pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Editorial: Mesmo encrencado juridicamente, Bolsonaro dá uma demonstração de força na Paulista.



Desta vez não foi anunciado o provável número de pessoas que participaram da manifestação pro-Bolsonaro, que ocorreu no dia de ontem, na Av. Paulista. Em todo caso, é inegável que havia uma multidão, surpreendentemente comportada, que saiu de suas casas para prestigiar o ato de desagravo em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Juridicamente, tal manifestação não produzirá nenhum efeito, mas, do ponto de vista político, trata-se, sim, de uma grande manisfestação de força e de sua capacidade de agregar sua base de apoio popular e política. 

A manifestação da Paulista seria um termômetro sobre a liga que ainda une o bolsonarismo no país. A oxidação natural do tempo e das encrencas jurídicas que envolvem suas lideranças e seus entornos não foram capazes de arrefecer os ânimos de tal base de apoio. É uma massa de apoio que atende aos seus chamados, seja nos embates de rua, seja através das redes sociais. Curioso observar que quando ele não está presente essas convocações ficam esvaziadas. 

Erramos feio por aqui ao sugerir que não haveira como evitar as velhas palavras de ordem, ou os cartazes com aqueles dizeres conhecidos. Surpreendentemente, não haviam faixas ou cartazes, seja contra as instituições da democracia, seja contra as autoridades da República. O único orador que distoou um pouco dos discursos comedidos e ponderados foi o pastor Silas Malafaia, que ainda fez menção ao Supremo Tribunal Federal, invocando a desproporção, segundo ele, da aplicação dos pesos e medidas em relação a outros episódios semelhantes ao 08 de janeiro. 

A base de apoio político que depende dos votos do bolsonarismo fez a escolha correta ao comparecer ao evento, principalmente porque tal evento não pode ser enquadrado como "fora das quatro linhas", para usarmos aqui uma expressão comum ao próprio Bolsonaro. Há argumentos para se contrapor às críticas dos seus adversários políticos  durante as próximas campanhas e ficar de bem com os apoiadores do bolsonarismo. 

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 25 de fevereiro de 2024

Editorial: O desconforto do MDB com a decisão de Ricardo Nunes em comparecer às minifestações pró-Bolsonaro.


Já discutimos por aqui, inúmeras vezes, a relação difícil entre o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes(MDB-SP), e o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Essa relação difícil tem diversos componentes. Embora a reeleição de Nunes represente uma prioridade para a legenda, no contexto nacional, o MDB possui fortes vinculaões com o PT, ao ponto de almejarem a potencial possibilidade de indicação de um nome para compor a chapa do petista em 2026, quando Lula poderá candidatar-se à reeleição. 

Por incrível que possa parecer, o MDB - ou mais precisamente alas majoritárias da legenda - tem sido um dos partidos mais leais ao Governo. Nos escaninhos da política, sugere-se que eles trabalhem com a hipótese de indicação do nome da atual Ministra do Planejamento, Simone Tebet, ao cargo de vice. Simone alimenta boas perspectivas em torno do assunto, sobretudo em razão das suas aspirações presidenciais. Nas últimas eleições, tentou emplacar, com relativo sucesso, uma candidatura alternativa à polarização renitente entre Lula e Jair Bolsonaro. 

O MDB, no entanto, é um partido onde a construção de consensos em torno deste assunto também se torna algo bastante complicado, em razão das dificuldades de conciliar os inúmeros interesses das federações de oligarquias estaduais que integram a legenda. Essas oligarquias estaduais, nas eleições passadas, por exemplo, não endossaram o nome de Simone Tebet como candidata do partido à presidência da República. Sequer compareceram ao evento que homologou a sua candidatura. 

Não há razões aqui para uma eventual rusga entre as duas legendas, tampouco alguma adomestação. Trata-se apenas de um desconforto no plano nacional. No plano municipal, no entanto, o prefeito deve ter calculado bem as consequências positivas e negativas do seu ato. Sabe que isso será bastante explorado pelos adversários durante a campanha, mas sabe, igualmente, que o capital político do capitão continua inalterado desde as últimas eleições.  

Editorial: A polêmica em torno dos eventuais casos de exploração infantil na ilha de Marajó.


Em épocas de fake news, todo o cuidado é pouco. Por isso, vamos devagar por aqui. Também não é possível deixamos de fazer algumas considerações por aqui, no plano da razoabilidade. É inegável que graves problemas oriundos do drama da extrema-pobreza na região Norte do país, e a questão da exploração infantil precisa ser analisado neste elenco de problemas. Este drama já se tornou até assunto debatido em comissão parlamentar de inquérito. O problema existe e é muito grave, para deixar isso claro. Falarmos aqui de um eventual aumento dos índices daquilo que a cantora Aymeê Rocha relatou durante uma entrevista, onde usa o termo pedofilia hard, relatando que são comuns os casos de crianças entre 5 e 7 anos que se prostituem com turistas por R$ 5,00 reais, é uma outra questão. 

O Ministério dos Direitos Humanos, coordenado pelo jurista Sílvio Almeida, nos pareceu insatisfeito com essas narrativas, uma vez que pode estar existindo a divulgação de fake news sobre o assunto, o que se constitui, de fato, algo a ser investigado. A cem anos atrás, no início de sua carreira política, o próprio morubixaba petista falava sobre o drama de crianças se prostituindo por um prato de comida. Alguém se lembra disso? A Oposição, que não perde a oportunidade criar embaraços para o Governo, já anuncia uma eventual convocação do ministro para as audiências na Câmara dos Deputados.

Em tempos de normalidade e de uma oposição propositiva, este não seria o problema. A questão hoje é que estamos em plena era da instabilidade institucional crônica no país, com uma oposição que deseja derrubar o Governo a qualquer custo. O palanque da última eleição presidencial de 2022 ainda não foi desmontado. Há uma bancada três "B" aí botando para lascar, sem dá trégua alguma ao Governo Lula. Atacam em todas as frentes, nas mínimas oportunidades. Outro tema polêmico é o da fuga da penitenciária de Mossoró, onde serão exigidas muitas explicações do atual Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowisk. 

Editorial: Bases bolsonaristas reagrupadas na Paulista?

