina desiste de ser vice de Haddad em SP
"Erundina entre Haddad (à dir.) e Eduardo Campos, presidente do PSB"

A deputada Luiza Erundina (PSB), indicada para a vaga de vice na chapa do pré-candidato petista Fernando Haddad, desistiu da indicação. Segundo o presidente paulista do PSB, deputado Marcio França, ela informou a decisão para os colegas de partido, em reunião na tarde desta terça-feira, 19. Erundina havia antecipado que pretendia rever sua decisão de disputar a eleição municipal, depois de o PT ter fechado acordo eleitoral com o PP, de Paulo Maluf.
O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, avisou França sobre a decisão. Ela ainda continua reunida com a cúpula do PSB em Brasília. A tendência agora é que o PSB deixe a indicação do cargo de vice-prefeito para o próprio PT, que ainda negocia com o PC do B.
No decorrer dessa terça-feira, Erundina conversou com os líderes do partido, por telefone, e voltou a reclamar da aliança com Maluf, lembrando a participação dele no Regime Militar. "Não convivo com esse tipo de coisa", afirmou a deputada.
De acordo com petistas, a participação de Lula no evento que formalizou o apoio de Maluf a Haddad foi a gota d'água para a deputada recuar da decisão de ser vice. A participação do PP na campanha de Haddad representa o acréscimo de 1min35s na propaganda eleitoral da TV. Na ocasião do acordo entre PT e PSB, na semana passada, Erundina não vetou o acordo com o PP, preferiu não se posicionar sobre o assunto e afirmou que um acordo com o Maluf e com o PP não passava pela decisão pessoal dela. Ela reforçou, no entanto, que gostaria de ter ao lado pessoas comprometidas com o projeto político da chapa com Haddad. No domingo, Erundina declarou que considerava "desconfortável" estar no mesmo palanque que Maluf.

Morreu o pugilista Teófilo Stevenson, um entusiasta da Revolução Cubana


Morreu o cubano Teófilo Stevenson, considerado o maior pugilista amador de todos os tempos, o primeiro atleta da modalidade a conquista 03 ouros olímpicos sucessivos, nas Olimpíadas de Munique, Montreal e Moscou. Ganhou 301 dos 321 combates dos quais participou, jamais sendo nocauteado. Comunista convicto, Stevenson tornou-se um símbolo da Revolução Cubana, jamais abandonando suas crenças e o amor pela pátria e pelo povo cubano, em razão das propostas do vil metal americano. Quando questionado a respeito, respondia: “O que é 1 milhão de dólares ante os 8 milhões de cubanos que me amam?”, como numa declaração dada à revista Sports Illustrated, em 1974. Fique em paz, companheiro!


Permanecem as preocupações sobre o rumo da candidatura Haddad.


A entrada de Luiza Erundina na chapa de Fernando Haddad, como vice, indicada pelo PSB, foi bastante comemorada pelos grãos-petistas, considerando que a deputada agrega contingentes de eleitores estrategicamente importantes para eleger o ex-Ministro da Educação da era Lula. O arranjo político que permitiu a retirada do PSB do colo do PSDB foi uma obra de engenharia política complexa, conforme admitiu recentemente o próprio Eduardo Campos, em entrevista ao blog do Gerson Camarotti, publicada aqui no Jolugue. De antemão, pode-se concluir que o quadro no PSB não ficou bem resolvido, deixando alguns atores insatisfeitos com as negociações. Logo em seguida, em razão de ampliar o tempo de exposição de Haddad no vídeo, o PT fechou um acordo com o PP, abrindo espaço no Governo  Dilma Rousseff para um apadrinhado de Paulo Maluf. É certo, como afirma José Dirceu, que, no plano federal, PP e PT já estão juntos faz algum tempo. O que deve ter causado nojo nos petistas mais radicais foi observar Lula de mãos dadas com Paulo Maluf e a negociata que culminou com uma Secretaria no Ministério das Cidades. Mas, isso, também tende a ser superado, apesar da reação de Luiza Erundina. O             que preocupa seriamente os estrategistas da candidatura de Haddad é que ele continua, a cada momento, demonstrando ser um lulodependente contumaz. Homem não afeito às ruas, Haddad possui um discurso demasiadamente acadêmico e Lula, seu tradutor, desta vez, não poderá acompnhá-lo nos palanques.

