pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Uma coisa é a campanha, outra coisa é a presidência, Javier Milei.
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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Editorial: Uma coisa é a campanha, outra coisa é a presidência, Javier Milei.



Entende-se as bravatas durante as campanhas políticas. Faz parte do jogo. Nesta fase, por exemplo, Javier Milei, recentemente eleito presidente da Argentina, garantiu que iria baixar a inflação em pouco tempo, assim como afirmou que não queria conversa com comunistas, aqui incluso a China, o Vaticano e o Brasil. Sim. Milei considera Lula um comunista. Difícl entender como, no atual contexto da economia global, alguém pudesse aventar a possibilidade de se recusar a estabelecer relações comerciais com a China. Eis aqui, possivelmente, uma dessas bravatas de campanha para se reavaliada logo depois do indivíduo ser eleito.

Ainda não assumiu e Javier Milei começa a descer do palanque, entendendo a necessidade de reconsiderar algumas posições mais radicais, adequando-se às contingências impostas pela realpolitik. Numa entrevista recente, o presidente aleito já admite que os argentinos terão que conviver com inflação alta pelo menos pelos próximos dois anos. Possivelmente, durante a campanha, o então candidato tenha sido mais otimista em relação ao assunto. Milei também já atenuou sua fala em relação ao presidente Lula, assim como em relação ao Papa, a quem tratava como um demônio do comunismo. 

Não deixa de ser curiosa - e ao mesmo tempo preocupante - essa narrativa disseminada pelo bolsonarismo de que o Governo do PT pretende implantar uma ditadura comunista no Brasil, nos moldes do que ocorre na Venezuela. Conseguiram convencer o aliado argentino, hoje na presidência do país. Lula nunca foi comunista. Nem mesmo nos tempos de radicalização da fundação do Partido dos Trabalhadores. Nas vezes em que precisou se reportar ao assunto, sempre deixou isso muito claro. Até os militares brasileiros sabiam dessa condição do então líder sindicalista. O general Goubery do Couto e Silva, então Ministro da Casa-Civil durante o Governo Militar, tratou de tranquilizar os companheiros de farda em relação ao assunto. 

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