Crédico: Isac Nóbrega\PR (reproduçao)


Esta é a grande torcida dos bolsonaristas mais renhidos. As pesquisas apontam que a base de apoio do ex-presidente não foi corroída, independentemente das encrencas jurídicas imputadas ao capitão, tampouco as medidas duras aplicadas àqueles que estiveram envolvidos com as manifestaçãos do dia 08 de janeiro, em Brasília, tipificadas como um atentado às instituições democráticas e ao Estado Democrático de Direito. Ao que tudo indica, as duras penas aplicadas aos participantes deve ter funcionado como uma ducha-fria, capaz de arrefecer os ânimos dos mais exaltados. 

Tanto isso é verdade, que as convocações subsequentes não atingiram o público esperado, exceto aquelas convocadas pelo próprio capitão, como a de hoje, programada para a Av. Paulista. Conforme afirmamos, não houve erosão da base de apoio do ex-presidente, praticamente a mesma que votou nele nas últimas eleições e acreditando nas falácias sobre o processo eleitoral. Talvez seja por isso que cem parlamentares são esperados para logo mais, além de governadores de estados como Minas, São Paulo, Santa Catarina e Goiás. 

É curioso como eles estão receosos de eventuais ataques às instituições, o que pode acarretar implicações legais. Mais curioso ainda são os nomes escalados para falar durante o evento. Se o objetivo é o de conter os ânimos, escolheram nomes bem exaltados para essa missão, como o senador Magno Malta, o pastor Silas Malafaia, Nicolas Ferreira e o próprio Bolsonaro. Nos bastidores, o que se escuta é que alguns participantes respiraram aliviados de não se exporem ao microfone.

A conclusão dos analistas é que tais manifestações é uma jogada de risco, que pode acarretar maiores complicações às encrencas jurídicas que o ex-presidente já enfrenta. Salvo melhor juízo, o STF já sinalizou que não irá tolerar provocações contra a Corte e aos seus membros. A Polícia Federal e a ABIN (qual delas?) estarão acompanhando, in loco, o que estará ocorrendo na Av. Paulista.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 24 de fevereiro de 2024

Editorial: Zema decide comparecer às manifestações na Paulista em apoio a Bolsonaro.


Existe uma expectativa de que, de fato, o bolsonarismo mais radical possa levar um contingente exepressivo de pessoas à Av. Paulsita, no dia de amanhã, dia 25. Circula a informação de que somente um pastor bolsonarista roxo teria contratado dois trios elétricos para as manifestações. Salvo melhor juízo, se os oradores não se empolgarem, teremos uma hora e meia para os discursos. Não são todos os presentes que irão discursar, a exemplo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos. 

A princípio relutantes, atores políticos relevantes, alguns deles bastante identificados com o espólio bolsonarista, a exemplo, de Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás, que, segundo dizem, alimenta expectativas de concorrer às eleições presidenciais. Às vésperas do vento, no dia de hoje, 24\02, o governador mineiro, Romeu Zema(Novo-MG), informou que irá comparecer ao evento. Aqui estamos tratando de um cálculo político complicado, algo que deve ter sido levando em conta em sua decisão. Apesar de jovem, o governador mineiro é uma raposa política. Parece-nos ter aprendido algumas lições com as velhas raposas das alterosas. 

A princípio, o chamamento da manisfetação será um ato em desagravo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas isso a gente sabe como começa e só Deus sabe como termina. No dia de ontem, por exemplo, já existiria a possibilidade de a manifestação incorporar à sua pauta um apoio ao pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Pelo sim, pelo não, Romeu Zema deve ter entendio que sua ausência não ficaria muito bem, sendo suficiente para produzir alguns danos futuros em seus projetos políticos. 

Há alguns meses atrás, o próprio Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, tinha dúvidas sobre o capital político do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ou mais precisamente, como o apoio do presidente aos candidatos do PL poderia se refletir em bons resultados nas urnas. Bolsonaro, como se sabe, teria um lado tóxico que afugenta alguns atores políticos que temem arcar com tal ônus, principalmente no tocante a um eleitorado conservador, mas menos propenso a tal radicalismo. O fato é que, a despeito da refrega política que está enfrentando neste momento, o capitão parece manter intacto um capital político importante e desejável. 

  

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Editorial: Manifestações bolsonaristas do dia 25 de fevereiro na Paulista. Vamos ter problemas?



Bolsonaristas e não bolsonaristas estão de olhos bem abertos sobre o que deverá ocorrer na Av. Paulista, no próximo dia 25,quando os bolsonaristas radicais saem às ruas para se manifestarem e ouvirem o seu líder, o ex-presidente Jair Bolsonaro, se defender das acusações a ele imputadas. A princípio, sugere-se que será uma mobilização que deverá contar com um público expressivo, algo que os bolsonaristas são experts em organizar. Aqui reproduzimos uma fala do general G. Dias, quando soube das movimentações em Brasília, um pouco antes do 08 de janeiro: Vamos ter problemas? 

Não seria improvável, posto que se torna uma tarefa praticamente impossível controlar uma massa em tais circunstâncias, enfurecida, mobilizada em termos de protestos difusos. Diante da quadra de instabilidade institucional que o país enfrenta, a manifestação não vem em boa hora, pode incorporar agendas as mais diversas, algumas delas com o potencial, inclusive, de prejudicar o ex-presidente Jair Bolsonaro. É neste sentido que reiteramos que não seria o momento oportuno para tal convocação. 

Para os bolsonaristas mais sensatos, seria prudente obsevar o que ocorreu com as mobilizações do 08 de janeiro. Já são centenas de condenados, com penas altas, e uma multa de 30 milhões, que deverá ser rateada entre eles, com o propósito de ressarcir o erário dos prejuízos causadas ao patrimônio público. Não é possível que tal desfecho não seja capaz de produzir alguma reflexão de caráter pedagógico. Tal convocação sugere, igualmente, que o ex-presidente esteja numa situação "limite", ou seja, presumivelmente, teme por uma eventual prisão. 

Algumas postagens de bolsonaristas nas redes sociais, somente para que tenhamos uma ideia sobre o quanto é difícil controlar tais variáveis, já trazem referência a um reforço ao pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que descaracterizaria as motivações iniciais da convocação da manifestação da Paulista. Neste caso, não seria improvável que possamos concluir pela assertiva do general G. Dias, embora em outro contexto: Vamos ter problemas!  