Marcelo Neri pode assumir o IPEA. Um bom nome para o órgão.


Seria muito pouco provável que o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco, conseguisse ofuscar a atuação de Roberto Mangabeira Unger naquela pasta, até  então comandada por um homem inteligentíssimo, com um preparo acadêmico sólido. O fato, porém, é que na média de atuação dos ministros indicados pelo PMDB, Moreira Franco consegue se sobressair, realizando um trabalho muito bom naquele órgão, sobretudo conduzindo estudos importantes sobre a “Nova Classe Média”. Com a saída de um “menudo” de Lula, Márcio Pochmann, para concorrer às eleições de 2012, em Campinas, formou-se uma longa expectativa sobre quem deveria substituí-lo no IPEA. O nome do economista Marcelo Neri, indicado por Moreira, é realmente um bom nome para aquele órgão. Neri é responsável por alguns trabalhos polêmicos – inclusive a sua tese de doutoramento, bastante explorada por nossos alunos - mas de uma lucidez e inteligência ímpar. De parabéns, portanto, o Ministro Moreira Franco.

Convidaram Erundina para a churrascaria. Ela pediu peixe.


Por falar em Luiza Erundina, a pernambucana soltou o verbo ao saber das articulações entre o PT e o PP, colocando Paulo Maluf no circuito de apoios ao candidato petista, tudo isso com o aval de Lula. Erundina ameaçou afastar-se da aliança, mas, segundo as últimas informações, uma chuva de telefonemas a teriam convencido a permanecer onde está. Caciques do partido já previam essas dificuldades, sobretudo em razão do temperamento de Erundina. Comenta-se que até nomes que poderiam substituir Erundina estavam sendo cogitados pelo partido. Realmente, Maluf não é nada digestivo. Encrencado até o pescoço, é um fardo a ser conduzido pelo candidato Haddad. Nem tanto pelo que ele pode ser cobrado durante a campanha, mas pelos inúmeros processos os quais deputado responde, com julgamento previstos para antes do término da campanha. Quando o nome de Erundina foi anunciado, Marta Suplicy foi bastante concisa ao comentar o assunto, apenas considerando que a escolha havia recaído sobre um bom nome. Perguntávamos, naquele momento, o que a senadora – uma arquiinimiga do deputado – pensava sobre essa indicação. O comentário de um correligionário do PSB, ouvido pelo jornalista Josias de Souza, teria afirmado que Erundina é realmente complicada. Se convidada para uma churrascaria, não seria surpresa se ela pedisse peixe.

Luciano Agra rompe com o PSB


O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, anunciou ontem, através das redes sociais, sua desfiliação do PSB. A situação, segundo Agra, tornou-se insustentável depois de um longo processo de desrespeito e discriminação ao qual foi vítima na agremiação que ajudou a reestruturar no Estado, tendo sido integrante de sua Executiva Nacional. A saída de Agra da agremiação se deu de uma forma muito traumática, expondo suas divergências explícitas com a condução que o governador Ricardo Coutinho imprimiu à disputa municipal do próximo ano, “ungindo” a ex-Secretária de Planejamento da capital, Estelizabel Bezerra. Em artigo publicado aqui no Blog do Jolugue, inúmeras vezes, abordamos essa questão, não negando, em nenhum momento, que Luciano Agra deveria ter prevalência no momento da escolha do candidato do partido. Além de uma forte identificação com o PSB, Agra possui densidade política e vem fazendo uma gestão positiva em João Pessoa. Durante todo o processo de “fritura” ao qual foi submetido, Agra portou-se como um gentleman, evitando transparecer para a população suas agruras na máquina municipal, boicotado pelos próprios companheiros. Chegou um momento em que ele não mais suportou. Esse momento foi o da homologação do nome de Estelizabel Bezerra, ocorrido recentemente, que conta com o apoio da cúpula da agremiação, entre os quais o governador Eduardo Campos e a candidata a vice na chapa de Haddad, em São Paulo, Luiza Erundina. Bola para frente, Agra.

Charge!Nani! Lógica petista!!!

