pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Editorial: O IBAMA voltou. Vetou a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.


O senador Randolfe Rodrigues acaba de anunciar seu desligamento da Rede Sustentabilidade, depois da decisão do IBAMA de vetar a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. A decisão não foi política, mas embasada em estudos técnicos que apontam os danos ambientais a projetos dessa natureza. Mas, no Governo Lula, existia uma queda de braços entre a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o senador, que tem base política no Amapá, um Estado que poderia ser beneficiado com a exploração de petróleo na bacia amazônica. 

O senador Randolfe é reconhecido nacionalmente por suas posições corretas, republicanas, sempre do lado certo. Desta vez, parece-nos que errou, pois o que está em jogo na tomada de decisão do IBAMA é a preservação do meio ambiente, antes de quaisquer outras considerações. Esperamos que essa indisposição seja circunscrita ao problema pessoal com a ministra e não se estenda a outras esferas. Mas, de qualquer forma, o episódio acende mais uma luz amarela nas entranhas do Governo, assim como as rusgas entre os ministros para assumirem, desde já, a condição de ungido para suceder Lula nas eleições de 2026. 

O Governo precisa voltar aos trilhos, assumir a sua condição de protagonista do processo político, não permitindo ficar a reboque das provocações e exposto ao desgate produzido pela oposição que, como se diz aqui no Sertão Nordestino, estão à procura de um pé. Ou seria uma "cabeça"? O Governo Lula vai mal de comunicação; Perdeu a guerra de narrativas sobre o PL das fake news; Permitiu o total controle da CPI do MST à oposição; escancarou as porteiras da máquina pública para ex-bolsonaristas; Liberou 90 bilhões de emendas parlamentares através de expedientes nebulosos como o orçamento secreto. É preciso criar condições de governabilidade o menos possível dependente do Centrão, pois o apetite dessa gente é insaciável. E quando não houver mais condições de satisfazê-los?      

Editorial: As consequências de uma CPI do MST controlada pela oposição.



Desde as eleições que a relação do PT como os ruralistas não anda muito bem. O agronegócio é um nicho muito identificado com o bolsonarismo e tende a manter essa posição. Curioso que Lula indicou um ruralista para o Ministério da Agricultura, o senador Carlos Fávaro, mas, mesmo assim, o clima de desconfiança permanece. O ministro acabou sendo desconvidado da Agrishow, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro foi recebido com entusiasmo pelos presentes ao evento. Curioso que a bancada ruralista considerou uma espécie de afronta a presença de Lula e do vice Geraldo Alckmin num evento organizado recentemente pelo MST. 

Alckmin saiu entusiasmado da feira do MST, alardeando que a sociedade brasileira precisa conhecer o trabalho ali realizado. De fato, sim, o MST é pop. Vem realizando um trabalho excepcional de economia sustentável, um ótimo exemplo para o país. Todos os países com o mínimo de vergonha na cara fizeram suas reformas agrárias. No Brasil, um país construído sob a égide dos grandes latifúndios e do trabalho escravo, tal reforma agrária tornou-se uma tarefa hercúlea. 

Por vezes, o MST dá uma forcinha para que o processo ande, levando o Governo a tomar decisões necessárias. Durante o abril vermelho, o MST invadiu algumas propriedades rurais no país, exaltando os ânimos dos ruralistar e dos seus representantes na Câmara dos Deputados, que possui uma bancada exclusiva. Talvez mais preocupado com a CPMI dos atos golpistas de 08 de janeiro, o governo abriu as porteiras para a oposição deitar e rolar na composição da CPI do MST. 

Eles assumirão  a presidência e a relatoria, que ficará a cargo do ex-Ministro do Meio ambiente do Governo Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, um bolsonarista raiz, que deve produzir um relatório onde até as vírgulas tentarão comprometer o Governo Lula. Se depender da disposição dessa gente em criar embaraços, Lula terá uma dor de cabeça pela frente, pois se especula sobre a possibilidade de enquadramento do presidente por crime de responsabilidade.        

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 17 de maio de 2023

Editorial: Valdemar da Costa Neto deixou de seguir duas lições básicas de política.



Há duas lições básicas do campo da política que deixaram de ser seguidas por Valdemar da Costa Neto, Presidente Nacional do Partido Liberal. Não se pode dizer que o presidente da legenda seja, assim, um ingênuo, mas, por vezes, até as grandes raposas cometem equívocos, como o de ontem, quando ele resolveu atender a um convite de uma emissora de TV fechada para conceder uma entrevista para tratar de assuntos espinhosos, como o rolo do uso irregular dos cartões corporativos no governo anterior. 

Uma dessas lições vem da grande escola mineira, onde se diz que suas raposas só compareciam às reuniões quando tudo já estava aprioristicamente decidido. As reuniões mineiras cumpririam apenas as formalidades de praxe. Não necessariamente com tanta precisão, seria possível antever as eventuais perguntas. Com uma margem de manobra de cometimento de erros mínimos, ele deveria ir para a reunião com um conjunto de respostas ajustadas. 

