pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Eleições Municipais.
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domingo, 21 de julho de 2024

Editorial: Ciro Gomes bolsonarista?



A militância petista tem uma grande indisposição com o ex-ministro Ciro Gomes. Daí não ser surpresa que ele esteja sendo malhado como Judas neste domingo, depois de aparecer ao lado do bolsonarista Carmelo Neto, na convenção que apoia a reeleição de Gleidson Bezerra para prefeito de Juazeiro do Norte. Apesar de polêmico, Ciro tem algumas características que são raras nos homens públicos brasileiros, como espírito público e honestidade na condução dos negócios de Estado. Não se conhece maracutaias de Ciro Gomes nos diversos cargos públicos que o cearense ocupou. Ciro sempre fez o dever de casa. Nesta última campanha presidencial era o postulante mais bem-preparado entre todos que disputavam a vaga ao Palácio do Planalto. Possivelmente o único que preparou um programa de governo consistente para enfrentar as enormes dificuldades que o país apresenta em diversas áreas. 

Atuou numa raia que se tornou inviável na política brasileira, tentando, inutilmente, cavar um espaço ali pelo centro, em contraponto a Lula e Bolsonaro. Continua ativo, emitindo suas opiniões sobre a política brasileira, mas já afirmou que não mais pretende concorrer novamente a algum cargo público. Muitos dos problemas que o Governo Lula 3 enfrenta neste momento foram antecipados por Ciro muito antes, numa demonstração de clarividência política ímpar. A questão do Ceará, conforme já antecipamos por aqui em inúmeras ocasiões, tornou-se bastante complicada. O racha no campo das forças progressistas, inevitavelmente fortalece as forças de direita que atuam naquela quadra. 

Aliás, o campo conservador sempre foi muito forte naquele Estado. Elmano de Freitas(PT-CE) foi eleito governador  com o apoio decisivo de Camilo Santana, hoje no Ministério da Educação, que concorreu à época ao Senado Federal. Há dúvidas sobre se ele conseguiria a mesma performance na capital Fortaleza, onde o candidato do PT, Evandro Leitão, não aparece bem nas primeiras pesquisas de intenção de voto. Naquela quadra, aliás, a direita também está dividida. Capitão Wagner(UB-CE), que lidera a disputa neste momento, também não se bica com o deputado federal André Fernandes(PL-CE). Brigado com o PT, as movimentações políticas de Ciro Gomes no Estado, inevitavelmente, o contingenciaria às alianças táticas com forças políticas que se contrapõem ao projeto hegemônico do PT. É o que está ocorrendo. Isso não significa dizer que ele se tornou bolsonarista. Perguntem ao Bolsonaro.     

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Editorial: Todos os candidatos querem armar a Guarda Municipal do Recife.



Algumas candidaturas estão praticamente definidas na disputa pela Prefeitura da Cidade do Recife. Teremos as convenções, mas elas cumprem apenas as formalidade legais. Neste sentido, alguns candidatos, a exemplo do prefeito João Campos(PSB-PE), que tentará a reeleição, já sinalizam com algumas propostas de governo, como armar a guarda municipal, um tema que suscita grandes polêmicas. Inclusive os socialistas locais têm uma dificuldade série em lidar com este tema. Já mais experiente, praticamente com uma gestão do executivo municipal no currículo, João sinalizou que deseja abrir essa discussão, respaldado em alguma medidas que possam minimizar maiores complicações com a medida, como, por exemplo, o reforço das ações da corregedoria, certamente com o objetivo de se antecipar a eventuais abusos ou excessos cometidos pelos agentes. 

É curioso como, de repente, todo mundo deseja armar a guarda municipal. Não seria improvável que João tenha tomado a decisão antecipando-se às eventuais propostas neste sentido do candidato Gilson Manchado(PL_PE), representante do bolsonarismo na corrida pelo Palácio Capibaribe. Pois bem. Em entrevista recente, o candidato que representa os interesses do Palácio do Campo das Princesas nesta disputa, Daniel Coelho(PSD-PE), já afirmou que se trata de ponto pacificado em sua proposta de Governo. Não há nem o que pensar. Se eleito, vai não apenas armar a guarda municipal, mas realizar um concurso público para contratar novos agentes. 

Não ouvimos nenhum pronunciamento de Gilson Machado tratando deste assunto, mas, certamente, como bolsonarista raiz, dificilmente ele será contra a medida. A grande dúvida diz respeito à candidata do PSOL, Dani Portela.  Como será que a psolista se posicionará em torno deste assunto? Por outro lado, a princípio, nenhum candidato tem alguma informação privilegiada sobre o que pensa a população do Recife sobre este assunto. Muito provavelmente a população será a favor da medida, em razão do climão produzido sobre os índices de violência registrados no Estado.   

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Editorial: Pablo Marçal não sabe chegar ao Capão Redondo.