Lógica petista

Dirceu: "Apoio de Maluf não pode ser motivo para recusar aliança com PP"

Foto 






 
O ex-ministro Chefe da Casa Civil José Dirceu, um dos principais líderes do PT, defendeu nesta segunda-feira (18) a aliança do pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, com o PP do ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (SP), adversário histórico dos petistas em São Paulo. Em seu blog, Dirceu publicou um artigo afirmando que seria um grave erro negar a política de alianças e de governos de coalizão por causa da aliança com o PP. "O PP já faz parte da base de partidos do governo federal. Como fez parte da base aliada do governo do ex-presidente Lula, sem que mudássemos nosso programa de governo ou o rumo do Brasil", escreveu. Dirceu diz ainda que o apoio de Maluf não pode ser motivo para recusar a aliança com o PP. "Aí seria negar nossas vitórias conquistadas graças a alianças em 2002, 2006 e 2010, bem como nossos três governos de coalizão, os dois do presidente Lula e o 3º, agora, da presidenta Dilma Rousseff", disse.

Blog do José Dirceu.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Campanha em São Paulo vive sua fase pilântrica




Em São Paulo –maior, mais rica e, teoricamente, mais desenvolvida cidade do país—, a campanha eleitoral de 2012 atravessa um período pilântrico. Num instante em que os escândalos pupulam nas manchetes como pulgas no dorso de cães vira-latas, os comitês de campanha das duas principais legendas do país perderam os sentidos. O PT aliou-se ao PP de Paulo Maluf. O PSDB juntou-se ao PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto.
Petistas e tucanos potencializam o estereótico que torna iguais todos os políticos. Os pregoeiros da ética informam ao eleitor que, em troca de alguns minutos de tempo de tevê, topam tudo. Ficou-se sabendo que, na principal cidade do país, como na Chicago e na Bagda de outrora, há espaço para Al Capone e Ali Babá. Incorporado às mais vistosas coligações, o rebotalho ganha prontuário novo. E o letreiro da política volta a piscar: é tudo farinha do mesmo saco.
Tudo isso seria apenas divertido se não fosse nefasto –para usar o adjetivo que a petista Marta Suplicy um dia empregou num comentário sobre Maluf. O processo político torna-se cada dia mais obscuro e incompreensível. O eleitor brasileiro sabe cada vez menos o que é um partido. As legendas subvertem a lógica, sacrificam o pudor, entregam-se à depravação dos costumes… Depois, com a candura dos puros, convidam o eleitor a engajar-se num processo que ele não entende.
Repete-se na cena municipal um fenômeno que há anos desvirtua o exercício do poder no âmbito federal. Em pólos opostos, PT e PSDB, os dois grandes rivais da política nacional, juntam-se àqueles que passam pela vida pública à procura de negócios e oportunidades, num processo que aniquila a inocência e converte as eleições em meros contratos de cumplicidade renovados de quatro em quatro anos.
O resultado do espetáculo, triste e cansativo, é conhecido: uma quantidade absurda de escândalos, um puxando o outro, o caso novo atropelando o anterior, as bandidagens antigas se multiplicando em picaretagens novas. Em teoria, a revelação dos malfeitos deveria exercer sobre a política efeitos benfazejos.
Por um lado, o noticiário produz a lamentação do ocorrido. Por outro, exposição das trambicagens deveria surtir um duplo efeito. Os políticos não ousariam reincidir em práticas criminosas. E os eleitores não votariam mais nos suspeitos. O caso de São Paulo ensina outra coisa. Os agentes públicos igualam-se em perversão. E o eleitor, ainda que quisesse, não encontraria bons exemplos nos quais votar. Fica-se com a impressão de que, submetida a um Judiciário que lhes serve impunidade, a banda pilântrica da política sempre prevalece.

Blog do Josias de Sousa, Portal UOL.

domingo, 17 de junho de 2012

Comissão de ética arquiva processo contra o ex-ministro, Orlando Silva


O arquivamento do processo contra o ex-ministro dos Esportes Orlando Silva pela Comissão de Ética da Presidência da República nesta semana merecia, no mínimo, destaque na imprensa igual ao que tiveram as denúncias sem provas publicadas contra ele. Desde outubro de 2011, o ex-ministro e seu partido, o PC do B, foram atacados e julgados politicamente, em uma campanha suja. Em conversa com ele ontem, o ex-ministro disse que já espera a decisão que o inocentou, com base em uma análise técnica e criteriosa das acusações e das provas. “Em quinze dias eu fui acusado, julgado e condenado pela imprensa. O que vimos foi uma espécie de campanha, uma versão moderna da Inquisição”, disse. A revista Veja “deu destaque na capa, fez longas matérias, arrastou a maior parte dos órgãos de comunicação de massa que tiveram uma atitude irresponsável, sem checar as fontes, sem checar documentos, sem dar o devido espaço ao contratório”. Onde está a legislação que garanta o direito de resposta no Brasil? A quem os atingidos pelas falsas acusações podem recorrer, além da Justiça, que muitas vezes é lenta e, sem uma legislação adequada, não tem parâmetros para tomar suas decisões? O Brasil tem que avançar nisso, como parte do processo de amadurecimento da nossa democracia.
Blog do José Dirceu.

