pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : PT
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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Editorial: 90% do mercado não aprova pacote de Lula.


A notícia acima, depois de uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest, caiu como uma bomba no colo da Direção Nacional do PT, que reagiu com veemência a tal informação. Não se briga com os números. A insatisfação de amplos setores do mercado em relação ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo Governo Lula3 deixou, é algo pacificado, deixando muita gente decepcionada, inclusive com declarações públicas, como foi o caso do empresário Rubens Ometto, que, numa linguagem talvez pouco formal ao campo onde atua, taxou um "Estamos ferrados". Na realidade, na rinha interna do Governo, venceu a ala que abomina o mercado, destilando contra essa entidade a mesma bílis dos tempos de bancos acadêmicos ou da militância partidária, esquecendo que agora precisam assumir a responsabilidade de governo. Infelizmente é isso. 

Não se motivos, logo após o anúncio o presidente Lula retomou o diálogo com a sua base histórica de apoio, de olho nas eleições de 2026, sinalizando que não se submeterá às amarras impostas pelo ajuste fiscal. Gleisi Hoffmann, a Presidente Nacional do PT, fez um pronunciamento contundente contra a pesquisa, mas os números refletem, na realidade, este momento atual, onde se impõe um ajuste rigoroso das contas públicas, com eventuais implicações sobre as políticas desenvolvidas pela governo, mas que se configura como urgente e absolutamente necessário.  Sobrevivendo à tempestade, com as contas arrumadas, retomando os investimentos, com credibilidade, melhorando a arrecadação de impostos, seria o momento mais oportuno para distribuir renda, combater as desigualdades sociais. A conta é simples, mas os petistas mais radicais veem na adoção desse receituário uma conspiração do mercado para atrapalhar o projeto de poder do partido. 

A necessidade desse ajuste fiscal representou um ponto de inflexão na legenda. Foi o momento onde as cartas para as eleições presidenciais de 2026 foram postas nas mesas. Reforma ministerial para os ajustes políticos - talvez incorporado segmentos evangélicos sob a crença de isso seja suficiente para reverter a demonização do PT neste nicho eleitoral ; reaproximação com a sua base histórica de apoio, como os Sem Terra, indígenas e quilombolas; ajustes de gastos aqui e ali, tudo muito pontual, bem distante do desejável.  

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Editorial: PT tenta uma reaproximação com os evangélicos através de uma agenda social e econômica.

Crédito da Foto: Thiago Coelho\PT


Pelo menos isso o PT entendeu. A identificação dos evangélicos com o o bolsonarismo se dá, sobretudo, através da agenda de costumes. Por aqui o PT jamais construiria uma ponte de reaproximação como esses grupos neopentecostais. A adoção de uma agenda de políticas públicas na área social e econômica, por outro lado, poderia, sim, quebrar, em parte, a resistência desses grupos em relação ao partido. Jamais apostaríamos aqui numa nova lua de mel, como já se verificou num passado distante. A última pesquisa de avaliação do Governo Lula 3, por outro lado, realizada pelo Instituto Quaest\Genial, sugere que as resistências estão sendo quebradas. 

Trata-se de um mingau quente que precisa ser comido pelas beiradas e talvez só fique mesmo nas beiradas. A extrema direita sugere oferecer melhores condições políticas para esses grupos neopentecostais. É como se estivéssemos tratando aqui de um alinhamento natural. Um projeto de poder que não se coaduna-se com o Partido dos Trabalhadores, mas casa como uma luva com o ideário da extrema direita. Daí se entender que tal reconciliação absoluta seria algo impensável.   Até uma pessoa com grande expertise na área, pois é evangélica, a deputada federal Benedita da Silva, desde as últimas eleições, deu este conselho aos dirigentes da legenda. 

Do ponto de vista da área econômica, a trincheira tem sido o Banco Central, apontado pelos líderes da legenda como um órgão que atravanca, deliberadamente, os projetos do partido. Campos Neto deve deixar o cargo, mas já existe quem esteja sugerindo uma devassa da devassa no órgão. Do contrário o partido continuará sofrendo refregas, como esta última do Copom, onde até indicados pela legenda votaram contra as resoluções do Planalto. 


Editorial: As duas tendências eleitorais já verificadas para as eleições municipais de 2024.



O site da revista Veja traz uma matéria bastante interessante sobre a tendência eleitoral das próximas eleições municipais de 2024. Nesta matéria, muito bem elaborada por sinal, inclusive contando a com consulta a especialistas da área de Ciência Política, aponta-se duas tendências de voto já verificadas neste momento. A primeira delas diz respeito a uma provável reeleição de alguns prefeitos que já conduzem a máquina, como é o caso de João Campos(PSB-PE), em Recife, Bruno Reis(UB-BA), em Salvador, Eduardo Paes(PSD-RJ), no Rio de Janeiro, João Henrique Caldas(PL-AL),em Maceió. Trata-se, neste caso, de uma tendência motivada muito mais por uma questão de avaliação de gestão, independentemente de ideologia, o que significa dizer que a renitente polarização política no plano nacional talvez não seja assim um fator indutor do voto do eleitor. De alguma forma, as eleições municipais sempre guardam alguma reserva em relação às contendas da capital federal. 

Esta característica, aliás, é um dos fatores determinantes nas eleições municipais, onde o eleitor vota a partir de uma experiência cotidiana, ou seja, até que ponto a gestão do prefeito esta contribuindo para a melhoria das condições de infraestrutura do seu bairro, da opção de lazer dos rebentos, de como ele está chegando ao trabalho. Dizem que saúde e segurança também passaram a integrar essa pauta, mas são políticas públicas em relação às quais o gestor municipal não conta com absoluta autonomia. Mesmo assim, dito pelo não dito, os principais concorrentes à Prefeitura do Recife já assumiram o compromisso de armar a guarda municipal. 

