pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : João Campos
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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Editorial: João Campos vai ao encontro de prefeitos eleitos convocados por Raquel Lyra.


A presença do prefeito João Campos num encontro de prefeitos eleitos, convocados pela governadora Raquel Lyra, não deveria causar nenhum tipo de surpresa. O problema era se o prefeito se recusasse a comparecer a uma reunião de trabalho, proposto pela gestora do estado, onde deve ser afinado o violino das políticas públicas estaduais de interesse dos gestores dos municípios, inclusive o da capital. O problema é que estamos vivendo momentos tão delicados no país, onde os gestos de boa convivência política entre adversários estão se tornando cada vez mais raros. 

Ontem comentávamos por aqui que há 21 requerimentos de convocação para o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski comparecer à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. A sua presença naquela comissão está programada para amanhã, dia 03, num clima de absoluta beligerância por parte dos opositores que integram a comissão, a maioria deles pertencentes à Bancada da Bala. O ministro é um homem público cordato, urbano, conciliador mas vai precisar de muitos amortecedores para aguentar o tranco. Pelo andar da carruagem política, não enxergamos a possibilidade de construção de consensos sobre o assunto. 

Seria até aconselhável que tais encontros acontecessem com mais frequência, em nome do interesse público. Os dois são gestores promissores, com agendas que podem ser convergentes no tocante aos projetos e políticas públicas, uma vez que não há diferenças significativas por aqui em termos de gestão. Na realidade, na última eleição, foi o candidato apoiado pela governadora, Daniel Coelho, quem alertou João Campos para os intermitentes problemas das desigualdades sociais na capital pernambucana.  Afinal, ambos, Raquel e João, segundo palacianos, integram a base de sustentação política do Governo Lula3. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Drops Político: Não importa a cor do gato.



Desde que ele cace o rato, como diria o líder chinês Deng Xiaoping, quando a China percebeu que a economia socialista era ineficiente. A esfera política vem sendo perigosamente diluída no país nos últimos anos. O rolo compressor neoliberal, aliado à extrema direita - aqui delimitados apenas simbolicamente - podem explicar este fenômeno. As pautas dos candidatos, em sua maioria, já não se preocupam em estabelecer essas diferenças entre esquerda e direita. Até o radical Partido da Causa Operária já decidiu entrar no jogo da antes abominada democracia burguesa. Há alguns nomes da legenda disputando prefeituras municipais. Inclusive no Recife. 

O PCdoB, aquele mesmo da Guerrilha do Araguaia, está alinhado ao bolsonarismo aqui em Olinda. Não estranha, portanto, que, em entrevista recente, o candidato do PSB à Prefeitura do Recife, João Campos, quando perguntado se seria de esquerda ou de direita, teria respondido que é eficiente. De fato, resta pouca coisa de esquerda no palanque do candidato à reeleição no Recife. A estratégia, inclusive, diz respeito aos cuidados de não afugentar o eleitorado conservador do seu palanque. Um eleitorado, quem sabe até de matriz bolsonarista, que se identifica com a sua candidatura, a julgar pelo sua primeira eleição.  Assinem o nosso perfil na Plataforma Privacy e deixem seus comentários.  

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Editorial: As duas tendências eleitorais já verificadas para as eleições municipais de 2024.



O site da revista Veja traz uma matéria bastante interessante sobre a tendência eleitoral das próximas eleições municipais de 2024. Nesta matéria, muito bem elaborada por sinal, inclusive contando a com consulta a especialistas da área de Ciência Política, aponta-se duas tendências de voto já verificadas neste momento. A primeira delas diz respeito a uma provável reeleição de alguns prefeitos que já conduzem a máquina, como é o caso de João Campos(PSB-PE), em Recife, Bruno Reis(UB-BA), em Salvador, Eduardo Paes(PSD-RJ), no Rio de Janeiro, João Henrique Caldas(PL-AL),em Maceió. Trata-se, neste caso, de uma tendência motivada muito mais por uma questão de avaliação de gestão, independentemente de ideologia, o que significa dizer que a renitente polarização política no plano nacional talvez não seja assim um fator indutor do voto do eleitor. De alguma forma, as eleições municipais sempre guardam alguma reserva em relação às contendas da capital federal. 