Em Caruaru, Humberto Costa comenta sobre a "base social" do PT no Recife.


Em visita a Caruaru, onde esteve prestigiando o tradicional São João na Fazenda Macambira, organizado pelos Lyras, o senador Humberto Costa comemorou os números da pesquisa do Instituto Maurício de Nassau, que confere a ele a liderança das intenções de voto para prefeito do Recife, nas eleições de 2012. Há, de fato, o que comemorar. Como afirma o próprio senador, em última análise, isso significa que o PT construiu uma base social sólida na capital pernambucana, o que lhes confere um grau nada desprezível de competitividade, em qualquer circunstância. Humberto Costa continua isolado no contexto da Frente Popular, enquanto o esboço de uma candidatura do PSB ganha força a cada dia, reafirmada categoricamente pelo governador do Estado, Eduardo Campos. Ontem publicamos aqui no Blog do Jolugue uma entrevista publicada pelo blog do Gerson Camarotti, onde fica evidente que os “arranjos” para o apoio do PSB à candidatura de Fernando Haddad, em São Paulo, deixaram o governador bastante à vontade para se movimentar na província, sem que isso implique em alguma admoestação por parte de Lula. A questão agora é escolher o “ungido” entre os reservas de ouro que estão no banco do Campo das Princesas, alguns deles sem qualquer experiência em eleições, mas escudados pela liderança de um político com o prestígio nas nuvens. 

sábado, 16 de junho de 2012

Eduardo Campos: "É natural a dispersão de forças nas eleições".

 