A outra tendência de voto diz respeito à opção do eleitorado por candidatos de centro-direita do espectro político. Isso ainda poderia preocupar partidos como o PSOL ou PSTU. Para o PT, por exemplo, isso já não seria mais um problema porque o partido já se encontra à direita de nossa esquerda. Essa premissa vale aqui para o Recife, onde o partido apoia a reeleição do atual gestor, João Campos. Essa conformação ideológica é tão interessante que há quem diga que os petistas mais - ou ainda - orientados ideologicamente talvez optem em votar na candidata do PSOL, Dani Portela. 

A ala mais pragmática e burocrática já entrou de sola na bacia semântica, como diria Gilbert Durand. E, por falar em PT, dizem que a estratégia que está sendo priorizada nessas eleições municipais, já de olho no cenário politico de 2026, seria a de formar um exército de vereadores, que interferem diretamente na formação de uma boa bancada de deputados, o que poderia facilitar a conjuntura de governabilidade num eventual quarto mandato de Lula. É a mesma estratégia que está sendo pensada pelos estrategistas do PL, de Waldemar da Costa Neto. O propósito é o de eleger mais de mil prefeitos, um batalhão de vereadores, sempre com o propósito de eleger um número expressivo de senadores e tomar a Bastilha do Senador Federal, de onde poderiam enfrentar o Poder Judiciário e criar as condições de uma anistia para o capitão. 

domingo, 14 de julho de 2024

Editorial: Queiroga festeja segundo lugar na pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura de João Pessoa.



O ex-Ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, comemorou bastante o resultado da pesquisa do Instituto Veritá, divulgada recentemente, onde ele aparece em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de João Pessoa, atrás do atual gestor, Cícero Lucena, que concorre à reeleição. Há motivos para a comemoração? Sim. Trata-se de uma boa performance, principalmente para alguém com o perfil do ex-ministro que, salvo melhor juízo, não teria experiência em disputar eleições. 

Assim como ocorre no Rio de Janeiro, a engenharia eleitoral naquela capital é um pouco complicada, uma vez que há mais de um candidato que poderia conquistar o eleitorado de perfil conservador. O próprio prefeito, Cícero Lucena, filiado ao Progressistas, não tem um perfil muito nítido de identificação com o eleitorado tipicamente de esquerda. Uma parcela de seu eleitorado é de perfil conservador e, quiçá, até simpático ao bolsonarismo. No Rio, Eduardo Paes, apoiado pela esquerda, não esquece de flertar com atores políticos de perfil conservador, o que talvez esteja impedindo o avanço do bolsonarismo, permitindo que ele feche a fatura ainda no primeiro turno.  

A missão de Queiroga, se deseja continuar competitivo na disputa,  seria a de consolidar esse eleitorado bolsonarista, e, de preferência, adentrar junto a um eleitorado conservador, não necessariamente bolsonarista. Por razões óbvias, ele não teria como penetrar junto ao eleitorado de esquerda. Cícero, por sua  vez, não teria as mesmas dificuldades. Possui o apoio dos socialistas do PSB e, por muito pouco, não contou com o apoio do PT, que lançou um candidato próprio, o deputado estadual Luciano Cartaxo. 

A pesquisa do Instituto Veritá foi realizada no período de 10 a 14 de junho, ouviu 1,202 pessoas, tem uma margem de erro de 3,5 p.p e índice de confiabilidade de 95%. Registro PB-07225\2024. Veja os números: 

Cícero Lucena 27,9%

Marcelo Queiroga 19,5%

Luciano Cartaxo  14,8% 

domingo, 2 de junho de 2024

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Os lances audaciosos e as movimentações políticas do prefeito João Campos.



Crédito da Foto: Rodolfo Loepart\Veja


Quando o seu projeto político passou a vislumbrar a possibilidade de concorrer à Presidência da República, o ex-governador Eduardo Campos estabeleceu duas estratégias bem nítidas, consoante suas aspirações políticas: consolidou uma espécie de "eduardismo" aqui na província, integrando-se aos mais amplos espectros políticos do Estado, inclusive com ex-desafetos de seu clã-familiar; e, na outra ponta, estabeleceu alianças com correntes políticas de centro e centro-direita da política nacional, agregando em torno de si um conjunto de forças que poderiam viabilizar, na prática, o seu projeto político. 

Neste momento, o ex-governador passou a receber e acatar conselhos de que seria fundamentalmente importante construir uma narrativa anti ou pós petista. É emblemática uma expressão utilizada pelo ex-governador Jarbas Vasconcelos, depois de um daqueles cozidos na praia do Janga, afirmando que Eduardo estava se distanciando do PT, antes mesmo de que o próprio Eduardo Campos assumisse tal condição.  Como se sabe, Eduardo morreu de forma prematura, num acidente aéreo, antes de concretizar o seu mais ambicioso projeto político, alimentado desde os tempos de estudante de economia na Universidade Federal de Pernambuco. 

Nesta semana, o seu herdeiro político, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), pratagonizou alguns lances e movimentações políticas dignas de análises e especulações. Em encontro no Palácio do Planalto, na presença do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, comunicou ao morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva, que não pretende ceder a vaga de vice em sua chapa de reeleição ao PT. Segundo informações de bastidores, matreiramente, o líder petista desconversou e teria sugerido adiar essa discussão para mais tarde, procurando ganhar tempo. Será inútil. Mais tarde, João continuará reafirmando sua posição, em razão de inúmeros aspectos que estão em jogo nessa tomada de posicionamento do prefeito.  