Uma outra lição vem aqui de Pernambuco mesmo, onde a velha raposa Miguel Arraes só aparecia nos eventos em condições favoráveis, evitando os desconfortos de ir a ambientes hostis. Essas duas premissas não foram observadas pelo presidente do PL, que se embaralhou completamente diante das perguntas da bancada de repórteres que o entrevistou. Resultado? um desastre, seja para ele, seja para os ouvintes e até mesmo para os envolvidos que, possivelmente, não gostaram de suas respostas. A expressão "Bolsonaro não é uma pessoa normal" está alcançando ampla repercussão nas redes sociais.  

Editorial: A cassação de Dalton Dallagnol


Dalton Dallagnol, até outro dia, comemorava, pelas redes sociais, sua eleição como Deputado Federal pelo Estado do Paraná, com uma votação das mais expressivas. No dia de ontem, por unanimidade, o TSE cassou o seu mandato, pois, diante dos processos a que responde e que se encontra em tramitação, sua eleição não poderia ser legalmente referendada. Uma questão de natureza jurídica, unicamente, mas que está assumindo contornos políticos inevitáveis, diante desse clima de polarização em que o país encontra-se mergulhado. 

Até o dispositivo legal está sendo invocado, numa refefência ao Ministro da Justiça, Flávio Dino, autor do mesmo, quando exercia o cargo de Deputado Federal. O papel exercido por Dalton Dallagnol durante os trabalhos da Operação Lava-Jato é o "X" da questão, o motivo das comemorações de setores ligados ao Partido dos Trabalhadores, que nunca perdoaram Dalton pela sua atuação na condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Outros nomes estão no retrovisor dos petistas, como o do senador Sérgio Moro. Não é verade que Lula governa com o fígado - como sugeriu um veículo de comunicação - mas ele mesmo fez questão de deixar claro que guarda ressentimentos em relação ao senador. Há um esforço danada para desarmar esses palanques, mas eles resistem. Um dos termos que tornou-se comum no dicionário político do momento é o "produzir desgaste". Se Lula indicar Zanin para o STF, a oposição sabe que o seu nome será referendado, mas vai fazer um barulho daqueles apenas para desgastar o Governo.  

Editorial: Marília deve ser indicada para a Hemobrás



Nos escaninhos da política comenta-se que o Ministro da Casa-Civil, Rui Costa, possui, sobre sua mesa, algo em torno de 200 nomes indicados pelos partidos aliados, aguardando nomeação para algum cargo na máquina. A ausência de agilidade nessas nomeações estariam, inclusive, criando alguns problemas para o Governo Lula em suas negociações para votações importantes e de interesse do Governo na Câmara Federal. Pelo andar da carruagem política, uma dessas nomeações devem estar saindo nos próximos dias. Trata-se da indicação do nome da pernambucana Marília Arraes, que deve assumir a Hemobrás, segundo informações da revista Veja

Em princípio, o que se especulava é que tanto o partido Solidariedde quanto a neta de Arraes desejavam a indicação para a SUDENE, qua acabou não se viabilizando. Qual seria o futuro político da neta do Dr. Arraes? Vamos arriscar um "incerto" para não incorrermos em equívocos - com o tempo a gente vai aprendendo - mas é provável que ela volte a disputar o Governo do Estado nas eleições de 2026, a julgar pela sua disposição de fazer oposição a governadora Raquel Lyra.  

Não acreditamos que ela volte a bater chapa com o primo nas eleições para a Prefeitura da Cidade do Recife, em 2024. Marília foi isolada politicamente, a despeito de seu perfil conciliador. A banda queijo do reino do PT alinhou-se aos socialistas, inviabilizando seus projetos políticos na província desde algum tempo. Num arranjo político inusitiado, nas últimas eleições para o Governo do Estado, ela resolveu alinhar-se a esse grupo, selando seu destino naquelas eleições. 

Agora, o mesmo grupo tramou para que não saísse a sua indicação para a SUDENE. É bom ela ir colocando as barbas de molho porque esse grupo tem um longo projeto político pela frente, com o propósito de fazer de João Campos o fututo governador de Estado, a partir de 2026, como herdeiro do espólio político do ex-governador Eduardo Campos. Tenho muitas dúvidas se estava nos planos de João Campos tornar-se um político. Ele foi jogado na arena pelas contingências produzidas pela morte prematura do pai. Seus movimentos mais recentes, no entanto, indicam que ele está tomando gosto pela coisa, fazendo política com o cérebro, conversando com todas as tribos, "acomodando" todo mundo, bem a exemplo do seu pai, quando tinha projeto de tornar-se Presidente da República.       

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 16 de maio de 2023

Editorial: Lula é candidato à reeleição?