Com o cenário de rompimento entre PT e PSB em cidades importantes como Recife e Fortaleza, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) manda o seu recado: “É natural que a eleição municipal seja uma eleição onde haja mais dispersão das forças, mais disputa”.
Em entrevista ao blog, Eduardo Campos ressalta que o partido cedeu em São Paulo. Mesmo assim, ele admite que o debate interno deixou feridas: “Claro que não foi um debate singelo travado no PSB.”
Presidente nacional do PSB, Campos reconheceu o peso do ex-presidente Lula nessa decisão. “Lula falou da questão de São Paulo como uma questão estratégica para PT. E nós encaminhamos toda uma sorte de conversa interna do partido e conseguimos resolver.”
Em Recife, Campos responsabiliza a divisão interna do PT como o principal motivo para o PSB lançar candidatura própria. “Há uma divergência que não tem fim”, criticou.
A entrevista foi concedida nesta sexta-feira, no deslocamento de Eduardo Campos entre o Palácio do Planalto e o Aeroporto de Brasília. De lá, seguiu para São Paulo, onde o PSDB anunciou apoio ao candidato petista, Fernando Haddad.
Veja entrevista de Eduardo Campos ao Jornal das Dez:
Leia a íntegra da entrevista:
Blog do Camarotti – Governador, como está hoje a relação PT-PSB para essas eleições? Pode haver muitos rompimentos?
Eduardo Campos
A eleição municipal tem características próprias. A disputa do município sempre se dá com maior intensidade do que nos pleitos estaduais e no pleito nacional. É muito difícil uma frente política dos partidos comungarem das mesmas posições em todos os municípios, então é natural que na eleição municipal haja mais dispersão das forças, mais disputa. E a gente tem que fazer isso com muita tranquilidade.
Blog – Em São Paulo, o PSB fez um gesto de aproximação com o PT. No encontro de hoje isso se consolida?
EC
– A eleição em São Paulo foi colocada como prioritária pelo Partido dos Trabalhadores. Nós temos uma relação com o PT no projeto nacional que vem sendo liderada hoje pela presidenta Dilma, dando sequência ao que foi o governo do presidente Lula. Nós fizemos uma avaliação do ponto de vista político de que não tínhamos nenhuma candidatura natural dentro do PSB, e que em nome dessa relação e desse projeto, era importante que tomássemos a decisão que estamos anunciando em São Paulo.
Blog – Qual foi o apelo do ex-presidente Lula para o PSB?
EC
– Não houve apelo do presidente Lula para o PSB. Houve conversas há cerca de 90 ou 120 dias atrás, das duas direções, em que o presidente Lula participou. Ele ouviu ponderações em relação a lugares que a gente poderia ter apoio do PT. Outros a gente já sabia que não ia ter ou que já estava disputando com o próprio PT. E ele falou da questão de São Paulo como uma questão estratégica para o Partido dos Trabalhadores. E nós encaminhamos toda uma conversa interna do partido e conseguimos resolver.
Blog – Fica uma sequela no PSB local, já que o partido apoiava o governo Alckmin?
EC
– Claro que não foi um debate singelo o travado no PSB. Até porque tínhamos um posicionamento que veio a ser tomado pelo partido a nível local em função de divergências que tivemos com o PT regional. Mas tratamos isso com cuidado e com muito respeito às lideranças do nosso partido, e chegamos a uma posição de construir esse caminho na direção nacional junto com a direção estadual e municipal.
Blog - Em Recife, aconteceu o inverso: PSB e PT eram aliados e agora os dois partidos estão praticamente rompidos…
EC
– Não se trata de rompimento do PT com o PSB e a Frente Popular [aliança PT, PSB, PCdoB e PDT] em Recife. Pelo contrário. O que há é um enfrentamento que já dura quase quatro anos de debate interno dentro do PT, que levou o partido a ter uma prévia internamente muito acirrada e que todos os partidos da Frente, inclusive o PSB, assistiram a esse processo torcendo para que o PT pudesse construir a sua unidade, o que não ocorreu até o dia de hoje. Até o dia de hoje há recursos às instâncias nacional do PT, há processos que foram para a justiça. E há uma divergência que não tem fim. E no momento em que se avizinha o processo das convenções, o PSB colocou à disposição da frente quatro nomes para que, não havendo – como não houve até agora – entendimento dentro do PT, o PSB possa liderar a frente, preservar e fazer avançar os projetos e as mudanças que fizemos ocorrer na vida de Pernambuco e também na cidade do Recife.
BlogA possibilidade do PSB de Recife lançar um candidato próprio não pode criar atrito pro futuro?
EC
– Claro que seria muito mais singelo se todos os partidos estivessem juntos em torno de idéias, de um pensamento, de um programa para a cidade, que está reclamando mais avanços. Mas se isso não for possível, nós não podemos dizer agora que isso vai significar uma dispersão das nossas forças. Se necessário for, vamos fazer esse debate com elegância, dentro do padrão que a gente faz na política, como fizemos, por exemplo, em 2006, em que eu disputei eleição no primeiro turno com o hoje senador Humberto costa. Quatro anos depois, estávamos ocupando uma mesma chapa majoritária. Se não for possível construir essa unidade, será por razões que não foram montadas por nós, mas por razões que passaram das nossas expectativas, porque vieram exatamente de uma divergência dentro do Partido dos Trabalhadores. Uma divergência que a cidade assistiu em seis meses de um debate duríssimo. E aí, se a gente for levado a ter duas candidaturas da Frente Popular, que nós não desejamos porque queremos a unidade, por que não discutir a unidade em torno de uma candidatura do PSB, já que o PT não está conseguindo construir a unidade? Essa pergunta é que a gente tem feito aos partidos da Frente. Espero até o prazo jurídico, do dia 30 de junho, construir unidade. Se não construirmos, vamos fazer o debate e o povo vai julgar.
BlogFortaleza também é outro problema PTxPSB. Já há um rompimento de fato. Como resolver isso agora?
EC
– Pelo relato que eu tenho do governador Cid Gomes e dos companheiros do PSB em Fortaleza, o PSB fez um esforço no sentido de construir a unidade. Não foi possível, não foram compreendidas as ponderações feitas pelo partido. Houve uma tomada de decisão pelo PT. E por outro lado houve tomada de decisão pelo PSB. Agora, a cidade vai julgar.
Blog - O PT se preocupa muito com o PSB porque há uma proximidade grande em várias capitais com o PSDB. Isso pode afetar a relação futura?
EC
– Não, as proximidades e as alianças que nós temos vêm de muitos anos. E isso nunca evitou que o PSB estivesse ao lado do PT ao longo desses anos no projeto nacional. Nós temos uma aliança com o PSDB, por exemplo, em Belo Horizonte, junto com o PT. Nós temos aliança com o PSDB em Curitiba, que vem de muitos e muitos anos. Não foi feita ontem. Mas nós estamos em muitos lugares apoiando o Partido dos Trabalhadores, inclusive em São Paulo e outras capitais. Isso é próprio da dinâmica da política municipal, regional. Não vejo nenhuma incoerência nessa posição. Porque são posições que já assumimos ao longo de anos e anos. Até porque, com muitos desses companheiros do PSDB, nós construímos juntos a democracia, construímos avanços importantes na vida pública brasileira. E entendemos que essas alianças têm feito bem à população dos lugares que governamos juntos.
BlogQuando esteve com a presidente Dilma, ela fez algum apelo em relação às eleições?
EC
– Não, tratamos com a presidenta a questão desse ambiente econômico que vem aí com o aguçamento da crise na Europa, da visão dos Estados, da necessidade de estarmos mais juntos os governos dos Estados com o governo federal, incrementando o investimento público para animar a economia, para que a gente possa chegar ao final do ano podendo acelerar a economia e fazer um 2013 melhor do que 2012.
Blog – O PMDB aqui no Congresso Nacional já começa a ficar preocupado com a proximidade hoje do PSB com o PT (ou pelo menos do namoro entre os partidos) para a chapa de 2014. Tem risco de isso acontecer?
EC
– Não… 2014 está muito longe. Agora o grande desafio é a gente ajudar a presidenta Dilma, o vice-presidente Michel Temer e todo o governo a enfrentar esse desafio que é minimizar os efeitos dessa crise internacional, que se assemelha à crise de 2009 na vida pública brasileira. É poder garantir que o consumo, o investimento, as exportações, que o esforço brasileiro poupe os empregos e preserve o mercado de trabalho que melhorou tanto nos últimos anos no Brasil. E que a gente possa chegar a 2013 com a economia ganhando outro ritmo.
Publicada às 9h05
Publicado originalmente pelo Blog do Gerson Camarotti