O principal deles é que os olhos de João se voltam para as eleições de 2026, embora afirme, como uma das lições deixadas pelo pai, a qual confessou em entrevista a revista Veja, que pensa num dia de cada vez. Na semana anterior a esse diálogo com o presidente Lula, João Campos havia mantido um encontro com o Presidente Estadual do União Brasil aqui no Estado, o Deputado Federal Mendonça Filho, com o propósito de integrar o Uniao Brasil ao seu projeto de reeleição. Coerente, Mendonça Filho teria dito ao prefeito que não se sentiria bem numa aliança onde o PT participava. 

Curiosamente, não sabemos se Mendonça Filho voltou atrás, mas a aliança foi fechada no plano nacional, onde envolve o apoio dos socialistas à eleição de Elmar Nascimento(UB-BA) à Presidência da Câmara dos Deputados. Trata-se de um agrupamento político que deverá seguir, naturalmente, uma direção diametralmente oposta aos interesses do PT, conforme sugere o Deputado Estadual João Paulo(PT-PE) em entrevista recente ao Jornal do Commércio

O União Brasil certamente flertará com uma eventual federação encabeçada pelo ex-Ministro da Casa Civil do Governo Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, que envolveria o PP, os Republicanos. Esta federação, aliada ao PL, com a simpatia do União Brasil, que pretende fazer os presidentes das duas Casas congressuais, fechariam o circuito de uma oposição que pode trazer grandes embaraços governamentais ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Aqui na província, lideranças políticas ligadas a essas agremiações, exceção apenas para o União Brasil, já se movimentam no sentido de adubar as bases para as eleições de 2026, onde deverão perfilar ao lado do atual gestor da cidade. É o caso do Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, do Republicanos, de Eduardo da Fonte, do Progressistas, e Marília Arraes - por que não?- do Solidariedade. A rigor, nem podemos isolar o União Brasil deste conjunto de forças, uma vez a família Coelho já está fechada com o Palácio Capibaribe, trazendo a colheita de votos do Sertão do São Francisco para o projeto de João Campos em 2026. 

O grupo Coelho ofereceu apoio ostensivo à governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) no segundo turno das eleições passadas, mas não teve espaço no Governo. Seguindo os conselhos do avô, que não abandonava os seus redutos eleitorais no interior, João se movimenta com pragmatismo nessas horas, menos inviesado ou solto das amarras ideológicas, apoiando alianças petistas em Jaboatão dos Guarapares, assim como José Queiroz em Caruaru, onde bate chapa com a governadora Raquel Lyra. Bem avaliado, estrela que brilha na constelação política do Estado, principalmente nesses redutos interioranos, não se surpreendam com as filiações dos candidatos que gostariam de contar com o prefeito em seu palanque. Alguns deles já estão vindo em caravanas conhecer o trabalho do gestor na capital.     

sábado, 1 de junho de 2024

Editorial: A entrevista de João Paulo ao Sistema Jornal do Commércio.



O Deputado Estadual João Paulo é o primeiro integrante do PT a se pronunciar sobre o posicionamento do prefeito João Campos, em conversa recente com o presidente Lula, no sentido de ratificar a sua decisão de não aceitar a indicação de um membro da legenda petista para compor a sua chapa de reeleição nas próximas eleições municipais, programadas para outubro. João Paulo considera deselegante a atitude tomada pelo gestor municipal, argumentando que a cúpula do partido pode até endossar o projeto de reeleição do prefeito, mas a militância, possivelmente, talvez acompanhe uma candidatura de esquerda, de perfil mais autêntico, como o de Dani Portela, da Federação PSOl\Rede. 

No âmbito nacional, o ex-prefeito do Recife por dois mandatos, observa com preocupação as movimentações do prefeito João Campos com o União Brasil, principalmente quando se está em discussão o apoio do partido ao nome de Elmar Nascimento, do União Brasil, para a sucessão na Câmara dos Deputados. Elmar, como se sabe, também é o nome do atual presidente da Casa, Arthur Lira. A entrevista é longa, concedida a uma rádio do sistema, mas reproduzida pela edição impressa do Jornal. João Campos já asseumiu que os socialistas devem endossar o nome de Elmar Nasicmento para a presidência da Casa. Nesta aliança, João Paulo enxerga indícios de tessituras aliancistas desfavoráveis ao presidente Lula. Isso é verdade.   

Durante a entrevista, João faz referência àquele mecânico que socorreu o motorista com o seu carro quebrado na estrada e depois voltou à sua casa para cobrar pelos serviços prestados. A interpretação é livre. Consideramos curioso que ele tenha manifestado a opinião de que o PT possa apresentar uma candidatura própria ao pleito. É sempre bom ouvir alguém do Partido dos Trabalhadores com a espertise, a sensibilidade e a sinceridade do João. 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Editorial: PT adia mais uma vez decisão sobre as eleições municipais em João Pessoa.



Reunido hoje, dia 13, o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT adiou, mais uma vez, a decisao sobre como será o posicionamento da legenda nas próximas eleições municipais. O próximo capítulo dessa novela está programado para o dia 20\05. 
A legenda se divide entre uma candidatura própria ou o apoio a um nome que possa representar alguma perspectiva de êxito no pleito, de preferência incorpando alguns tópicos da agenda do chamado campo progressista. 

Neste aspecto, se o partido não caminhar para uma candidatura própria - entre os deputados estaduais Cida Ramos e Luciano Cartaxo, ambos filiados ao partido - o candidato que mais se aproxima desse eixo, que já conta, inclusive, com o apoio do governador socialista João Azevêdo, é o do atual gestor da cidade, Cícero Lucena, do Progressistas, que lidera a disputa até este momento, segundo as pesquisas de intenção de voto. Cícero concorre à reeleição e o governador João Azevêdo(PSB-PB) é um aliado do Planalto. 