Esta característica, aliás, é um dos fatores determinantes nas eleições municipais, onde o eleitor vota a partir de uma experiência cotidiana, ou seja, até que ponto a gestão do prefeito esta contribuindo para a melhoria das condições de infraestrutura do seu bairro, da opção de lazer dos rebentos, de como ele está chegando ao trabalho. Dizem que saúde e segurança também passaram a integrar essa pauta, mas são políticas públicas em relação às quais o gestor municipal não conta com absoluta autonomia. Mesmo assim, dito pelo não dito, os principais concorrentes à Prefeitura do Recife já assumiram o compromisso de armar a guarda municipal. 

A outra tendência de voto diz respeito à opção do eleitorado por candidatos de centro-direita do espectro político. Isso ainda poderia preocupar partidos como o PSOL ou PSTU. Para o PT, por exemplo, isso já não seria mais um problema porque o partido já se encontra à direita de nossa esquerda. Essa premissa vale aqui para o Recife, onde o partido apoia a reeleição do atual gestor, João Campos. Essa conformação ideológica é tão interessante que há quem diga que os petistas mais - ou ainda - orientados ideologicamente talvez optem em votar na candidata do PSOL, Dani Portela. 

A ala mais pragmática e burocrática já entrou de sola na bacia semântica, como diria Gilbert Durand. E, por falar em PT, dizem que a estratégia que está sendo priorizada nessas eleições municipais, já de olho no cenário politico de 2026, seria a de formar um exército de vereadores, que interferem diretamente na formação de uma boa bancada de deputados, o que poderia facilitar a conjuntura de governabilidade num eventual quarto mandato de Lula. É a mesma estratégia que está sendo pensada pelos estrategistas do PL, de Waldemar da Costa Neto. O propósito é o de eleger mais de mil prefeitos, um batalhão de vereadores, sempre com o propósito de eleger um número expressivo de senadores e tomar a Bastilha do Senador Federal, de onde poderiam enfrentar o Poder Judiciário e criar as condições de uma anistia para o capitão. 

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Editorial: Todos os candidatos querem armar a Guarda Municipal do Recife.



Algumas candidaturas estão praticamente definidas na disputa pela Prefeitura da Cidade do Recife. Teremos as convenções, mas elas cumprem apenas as formalidade legais. Neste sentido, alguns candidatos, a exemplo do prefeito João Campos(PSB-PE), que tentará a reeleição, já sinalizam com algumas propostas de governo, como armar a guarda municipal, um tema que suscita grandes polêmicas. Inclusive os socialistas locais têm uma dificuldade série em lidar com este tema. Já mais experiente, praticamente com uma gestão do executivo municipal no currículo, João sinalizou que deseja abrir essa discussão, respaldado em alguma medidas que possam minimizar maiores complicações com a medida, como, por exemplo, o reforço das ações da corregedoria, certamente com o objetivo de se antecipar a eventuais abusos ou excessos cometidos pelos agentes. 

É curioso como, de repente, todo mundo deseja armar a guarda municipal. Não seria improvável que João tenha tomado a decisão antecipando-se às eventuais propostas neste sentido do candidato Gilson Manchado(PL_PE), representante do bolsonarismo na corrida pelo Palácio Capibaribe. Pois bem. Em entrevista recente, o candidato que representa os interesses do Palácio do Campo das Princesas nesta disputa, Daniel Coelho(PSD-PE), já afirmou que se trata de ponto pacificado em sua proposta de Governo. Não há nem o que pensar. Se eleito, vai não apenas armar a guarda municipal, mas realizar um concurso público para contratar novos agentes. 

Não ouvimos nenhum pronunciamento de Gilson Machado tratando deste assunto, mas, certamente, como bolsonarista raiz, dificilmente ele será contra a medida. A grande dúvida diz respeito à candidata do PSOL, Dani Portela.  Como será que a psolista se posicionará em torno deste assunto? Por outro lado, a princípio, nenhum candidato tem alguma informação privilegiada sobre o que pensa a população do Recife sobre este assunto. Muito provavelmente a população será a favor da medida, em razão do climão produzido sobre os índices de violência registrados no Estado.   