Eis aqui uma questão que o próprio Lula respondeu antes mesmo de vencer as últimas eleições e assumir o seu terceiro mandato. Seria natural, em razão de sua idade avançada e os entreveros políticos enfrentados nos últimos anos, chegando mesmo a cumprir pena por condenação processos duvidosos, que já foram anulados. Para o indivíduo ser feliz não precisa de muita coisa não, como observou Ariano Suassuna em uma de suas Aulas espetáculo. Como bom nordestino, Lula sabe o valor de uma carne do ceará com farofa, acompahada de suco de pitanga - a pitanga é uma fruta tipicamente do bioma Caatinga - uma boa rede armada debaixo do sombreiro de um pé de umbu. 

Será que a vaidade pelo exercício do poder é tanta assim? Ao ponto de exercer fascínio no petista? Não acreditamos. O mais sensato seria ele se recolher aos aposentos. Lula enfrenta um fardo pesado neste terceiro mandato. Ora são os grupos de direita e ultra-direita, que escolheram o Brasil como um laboratório para as suas experiências macabras; setores da grande imprensa, que não dão a menor trégua ao petista, publicando, sistematicamente, matérias e editoriais contra o Governo; os planos da oposição para fazê-lo sangrar; os probremas gigantescos de governabilidade, tendo que abrir espaço na máquina e liberar emendas através desse expediente nefasto do orçamento secreto. Curiosa essas ciladas da política. Em princípio, o que se previa era uma desbolsonarização da máquina, mas está ocorrendo exatamente o contrário. A máquina voltou a ser bolsonarizada, por pressão dos partidos "aliados". Não faltou nem mesmo os admiradores do coronel Brilhante Ustra, indicado para controlar os fundos de autarquia. 

A Coluna do jornalista Cláudio Humberto, no dia de hoje, no entanto, traz uma informação acerca da guerra aberta nos corredores do poder em Brasília, entre petistas, pela condição ser ungido como sucessor de Lula. Eis aqui um outro fator que poderia estar prejudicando o desempenho do terceiro Governo Lula. Existem uma penca de pretendentes a esta condição, cada qual tentando parecer mais confiável ao chefe. Neste sentido, o jornalista sugere que aventar uma hipótese de uma candidatura à reeleição de Lula poderia contribuir para serenar os ânimos. Quem sabe ele tem razão.   

Editorial: 19 toneladas de bisteca que não foram entregues às comunidades indígenas.



Os bolsonaristas costumam fazer muitas chacotas com o Governo Lula em relação à promessa da picanha com a cervejinha prometida, que anda não chegou à mesa dos pobres, conforme fora prometido. De fato, não se trata de uma promessa muito simples de ser cumprida, mas, paulatinamente, o preço da carne bovina vem caindo nos açougues e, se ainda não dá para fazer o churrasco com picanha, ja é possível fazê-lo com costela, que pode ser adquirida por R$ 17,00 o quilo. O problema maior mesmo são essas 19 toneladas de bisteca adquiridas pelo Governo Bolsonaro, que não chegaram aos indígenas do Vale do Javali, nos Altos Solimões, no Amazonas, conforme denúncia divulgada pela imprensa. 

Trata-se de mais um daqueles fatos que poderiam entrar no hall dos casos folclóricos envolvendo licitações de alimentos, não fossem os prejuízos absurdos produzidos para os cofres públicos. Hoje, ficamos sabendo de mais uma informação, que apenas acrescenta algumas doses escabrosas ao caso, como a identificação do eventual fornecedor, que seria não um desses frigoríficos do agronegócio, mas uma fábrica de tecidos. 

O rosário de desmandos com os recursos públicos, no entanto, não terminam por aí. Um conhecido blog de notícias políticas traz a informação de que pescoços de galinhas foram licitados ao preço de R$ 260,00 quando, na realidade, o mesmo produto pode ser adquirido nos supermercados ao preço de R$ 5,00. Vamos procurar adentrar neste tema, pelo que ele traz de lição sobre os últimos desmandos com recursos públicos, mas não deixa de ser interessante conhecer mais detalhes sobre o assunto. Com que objetivo esses pescoços de galinhas seriam adquiridos? Seriam destinados a quem? Certamente não foram adquiridos para o cerimonial do Palácio do Planalto. Ali a picanha chega com facilidade. De preferência, a argentina.    

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 15 de maio de 2023

Editorial: Há qualquer coisa de estranho com esses "vazamentos" do ajudante de ordens

 



Algumas conversas relacionadas aos planos de espionagem urdidos para conhecer as estratégias utilizadas pelos Democratas nas eleições americanas, na década de 70 do século passado, quando Richard Nixon disputava a reeleição pelo Partido Republicano, foram gravadas, ainda em fitas, no interior da Casa Branca. Essas fitas foram posteriormente requisitadas pela Suprema Corte Amaricana, sem edições, para serem arroladas no processo que envolvia o então presidente no Escândalo Watergate.  

