A oposição, até um certo momento, mantinha um controle quase que absoluto sobre o andamento dos trabalhos da CPI do MST. Como o Movimento dos Sem Terra tem uma ligação histórica com o PT, em última análise, o desgaste para o Governo Lula era algo inevitável. As negociações do Governo com partidos como Progressistas, União Brasil e Republicanos permitiram inserir, na agenda dos debates e composições daquela comissão, um ritmo de trabalho e uma pauta mais equilibrada e menos beligerante, algo semelhante à cantiga daquela ave da Caatinga nordestina: fogo apagou.
A manobra do Governo mudou completamente toda a perspectiva da oposição, que pretendia realizar um relatório devastador, inclusive com eventuais indiciamentos. Até lideranças que seriam ouvidas no dia de ontem, 04\09 conseguiram o direito de não comparecer àquela comissão, mediante decisão do ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, que atendeu a um pedido da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas. A possibilidade de prorrogação dos trabalhos, diante desses fatos novos, igualmente, se torna inviável e o seu relator deve mesmo apresentar o relatório até a semana que vem, 14\09.
Durante as sessões, falou-se muito sobre um relatório pronto deste o início, sobretudo em razão da quase absoluta hegemonia da oposição nos cargos estratégicos da comissão. É possível antecipar uma linha de raciocínio que deverá orientar o relator em suas conclusões. Por outro lado, ele deverá ser menos cáustico do que se previa, sobretudo em razão do reequilíbrio de forças obtidos com as manobras palacianas. Como o clima entre os Três Poderes não é dos melhores, a decisão do STF foi muito criicada pelos parlamentares da oposição.
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