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Editorial: João Campos "afunila" a escolha do vice.



No dia de ontem, 05, o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), esteve com o presidente Lula assinando convênio de repasse de recursos do Governo Federal para a realização de obras no Recife. Algo em torno de R$ 200 milhões de reais. Assim como ocorre no Rio de Janeiro, acreditamos que, finalmente, o PT esteja convencido de que não adianta mais insistir sobre a possibilidade de indicação de algum nome para integrar a chapa de reeleição do prefeito. Em Recife, por uma série de equívocos cometidos no passado, o PT não tem outra alternativa política que não seja acompanhar o prefeito em sua campanha de reeleição. 

Faltam ainda alguns meses, exatos quatro meses, para o dia 06 de outubro, quando será realizado o primeiro turno das próximas eleições municipais, mas, quando se olha no retrovisor, uma expectativa negativa jogada pela oposição sobre o desempenho do Governo nessas eleições municipais, já começa a se desenhar no horizonte. Algo sugere que a bússulo política e administrativa da legenda encontra-se descalibrada neste momento. Em São Paulo, por exemplo, Lula precisou intervir para que os recursos do fundo partidário sejam carreados para o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, apoiado pelo Planalto. 

O diretório municipal da legenda considerou que tais recursos deveriam ser encaminhados ao projeto de eleição ou reeleição de vereadores. Desde o início se sabia que o PT da capital não endossa a candidatura de Boulos. Problemas assim ocorrem em todo o Brasil, da Paraíba ao Paraná. Há um gritante hiato entre os diretórios regionais e uma cúpula burocrática que usa a canetada para "equacionar' os conflitos paroquiais, como reflexo do processo de oligarquização que tomou conta da legenda a partir de um determinado momento. 

Aqui no Recife, no dia de ontem, no prazo final da desincompatibilização, o prefeito exonerou dois dos seus secretários, afunilando a escolha daquele que receberá a unção para tornar-se o vice em sua chapa. Deixaram os cargos a Secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, e o Chefe-de-Gabinete, Victor Marques. Marília é a supersecretária, tocadora de obras da Prefeiuta do Recife, quase um consenso no próprio staff do prefeito. Victor Marques, por sua vez, exerce um cargo eminentemente político e é filiado a um dos partidos da federação, o PCdoB. Teria chances se João resolver fazer alguma média compensatória ao PT.   

sábado, 1 de junho de 2024

Editorial: A entrevista de João Paulo ao Sistema Jornal do Commércio.



O Deputado Estadual João Paulo é o primeiro integrante do PT a se pronunciar sobre o posicionamento do prefeito João Campos, em conversa recente com o presidente Lula, no sentido de ratificar a sua decisão de não aceitar a indicação de um membro da legenda petista para compor a sua chapa de reeleição nas próximas eleições municipais, programadas para outubro. João Paulo considera deselegante a atitude tomada pelo gestor municipal, argumentando que a cúpula do partido pode até endossar o projeto de reeleição do prefeito, mas a militância, possivelmente, talvez acompanhe uma candidatura de esquerda, de perfil mais autêntico, como o de Dani Portela, da Federação PSOl\Rede. 

No âmbito nacional, o ex-prefeito do Recife por dois mandatos, observa com preocupação as movimentações do prefeito João Campos com o União Brasil, principalmente quando se está em discussão o apoio do partido ao nome de Elmar Nascimento, do União Brasil, para a sucessão na Câmara dos Deputados. Elmar, como se sabe, também é o nome do atual presidente da Casa, Arthur Lira. A entrevista é longa, concedida a uma rádio do sistema, mas reproduzida pela edição impressa do Jornal. João Campos já asseumiu que os socialistas devem endossar o nome de Elmar Nasicmento para a presidência da Casa. Nesta aliança, João Paulo enxerga indícios de tessituras aliancistas desfavoráveis ao presidente Lula. Isso é verdade.   