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Candidatura do PSB torna-se irreversível no Recife


O lançamento de uma candidatura do PSB à Prefeitura do Recife, nas eleições de 2012, já é dada como favas contadas pela crônica política do Estado. Na fala dos principais interlocutores da Frente Popular, exceção evidente para o PT, o adjetivo mais utilizado é irreversível. A proposta consolidou-se e vem recebendo o apoio dos partidos que compõe a aliança. O senador Armando Monteiro, por exemplo, reafirmou sua convicção de acompanhar a decisão do governador Eduardo Campos, assim como outros partidos da aliança. Há quem afirme, inclusive, que o vice poderia sair dos quadros do PCdoB, por hora, descartando-se uma possível articulação com o PMDB. Em conversas reservadas, o governador já teria externado sua posição para o senador Humberto Costa. Nas hostes do Campo das Princesas, o nome com maior evidência é o do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, um técnico sem nenhuma experiência política, mas perfeitamente afinado com o projeto de Eduardo Campos e, segundo informações de uma pesquisa de posse do Campo das Princesas, com o perfil requerido pelo eleitor recifense. Ontem, em artigo, o editor do Blog do Jolugue afirmou, equivocadamente, que Geraldo Júlio era Secretário de Planejamento. Perdão aos leitores.  

A rinha entre PT e PSB no Estado.


Caso seja confirmada a candidatura do PSB à Prefeitura do Recife - dizem que o anúncio sairia na próxima quarta-feira, após o tão esperado grande encontro entre Eduardo Campos e Lula - que adiou o diálogo em razão de recomendações médicas,  em outras cidades da província, o PT já trava uma disputa acirrada com o PSB. O caso mais emblemático é o de Petrolina, onde até recentemente o senador Humberto colocou mais “lenha” na fogueira, reafirmando o seu apoio à candidatura do Deputado Odacy Amorim, pivô de uma querela entre as duas agremiações. Em Camaragibe e Paulista, os dois partidos também não chegaram a costurar um acordo. Na cidade das chaminés, comenta-se, à boca miúda, que o Deputado Sérgio Leite, candidato do PT, não poupa o governador de críticas ácidas. Ácidas até demais. Em Paulista, o candidato Sérgio Leite, apesar de liderar as primeiras sondagens de opinião, deverá amargar mais uma derrota, porque é quase certo que Eduardo Campos empenhe-se, pessoalmente, na eleição de Júnior Matuto, um rapaz de origem humilde, militante de primeira linha do PSB.