Conforme já tivemos a oportunidade de expor por aqui, essa demora na definição prejudica sensivelmebte os planos dos diretórios municipais e estaduais da legenda naquela praça. Até mesmo a opção por uma candidatura própria hoje já seria prejudicada. Diante dessa novela, penso que até o GTE já teria chegado à conclusão de que as prévias seriam o melhor caminho a seguir. O melhor e mais democrático. Registre-se.  

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Editorial: O vice de João Campos no Recife não será do PT. É ponto pacificado.



O Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de passagem aqui pela Veneza brasileira, onde cumpriu agenda oficial da Presidência da República, aproveitou o ensejo para reforçar um nome do PT na composição da chapa do prefeito João Campos, do PSB, que disputa a reeleição.  Desde o início das negociações entre as duas legendas, o PT reinvidica indicar um nome a vice na chapa do socialista, tendo, inclusive indicado alguns nomes da legenda para o cargo, como é o caso do assessor especial do ministério comandado por Padilha, o médico Mozart Salles, além de Carlos Vera. Em sua fala, o ministro leventa a bola do assessor. 

Conforme observou um jornalista local, o ministro sugere estar desatualizado no tocante ao assunto, pois o prefeito já teria deixado claro, tanto para o presidente Lula, quanto para a deputada Gleisi Hoffmann, que preside nacionalmente o partido, que o nome escolhido para a vice não será da legenda. Assim como ocorre no Rio de Janeiro, as eleiçoes de 2024 no Recife é apenas uma transição para as eleições de 2026, quando o atual gestor deverá disputar o Palácio do Campo das Princesas, no caso do Recife, independentemente de condições favoráveis ou não. 

Assim, ele precisa ter a confiança necessária sobre quem deverá deixar em sua cadeira no Palácio Capibaribe. Quatro dos seus principais assessores estão sendo preparados para a missão, todos já devidamente filiados aos partidos de sua base de sustentação, sendo a sua secretária de infraestrutura, Marília Dantas, a mais cotada atualmente. 

Você precisa ler também: 

PT desiste do vice no Rio de Janeiro.   

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Editorial: Os puxões de orelha de José Dirceu em Lula.


Os puxões de orelha estão se tornando recorrentes no Governo Lula 3. O morubixaba petista se empolga durante os discursos de improviso, por ocasião dos eventos oficiais e, não raro, tem reclamado em público dos seus subordinados. Mas Lula também não está isento desses puxões de orelha, conforme vamos tratar mais adiante. Alguns dos subordinados, como é o caso do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na nossa opinião injustamente, estão se tornando frequeses desses pitos. O último deles ocorreu durante as comemorações dos 50 anos da Embrapa, quando Lula reclamou dos recurso escassos previstos no orçamento da entidade de pesquisa agropecuária. 

Como já é do conhecimento público, José Dirceu voltou ao asfalto ou à ribalta, como vocês preferirem. Dirceu é uma espécie de "consciência ideológica' do mais autêntico petismo. O termômetro para se dimencionar, por exemplo, o quanto o partido tem se afastado dos seus princípios mais fundamentais. Seu discurso recente, na TrIbuna do Senado Federal, foi um autêntico puxão de orelha nos rumos do Governo Lula 3, ao fazer referência ao desvirtuamento da linha programática do Governo.

Fortalecer a democracia substantitva - até como antídoto ao descarrilamento da democracia política - sempre foi uma das grandes premissas do PT. Agora foi a vez de o líder petista escrever um artigo numa revista do partido, criticando os supersalários dos militares, como decorrência das benesses concedidas durante o Governo Bolsonaro. Na realidade, a discussão é mais ampla e está em jogo uma reaproximação ou um realinhamento de Lula com setores militares, manobra que estaria sendo articulada pelo Ministro da Defesa, o pernambucano José Múcio. No artigo, José Dirceu fala sobre tais penduricalhos, assim como sobre a necessidade de que o mesmos possam ser revistos.  

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Editorial: Eleitores de Lula preferem João Campos em 2024.


Um percentual bastante expressivo dos eleitores recifenses que votaram em Lula nas eleições presidenciais de 2022 preferem votar em João Campos, do PSB, nas eleições de 2024, de acordo com pesquisa do Instituto Atlas\CNN. Nada menos do que 74,6% dos eleitores do morubixaba petista preferem João a um eventual candidato do PT. O PT enfrenta grandes dilemas para as eleições de 2024. Aqui no Recife, por exemplo, praticamente desistiu de uma candidatura própria. O apoio ao socialista João Campos é uma contingência que se impõe pelas circunstâncias políticas do momento. 

Com uma aprovação acima dos 80% da população recifense, torna-se uma missão quase impossível derrotá-lo em seu projeto de renovar o contrato de locação do Palácio Capibaribe. O PT deseja participar da festa, indicando, ao menos, o candidato a vice na chapa, mas o prefeito já reafirmou que indicará um nome de sua mais absoluta confianca, pois sabe-se que o seu projeto político está mais à frente, precisamente nas eleições de 2026, quando deverá disputar o Governo do Estado. 

Mesmo com o próprio Lula entrando no circuito das negociações, não acreditamos que o cenário seja revertido. João já tratou de filiar quatro assessores diretos em partidos que compõem a sua base de apoio. A aposta maior é a sua Secretária de Infraestrura, Marília Dantas, uma supersecretária, com fartos recursos e perfil de tocadora de obras. No momento, porém, nem eles sabem quem será o ungido. Salvo melhor juízo, todos são técnicos, o que significa dizer que, assim como seu pai, Eduardo Campos, João guarda reservas do seu staff político. 

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Marília Dantas pode ser a ungida 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Editorial: Governo Lula parte para a batalha da comunicação digital.