Durante a entrevista, João faz referência àquele mecânico que socorreu o motorista com o seu carro quebrado na estrada e depois voltou à sua casa para cobrar pelos serviços prestados. A interpretação é livre. Consideramos curioso que ele tenha manifestado a opinião de que o PT possa apresentar uma candidatura própria ao pleito. É sempre bom ouvir alguém do Partido dos Trabalhadores com a espertise, a sensibilidade e a sinceridade do João. 

sábado, 11 de maio de 2024

Editorial: A entrevista de João Campos à Veja.

Crédito da foto: Rodolfo Loepert\Veja

As páginas amarelas da revista Veja desta semana, 10\05, traz uma longa entrevista com o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE). Conhecedora da realidade política nacional e estadual, a entrevista foi muito bem conduzida pela jornalista Victória Becharra, que formulou algumas questões bastante emblemáticas, consoante nosso momento político delicado, capaz de deixar o entrevistado pouco à vontade nas respostas, mas o prefeito havia se preparada para tocar o barco para frente, sem deixar de estimular as especulações inevitáveis em torno de determinados assuntos, ou seja, nem confirma, tampouco desmente. 

A definição sobre o seu futuro político ficou entre essas questões. João Campos se justifica com as lições deixadas pelo pai, o ex-governador Eduardo Campos, que o aconselhava a vencer um ano de cada vez. No momento, ele cuida do Recife e está empenhado na sua reeleição. O recado aqui implícito é o seguinte: Vamos deixar 2026 por conta das especulações dos cientistas políticos. Quando esteve aqui em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o filho de Eduardo deveria ter aprendido bastante com a linhagem polítia de sua família, formada por nomes como Miguel Arraes e Eduardo Campos. 

Ainda na condição de prefeito, o jovem já se preocupa com a formação de uma frente ampla, assim como fez o pai, no momento em que se articulava para candidatar-se ao Palácio do Planalto, projeto abortado precocimente em razão da morte trágica. Nesta semana, em mais um lance de formação dessa frente ampla, João Campos abriu negociações políticas com outra linhagem familiar tradiocinal aqui no Estado, os Mendonças, de Belo Jardim. Fecharam um acordo aliancista para as eleições municipais de 2024. 

Ele não admite mas 2026 começa agora, pois já estão em jogo as vagas para o Senado Federal abertas naquelas eleições. Hoje se sabe, por exemplo, que uma dessas vagas, muito provavelmente, ficará reservada para outra família tradicional da política pernambucana, os  Coelho, de Petrolina, mediante arranjos políticos celebrados entre Campos\Coelho. Haja famílias tradicionais na política pernambucana. Isso parece que não muda nunca.

Para nós, da área da Ciência Política, um ponto fulcral elencado pelo prefeito foi sobre o ambiente ou quadra política nas quais hoje estão atuando os atores. Antes, na primeira eleição de Lula, por exemplo, a disputa se dava entre democratas X democratas. Hoje, a disputa se dá entre democratas X autoritários. Um dos grandes problemas do Governo Lula, segundo observa o prefeito, é a reconstrução de um Estado esfacelado pela experiência do bolsonarismo. O comprometimento é pesado. "Há ovos de serpentes nutridos no ventre democrático", enfatiza João Campos. E como há!!!

P.S.: Do Contexto Político: Alguns pontos importantes da entrevista devem voltar a serem tratados por aqui, como a relação do seu partido, o PSB, com o Governo Lula, assim como os eixos de sua gestão à frente da Prefeitura do Recife, definidos por ele mesmo: Inovação, Educação e Infraestrutura Social.    

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Raquel Lyra rompe com o bolsonarismo?


A família Ferreira é sinônimo do bolsonarismo aqui no Estado. Trata-se de um grupo político, inclusive, com fortes vinculações aos evangélicos, alçando seus integrantes à condição de atores políticos relevantes e competitivos eleitoralmente aqui na província pernambucana. Anderson Ferreira, dirigente da legenda, sempre foi uma pessoa muito correta com a governadora Raquel Lira, independentemente das colorações ou clivagens ideológicas. Isso desde a pré-campanha para o Governo do Estado. 