Anos depois, em suas memórias, o ex-presidente americano lamentou profundamente que essas fitas não tivessem sido destruídas. Geralmente, forças especiais não costumam deixar fios desencapados, mas, neste caso em particular, os fios desencapados são tantos que começam a levantar algumas suspeitas de algo haver sido "plantado". Nosso reconhecimento aqui, antes de mais nada, ao excelente trabalho que está sendo realizado pela Polícia Federal que, a cada dia, revela fatos novos sobre o resultado dessas investigações. 

Em todo caso, não deixa de ser curioso - e até suspeito - a facilidade com que alguns dados estão sendo encontrados. Dinheiro em espécie em casa; conversas de celular sobre os planos golpistas; orientações sobre o pagamento de beneficiários de esquemas ilícitos, como uma empresa que tem contrato com o Governo pagar as despesas pessoais de gente do governo passado. A corrupção é cabeluda, uma vez que já seria um absurdo adquirir certos bens ou pagar algumas despesas com o cartão corporativo. Geralmente, pela nossa experiência de serviço público, essas recursos saem de uma conta do tesouro. Nunca de terceiros. Que esculhambação é essa?

Editorial; Os predicados de um indivíduo para ser indicado ao Supremo Tribunal Federal.

Crédito da foto; Lula Marques, PT

Há vários qualitativos exigidos de um indivíduo para ser indicado ao Supremo Tribunal Federal. O notório saber jurídico seria apenas um desses predicados. Essa discussão voltou à pauta, pela proximidade de o Governo Lula indicar um nome para a Suprema Corte, suscitando várias manifestações de atores de diversos campos de conhecimento, inclusive o jurídico, cada qual com o seu elenco de qualitativos. Ser indicado para aquela Corte é o coroamente de uma carreira jurídica bem-sucedida, mas, diante desses embates políticos, perece-nos que isso hoje é o menos relevante, entrando uma série de outras variáveis nesse jogo. 

Até fatores de idade estão sendo considerados, como o de um pretendente que seria muito jovem ainda, podendo esperar mais um pouco. Um ex-magistrado daquela Corte agora se pronuncia, informando que Lula precisa indicar um negro para o STF. Ora, ele foi o primeiro negro indicado para o STF, por determinação direta de Lula, que quebrou um tabu histórico com a sua indicação. Só entendemos o raciocínio dele no sentido de que seja preciso "manter a regra", ou seja, permitir que outros negros possam ocupar espaço naquela Corte.De outro modo, ficamos sem entender muito bem. 

Existem alguns setores da imprensa que não escondem sua indisposição com o Governo Lula. Um desses jornais aponta que Lula deverá se orientar pelos caprichos pessoais - como estaria fazendo neste seu terceiro mandato - em detrimento do interesse público. Assim, começa a ser arquitetada um conjunto de narrativas com o propósito de criar desgaste para o Governo Lula, pois sua indicação tende a recair mesmo sobre o nome do advogado Cristiano Zanin, que o defendeu durante os processos da Lava-Jato. Mais do que ninguém, em tais circunstâncias, Zanin representou o interesse público, contra os equívocos e arbitrariedades cometidas contra um réu, sem que algumas prerrogativas básicas fossem respeitadas. Muito infeliz a informação do jornal de que sua indicação não representaria o interesse público.    

Charge! João Montanaro via Folha de Sçao Paulo

 


Charge! Laerte via Twitter

 


Editorial: Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro. Um arranjo conservador para as eleições de 2026


Recentemente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, dos Progressistas, esteve no programa do empresário Abílio Diniz, Conversas com Abílio, transmitido pela CNN. Durante o programa, o empresário fez uma pergunta inevitável, no que concerne a uma eventual candidatura presidencial do governador paulista. Ele, naturalmente, negou qualquer possibilidade neste sentido, o que seria óbvio. Resposta tão óbvia que pode ser entendida como o contrário, ou seja, no sentido de que ele é, sim, candidato. 

Ao lado de Romeu Zema, governador de Minas Gerais, Tarcísio de Freitas, vem se constituindo num grande nome para a disputa presidencial de 2026, como herdeiro legítimo do bolsonarismo raiz e do campo conservador, não necessariamrnte bolsonarista. Existiriam até pesquisas internas indicando uma eventual viabilidade eleitoral numa chapa formada por ele e pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Michelle emprestaria à chapa a capilaridade política no plano nacional, que o progressista ainda não dispõe. 

Durante a campanha ao Governo de São Paulo, por alguma razão, Tarcísio de Freitas, por vezes, procurou se afastar do perfil de bolsonarista raiz. É como se ele não desejasse um alinhamento automático ao bolsonarismo, mesmo com digitais fortíssimas. Nos meios políticos, é tida como certa a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Já andam até especulando sobre a sua capacidde de transferência de votos. O bolsonarismo criou algumas estacas eleitorias fortes no país, que não podem ser desprezadas pelo campo democrático e progressista. Esses escândalos que estão pipocando por aí pouco importa para essa base de sustentação ensandecida.   

Editorial: Danilo Cabral deve assumir a SUDENE. Mas que SUDENE?