Durante um raro momento, o PT esteve bem nas redes sociais, o que contribuiu bastante para viabilizar os seus projetos eleitorais. Mas, conforme afirmamos, este foi um raro momento. Nesta última camanha presidencial, por exemplo, o PT apanhou feio do bolsonarismo pelas redes sociais, embora tenha vencido as eleições. A refrega foi tão grande que eles tentam se recuperar até agora. Na esteira das eleições presidenciais de 2018, as redes sociais cumpriram um papel determinate para eleger o presidente Jair Bolsonaro. 

Aliás, Bolsonaro já teria sido reflexo de um projeto de consolidação política que utiliza-se das redes sociais com o propósito de consolidar o seu objetivo. Jair Bolsonaro, portanto, é cria de um experimento de perfil autoritátio dessa extrema-direita, que tem nas redes sociais um ambiente preferencial para emitirem os seus recados e, consequentemente, orientarem as ações dos seus seguidores. Daí a grende preocupação desses grupos com a sua regulação, o que significaria, em última análise, deixar a chocadeira sem o calor necessário para a reprodução dos seus filhotes. Um deles eclodiu num país vizinho recentemente. 

Estamos na era da pós-verdade, das fake news. Uma mentira, quando bem conduzida pela boiada, com o amparo tecnológico das disparos de Zap's, por exemplo, torna-se uma verdade consolidada, destruindo imagem e reputação. Uma verdade pode seguir um caminho inverso, o que nos conduz à conclusão de que tudo se transformou numa questão de "narrativas" ou o quão pessoas e instituições são capazes de consolidá-las junto à opinião pública. Faz todo sentido os governantes manterem uma preocupação efetiva em relação a este assunto. 

Até mais recentemente o Governo Lula realizou algumas mudanças no setor de comunicação digital, onde voltou a fazer as lives, mas sem muito sucesso. Há uma interrogação aqui que as novas empresas que ganharam a licitação para cuidar deste assunto precisa responder: O eleitor de Lula, diferentemente dos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, não sai às ruas para apoiar o Governo, como ficou comprovado nas últimas convocações. Teríamos por aqui um monte de argumentos para explicar este fenômeno. O que intriga, entretanto, é que, mesmo no aconchego do lar, eles também não estão dispostos, por exemplo, a acompanhar uma live com o morubixaba petista. Não é estranho isso?   

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A rinha entre PT e PSB no Estado.


Caso seja confirmada a candidatura do PSB à Prefeitura do Recife - dizem que o anúncio sairia na próxima quarta-feira, após o tão esperado grande encontro entre Eduardo Campos e Lula - que adiou o diálogo em razão de recomendações médicas,  em outras cidades da província, o PT já trava uma disputa acirrada com o PSB. O caso mais emblemático é o de Petrolina, onde até recentemente o senador Humberto colocou mais “lenha” na fogueira, reafirmando o seu apoio à candidatura do Deputado Odacy Amorim, pivô de uma querela entre as duas agremiações. Em Camaragibe e Paulista, os dois partidos também não chegaram a costurar um acordo. Na cidade das chaminés, comenta-se, à boca miúda, que o Deputado Sérgio Leite, candidato do PT, não poupa o governador de críticas ácidas. Ácidas até demais. Em Paulista, o candidato Sérgio Leite, apesar de liderar as primeiras sondagens de opinião, deverá amargar mais uma derrota, porque é quase certo que Eduardo Campos empenhe-se, pessoalmente, na eleição de Júnior Matuto, um rapaz de origem humilde, militante de primeira linha do PSB.

Maluf apoiará Fernando Haddad em São Paulo


Após barganha política, PP apoiará a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Quando Celso Russomano ainda era filiado ao PP, Paulo Maluf saiu até os balcões de alguns partidos, negociando sua performance nas pesquisas, disposto a rifar-lhes o pleito. Celso transferiu-se o PRTB, partido pelo qual pretende manter sua candidatura à Prefeitura da capital. Mesmo para Celso Russomano, tratou-se de uma processo muito humilhante, conforme já discutimos aqui no Blog do Jolugue. Agora vem a notícia de que o PP emprestará seu apoio ao nome do ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, candidato do PT. A aliança se confirmou após a nomeação do engenheiro Osvaldo Faria para uma secretaria do Ministério das Cidades, comandado pelo paraibano Aguinaldo Ribeiro.Comentou-se que a senadora Marta Suplicy teria sido bastante econômica com as palavras quando indagada sobre o nome de Erundina como candidata a vice na chapa de Haddad. Falta perguntar a senadora o que ela pensa sobre o canchavo do PT com Paulo Maluf.  


terça-feira, 12 de junho de 2012

Em Fortaleza não haverá acordo entre PT e PSB


Como já era previsto, o PSB do Ceará não conseguiu fechar um acordo com o PT de Luizianne Lins e deverá lançar um nome próprio como candidato a prefeito de Fortaleza, no próximo pleito municipal. As declarações dos irmãos Gomes sinalizavam para esse desfecho. Em uma de suas últimas falas sobre o assunto, o governador Cid Gomes havia declarado não haver mais “nenhuma” dívida com a prefeita, que esteve com ele nas últimas eleições majoritárias. Há vários nomes ligados aos Ferreira Gomes que estão na bolsa de apostas. Essas soluções de força, como a imposição do nome do Secretário de Educação do Município, Elmano de Freitas, como candidato do PT, desagradou aos Ferreira Gomes, que desejavam ver outro nome disputando a Prefeitura da capital. Por diversas razões, a cúpula nacional do PT não gostaria de perder o concurso do PSB naquela praça. É possível que haja gestões no sentido de reverter o quadro. As costuras ainda são possíveis, mas, se depender do humor dos Ferreira Gomes, trata-se de um caminho sem volta. O tom do debate, que começa a ganhar força, é a "exaustão" do modo petista de governar. No Recife, em entrevista recente, o Deputado Federal Paulo Rubem - que articula uma possível candidatura com o chamado "grupo alternativo" -  enfatiza alguma áreas onde a gestão petista do Recife também não estaria dando respostas satisfatórias à população.