Embora não assumisse quaquer vinculação com o bolsonarismo, é sabido que a governadora contou com a simpatia e com o voto dos bolsonaristas para se eleger governadora. A família Ferreira foi contemplada com alguns cargos na máquina do Governo Estadual, cargos estratégicos, inclusive, como o DETRAN, com orçamento robusto. À boca miúda, sempre se disse que o naco de poder sempre foi uma oferenda mais familiar do que propriamente partidária. Não era o PL que integrava seu Governo, mas a família Ferreira. 

Numa manobra para integrar-se melhor ao Governo Lula, mesmo que este objetivo não se coadune às diretrizes do PSDB nacional, a governadora assinou a portaria de demissão de todos os cargos que o PL, ou a família Ferreira em particular, ocupavam no Governo. De fato uma aposta de risco. Com a decisão a governadora amplia as zonas de divergências com a agremiação a qual é filiada, o PSDB, além de ser muito improvável que conquiste a mesma ascendência da família Campos sobre o morubixaba petista. 

Apenas neste semana, três fatos demonstram como as peças do tabuleiro do xadrez político das eleições de 2024\2026 estão se movimentando. A combativa vereadora Dani Portela mostra-se irredutível em relação à sua candidatura à Prefeitura do Recife, a despeito dos eventuais imblóglio jurídico com o Deputado Federal Túlio Gadelha, que também almeja a indicação da federação PSOL\Rede. Recentemente, houve um encontro inusitado, em Brasília, entre a governadora Raquel Lyra e o Deputado Federal Guilherme Boulos, repercutido por um blog local. Nos escaninhos da política, há quem assegure que  manutenção da candidatura de Dani Portela é estimulada pelo Palácio Capibaribe. 

O segundo lance desse jogo intrincado diz respeito ao fechamento de um acordo entre o prefeito João Campos(PSB-PE) e o Deputado Federal Mendonça Filho(UB-PE), dirigente local do União Brasil, de olho nas eleições municipais. O encontro teria ocorrido num restaurante em Brasília, mas o cardápio foi bem pernambucano, selando-se um acordo entre as duas legendas, de perfil mais ao centro do espectro político, sem prejudicar, imagino, as articulações nacionais entre os socialistas e petistas, uma vez que, a despeito dos problemas, o União Brasil integra o Governo Lula. 

Por fim, mas não menos importante ou relevante, há uma sinalização clara do morubixaba do PT local no sentido de o partido  acompanhar o projeto de reeleição de João Campos independentemente da prerrogativa de indicar o nome que deve concorrer à vice na chapa. Pela movimentação dos atores neste tabuleiro, a nossa conclusão é a de que o prefeito está jogando melhor até este momento. Vamos aguardar os próximos lances. 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife : João é João ou João e João?

 


Na última reunião da Executiva Nacional do PT, que se reuniu de forma remota recentemente, assim como ocorreu com João Pessoa, muito provavelmente a decisão sobre como o partido se posicionará em Recife deve ter sido adiada para mais tarde, no final de Maio, quando ocorrerá um encontro mais amplo da legenda. Isso vem criando algumas dificuldades para os arranjos políticos em alguns municípios, mas, dificuldades por dificuldades, o partido já aprendeu a conviver com as mesmas. No Recife, em princípio, não haveria impasse, mas projetos políticos que deverão ser repensados por hora, em nome do apoio à candidatura à reeleição do atual gestor, João Campos(PSB-PE). Neste caso, em tese, o PT precisa ceder. João não vai abrir a vaga de vice à legenda e ponto final.

Nos últimos dias, no entanto, as nuvens políticas aqui da província começaram a sinalizar para outros cenários possíveis, como o estreitamento de atores políticos vinculados ao PT com o Palácio do Campo das Princesas, assim como o distanciamento da governadora Raquel Lyra dos bolsonaristas que ainda ocupavam nacos de poder no Governo Estadual. Política é feita de gestos e os cafezinhos tem sido cada vez mais recorrentes entre algumas figuras de proa da legenta petista e a governadora. Especula-se, então, se o PT poderia apoiar um nome indicado pela governadora, que seria Daniel Coelho, ou o Palácio poderia referendar uma candidatura da legenda, que seria o Deputado Estadual João Paulo, sobretudo se Daniel Coelho não decolar.     