Editorial: Polícia prende três suspeitos de terem facilitado a fuga dos presos de Mossoró.



Os dois fugitivos do Presídio de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, já estão há onze dias em algum lugar desconhecido, segundo suspeita-se, ainda no entorno do presídio, naquilo que já se configura numa verdadeira caçada humana, envolvendo 500 policiais de forças estaduais e federais  mobilizados na recaptura. No dia de ontem, a polícia informou que prendeu três suspeitos de terem participado na ajuda aos dois prisioneiros que fugiram do presídio. Por enquanto ainda nada confirmado, mas as prisões ampliam as possibilidades de uma eventual confirmação da hipótese de facilitação de dentro e de fora da unidade prisional. Por enquanto, os detidos teriam ajudado os fugitivos já emprendendo a fuga, de fora do presídio. 

Como se sabe, talvez como medida preventiva, a Corregedoria do Sistema Carcerário, possivelmente um órgão vinculado ao Ministério da Justiça, já teria afastado de suas funções os agentes envolvidos com a segurança e a inteligência do presídio, como medida preventiva, embora nada tenha se confirmado, ainda, sobre a participação de algum agente na facilitação da fuga. No dia de ontem, também surgiu um laranja, residente na periferia de Brasília, cidadão paupérrimo, que chegou a receber o auxílio Covid-19, "dono" de uma empresa com capital de milhões de reais, que teria vencido uma licitação para a realização de obras no presídio em 2022. 

A cada dia surge uma novidade inusitada por aqui. Os presos que escaparam do presídio seriam "executores" da Facção Comando Vermelho. Pois bem. Os "executores" estão ameaçados de serem executados pela facção, depois de acusados por traição. Uma questão que precisa ser respondida, com argumentos bastante consistentes, é como um presídio de segurança máxima chegou a este estágio de não oferecer as condições mínimas para tal adjetivação. Os equívocos são inúmeros, a começar pelo projeto de edificação, que apresentou diversas falhas, como a ausência de um muro no entorno, assim como paredes de alvenaria que poderiam vulneráveis às patolas de caranguejo.  

Editorial: Militares supostamente envolvidos na tentativa de golpe de Estado no modo: "Nada a declarar".



Uma conhecida revista de circulação nacional publicou uma matéria onde informa que o Exército estaria preparando eventuais alojamentos prisionais, na expectativa de uma possível prisão dos militares envolvidos na frustrada tentativa de golpe de Estado, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. A razão é simples. Caso a prisão de Jair Bolsonaro seja decretada, ele poderá ficar numa prisão militar, em razão de sua condição de capitão do Exército. O mais interessante é que praticamente todos os militares supostamente envolvidos nas tessituras golpistas, se mantiveram no modo: declarar durante as oitivas do dia de ontem, 22, sob a supervisão da Polícia Federal, que conduz as investigações. 

Salvo melhor juízo, apenas o ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres, e o autal presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, responderam às perguntas formuladas. O silêncio é uma prerrogativa legal que pode ser utilizada pelos acusados. Neste caso, porém, tal atitude passa a ter várias possibilidades de interpretação. No caso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o argumento apresentado é que seus advogados não tiveram acesso aos autos na medida de suas expectativas, ou seja, os autos não foram disponibilizados em sua plenitude, dificultando, assim, a formulação de uma linha de defesa do ex-presidente. 

Mas, a rigor, este editor desconfia que já  entramos aqui naquilo que em Teoria do Jogos costumamos identificar como "Dilema do Prisioneiro". Suspeita-se, por exemplo, que Anderson Torres e Valdemar da Costa Neto possam ter entrado numa linha colaborativa com as investigações conduzidas pela Polícia Federal. O núcleo duro que gravitou em torno do ex-presdente, por outro lado, suspeita que Bolsonaro deseja ter acesso aos depoimentos dos demais envolvidos para saber como se colocará. Por isso o silêncio? Não se sabe exatamente. 

O fato é que a Polícia Federal, conforme o próprio Ministro Alexandre de Moraes, do STF, dispõe de provas robustas sobre as tessituras de mais uma tentativa de golpe de Estado no país. Neste caso, pouco importa o silêncio dos envolvidos durante essas convocações. Ao fim e ao cabo, concuídos os inquéritos com absoluto profissionalismo e provas irrefutáveis, quem tiver culpa no cartório terá que arcar com ônus de ter embarcado nessa aventura golpista, seja lá por qual motivo.   

Editorial: Um giro de 36O graus na política paraibana.



Magalhães Pinto, uma grande raposa da política mineira, costumava comparar a política às nuvens, que mudam com muita frequência. Até recentemente, um bolsonarista raiz, o radialista Nilvan Ferreira, foi literalmente "rifado" do PL, o partido ao qual ainda é filiado, em nome de uma articulação interna da legenda que tem como objetivo fazer do ex-Ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, candidato à Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições. 

Curioso que, diante das novas contingências, segundo o próprio radialista, ele teria procurado outras legendas, com perfil de centro-direita do espectro político, todas elas fechando as portas para o seu ingresso. Em situação assim, como se sabe, quando o indivíduo cai em desgraça, restam poucos a se solidarizarem com o infeliz. Numa atitude bastante digna, o jornalista faz questão de nomeá-los e agradecer-lhes a solidariedade. Nesses episódios, ficam sempre algumas lições. 

Passado alguns dias, o radialista recebeu a solidariedade do senador Efraim de Moraes Filho(UB-PB), que afirmou que as portas do União Brasil estariam abertas ao radialista. Neste meio termo, começaram as especulaççioes em torno de uma eventual candidatura do radialista a prefeito de Santa Rita, cidade onde ele obteve maior votação quando disputou o Governo do Estado. Em princípio relutante, o radialista transferiu seu título eleitoral para a cidade e hoje, 22, anunciou que será pré-candidato a prefeito da cidade nas próximas eleições. 

O melhor, no entanto, ainda estaria por vir. O atual governador do Estado, o socialista João Azevêdo, que já manteve acalorados debates com o radialista, afirmou que tudo ficou no passado e que está disposto a apoiar o seu pleito como candidato a prefeito de Santa Rita, a cidade dos canaviais, com o concurso até do presidente Lula. Nilvan Ferreira, por outro lado, até então um bolsonarista roxo, sinaliza que pode esquecer os embates do passado e aceitar a proposta. 