João da Costa recorre ao Diretório Nacional e complica a vida de Humberto Costa


É muito pouco provável que a Direção Nacional do PT revogue a decisão  tomada pela Executiva Nacional, já confirmada pelo Diretório Muncipal do Recife, no sentido de reafirmar o nome do senador Humberto Costa como candidato do partido nas eleições de 2012. O prefeito já entrou com recurso, mesmo antes do prazo anunciado. Tudo estaria sob controle, não houvessem severas dúvidas sobre as decisões tomadas pela Direção do Partido, avaliadas como ilegítimas e arbitrárias por alguns, com uma repercussão bastante negativa nas ruas. Pessoalmente, pensamos que o próprio João da Costa não acredita na reversão desse quadro. Recorreu, tão somente, em razão de ser aquela instância o órgão indicado como avaliador da decisão tomada pela executiva. Nos últimos anos, o PT perdeu muito de sua organicidade, levando a militância a  questionar as decisões que estão sendo tomadas por uma espécie de aristocracia partidária, que defende apenas interesses de grupos organizados na agremiação. É sintomático que o assunto que mais vem sendo enfatizado pela imprensa quando discute as decisões tomadas pela Executiva Nacional e agora pelo Diretório Muncipal, é a composição desses núcleos decisórios, hegemonizados pela tendência Construindo Um Novo Brasil. Sempre vale a pena repetir, não se espere de João nenhuma atitude  de corte republicano.A fera está acuada e sem saída. Um acordo entre ele e Humerto Costa, a essa altura do campenonato, soará muito estranho para parte da militância, com reflexos também nas ruas, onde João da Costa passou a assumir uma estatura política que nunca teve, em razão do "martírio" que vem sofrendo. Se é verdade que João não foi convencido, a população também não o será, criando-se uma situação inusitadamente adversa para o PT, estimulando, agora, sim, muitos "movimentos" no campo situacionista, para complicar ainda mais o quadro. 

Por determinação de Lula, PT deverá "pegar pesado" com Perillo.


É aguardado com grande expectativa o depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo, na CPI do Cachoeira, no dia de hoje. Antes do depoimento, a cúpula do PSDB teria tentado um acordo com o PT no sentido de “pegar leve” com o governador tucano. Sem sucesso. Lula insiste que os petistas peguem pesado com Perillo. Conforme o Blog do Jolugue já informou aos seus leitores, Perillo encontra-se na lista dos “urubus voando de costa”, ou seja, seu nome está inscrito numa cadernetinha onde Lula anotou o nome dos seus maiores desafetos, ao deixar o Palácio do Planalto. Alguns deles não foram bem-sucedidos nas últimas eleições, conforme é o caso de Tasso Jereissati e Arthur Virgílio. Perillo é um sobrevivente, embora esteja metido até o pescoço com as encrencas que envolvem os negócios duvidosos do banqueiro Carlinhos Cachoeira. Mas, o que move Lula, infelizmente, não é nenhum sentimento nobre ou mesmo uma preocupação com a condução dos negócios públicos. Lula é movido pelo sentimento da vingança. Quando negou que tivesse conhecimento sobre o Mensalão, Perillo veio à boca do palco para informar à imprensa que havia alertado Lula reiteradas vezes sobre o fato, mesmo antes do estouro das denúncias do deputado Roberto Jefferson.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O PT num grande dilema: Humberto não conseguirá unir o partido em torno do seu nome.


O prefeito João da Costa permanece em silêncio, mas mantém firme o propósito de recorrer à Direção Nacional do PT sobre a decisão tomada pela Executiva Nacional, apeando-o da disputa pela reeleição em favor da candidatura do senador Humberto Costa, no seu entendimento, desprovida de argumentação política. De acordo com a crônica política do Estado, o prefeito já estaria com o recurso pronto. Por enquanto, nenhum aceno de diálogo com o senador Humberto Costa, o escolhido pela executiva para disputar as próximas eleições no Recife. O impasse, portanto, permanece. Os prazos dados a Humberto Costa para tentar reunir os destroços do PT no Estado são exíguos e temerários. Em entrevista concedida recentemente a uma rádio local, o senador aposta na liderança do governador para “aparar” as arestas políticas no contexto do PT e da Frente Popular. Sabiamente, o “Moleque” dos Jardins da Fundação Joaquim Nabuco, pelo menso publicamente, evitou colocar a mão nessa “cumbuca” e acreditamos que também não será desta vez que irá fazê-lo. Com sua larga margem de manobra, ele é o menos preocupado com essa confusão em que está metido o PT. Seria bastante salutar ao senador Humberto Costa que ele passasse a “confiar” mais no seu feeling político, evitando remeter o problema a um posicionamento do governador. Tudo nos levar a acreditar na pouca possibilidade de uma reaproximação ou mesmo uma “acomodação” do grupo liderado pelo prefeito João da Costa. Alguns anos atrás, Humberto Costa até reuniria as condições políticas necessárias para contornar as crises internas do PT. Hoje, não mais. Não por acaso, o governador Eduardo Campos mantém um “time de primeira linha” entricheirado no Campo das Princesas, pronto para entrar na batalha pelo Palácio Antonio Farias a qualquer momento. São companheiros de sua estrita confiança. O PT vive um momento político muito ruim.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Revista IstoÉ: As reinações de Marta

 

Ao não prestigiar o lançamento da candidatura de Fernando Haddad, a ex-prefeita de São Paulo se isola e mostra quão está distante da realidade do PT. Esse comportamento autofágico pode comprometer seu futuro político dentro da legenda

Pedro Marcondes de Moura

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JOGANDO CONTRA
Atitude de Marta Suplicy contribuiu para atrapalhar
a celebração de alianças pela candidatura do PT
É comum ao político que perde a capacidade de influir nos destinos de seu próprio partido, coleciona derrotas e acumula mágoas reagir se contrapondo aos líderes ascendentes simplesmente para marcar posição. Assim vem agindo a senadora Marta Suplicy (PT-SP) desde que foi alijada da disputa pelo governo paulista em 2010. No sábado 2, porém, a senadora passou da fronteira que delimita as brigas internas para adotar um comportamento autofágico. Sob o comando do marqueteiro João Santana, o PT havia preparado uma superprodução para formalizar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, principal aposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2012. Foram fechados dois andares do Expo Center Norte, um dos maiores centros de convenções da capital paulista. Cerca de 1,2 mil militantes e aproximadamente mil delegados do partido assistiam aos discursos inflamados de ministros e parlamentares transmitidos em tempo real em enormes telões e aguardavam a presença da senadora e ex-prefeita de São Paulo. Apesar de, nos últimos anos, Marta Suplicy ter presenciado o declínio de seu poder dentro da legenda, o presidente Lula faz questão de tratá-la como uma das maiores estrelas da campanha, ao lado dele próprio e do pré-candidato Haddad. A ex-prefeita havia confirmado presença. No entanto, não deu o ar da graça. Para os líderes petistas, o recado foi claro: Marta não pretende gastar seu salto em uma campanha em que foi preterida.

Durante o encontro, correligionários ligavam sem sucesso para o celular de Marta. A resposta para a ausência só veio na segunda-feira 4: “Um impedimento de caráter privado impossibilitou a senadora Marta Suplicy de comparecer ao evento”, tentou esclarecer a ex-prefeita por intermédio de sua assessoria. Coube ao presidente do PT paulista, Edinho Silva, cobrá-la publicamente: “A Marta está errando politicamente”, declarou. “Sua ausência materializa algo muito grave. Ela renuncia a sua liderança política no momento em que o PT mais precisa dela.” De fato, o comportamento de Marta só contribui para tumultuar a eleição e dificultar a celebração de alianças pela candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo. Sem querer falar com a imprensa, a senadora reapareceu publicamente, na terça-feira 5, no Congresso, distribuindo beijinhos. Pegou mal. “Se nem a Marta acredita na viabilidade de Haddad, por que os partidos aliados iriam entrar nessa canoa?”, perguntam-se companheiros de primeira hora ligados ao PCdoB. Na quarta-feira 6, Marta voltou a criticar a candidatura de Haddad. Disse que sua ausência no evento do sábado transmitia a indignação. A senadora complementou ainda que só entraria na campanha após o começo do horário eleitoral.
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DE CIMA PARA BAIXO
O PT está cada vez mais refém das decisões do ex-presidente Lula
Como consequência do comportamento de Marta, o PT chegou à quinta-feira 7 sem ter fechado nenhuma aliança formal em São Paulo. Desencorajados pela atitude da senadora, até parceiros tradicionais resistem a apoiar Haddad, como o PCdoB, por exemplo. Outras agremiações como o PR e o PP, integrantes da base de sustentação ao governo federal, já anunciaram apoio ao principal adversário, o candidato José Serra. A expectativa é de que o PSB declare apoio formal nos próximos dias. Mas para atrair os socialistas ao palanque de Haddad foi preciso uma intervenção pesada no diretório do Recife.

Na capital de Pernambuco, o atual prefeito, João da Costa, havia vencido o secretário estadual Maurício Rands nos votos dos militantes. A prévia, porém, foi anulada. Pouco palatável para o governador Eduardo Campos (PSB) e lideranças petistas, como Lula, João da Costa sofreu pressão para desistir de sua candidatura em favor do senador Humberto Costa. Como ele não aceitou, a Executiva Nacional do PT marcou uma reunião na terça-feira 5 para discutir uma saída. Em defesa da manutenção da candidatura, militantes fizeram vigília até a divulgação da decisão da cúpula petista. Prevaleceu, no entanto, a posição da direção do partido: o senador Humberto Costa será o nome nas urnas. Em troca, o PSB promete apoiar Haddad à Prefeitura de São Paulo, o que, se confirmado, será menos um desfalque na complicada tarefa do PT de sacramentar alianças, que as atitudes de Marta Suplicy, até agora, só têm atrapalhado.
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INTERVENÇÃO
Embora tenha vencido as prévias, o prefeito do Recife, João da Costa (abaixo),
viu a Executiva Nacional do PT impor o nome do senador Humberto Costa
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A avaliação no PT é de que Marta Suplicy parece não reconhecer a sua atual posição política. Ainda se comporta como em 2001, quando comandava a maior máquina administrativa do PT, a cidade de São Paulo. De lá para cá, a senadora foi derrotada duas vezes nas eleições para o Executivo paulistano, assistiu à escalada da legenda ao governo federal e acompanhou o esfacelamento do seu grupo político, que chegou a ser um dos mais fortes dentro do Partido dos Trabalhadores. Hoje, já não exibe as mesmas credencias que forçavam correligionários a se submeter às suas vaidades. Marta age como se estivesse no antigo PT, sobre o qual exercia influência e cuja militância tinha voz ativa no partido. Atualmente, o ex-presidente Lula e a cúpula partidária imprimem de maneira cada vez mais forte suas digitais nas decisões da legenda, sobrepondo-se em muitos casos à histórica militância. Para o analista político e professor da USP Gaudêncio Torquato, no cenário atual não há espaço para confrontar Lula ou a direção do PT. Mais cedo ou mais tarde, Marta terá de aderir à campanha de Haddad. “Se ela não entrar, será alijada do partido”, explica. Ou seja, ao fim, um apoio constrangido de Marta a Haddad pode jogar politicamente contra ela; e uma derrota na capital paulista, ao contrário do que ela imaginava, seria debitada na sua conta.
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Outro retrato desse novo PT ao qual Marta ainda não conseguiu se adaptar é Belo Horizonte. Lá, o vice-prefeito e presidente do diretório municipal do PT, Roberto Carvalho, critica o apoio à reeleição de Márcio Lacerda (PSB) sacramentado em uma decisão acirrada num enlace político com a presença do PSDB. O acordo foi outra exigência feita pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para entrar na coligação de Haddad. Defensor da candidatura própria, o vice-prefeito diz que a tese não prosperou graças à pressão do comando petista. “O Rui Falcão (presidente nacional da sigla) veio aqui dois dias antes da decisão e se declarou favorável à aliança”, explica. “É, no mínimo, um desrespeito com a militância.” Segundo Roberto Carvalho, o presidente Lula também mobilizou o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e o ex-ministro Patrus Ananias para pressionar os delegados partidários. Como resposta, parte da militância criou um movimento intitulado “resposta petista”. “O que está acontecendo é a velha política de caciques. Não o PT que fundamos”, sintetiza. “Queremos aquele partido de participação popular”, complementa o vice-prefeito, com a experiência de quem diz ter passado por uma autocrítica após ter defendido a aliança com os socialistas em 2008. Só que aquele partido, que povoa a lembrança dos militantes e do vice-prefeito de Belo Horizonte, não existe mais. Marta Suplicy também precisa entender a nova circunstância.
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Apesar dos acordos de cúpula, as relações entre PT e o PSB continuam tensas.