Bem avaliado como gestor público por dois mandatos, embora ainda não seja candidato, João Paulo aparece bem nas pesquisas de intenção de voto, assumindo a terceira posição nas pesquisas mais recentes, embora com uma diferença expressiva em relação ao primeiro colocado, João Campos. Muitas analistas atribuem essa boa performance ao recall das suas duas gestões à frente do Palácio Capibaribe,o que não pode ser desprezado, mas enxergamos outros fatores, conforme já discutimos anteriormente por aqui. 

Um componente determinante na política são as circunstâncias. Em nome de tais circunstâncias, O Planalto está cedento até os dedos para a oposição, uma vez que os anéis já estão sob controle do Centrão. O projeto de reestruturação dos tucanos prevê que o partido se posicione como um grêmio partidário de terceira via, apontando,como diz o slogan, que há vida inteligente por ali. Pode até haver vida inteligente, mas, não há voto, o que, em última análise, inviabiliza essas vidas inteligentes. 

Ideologicamente, os tucanos não são petistas nem bolsonaristas. Aqui em Pernambuco a governadora Raquel Lyra(PSDB) promoveu uma cisão com os bolsonaristas, em alguns casos, afastando-os dos cargos que ocupavam na máquina. Por outro lado, mantém um link cada vez mais estreito com o Palácio do Planalto, que vai além das meras relações institucionais republicanas, algo, certamente, observado com desconfiança por seus correligionários do partido, que fazem um esforço danado para não perderam o seu passe.  

Para que tenhamos uma vaga ideia da encrenca, o PSDB condicionou um eventual apoio à candidatura de Tabata Amaral(PSB-SP) em São Paulo ao seu não apoio ao candidato Guilherme Boulos, do PSOL, num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Tabata é do PSB e a governadora Raquel Lyra nem cogita tal possibilidade de o partido apoiá-la. Mas, como diriam as velhas raposas, política é a arte do possível. Raquel pode fechar os olhos para São Paulo, assim como os dirigentes da letenda podem ignorar o que se passa por aqui. 

Raquel Lira não irá permitir a ausência de uma candidatura competitiva do Palácio do Campo das Princesas nas próximas eleições municipais. A chave desse xadrez político está aqui. Se ainda não há um nome com essas credenciais, ela não medirá esforços em construí-lo. Se será exitosa nesse projeto é uma outra questão. É nesta margem de manobra que atua uma eventual costura em torno do nome do ex-prefeito João Paulo.   

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Editorial: O vice de João Campos no Recife não será do PT. É ponto pacificado.



O Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de passagem aqui pela Veneza brasileira, onde cumpriu agenda oficial da Presidência da República, aproveitou o ensejo para reforçar um nome do PT na composição da chapa do prefeito João Campos, do PSB, que disputa a reeleição.  Desde o início das negociações entre as duas legendas, o PT reinvidica indicar um nome a vice na chapa do socialista, tendo, inclusive indicado alguns nomes da legenda para o cargo, como é o caso do assessor especial do ministério comandado por Padilha, o médico Mozart Salles, além de Carlos Vera. Em sua fala, o ministro leventa a bola do assessor. 

Conforme observou um jornalista local, o ministro sugere estar desatualizado no tocante ao assunto, pois o prefeito já teria deixado claro, tanto para o presidente Lula, quanto para a deputada Gleisi Hoffmann, que preside nacionalmente o partido, que o nome escolhido para a vice não será da legenda. Assim como ocorre no Rio de Janeiro, as eleiçoes de 2024 no Recife é apenas uma transição para as eleições de 2026, quando o atual gestor deverá disputar o Palácio do Campo das Princesas, no caso do Recife, independentemente de condições favoráveis ou não. 

