Por ocasião do seu 4º Congresso Nacional, alguns militantes petistas lembraram a origem da agremiação partidária, organicamente vinculada aos movimentos sociais mais atuantes e portadora de uma experiência de democracia interna singular no escopo do sistema partidário brasileiro. Até mesmo militantes como José Dirceu, que, pela experiência da realpolitik já poderia ter apagado de suas lembranças aqueles tempos telúricos, enfatizou que o PT é o único partido que discute o seu estatuto num Congresso. Nas eleições de 2010, em nome da aliança nacional com o PMDB, o Partido dos Trabalhadores cometeu alguns equívocos que poderiam ser lidos como transgressões a princípios caros aos trabalhadores, como a construção de dispositivos de democracia interna na vida partidária. Por mais de uma vez a Direção Nacional fez intervenções contrariando as decisões soberanas das executivas estaduais, como no caso do Estado do Maranhão. Em São Paulo , o partido já havia decidido que respeitaria a vontade manifesta pelos militantes, que acompanhariam o debate entre os postulantes, decidindo sobre quem deveria representar o partido na disputa das eleições de 2012. De certa forma, isso estava ocorrendo, foram realizados alguns debates, mas as pesquisas de opinião sempre apontavam a senadora Marta Suplicy com uma folgada dianteira na disputa, apresentado o candidato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, numa situação bastante vexatória. Discretamente, Rui Falcão, Presidente Nacional do PT, incentivava a candidatura da senadora Marta Suplicy, emitindo vários sinais de que ela não deveria se afastar da disputa. Certo de que o seu afilhado não teria chance nas prévias, Lula rasgou o estatuto, fechou questão e impôs o nome de Fernando Haddad ao partido, um novato nas urnas, que começa a disputa, conforme já expusemos, com apenas 2% do eleitorado.Marta silenciou sobre o assunto.
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