Gostaríamos muito de saber como os bolsonaristas mais radicais estão se sentido com esta guinada de 360 graus de Nilvan Ferreira. Nilvan construiu uma trajetória política no Estado com uma identificação absoluta com o bolsonarismo. Na condição de candidato ao Governo do Estado, numa eleição vencida por João Azevedo, bateu forte no atual ocupante do Palácio Redenção, enfatizando suas ligações ao ex-governador Ricardo Coutinho, enredado na Operação Calvário. Nilvan deve está um poço até aqui de mágoa com os antigos compenheiros bolsonaristas do Estado.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Editorial: Mais envolvidos nos acontecimentos do 08 de janeiro podem fechar acordo de delação premiada.

 


A Polícia Federal, apenas no dia de hoje, 22, deve ouvir onze pessoas implicadas na frustrada tentativa de golpe de Estado do dia 08 de janeiro. Geralmente, golpista só usam de bravatas quando estão de posse de armas, em condições favoráveis. Na hora de se entenderam com a malha da justiça essa coragem, como por encanto, desaparece. Um deles chegou a tratar os militares que se recusaram a embarcar na aventura golpista de cagões. Sinceramente? Gostaríamos muito de ouvir seu depoimento à Polícia Federal. 

Para os depoimentos de hoje, um deles já afirmou que permanecerá calado, equanto o outro vai se fazer de sonso, alegando que suas declarações golpistas de outrora não passaram de bravatas. Sem alarde, a Polícia Federal vem realizando seu trabalho, seguindo os trâmites legais, guardando o silênco devido sobre as investigações e curso. Nos bastidores, no entanto, assim como ocorreu com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, que resolveu entrar num programa de colaboração premaida e contribuiu bastante para emendar os fios soltos do novelho golpista que culminou com a baderna promovida no dia 08 de janeiro. 

Outros envolvidos estariam disposto a seguir o mesmo caminho, provocando calafrios nos demais implicados. Sugere-se que eles chegaram à conclusão que o cerco está se fechando e chegou a hora do salve-se quem puder. As Forças Armadas, por exemplo, numa ação convergente com o seu papel, está afastando dos cargos de chefias os militares envolvidos em tais episódios. Não esperou nem pelo desfecho do caso, apontando culpados e indicando as punições inerentes. 

Embora atendendo a todos os requisitos necessários e legalmente ainda passível de ser promovido, há quem assegure que a promoção do tenente-coronel Mauro Cid não sairá. Difícil entender em que circunstâncias o militar foi indicado para servir como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas deve ser algo pelo qual ele estaria possivelmente arrependido.  

Editorial: Empate técnico entre Boulos e Ricardo Nunes na disputa pela Prefeitura de São Paulo



No dia de ontem, o Instituto Paraná Pesquisas divulgou mais uma pesquisa sobre a disputa pela Prefitura de São Paulo. Embora com margens sempre apertadas, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, apoiado por alas hegemônicas do PT, sempre aparecia na dianteira da disputa. Desta, vez, no entanto, o Instituto constatou um empate técnico entre os dois principais postulantes ao Edifício Matarazzo. Boulos pontua com 33% da preferência do eleitorado paulista, enquanto Ricardo Nunes aparece logo abaixo, apenas numericamente, registre-se, com 32%. 

A margem de erro do Instituto está acima dos dois pontos percentuais, o que significa dizer, igualmente numericamente, que Nunes já poderia ter ultrapassado o psolista. Por dever de ofício, registramos aqui a pontuação dos demais candidatos. A candidata do PSB, a Deputada Federal Tabata Amaral, pontua com 9,7% das intenções de voto na pesquisa; Kim Kataguiri, do União Brasil, cuja candidatua ainda não teria sido homologada pelo partido, surge com 5,2% das intenções de voto, enquanto a candidata do Novo, Maria Helena, crava 3,3% das intenções de voto. O polêmico Padre Kelmon, que deverá atuar como linha-auxiliar do atual gestor, Ricardo Nunes, aparace com 0,7% das intenções de voto. 

A disputa, por inúmeras razões, deverá seguir este diapasão até outubro, se não ocorrer algum tsunami político até lá. Receoso de se envolver com o bolsonarismo tóxico, mas por outro lado, temeroso de perder tal quinhão do eleitorado paulista, o prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP) já assegurou que estará acompanhando o capitão na manifestão programada para o dia 25 na Av. Paulista. O empate técnico entre ambos os candidatos é reflexo da exarcebação da polarização política que ambos os lados fazem questão de alimentar. 

Depois das recentes declarações de Lula, que provocaram um tsunami diplomático, o candidato do PSOL, que conta com o apoio do morubixaba petista, saiu-se pela tangente quando indagado sobre o assunto. Passamos aqui a imaginar o quanto isso será explorado nas próximas eleições municipais, assim como o ônus político que o morubixaba petista terá que arcar em relação ao seu projeto de renovação do contrato de locação do Palácio do Planato por mais quatro anos, conforme se presume. 

Editorial: Apenas más notícias sobre o presídio de segurança máxima de Mossoró.


Diante do climão de polarização que este país está vivendo, é quase certo que o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, seja convocado à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, praticamente hegemonizada por parlamentares hostis ao Governo, ligados à Oposição bolsonarista. De estilo discreto, disciplinado e comedido, o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal terá uma tarefa difícil pela frente. 

Desde que ocorreu a fuga espetacular daquele presídio, a primeira do país ocorrida num presídio federal de segurança máxima, não chega uma notícia positiva sobre o que ocorreu naquela unidade prisional, no Rio Grande do Norte. Até os presos que fugiram e ainda não foram recapturados estão ameaçados de morte pela facção à qual pertence, o Comando Vermelho. Por alguma razão, a unidade da facção que atua no Estado do Acre se sente traída pelos dois fugitivos. 