Assim, ele precisa ter a confiança necessária sobre quem deverá deixar em sua cadeira no Palácio Capibaribe. Quatro dos seus principais assessores estão sendo preparados para a missão, todos já devidamente filiados aos partidos de sua base de sustentação, sendo a sua secretária de infraestrutura, Marília Dantas, a mais cotada atualmente. 

Você precisa ler também: 

PT desiste do vice no Rio de Janeiro.   

sábado, 27 de abril de 2024

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Apesar das chuvas, João Campos segue sem céu de brigadeiro.



No dia de ontem, 26, o Instituto AtlasIntel\CNN divulgou os dados de uma pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura do Recife, nas próximas eleições municipais. A pesquisa foi realizada no período entre 18 e 23 de abril. Confirma aquilo que a população recifense já sabia, ou seja, o franco favoritismo do prefeito João Campos(PSB-PE), ancorado nos bons índices de aprovação de sua gestão. Os índices obtidos pelo prefeito sugerem que ele pode ser reeleito ainda no primeiro turno daquelas eleições. Trata-se da melhor perfomance obtida por um candidato entre os levantamentos de intenção de voto realizados pelo Instituto em todo o Brasil. 

O prefeito crava 71% de aprovação entre bom é ótimo, segundo o levantamento de AtlasIntel\CNN. No final deste post divulgaremos os escores obtidos por todos os pré-candidatos à Prefeitura do Recife. Antes, porém, vamos fazer algumas considerações. No dia de ontem, 26, publicamos por aqui uma postagem informando que os eleitores de Lula preferem votar em João Campos a um candidato do próprio partido do presidente. Embora não se declare pré-candidato, o ex-prefeito João Paulo, que já governou a cidade por dois mandatos, aparece com 7,7% das intenções de voto nesta mesma pesquisa. 

Com todo o respeito que temos pelo candidato, é pouco provável que a cúpula burocrática da legenda aposte suas fichas numa candidatura do ex-prefeito. O embate seria bom, uma vez que colocaria frente a frente a discussão sobre quem cuidou melhor das pessoas na capital pernambucana. Mas já faz algum tempo que a burocracia do partido afastou-se desses temas, movida por um pragmatismo eleitoral atroz. Isso passa apenas pela cabeça de alguns cientistas políticos. Assim como o seu pai, em épocas passadas, Campos emparedou o PT, não dando outra opção à legenda. Irão apoiá-lo mesmo sem a indicação do vice na chapa, uma vez que, assim como o pai, João também guarda lá suas desconfianças da tribo política. 

A centrífuga da polarização política também produz seus efeitos na capital de todos os pernambucanos. A pesquisa do AtlasIntel constatou um crescimento da candidatura do representante do bolsonarismo no Estado, O ex-Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto. Isso deve se repetir em todo o país. Infelizmente. O debate de propostas para as metrópolis fica ofuscado pela rivalidade de duas forças políticas cada vez mais programaticamente parecidas. 

A essa altura do campeonato político, os assessores do candidato do bolsonarismo devem estar se debruçando sobre os resulados das eleições presidenciais passadas, prospectando a votação que o capitão obetve no Recife. O primeiro objetivo seria a fidelização desses votos bolsonaristas, o que nos parece que já está sendo sinalizado pelo resultado da pesquisa AtlasIntel. Em junho o capitão desembarca no Aeroporto Internacional dos Guararapes para prestigiar o afilhado. Aproveita para ir até a Princesa do Agreste para prestigiar o candidato do bolsonarismo por lá, Fernando Rodolfo. Torçam para que a recepção ainda no saguão do aeroporto não seja proibida, como ocorreu em João Pessoa, o que deixou Jair Bolsonaro enfurecido e praticamente estragou sua visita à capital paraibana.

João Campos(PSB) - 57,3%

Gilson Machado(PL) - 21,4%

João Paulo(PT) - 7,7%

Dani Portela(PSOL) - 4,6%

Daniel Coelho (PSD) - 3%

Técio Teles (Novo) - 1,8%

Túlio Gadelha (Rede) - 0,8%

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Eleitor de Lula no Recife prefere João.