O consultor e articulista da revista Veja, Thomas Traumann, fazendo uma análise sobre as pesquisas de intenção de voto, afirmou que a pesquisa mais importante se daria por ocasião do fechamento da janela partidária, onde o feeling dos atores políticos seria direcionado para os partidos ou candidaturas presidenciais que pudesem viabilizar suas chances de se reelegeram. Neste sentido, os partidos da base aliada do presidente Jair Bolsonaro teriam vencido o primeiro round em relação aos partidos ou candidatuaras de centro-esquerda, como é o caso da do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Partidos como o PL, o PSL, Progressistas e Republicanos, que são da base aliada do presidente, foram os que mais ganharam a adesão de deputados.
Essa digressão é com o objetivo de entender o que poderia estar ocorrendo com a Frente Popular aqui em Pernambuco, que atravessa um processo nítido de implosão. Confirma a tese acima a afirmação do Deputado Federal Eduardo da Fonte(PP-PE), que, ao emitir claros indícios de que poderá compor o palanque da candidata Marília Arraes ao Governo do Estado, pelo Solidariedade, informar que sua preocupação seria com a bancada de deputados estaduais e federais e não ocupar algum espaço na chapa. Na realidade, o desembarque é o tempo suficiente para arrumar as malas. Não existe mais clima para Eduardo da Fonte continuar na Frente Popular, depois dos duros pronunciamentos públicos do Deputado Federal Milton Coelho(PSB-PE), um fiel escudeiro socialista, do núcleo duro do ex-governador Eduardo Campos.
No seu projeto até certo bem-sucedido de tornar-se hegemônico politicamente aqui no Estado, o ex-governador Eduardo Campos, em alguns momentos, entrou em rota de colisão com Eduardo da Fonte, que sempre seguiu numa raia própria, com uma base bem azeitada de prefeitos e parlamentares. Como disse antes, ele possui uma penca de prefeitos no seu grupo político, o que lhes faculta autonomia e barganha nas negociações políticas. Naquele momento, a situação foi "acomodada" porque não seria conveniente afastar-se da base de apoio do governador Eduardo Campos. Hoje, os tempos são outros. A Frente Popular enfrenta uma profunda crise. Seus governantes carecem de boas avaliações, enfrenta o desgaste da fadiga de material e a ausência de bons remadores para tocar o barco. Demoraram uma eternidade para bater o martelo sobre um nome para compor a chapa do candidato ao Governo do Estado, Danilo Cabral, como candidato ao senado federal. Quando optaram pelo nome de Teresa Leitão(PT-PE), o desgaste já estava consolidado, provocando mais uma defecção, desta vez do Deputado Federal André de Paula(PSD-PE), que poderá concorrer ao mesmo cargo, só que na chapa da candidata Marília Arraes, do Solidariedade.
Pelo menos o Deputado Federal André de Paula tem sido mais discreto ao tratar sobre o seu destino. Sabe-se de suas pretenções de candidatar-se ao Senado Federal, projeto que já conta com o apoio do Eduardo da Fonte. Em razão de suas ligações com a Deputada Estadual Priscila Krause, a tendência maior é que ele estreite os laços com Marília Arraes, que passsou a liderar as pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado. Há outras possibilodades de mais defecções na Frente Popular, como a do Deputado Estadual Sebastião Oliveira, do Avante, mais conhecido como Sebá. A Frente enfrenta um momento delicado.
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