Ontem comentamos por aqui que 124 das 190 câmras existentes no presídio estão com defeito. O próprio ministro admitiu haver falhas estruturais na edificação do presídio, como as paredes no entorno das luminária, onde não existia concreto, mas apenas alvenaria. Ainda não podermos confirmar tal informação, mas anda circulando a hipótese de haver um laranja no processo licitatório onde se contratou uma empresa para as reformas do presídio. 

O cidadão reside na periferia de Brasília, é muito pobre e chegou a receber o auxílio Covid-19 durante a epidemia do vírus. O contrato teria sido assinado no ano de 2022, ainda no Governo Bolsonaro, mas foi mantido já no Governo Lula. Essas zonas de intercecção na transição entre os dois governos, conforme já discutimos em inúmeras vezes por aqui, tem deixado escapar alguns penduricalhos complicados para o atual Governo. Este é o caso das investigações que correm sobre eventuais irregularidades na CODEVASF, na ABIN paralela. Para ficarmos em apenas dois exemplos.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Editorial: Um diálogo difícil entre Lula e o Secretário de Estado Norte-Americano.



O Secretário de Estado Norte-Americano, Antony Blinken, desembacou no Brasil esta manhã, onde se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O secretário faz um giro pela Amética Latina, onde pretende visitar outros países além do Brasil. O encontro havia sido agendado muito antes de explodir a crise diplomática entre o Brasil e o Estado de Israel, depois das declarações do presidente brasileiro. Muito dificilmente, tal assunto deixará de constar do diálogo entre o representante dos Estados Unidos e o presidente Lula. 

No passado, os diálogos diplomáticos entre as nações conseguiram evitar alguns possíveis conflitos sangrentos, como em 1962, quando os Estados Unidos conseguiram fechar um acordo com a então União Soviética, que permitiu a retirada dos mísseis com ogivas atômicas instalados em Cuba. À época, quando soube do acordo, o então ainda jovem guerrilheiro Fidel Castro, teria esmurrado a mesa, bastante enfurecido com a decisão de Nikita Kruschev. Por outro lado, se as duas potências não chegassem a tal acordo, o mundo poderia ter sido destruído com uma inevitável guerra nuclear. 

Hoje, nossa conclusão é que a diplomacia, em caráter global, perdeu terreno em sua condição de solucionar conflitos entre as nações. Tudo está muito mudado. Veja-se o caso da guerra na Ucrânia, onde só as armas sugerem ser a solução, o que signifca dizer que vencerá quem conseguir esmagar o adversário. Sem a ajuda necessária, o Exército Russo vem avançando posições dentro do território ucraniano. No caso do conflito no Oriente Médio, que envolve o Estado de Istarel e o grupo terrorista Hamas, civis estão sendo sistematicamente massacrado, sem que se encontre uma saída para o conflito. 

O senador Osmar Aziz(PSD-AM), em pronunciamento na tribuna do Senado Federal, fez uma pergunta bastante pertinente: Como se chama mesmo a morte de 30 mil civis inocentes que moravam na Faixa de Gaza, onde o conflito se desenrola? Fazemos tal inferência apenas para concluir que não se construirá algum consenso sobre o assunto nesse diálogo entre a autoridade do Governo dos Estados Unidos e o presidente brasileiro, que reiterou que não irá pedir desculpas sobre as suas delcarações, ditas com absuluta consciência e convicção. Os Estados Unidos, por sua vez, acompanharão o Estado Judeu em qualquer circunstância. 

Editorial: Morte do poeta Pablo Neruda será novamente investigada por determinaçaõ da Justiça Chilena.


As ditaduras são sempre pavorosas, abomináveis. As pessoas de bem devem empreender todos os esforços possíveis para preservarem as instituições democráticas e o Estado Democrático de Direito. As práticas recorrenres de estupros ocorridas durante a ditadura de Alfredo Stroessner, no Paraguai, relatadas e registradas em inúmeros documentários, alguns deles com depoimento das vítimas, geralmente entre 10 e 15 anos de idade, foram mais comuns do que imaginávamos antes de assistirmos a tais documentários. Há registros dessas práticas inclusive no Brasil.

Aliás, essa prática abjeta do ditador tornou-se algo "institucionalizado" durante o período em que Stroessner manteve-se no poder. Existiam locais reservados exclusivamente para tal finalidade, além de aliciadores que cumpriam o papel de encontrarem essas crianças e adolescentes. A prática envolvia o oficialato que prestava continência ao ditador. Em São Domingos, o chefe de polícia de Rafael Trujillo Molina, que acumulou fortuna em detrimento da miséria da população de São Domingos, mantinha uma caderneta de anotações com as práticas de torturas existentes em todos os países. 

A cada dia o algoz escolhia, possivelmente aleatoriamente, em seu manual, as torturas de um desses países para infringir aos adversários da ditadura comandada pelo sanguinário Trujillo. Observem os leitores até que ponto chega o grau de perversão do ser humano. No Brasil existiam "médicos" que acompanhavam as torturas para informar aos torturadores se o sujeito ainda reunia condições de suportar os maus tratos. Depois, quando os indivíduos morriam, emitiam laudos falsos sobre a causa da morte. 

No Chile, um país onde as instituições democráticas, no período pós-ditadura Augusto Pinochet, conseguiram punir indivíduos envolvidos na violação dos direitos humanos, suspeita-se que o poeta Pablo Neruda,  Prêmio Nobel de Literatura, possa ter sido vítima da ditadura. O último laudo sobre a sua morte, depois do corpo exumado, aponta que ele pode ter sido envenenado. Antes de morrer, o poeta ligou para um amigo falando de uma injeção que havia tomado, fora de sua medicação usual, depois de transferido para outro hospital, sem uma explicação convincente. Há motivos mais do que suficientes para que a sua morte seja novamente investigada, conforme entendeu a justiça daquele país. 

Editorial: 122 deputados já assinaram o pedido de abertura de impeachment contra o presidente Lula.



Salvo melhor juízo, este já seria o décimo-primeiro pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora este seja aquele que contou com a maior adesão da Oposição, deverá ter o mesmo destino, ou seja, mofar na gaveta do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O Governo Lula, no entanto, neste momento, passa por um momento difícil, daqueles de tempestade perfeita: Uma governabilidade frágil e temerária; défict primário superior aos R$ 240 bilhões de reais; propostas da área econômica com dificuldades de aprovação no Legislativo; o país mergulhado numa profunda crise institucional entre os Três Poderes e, para completar o enredo, uma crise diplomática gigantescas, depois das últimas declarações do presidente sobre o confrito entre o Estado Judeu e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, que já dizimou 30 mil civis inocentes. 