Maluf apoiará Fernando Haddad em São Paulo


Após barganha política, PP apoiará a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Quando Celso Russomano ainda era filiado ao PP, Paulo Maluf saiu até os balcões de alguns partidos, negociando sua performance nas pesquisas, disposto a rifar-lhes o pleito. Celso transferiu-se o PRTB, partido pelo qual pretende manter sua candidatura à Prefeitura da capital. Mesmo para Celso Russomano, tratou-se de uma processo muito humilhante, conforme já discutimos aqui no Blog do Jolugue. Agora vem a notícia de que o PP emprestará seu apoio ao nome do ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, candidato do PT. A aliança se confirmou após a nomeação do engenheiro Osvaldo Faria para uma secretaria do Ministério das Cidades, comandado pelo paraibano Aguinaldo Ribeiro.Comentou-se que a senadora Marta Suplicy teria sido bastante econômica com as palavras quando indagada sobre o nome de Erundina como candidata a vice na chapa de Haddad. Falta perguntar a senadora o que ela pensa sobre o canchavo do PT com Paulo Maluf.  


Na crise, Humberto Costa lembra da fidelidade a Arraes.


Comenta-se que nesse momento de crise na Frente Popular, o senador Humberto Costa chagou a mencionar a gratidão que Dr. Arraes tinha para com o PT, um partido que sempre o apoiou. Arraes, por sua vez, sempre foi fiel aos companheiros. Lembro-me de uma conversa com o Deputado Estadual Luciano Siqueira, onde ele mencionava, com toda ênfase, que “Arraes nunca abandonou os comunistas”. Embora celebrasse algumas alianças com setores conservadores da política pernambucana, sintomaticamente, Arraes estabelecia algumas clivagens que o neto, Eduardo Campos, parece desconsiderar, em razão de seu projeto presidencial, onde se impõe afastar todos os possíveis urubus do aeroporto Internacional dos Guararapes, permitindo-lhes um voo sem sobressalto para o Planalto. Os tempos são outros, meu caro Humberto Costa.

José Dirceu continua falando demais.


Embora tenha sido afastado da condição de um dos ministros mais poderosos da era Lula, por ocasião da crise do Mensalão, José Dirceu continuou em berço esplêndido, com o prestígio em alta junto aos companheiros e à burocracia do PT, ganhando muito dinheiro com suas consultorias. Não perde a oportunidade de opinar, através do seu Blog, sobre os temas mais relevantes da política brasileira, sobretudo se o PT estiver envolvido. Agora, por ocasião da crise enfrentada pelo PT no Estado, seus pronunciamentos agravaram um quadro que já era difícil, o da relação entre o governador Eduardo Campos e o senador Humberto Costa, em torno da candidatura da Frente, nas eleições de 2012. José Dirceu vem perdendo uma ótima oportunidade de ficar calado.

Armando reconduzido à presidência do Conselho José Ermírio de Moraes


O senador Armando Monteiro foi reconduzido ao cargo de presidente do Conselho do Diploma José Ermírio de Moraes, para exercer a função por mais um ano no Senado Federal. Desde 2011, o parlamentar preside o Conselho, ao lado do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que é vice-presidente, e mais 11 senadores.
Instituído em 2008, o Conselho tem como objetivo agraciar personalidades do setor industrial que tenham se destacado por sua contribuição à economia nacional, promovendo o desenvolvimento sustentável e o progresso do Brasil.
Desde 2009, o Senado Federal condecora empreendedores que se destacaram na promoção do crescimento econômico, mediante a geração de emprego e renda e pela contribuição com os programas de responsabilidade e valorização ambiental, cultural, social e econômico do País.
Em maio deste ano, Armando Monteiro homenageou, em sessão solene no plenário do Senado Federal, o empresário pernambucano Ricardo Brennand. Também já foram diplomados o ex-vice-presidente da República José Alencar, o industrial Jorge Gerdau; o empresário e bibliófilo José Mindlin, entre outras personalidades.
Crédito da foto: Pedro França/Agência Senado
Assessoria de imprensa