Vindo da Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde atuei como coordenador de programa de pós-graduação e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, exercia ali a coordenação do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), quando fui convocado pelo ministro Fernando Haddad para assumir a presidência da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com a missão de aproximá-la das universidades e aprofundar o alinhamento aos programas do Ministério. Nesta perspectiva, desencadeei um processo de discussão aberto a todos os servidores.
O resultado foi a construção coletiva de um plano de ação que amplia a inserção da Fundaj no Plano Nacional de Educação, com ações de confluência com o Plano Nacional de Cultura e a Política Nacional de Educação Ambiental. Foi definida a inserção preferencial nos eixos de desenvolvimento da Bacia do São Francisco, da Transposição, de Suape, do Porto de Pecém, da Transnordestina e no roteiro de interiorização das universidades públicas do Nordeste.
Identificando os saberes e os acervos da Fundaj em diversas áreas, o Plano de Ação procurou tomá-los como fontes que ajudassem a irrigar os processos educacionais no Nordeste em vários níveis. Este é o sentido maior do novo estágio por que passa a instituição. É um momento de avanço, aprofundamento e multiplicação das ações, alargamento dos passos na região nordestina e integração na luta por um Brasil com uma educação melhor, mais inclusivo e mais justo.
Para cumprir essa missão, o Plano de Ação coloca as necessidades de recursos materiais e humanos. E no terreno interno, exige uma reestruturação da Fundaj, objetivando uma atuação mais integrada e dinâmica. Neste sentido, estamos solicitando novos concursos públicos para reforçar o quadro de pessoal e desencadeamos uma política de cooperação internacional e parcerias com órgãos nacionais, para promover a qualificação e dar suporte aos avanços. E já começarmos a colher bons frutos.
Neste mês, o MEC incluiu a Fundaj na Rede de Escolas de Governo, permitindo-lhe certificar cursos de pós-graduação lato sensu. Estamos firmando convênio com o Ministério das Relações Exteriores, por meio do seu Escritório de Representação na Região Nordeste, com vistas a um plano de cooperação internacional. Conseguimos a inclusão dos trabalhos produzidos na Fundaj no Portal de Periódicos da Capes, com acesso aberto aos pesquisadores da instituição. Investindo na qualificação dos servidores, iniciamos o mestrado profissional em gestão pública para o desenvolvimento da região, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, com 38 inscrições, vinculando os temas tratados ao Plano de Ação da Fundaj e ao Plano Nacional de Educação. E faremos convênios com a Capes e a Facepe para a obtenção de bolsas de produtividade e pesquisa.
Firmamos convênio com a Secretaria de Educação do Estado para o acesso a livros e vídeos educativos produzidos pela Fundaj e as visitas guiadas ao Museu do Homem do Nordeste e ao Engenho Massangana. Distribuímos 12 mil livros e materiais pedagógicos às escolas da rede estadual. E visitaremos as Secretarias de Educação do Nordeste para consolidar ações integradas. Também atuaremos junto a órgãos públicos e entidades civis com raio de ação interestadual, no esforço de acentuar o caráter regional da Fundaj.
Apresentaremos ao Ministério da Educação um Plano de Ação para tornar a Fundaj um dos importantes sujeitos no fomento de uma formação educativa de referência no Nordeste. Nas palavras do ministro Fernando Haddad, trata-se de reunir "mais ousadia e mais desejo de mudança" para "tentar um novo salto". Isto é o que caracteriza o momento atual da Fundação Joaquim Nabuco.
:: Fernando Freire é professor-doutor em agronomia e presidente da Fundação Joaquim Nabuco. Artigo publicado no Jornal do Commercio em 06 de setembro de 2011.
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