Pelas redes sociais, as trocas de farpas entre as Deputadas Federais Gleisi Hoffmann, Presidenre Nacional do PT, e a Carla Zambelli, autora do pedido de abertura de impeachment contra o presidente. Não tem sido nada fácil para o presidente Lula, acossado, o tempo todo, por uma Oposição renhida, radical, torcendo o tempo todo contra, que ainda não desceu do palanque, com uma derrota eleitoral não assimilada até hoje. Esse radicalismo oposicionista, principalmente o de matriz bolsonarista, está nos conduzindo a um impasse institucional, de consequências perigosas. 

Sabe-se lá o que deve ocorrer no próximo dia 25, quando está prevista uma grande manifestação, convocada pelos bolsonaristas, que devem se concentrar na Av. Paulista. Certamente virão cartazes, faixas e até falas exaltadas. Há uma "narrativa" conhecida desses grupos radicais contra as instituições democráticas, contra autoridades constituídas, contra os poderes da república, questionando a lisura do processo eleitoral e reivindicando intervenções militares. Duvidamos que tais faixas não estejam presentes em tal manifestação. Alguém imagina, em sã consciência, uma mobilização bolsonarista sem tais ingredientes? 

Pelo andar da carruagem política, Lula deverá enfrentar essa inferno astral até o final de seu Governo. Já são dez pedidos de impeachment, este último mais robusto, com mais de 120 assinaturas até o momento. Alguns parlamentares que asinaram a petição, desavergonhadamente, são de partidos que ocupam espaço na burocracia federal. Estamos diante de uma oposição de armas engalfinhadas, que deseja derrubar o Governo Lula. Infelizmente, esta é a realidade.     

Editorial: Luís Roberto Barroso mantém Alexandre de Moraes no inquérito sobre a tentativa de golpe de 08 de janeiro.



A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro entrou com um pedido junto ao STF no sentido de retirar o Ministro Alexandre de Moraes do inquérito que investiga a frustrada tentativa de golpe do 08 de janeiro. Mas a defesa do ex-presidente não estava sozinha nessa reivindicação, eivada de argumentos subjetivos, que já somavam 192 petições com o mesmo propósito. Essa "subjetividade de argumentos", desprovidas de amparo legal, foi um dos motivos pelos quais o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Luís Roberto Barroso, negou o pedido. 

Para o desconforto daqules que estiveram envolvidos nos atentados contra o Estado Democrático de Direito e as nossas instituições democráticas, O Ministro Alexandre de Moraes será mantido no cargo, conforme previsão nossa por aqui. As provas arroladas pela Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de 08 de janeiro são robustas, conforme já enfatizou o ministro. Agora é apurar as responsabilidades de cada um, amparada nas investigações conduzidas pela Polícia Federal. Dando um bom exemplo, as Forças Armadas já estão afastando de suas funções os militares sob investigações. 

O que nos surpreende é este ambiente ou essa permeabilidade conspiratória contra as nossas instituições republicanas, que se manteve ativa mesmo depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o Governo. As digitais dos "resíduos golpistas", por exemplo, podem ser encontrados no funcionamento de uma agência paralela de inteligência, assim como numa minuta de Estado de Sítio encontrada na gaveta da sede do maior partido de oposição do país.

Outra questão devidamente pacificada diz respeito ao fato de o golpe não ter se materializado, argumento sempre muito invocado pelos bolsonaristas. Neste caso, conforme preconiza o Código Penal, pune-se a tentativa nas mesmas proporções, uma vez que, se os algozes da democracia tivessem logrado êxito, a primeira providência é interditar o funcionamento regular do Estado Democrático de Direito.   

Charge! Triscila Oliveira e Leandro Assis via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Editorial: A "insegurança" no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró.



Se nos permitem o trocadilho, tudo indica que o sol não nascia quadrado no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Vamos ser francos por aqui? Tudo está muito confuso e o assunto da fuga dos dois presos do presídio ainda deve render bons debates. Aliás, tais discussões se impõem. Existe a informação que ocorreu um erro estrutural na construção das paredes que antecedem as luminárias, por onde os presos fugiram, que foram construídas apenas com alvenaria, sem concreto. 

Há, portanto, uma falha estrutural de projeto de construção, não se sabendo se prevista na licitação ou decorrentes de irregularidades na edicação do presídio. Surpreendentemente, mais  das 192 câmaras existenres no presídio, 124 não funcionavam, o que facilitou enormemente o trabalho de fuga dos presos. Já comentamos por aqui que um jornal potiguar, alguns meses antes, havia publicado uma matéria onde o assunto era abordado, concluindo pela falta de segurança num presídio de segurança máxima. Com essas facilidades de comunicação, não seria improvável que os fujões tenham sido avisados sobre essa precariedade do sistema. 

Não se pode dizer que as providências não estejam sendo tomadas. Apenas com um detalhe crucial: depois das luminárias arrombadas. Mais 100 homens da Guarda Nacional estão sendo mobilizados na captura aos fugitivos. Com mais este reforço, já chega a 400 o contingente de policiais utilizados com tal finalidade. Talvez inspirados nessa fuga espetacular, no dia de ontem, 18 presos fugiram de carceragem no Estado do Ceará. 17 deles apenas num dos presídios, tratando-se aqui de uma fuga em massa.

A admissibilidade sobre a necessidade de construção de muralhas no entorno dessas unidades prisionais, por outro, sugere que, de fato, ocorreram algumas falhas estruturais em sua edificação. Observem que esta foi uma das primeiras observações do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Pelo pouco tempo que ele havia assumido o cargo, sugere-se que algum assessor o tenha alertado para o problema. Por enquanto, os presos ainda estão foragidos e deixando pistas sobre a sua rota de fuga. Tais descuidos só se entende no sentido de "despistar" a tropa que está em seu incalço.   