Na década de 50 a SUDENE cumpriu um papel importantíssimo em termos de políticas regionais no país. Ao longo do tempo, as políticas regionais foram perdendo importância nos governos de matriz neoliberal e, finalmente, sucumbiram no contexto das reformas administrativas que acompnhavam as diretrizes desses governos. O problema das desigualdades regionais, no entanto, persistem. Os indicadores de pobreza, de analfabetismo, de desemprego, violência insistem em apresentar números mais elevados em regiões como o Norte e o Nordeste do país. 

Agora, no terceiro governo Lula, há indícios de que a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste estaria em processo de reestruturação, com novas diretrizes establecidas, novos cargo, verbas asseguradas e propósitos renovadas para voltar a cumprir seu antigo papel de agência de desenvolvimento regional, honrando os ideais do seu fundador, o economista paraibano Celso Furtado. SUDENE recriada, haveriam cargos, bons salários e verbas de investimentos em políticas públicas. Este parece ser o cenário que se apresenta para a autarquia hoje. 

O arranjo político celebrado entre PT e o PSB local permitiu a viabilidade da indicação do nome do ex-candidato socialista ao Governo do Estado nas últimas eleições, Danilo Cabral, à presidência da autarquia. Neste caso, Danilo tem dois padrinhos políticos, o prefeito do Recife, João Campos, e o senaror Humberto Costa, que acabou levando a melhor na  disputa com o Solidariedade, que pretendia a indicação da também ex-candidata Marília Arraes. A manobra política incluiu a abertura de espaço para o PT na Prefeitura Municipal, sendo cedido ao partido duas secretarias. A aproximação é tanta que já se especula que Danilo Cabral ingresse no PT.  

Editorial: Chuchu vai bem na horta do MST



Há alguns meses, antes da última campanha presidencial, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, fazia um esforço danado para vencer as arestas junto a alguns setores mais ideológicos\autênticos ligados ao Partido dos Trabalhadores. Pelo andar da carruagem política, parece-nos que essas arestas foram finalmente quebradas, a julgar por uma visita do vice a uma feira do MST, onde foi tratado como guerreiro do povo brasileiro. A ideia fixa de superar essas arestas chegou a preocupar, inclusive, o staff da campanha de Lula à época, uma vez que, na realidade, Alckmin entrava, digamos assim, na cota da Faria Lima. 

Eram essas as arestas que ele precisava quebrar. Pouco adiantatam as recomendações nesse sentido. Quando anunciou que ficaria ao lado de Lula e concorreria à vice-presidente na chapa, ele sapecou: Chuchu com Lula vai bem. Em resposta ao carinho recebido, o socialista elogiou o trabalho realizado pelo movimento social, invocando que a sociedade precisa conhecê-lo. Curioso que a presença de Lula e Geraldo Alckimin no evento foi lido por setores do agronegócio como uma espécie de provocação. 

A relação de Lula com este setor - que nunca foi das melhores - vem pionando nos últimos dias e ganha até o reforço de alguns meios de comunicação, que dão uma forcinha para ampliar essas indisposições. Lula pode até ter sido infeliz em alguns pronunciamentos, mas estamos longe de concluir por uma ação deliberada no sentido de criar embaraços com o setor.     

domingo, 14 de maio de 2023

Editorial: A Polícia Federal parece ter aprendido as lições de Mark Felt

 


Seguir o rastro do dinheiro está produzindo excepcionais resultados positivos nas investigações realizadas pela Polícia Federal. Outro dia, em operação de busca e apreensão, a PF apreendeu US$ 35 mil na casa de um ex-ajudante-de-ordens da Presidência da República. Várias possibilidades estão sendo investigadas aqui, inclusive uma eventual lavagem de dinheiro. Agora, são os montantes em espécie, disponibilizados por cartões corporativos de terceiros, que favoreciam atores graúdos do ancien régime. Um tipo de prática que, pelo expediente, já evidencia cheiro de podridão. 

A prática, em si, é ilícita, principalmente por envolver o uso indevido de cartões corporativos. Seria um cartão corporativo do tipo "laranja". Essa turma não tem jeito mesmo. Outros membros do clã, chegados ao expedientes das famosas rachadinhas, também estão encrencados pelas mesmas razões, o Ministério Público conseguiu rastrear o caminho do dinheiro, chegando a produzir provas concretas das irregularidades. Há uma senhora que vive na miséria, mas teria repassado uma fábula de dinheiro nesses esquemas mafiosos. 

Ná década de 70 do século passado, acossado pelas revelações do Escândalo Watergate, o presidente Richard Nixon renunciou à Presidência dos Estados Unidos. Era isso ou um impeachment certo, depois das evidências concretas de materialização de um crime eleitoral, cometido contra o Partido Democrata. Dois jovens repórteres do Washington Post, em matérias jornalísticas sucessivas - no primeiro caso de envergadura do jornalismo investigativo - desmontaram a farça que estava por trás da estratégia dos republicanos em apresentar um crime eleitoral como um crime comum, de arrobamento. 

Isso só foi possível graças à prestimosa colaboração de um dirigente do FBI, William Mark Felt, que se manteve desconhecido durante décadas. Felt se encontrava com os repórteres anonimamente e sempre recomendava seguir o rastro do dinheiro. Deu certo por lá. Parece que está dando certo por aqui também.   

Editorial: Se Lula governasse com o fígado já estaria com cirrose hepática, produzidas pelas toxinas do Centrão.



Todos nós passamos por momentos de altos e baixos, embora essas reações sejam mais observadas em alguém que exerce um cargo público relevante, a exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nós nunca entendemos muito bem esse diagnóstico de bipolaridade. É como se o indivíduo devesse manter uma "estabilidade" emocional, convivendo, cotidianamente, com situações as mais diversas, suscetíveis de produzir as mais distintas reações. Outro dia os jornalistas comentavam que Lula estava chorando muito e isso era uma evidência de descontrole emocional. Agora ele tropeça nas palavras e não interpreta corretamente as perguntas a ele dirigidas pelos repórteres. O que se observa é que alguns veículos de comunicação estão focando nos problemas do governo. Resolveram assumir o papel de colaboradores da oposição. Tornou-se ideia fixa, coisa de doido, como diriam nos nossos avós.  

Durante aquela fase braba da pandemia, havia um amigo que sempre questionava se nós estávamos bem. Seria praticamente impossível "estar bem", diante daquelas circunstâncias pavorosas, onde as pessoas estavam morrendo nos leitos de hospitais, sem conseguirem respirar. Na realidade,  há, também, alguns fatores coletivos que podem influir em nosso humor. Sabe-se lá o que Lula pode estar sentindo, numa quadra política complexa como a nossa. Mas vamos deixar esse debate para os psicólogos e voltarmos ao nosso quadrado, o quadrado da política. Este terceiro mandato não está sendo nada fácil para Lula. Acreditamos que o barbudo nunca precisou engolir tantos sapos.

O saldo negativo que ele está sendo contingenciado a gerenciar é muito grande. Um fardo pesado, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista político, com o arcabouço democrático sendo fustigado constantemente por forças simpáticas à rupturas institucionais. O embate com o Legislativo é outra fonte constante de desgaste, inclusive emocional. Se Lula governasse com o fígado, como sugeriu um desses jornais, já estaria com cirrose hepática, produzida pelas toxinas do Centrão, capaz de usar de todos os expedientes para atingir seus objetivos.    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 13 de maio de 2023

Editorial: A artilharia pesada do Estadão.

 



Respeitamos bastante a liberdade de opiniões por aqui. Não seria diferente com as opiniões emitidas por um jornal como o Estado de São Paulo. O jornal da família Mesquita tem todo o direito de discordar do Governo Lula. Assim como o oposicionista Ciro Gomes, que anda, em palestras no exterior,lançando seus petardos contra o governo do petista. Por aqui, também somos críticos, como nos editorias publicados no dia de ontem, quando tratamos da falta de estômago, para suportar bolsonaristas raízes sendo nomeados para ocuparem cargos de confiança estratégicos no Governo. 

Conhecemos bem o jogo pesado da realpolitik  e das dificuldades de governabilidade que o Governo Lula enfrenta, com alguns reveses já observados em votações no Poder Legislativo. Há, no entanto, alguns limites. Não seria concebível abrir espaço na máquina pública para bolsonaristas convictos, desses que defendem que os livros - ele tem mais de um livro? - do coronel Brilhante Ustra sejam usados como matérial didático nas escolas. Isso precisa ser reavaliado. 

Levamos muito sério as opiniões de um cidadão como o Ciro Gomes, embora, hoje, ele destile ódio ao PT. Por outro lado, tem uma vida pública honrada; faz uma oposição responsável e consciente; prestou grandes serviços ao país nos cargos públicos que ocupou; e fala com conhecimento de causa, pois fez bem a lição de estudar e interpretar o que se passa no país, com um elenco de soluções para os problemas enfrentados. 

No dia de ontem, observamos um compotamento infeiz do presidente Lula. Discursos inflamados no Ceará, como se ainda estivéssemos em campanha. Um espécie de terceiro turno das eleições. Mereceu até uma resposta do adversário, que já anunciou que irá abrir processo contra as suas declarações. Se houvesse a humildade necessária, o Governo Lula teria muito que aprender com as observações do cearense. Talvez não possamos dizer o mesmo de um veículo que, na década de 60 do século passado, seu principal editor estivesse confabulando sobre golpe de Estado no Brasil, no interior da Casa Branca.  

Editorial: Um golpe à moda antiga



Em tese, não se dão mais golpes de Estado como antigamente. Até os expedientes de tortura usados contra os desafetos estão mudando. Outro dia, um ministro da Supremo Corte usou a expressão: torturas do século XXI, quando se referia aos novos expedientes usados pelos sádicos golpistas, para infringirem castigos aos que se opõem aos seus projetos antidemocráticos. Mas, a cada nova revelação sobre os engendramentos que estiveram em curso durante o planejamento da tentativa frustrada de golpe do dia 08 de janeiro, se descobre que os algozes da democracia tentaram um golpe tradicional, com tanques e tropas especiais nas ruas, fechamento das casas legislativas, sequestro de autoridades e coisas do tipo. 