As relações entre o PT e o PSB, já faz algum tempo, continuam estremecidas. Embora haja acordos de cúpulas entre as duas legendas em relação às eleições do Recife e de São Paulo - além de outras praças importantes -  firmados pelas suas maiores lideranças, Lula e Eduardo Campos – este último acompanha milimetricamente todas as movimentações do aliado com o qual deverá medir forças, uma vez desencadeado seu projeto nacional. Por enquanto, convenientemente, eles estão integrados, dizem, convencidos do apoio ao projeto de reeleição de Dilma em 2014. A centrífuga política, no entanto, contribui ostensivamente para o distanciamento entre ambos, apesar das boas relações pessoais. Dizem que os indivíduos mantém as mesmas proporções de rancor e gratidão. Se, por um lado, Lula não suporta o governador Marconi Perillo, por outro, ficou eternamente grato ao apoio de Arraes num dos momentos de muita dificuldade no Planalto.  Agora, por exemplo, a composição de um trunvirato de forças envolvendo Humberto Costa, João Paulo e Armando Monteiro, pasando pelos projetos desse útlimo em 2014, passou a incomodar os estrategistas do Campo das Princesas. Se a estratégia foi "retirar" Humberto de 2014, O Campo das Princesas pode não ter observado corretamente o tabuleiro.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Daniel Coelho pode renunciar à sua candidatura em favor de Mendonça Filho.


Em sua coluna de hoje, 04, o jornalista Josias de Souza, do Portal UOL, comenta sobre a possibilidade da retirada da candidatura do neotucano, Daniel Coelho, do PSDB, em apoio ao “demo” Mendonça Filho, o pré-candidato mais bem posicionado entre os que fazem oposição ao PT no Recife. Já comentamos aqui no Blog do Jolugue, numa outra oportunidade, que Daniel Coelho tem uma penetração eleitoral expressiva entre os jovens, mas existem, pelo menos, dois problemas evidentes em sua candidatura: a) A “projeção” dada ao seu nome, apresentando-o como o “novo” – Sérgio Guerra é um dos principais responsáveis por isso - é falsa ou, para ser mais preciso, artificial; b) Ele não conseguiria penetrar naquela faixa do eleitorado mais “conseqüente”. Seu discurso é frágil, pontual, primário, não resistindo ao "afunilamento" das escolhas. Sua candidatura foi “inflada” como conseqüência de arranjos políticos específicos, mas pode ser rifada em razão dos mesmos motivos. Quando o DEM estava negociando o apoio a Serra, em São Paulo, a adesão do PSDB aos candidatos Mendonça Filho e ACM Neto chegaram à mesa de negociações entre as duas agremiações. À época, Sérgio Guerra reafirmou sua disposição de continuar com a candidatura de Daniel Coelho. Em Salvador o acerto foi feito. Agora, o que poderia estar estimulando Sérgio Guerra nessas costuras, de acordo com Josias de Souza, seriam as manobras do governador Eduardo Campos, sobretudo uma suposta simpatia não disfarçada pela candidatura de Raul Henry, depois da reaproximação com Jarbas Vasconcelos, e em razão dos problemas enfrentados pelo PT na capital. Sérgio Guerra, mantém um bom trânsito com o governador Eduardo Campos, mas ainda não superou as indisposições com Jarbas Vasconcelos, oriundas da campanha de 2010. A recíproca é plenamente verdadeira. Sérgio não perde a oportunidade de alfinetar essa aproximação. O próprio Jarbas teria feitos gestos no sentido de reaproximar-se de Eduardo Campos, convidando-o para um encontro num sítio de um amigo. Esse mesmo Jarbas, em entrevistas recentes, não consegue esconder as mágoas das atitudes de Sérgio naquelas eleições. Como Eduardo Campos praticamente não tem mais inimigos no Estado, a questão agora é quem consegue cair nas “graças” do príncipe.