Editorial: Polícia Federal convoca Bolsonaro para depor antes das manifestações do dia 25\02


Possivelmente, tal data teria sido agendada consoante as rotinas de trabalho do pessoal da Polícia Federal, mas, como estamos na era da teoria da conspiração, logo se sugeriu que a convocação, pela Polícia Federal, do ex-presidente Jair Bolsonato, para depor na próxima quinta-feira, 22, guarda alguma relação com as manifestações que o líder oposicionista agendou com os seu apoiaores para o dia 25, na Av. Paulista. Seus advogados se queixam de ainda não terem tido acesso ao conteúdo integral dos autos que acusam o ex-presidente de ter participado de eventuais tessituras de caráter anti-democráticas, sob investigação da Polícia Federal. 

Pelo sim, pelo não, pediram que fosse adiado o depoimento para uma outra data, mas o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou o pleito dos advogados de defesa do ex-presidente. Sugere-se que o ex-presidente usará de suas prerrogativas legais de se manter em silêncio durante o interrogatório. Pelo andar da carruagem politica, tal silêncio obsequioso do ex-presidente deveria ser a regra daqui para frente, nunca uma exceção. 

Bolsonaro, assim como o presidente Lula, costumam falar de improviso, assim, se tornam suscetíveis aos deslizes verbais inerentes, sobretudo no calor das massas enfurecidas, como se sugere que possa ocorrer no próximo domingo na Paulista. Tanto de um lado, quanto do outro desse cabo de guerra imposto pela polarização política, os nervos estão à flor da pele. É aquilo que o sociólogo jamaicano Stuart Hall advertia: Em tal contexto, se continuarmos alimentando esse processo suicida, as coisas só terminam quando um dos polos esmagar o outro. 

Pelo andar da carruagem política, algo sugere que as hordas bolsonaristas radicais deverão atender à convocação do capitão. Este clima de acirramento político ajuda bastante neste sentido. O momento político vivido neste momento no país, de profunda instabilidade institucional, recomenda-se baixar a guarda, construir consensos possíveis, nunca engalfinhar as armas.  

Editorial: O "drama" da comunicação no Governo Lula.

 


Depois das declarações infelizes de Lula, capaz de produzir uma crise diplomática entre o Brasil e o Governo de Israel, o presidente brasileiro tornou-se uma persona non grata para o Governo de Israel. Como informamos no dia de ontem, as declarações de Lula ocorreram num momento em que ele falou de improviso, durante uma entrevista. O discurso preparado pelo Itamaraty, que ele leu durante a cerimônia oficial, foi considerado impecável,  dentro do status histórico ocupado pela diplomacia brasileira no contexto das relações internacionais. 

Num encontro recente, durante as comemorações dos 127 anos do Porto de Santos e o anúncio oficial sobre a construção do túnel subterrâneo Santos\Guarujá, na presença de autoridades federais e estaduais, Lula afirmou que iria ignorar o discurso escrito por se sentir desconfortável em lê-lo ao mesmo tempo em que segurava o microfone. Neste momento esteve bem, enfaizando a necessidade de se estabelecer relações republicanas entre os entes federados, assim como superar a polarização, se reestabelecendo a "normalidade".  

Logo em seguida, porém, outra polêmica que poderia ter sido evitada, durante uma cerimônia na Volkswagem, num diálogo com uma jovem afrodescendete. O presidente não disse nada passível de censura ou crítica, mas, nesses momentos bicudos de profunda má-vontade da oposição e de militância identitarista, todo cuidado ainda é pouco. Não seria a primeira vez em que o morubixaba petista comete alguns deslizes verbais em  suas falas de improviso. Tal fato, alás, tem sido perigosamente recorrente, desde a últiam campanha presidencial. 

Lula e sua assessoria de comunicação precisam ser mais cuidadosos por aqui. Escalar o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para ser o único integrante do Governo a se pronunciar sobre os ruídos diplomáticos gerados com o Governo de Israel pode ser uma primeira providência correta. Convém que tal diretirz também se aplique às lideranças partidárias e do Governo, evitando, assim, alimentar a sanha oposicionista no sentido de desgatar o Governo. 

Neste caso, convém seguir os conselhos do comendador Arnaldo, ao observar que há coisas que se dizem por baixo, há coisas que se dizem por cima e há coisas que não se dizem. Mesmo nas mesas de bares, com o amigo, a clivagem precisa ser levada em consideração. Vai que o colega ao lado não seja suficientemente confiável? A oposição bolsonarista já encaminha uma petição de abertura de processo de impeachment contra o presidente, argumentando que Lula cometeu crime de responsabilidade.  

A petição é assinado, inclusive, por partidos com representação no Governo. Vejam os senhores que governabilidade temerária. Emendas são liberadas, os caras ocupam cargos na máquina e votam contra o Governo. E O Governo, por sua vez, de mãos atadas. Assim como o já fizemos em relação ao Ministro das Relações Institucionais - ao afirmar que o problema não se resolve com a troca de nomes - o mesmo o fazemos em relação ao Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Editorial: Alguns fatos surreais sobre a fuga dos presos da penitenciária de Mossoró.



Como se já não fossem suficientes as trapalhadas ocorridas por ocasião da fuga de dois presos de uma penitenciária federal de segurança máxima, ocorrida recentemente em Mossoró, onde nem o Governo chega a um consenso sobre o assunto, agora surgem as trapalhadas cometidas pelos presos em fuga, que acabam invadindo residências e trocando ideias com os propretários reféns sobre eventuais caminhos a seguir na fuga. Na última pegaram telefones e ligaram para o Rio de Janeiro, perguntaram sobre como se chega ao Ceará, se estão próximos ao litoral e coisas assim. Quer dizer, deixam o roteiro de fuga para os policiais que estão no seu incalço. 

Mossoró é uma cidade vizinha à cidade de Aracati, onde fica a famosa praia de Canoa Quebrada, reduto dos hippies no passado, hoje um point dos turistas indieirados. O interesse pelo litoral é curioso. Eles pretendiam fugir pelo mar? Proeza alcançada pelos jangadeiros de Iracema, em meados da década de 40, que seguiram num jangada dali até o Rio de Janeiro, guiados apenas pelas estrelas e a perícia no mar, para entregaram reivindicações trabalhistas ao Governo de Getúlio Vargas? 