Um golpe de Estado sempre esteve nos planos de alguns atores políticos no Brasil. Outro dia um ministro do atual governo encontrou um quarto secreto, numa repartição estratégica, uma espécie de dark room, onde havia um arsenal dos velhos tempos da ditatura militar instaurado no país com o Golpe Civil-Militar de 1964. Livros e imagens veneradas de gente da velha guarda da mangueira dos estertores daquele período. 

A nossa referência para diagnosticar a quebra de ruptura institucional tem sido sempre o 08 de janeiro, mas, na realidade, o país enfrentou outras tentativas de golpes de Estado. Isso fica muito claro com a política de militarização da máquina pública implantana no país no último governo, numa evidência clara de que o terreno estava sendo preparado. Registre-se, igualmente, que estamos tratando aqui de militares escolhidos a dedo, sob o critério de simpatia ao projeto autoritário.  

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 12 de maio de 2023

Editorial: A burocracia pública ocupado por bolsonaristas raizes no Governo do PT. Surreal!


O presidente Lula deve ter convencido a sua base de sustentação político\ideológica sobre a necessidade de abrir as porteiras da burocracia pública para o Centrão, o que implica em nomear para cargos estratégicos do Governo ex-bolsonaristas raízes. Isso tem sido uma prática recorrente, mas, em algumas situações atigem o limite do suportável, como numa recente indicação de um ex-deputado cearense, não reeleito, bolsonarista de carteirinha, do tipo mais radical, para a administrar os fundos de uma autarquia federal. 

O cidadão chegou a pregar - imaginem! - uma espécie de desesquerdização da máquina, quando ainda servia ao governo anterior. Mas o rosário da tragédia não termina por aqui. Ele também propôs a adoção, nas escolas públicas, de livros escritos pelo filósofo Olavo de Carvalho e pelo coronel Brilhante Ustra, notório por sua participação nos estertores da Ditadura Militar. Pelo andar da carruagem política, vamos ter um governo esquizofrênico ou, no mínimo Franskenstein, pois não conseguimos deixar de considerar os danos produzidos para a implementação de políticas públicas de corte republicano ou voltadas para o interesse das demandas de setores específicos da sociedade, numa conjuntura como esta. 

A máquina está sendo completamente "loteada". Em suas ponderações críticas, no dia de ontem, o cearense Ciro Gomes argumentou que o orçamento secreto havia sido entregue ao Centrão. O orçamento e nacos consideráveis da máquina, meu caro Ciro Gomes. Momento difícil este que o país atravessa, onde um governo de centro-esquerda precisa negociar, e muito, com setores conservadores para obter um mínimo de condições de governabilidade. Em tese, o limite seria aqueles atores que ainda poderiam estar no escopo do campo democrático, excentuando-se a extrema direita, que deveria ser isolada. Temos lá alguns dúvidas sobre as convicções democráticas de alguém que propõe o Brilhante Ustra como referência para as nossas futuras gerações.   

Editorial: Joseph Stiglitz: O Banco Central está estrangulando a economia brasileira.



Hoje, dia 12, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estará no programa que o empresário Abílio Diniz comanda na CNN, o Caminhos com Abílio Diniz. Abílio só convida pesos-pesados para esses debates. Um dos convidados recente foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que não escapou daquela conversa espinhosa sobre a sucessão presidencial de 2026. Naturalmente, ele desdenhou do assunto, mas nas coxias se sabe que ele trabalha com essa possibilidade concreta. Curioso que um nome que passa entrar no retrovisor das próximas eleições presidenciais é o da governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, da nova safra de políticos do PSDB. 

Quem sabe, durante a entrevista, Campos Neto consiga explicar essas taxas de juros básicos absurdas, que chegam ao patamar de 13,75%. O economista Joseph Stiglitz, que visitou o Brasil recentemente e participou de seminário com caciques da legenda petista, voltou a insistir que não há razões plausíveis que justifiquem essas taxas de juros, que está estrangulando a economia brasileira. O Governo Lula tem batido forte nessas taxas de juros, embora respeite a autonomia do Banco central. 

Em suas críticas ao Governo, o ex-candidato Ciro Gomes advoga que as ponderações do PT sobre o assunto não passam de bravatas, pois haveria medidas que poderiam serem adotadas para sanear este problema. No raciocínio do pedetista, essas taxas favorecem o setor financeiro, que, em tese, Lula não gostaria de incomodar. Ciro bate forte em quatro pontos. Destacamos dois deles no dia de ontem. Além de suposta leniência com essas taxas de juros, o PT teria entregue o orçamento secreto ao Centrão, que deita e rola com as emendas parlamentares.  

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Editorial: Alexandre de Moraes decide pela soltura de Anderson Torres.

 


Não haveria mais razões para a manutenção da prisão do ex-minitro da Justiça e Segurança Pública do Governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres. Isso é o que conclui o ministro Alexandre de Moares, do STF, que decidiu por relaxar sua ordem de prisão, embora com uma série de restrições, como o uso de tornezeleira eletrônica; não comunicação com eventuais envolvidos ou acusados nos episódios do dia 08 de janeiro; proibição do uso das redes sociais; recolhimento nos finais de semana; não autorização do porte de armas, mesmo que funcional; retenção dos passaportes. 

Durante o período, suas atividades funcionais na Polícia Federal ficam suspensas, o que significa dizer que há a possibilidade de continuidade do inquérito administrativo instaurado contra o ex-delegado, o que poderá produzir efeitos bem danosos, como a perda de função e posterior proventos. A vida de Anderson Torres se complicou e isso explica seu abatimento psicológico, desde o momento em que voltou ao país. Os problemas para Anderson estão longe de ter chegado ao fim. Estamos com uma CPMI do Atos Golpistas em vias de ser instaurada e ele, certamente, será um dos primeiros a ser convocado. 

Os ajustes para o início dos trabalhos da CPMI estão em andamento. Há uma possibilidade de que o senador Renan Calheiros volte a ser o relator desse CPMI, o que seria uma excelente indicação, pois o alagoano realizou um trabalho impecável durante a CPI da Covid-19. O problema ainda persiste em relação aos cargos de presidente ou relator, pois o time já está escalado pela oposição e pelo Governo Lula.  

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Editorial: Ciro Gomes bate forte no Governo Lula. Vamos ouvi-lo?



Uma oposição responsável é extremamente bem-vinda. Ciro Gomes é um tanto quanto ácido em suas observações, mas estamos tratando aqui com um cidadão que pode contribuir -e muito - para ajustar a condução das políticas públicas da terceira gestão do Partido dos Trabalhadores. O cearense é preocupado com o país e sempre fez o seu dever de casa, se debruçando sobre os nossos problemas e possíveis soluções. Como professor, confessamos nosso carinho pelos alunos que fazem seu dever de casa. 

Ciro é do tipo que mata a cobra e mostra o pau, mesmo que ensanguentado. De fato, essas altas taxas de juros praticadas pelo Banco Central só favorecem ao setor financeiro, aos banqueiros, que, em breve, devem estar divulgando seus balanços, com lucros na estratosfera. A despeito da autonomia do banco - que ninguém discute - é preciso que se encontre um mecanismo pelo qual se possa interferir no sentido de coibir essa prática abusiva. 

No que concerne ao orçamento secreto, Lula cedeu completamente às chantagens do Centrão. Mal retornou de Portugual e já teria autorizado a liberação de 9 bilhões em emendas parlamentares, negociadas ainda no Governo de Jair Bolsonaro. Por algum "pudor" político que ainda restava, essas emendas estavam "retidas" no Ministério da Casa Civil. Agora, liberou geral. É isso ou começam as manobras em votações importantes para o governo e para o país, como esse PL das fake news, que foi retirado de pauta e só Deus sabe quando voltará a ser votado.   

Editorial: Por 08 a 02 STF anula indulto concedido por Bolsonaro a Daniel Silveira.



Se confirma a tendência que já se especulava nos bastidores, ou seja, a de que a maioria do STF votaria por anular o indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira. A exceção seria, naturalmente, os votos dos ministros indicados pelo ex-presidente. O placar foi de 08 a 02. O bolsonarismo se encontra acossado, mas resiste o quanto pode, de posse de artimanhas, apoiado por grupos conservadores dentro e fora do parlamento. No que concerne aos últimos reveses legais, seus artífices já estariam tentando construir uma narrativa que se configura como uma espécie de "canal sanitário", com o propósito de protegerm o seu chefe. 

Hoje, diante da hipótese de Jair Bolsonaro tornar-se inelegível, o Presidente Nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, sugere que ele poderia ampliar sua capacidade de voto em 30%. Não sabemos de onde Valdemar tirou essas conclusões. Talvez ele tenha alguma pesquisa em mãos. De qualquer forma, é uma aposta bastante otimista. Se depender de Valdemar esses votos serão transferidos para a sua esposa, Michelle Bolsonaro. 

Essas hostes conservadoras - bolsonarsta raiz ou não - tem infringido algumas derrotas ao Governo Lula, como retirada de pauta do PL das Fakes News, assim como o projeto que anulou o decreto do Marco Legal do Saneamento. Em situações assim, de evidente desarticulação, a responsabilidade sempre recai sobre alguém. Neste caso, o Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa, vem sendo apontado como o culpado, por ser contido na liberação das verbas sob a sua alçada. De volta da Europa, Lula já anunciou que irá liberar 9 bilhões em emendas parlamentares, negociadas ainda no governo anterior.   

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