Secretário de Obras de um das gestões de Jarbas Vasconcelos como prefeito do Recife, João Braga considerou a possibilidade de ter o apoio do chefe ao seu projeto de candidatar-se à Prefeitura do Recife. Jarbas, que à época costurava alianças com o propósito de chegar ao Palácio do Campo das Princesas, porém, tinha outros planos. Salvo melhor juízo, Braga chegou a candidatar-se, mas por uma outra legenda, sem o apoio de Jarbas Vasconcelos. 

Braga conhecia muito bem o Recife. Certamente como nenhum dos outros postulantes ao cargo. Escreveu até um livro tratando deste assunto. Num desses debates, sugeriu que um dos concorrentes, se deixado no Largo Dona Regina, em Nova Descoberta, não mais conseguiria voltar à sede da Prefeitura sozinho. Aqui pertinho, em Olinda, um dos candidatos perguntou ao concorrente, durante um debate, o que ele faria com o posto de saúde do Beco da Marinete. Como ele não conhecia o Beco da Marinete, teceu alguns comentários genéricos sobre o assunto, para ser informado, logo em seguida, que não havia posto de saúde no Beco da Marinete. 

No dia de ontem, durante uma entrevista, o jornalista do SBT, Heródoto Barbeiro, insistiu com o entrevistado Pablo Marçal sobre se ele saberia como chegar ao Capão Redondo. Ele falou em GPS, helicópteros, aplicativos, mas, de fato, ficou evidente que ele desconhecia o itinerário do transporte público coletivo para se chegar ao local. Como o empresário parece bem versado na área de comunicação, convém aqui fazer uma consideração: o eleitor costumava levar a sério essas questões.  

sábado, 11 de maio de 2024

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Raquel Lyra rompe com o bolsonarismo?


A família Ferreira é sinônimo do bolsonarismo aqui no Estado. Trata-se de um grupo político, inclusive, com fortes vinculações aos evangélicos, alçando seus integrantes à condição de atores políticos relevantes e competitivos eleitoralmente aqui na província pernambucana. Anderson Ferreira, dirigente da legenda, sempre foi uma pessoa muito correta com a governadora Raquel Lira, independentemente das colorações ou clivagens ideológicas. Isso desde a pré-campanha para o Governo do Estado. 

Embora não assumisse quaquer vinculação com o bolsonarismo, é sabido que a governadora contou com a simpatia e com o voto dos bolsonaristas para se eleger governadora. A família Ferreira foi contemplada com alguns cargos na máquina do Governo Estadual, cargos estratégicos, inclusive, como o DETRAN, com orçamento robusto. À boca miúda, sempre se disse que o naco de poder sempre foi uma oferenda mais familiar do que propriamente partidária. Não era o PL que integrava seu Governo, mas a família Ferreira. 

Numa manobra para integrar-se melhor ao Governo Lula, mesmo que este objetivo não se coadune às diretrizes do PSDB nacional, a governadora assinou a portaria de demissão de todos os cargos que o PL, ou a família Ferreira em particular, ocupavam no Governo. De fato uma aposta de risco. Com a decisão a governadora amplia as zonas de divergências com a agremiação a qual é filiada, o PSDB, além de ser muito improvável que conquiste a mesma ascendência da família Campos sobre o morubixaba petista. 

Apenas neste semana, três fatos demonstram como as peças do tabuleiro do xadrez político das eleições de 2024\2026 estão se movimentando. A combativa vereadora Dani Portela mostra-se irredutível em relação à sua candidatura à Prefeitura do Recife, a despeito dos eventuais imblóglio jurídico com o Deputado Federal Túlio Gadelha, que também almeja a indicação da federação PSOL\Rede. Recentemente, houve um encontro inusitado, em Brasília, entre a governadora Raquel Lyra e o Deputado Federal Guilherme Boulos, repercutido por um blog local. Nos escaninhos da política, há quem assegure que  manutenção da candidatura de Dani Portela é estimulada pelo Palácio Capibaribe. 

O segundo lance desse jogo intrincado diz respeito ao fechamento de um acordo entre o prefeito João Campos(PSB-PE) e o Deputado Federal Mendonça Filho(UB-PE), dirigente local do União Brasil, de olho nas eleições municipais. O encontro teria ocorrido num restaurante em Brasília, mas o cardápio foi bem pernambucano, selando-se um acordo entre as duas legendas, de perfil mais ao centro do espectro político, sem prejudicar, imagino, as articulações nacionais entre os socialistas e petistas, uma vez que, a despeito dos problemas, o União Brasil integra o Governo Lula. 

Por fim, mas não menos importante ou relevante, há uma sinalização clara do morubixaba do PT local no sentido de o partido  acompanhar o projeto de reeleição de João Campos independentemente da prerrogativa de indicar o nome que deve concorrer à vice na chapa. Pela movimentação dos atores neste tabuleiro, a nossa conclusão é a de que o prefeito está jogando melhor até este momento. Vamos aguardar os próximos lances.