No dia de ontem, 31\08, o general Gonçalves Dias, em depoimento na CPMI dos Atos Antidemocrátios, teve a excepcional oportunidade de esclarecer o seu real papel em relação aos episódios do dia 08 de janeiro, quando ainda chefiava o GSI do Governo Lula. Nada do que o possamos dizer por aqui no que concerne a uma avaliação positiva de sua fala mudará a opinião dos opositores do Governo Lula. Eles são muitos, estridentes, dentro e fora do parlamento. Possuem uma opinião consolidada e não aceitam os argumentos dos inimigos, mesmo quando bem-embasados. É este o clima que se vivemos hoje no país.
Na nossa opnião ficou tudo devidamente esclarecido. Pode ter havido falhas, mas o general não pode ser responsabilizado por elas. Era preciso de trocado, de imediato, algumas peças bichadas do aparato de inteligência e segurança, mas não havia tempo hábil. Ele estava apenas há alguns dias no cargo. Querer envolvê-lo na trama da farsa golpista é de uma insensatez descomunal, mas é essa a tese defendida pelos parlamentares de oposição, que encaminharam até mesmo um pedido de prisão do general à Procuradoria-Geral da República. Por essa concepção esdrúxula, a tentativa de golpe de Estado seria uma armação do governo para justificar, no momento seguinte, a sanha persecutória contra os bolsonaristas.
Esse clima beligerante, decorrente da polarização política entre Lulistas e Bolsonarista não tem sido nada interessante para o país. É um polo tentando destruir o outro, conforme advertia o sociólogo jamaicano Stuart Hall. A construção de consensos tornou-se uma tarefa hercúlea. A própria condução dos trabalhos na CPMI dimensionam o tamanho do problema. Por muito pouco, o moderado deputado Arthur Maia, que dirige os trabalhos, não expsulsou um bolsonarista do plenário, atitude indesejável e extremada, mas que está se tornando inevitável. As advertências tem sido recorrentes. Praticamente em todas as sessões o deputado encontra uma maneira de tumultuar o andamento dos trabalhos, sempre com o intuito de atrapalhar a exposição de parlamentares governistas.
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