Juntando essas peças, hoje alguém fez um pronunciamento informando que a estratégia, de fato, talvez seria atingir o complexo de favelas da Maré, no Rio de janeiro, controlada pela facção Comando Vermelho. Lá, de fato, eles estariam em melhores condições de segurança, uma vez que, para entrar nesses redutos, a polícia precisa realizar uma operação de guerra, por vezes mobilizando efetivos de mil homens, como ocorreu na última investida naquele reduto. 

Com uma oposição ao Governo literalmente armada até os dentes, o início do ano legislativo promete debates acalorados. De estilo comedido e discreto, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski tem se pronunciado bastante sobre essa fuga inusitada de presos de uma penitenciária de segurança máxima no país. E deve se pronunciar ainda mais, uma vez que membros da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado já formularam requerimento para audiência do ministro àquela comissão.  

Editorial: A crise diplomática entre Israel e o Brasil.



Uma fala de Lula na Etiópia provocou uma crise diplomágica entre o Brasil e o Estado de Israel. A depender do lugar de fala, há coisas que não se dizem, há coisas que se dizem por baixo, há coisas que se dizem por cima. Pessoalmente, Lula poderia ter o seu posicionmento com relação ao que ocorre na Faixa de Gaza, onde já morreram 30 mil pessoas, na sua maioria civis inocentes, numa caçada do estado judeu aos integrantes do grupo Hamas. Se pronunciar como Chefe de Estado, no entanto, em encontros internacionais, mesmo que de improviso, tem suas implicações diplomáticas. 

Na realidade a fala do presidente Lula provocou uma crise diplomática entre os dois países. Em pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o presidente brasileiro havia cruzada o linha vermelha. O embaixador do país em Tel Aviv foi convidado para uma conversa com o Governo de Israel, emblematicamente, marcada para o Museu do Holocausto. Há quem sugira que o líder petista anda um pouco descalibrado em suas falas. 

Durante essa última viagem, tomando as precauções que se impõe, por ocasião das cerimônias oficias, o presidente brasileiro leu o discurso preparado por sua assessoria. Neste caso específico, pode ser encontrada as digitais do seu assessor para assuntos internacionais, o Celso Amorim. O Governo Brasileiro, através do Ministério das Relações Internacionais, por enquanto, já informou que não se pronunciará sobre o assunto. Talvez aguardem a ademoestação do Governo de Israel ao embaixador do Brasil naquele país. 

No Brasil, o episódio caiu como uma luva para os críticos do Governo Lula. Horas de programação são dedicadas à sua malhação, ouvindo sempre atores que se contrapõem à sua fala. O país não passa por um momento de estabilidade institucional e fatos dessa natureza apenas alimentam as chamas da discórdia. Essa questão de comunicação está tão complicada que Lula acabou se pronunciando, durante uma entrevista, sobre a fuga dos prisioneiros do Presídio de Mossoró, sugerindo haver uma eventual facilitação. Seu ministro discorda. 

P.S.: do Contexto Político: Na realidade, segundo algumas versões que circulam na imprensa, o presidente Lula teria feito essa declaração polêmica sobre o Estado de Israel num momento em que falava de improviso, sem as anotações preparada por sua assessoria. Uma espécie de deslize ou escorregão verbal. As eventuais digitais de Celso Amorim, portanto, devem ser observadas durante sua fala cerimonial, quando leu o discurso preparado pelos assessores e não ao cometer o escorregão. Aliás, o discurso lido foi impecável.  

Editorial: A possível participação do crime organizado nas empresas de transporte regulares que operam na zona leste do Rio de Janeiro.



58,5% do território da capital do Rio de Janeiro está sob o controle das milícias ou do crime organizado. Batoré, um ex-policial militar expulso da corporação por desvios de armamentos para o crime organizado, foi morto num enfrentamento com forças regulares da Polícia Civil, atuando dentro da legalidade, com agentes de Estado. É preciso sempre fazer essa distinção, sobretudo nos dias atuais. Afinal, até recentemente, depois que o traficante Luiz Antônio da Silva Braga, mais conhecido como "Zinho", entregou-se à justiça, a própria Polícia Civil do Rio de Janeiro - a banda sadia, naturalmente - já havia detectado que vinte pseudos agentes de Estado estavam entre os que recebiam "mesada" do  traficante. Isso num primeiro levantamento. 

O percurso é o mesmo, assim como ocorreu com Ronnie Lessa, Adriano da Nóbrega. Antes de fundar o Escritório do Crime, Adriano da Nóbrega era um policial exemplar, primeiro lugar no curso de formação de sua turma no BOPE. Mas, voltemos ao caso de Batoré. Este editor ficou impressionado com o montante movimentado pelo chefe miliciano, apenas com a exploração de vans que atuavam nas zonas sob o controle de sua milícia. Para ter permissão para usar uma van de transporte coletivo na área era cobrado uma taxa mensal ilegal dos seus proprietários. As estimativas chegavam aos cinco milhões mensais somente com esse nicho de mercado, quando se sabe que eles exploram um número expressivo de outros nichos. 

Agora, através de uma série de reportagens do jornal O Estado de São Paulo, descobrimos algo ainda mais preocupante.Há índicios de que na Zona Leste, dentro de parâmetros licitatórios convencionais, concebidos pelo Poder Público Municipal, algumas empresa de transporte coletivo, suspotamente mantidas pelo crime organizado, estejam operando livremente. Somente no ano passado teriam sido repassados a quantia de R$ 800 milhões de reais para essas empresas, recursos públicos que seriam utilizados, entre outras coisas, com o propósito de lavagem de dinheiro do tráfico. 

Está tudo dominado. A suspeita existe há um longo tempo, os fatos nunca foram devidmente investigados, tão pouco devidamente esclarecidos até hoje. Não tivemos acesso às outras matérias publicadas pelo jornal, mas enaltecemos aqui o seu teor de utilidade pública, assim como uma matéria bastante aprofundada publicada pela revista Piauí, onde é investigada uma eventual participação das forças especiais na tentativa frustrado de golpe de Estado do dia 08 de janeiro. São os Kids Preto. Boa parte dos militares que estavam no entorno de Jair Bolsonaro tiveram formação nessas forças especiais. O próprio Jair Bolsonaro tentou, sem sucesso, por duas vezes, ingressar nesse agrupamento militar.    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo