Lei do batuque e recursos do Chapéu de Palha para a Odebrecht
Há um grande cientista social em Pernambuco que, como ele mesmo afirma, num trabalho de "evangelização" vem procurando, gradativamente, através de reflexões publicadas nos jornais e blogs de política, revelar a verdadeira face do Governo do Estado de Pernambuco. Isso, quando suas análises não são censuradas, o que ocorre com frequência. Vencidas essas etapas, ele é virulentamente atacado nos comentários dos internautas, notadamente pessoas a soldo dos governantes de turno. Fiquei tentando imaginar sua reação à leitura dos jornais do dia de hoje, que trazem duas notícias preocupantes: a primeira diz respeito à postura arbitrária e equivocada no que concerne às manifestações dos maracatus rurais, um farto típico de Estado policialesco, lembrando as nefastas medidas de décadas passadas, onde os batuques eram violentamente reprimidos. A outra questão diz respeito à possível transferência de recursos que seriam destinados ao Programa Chapéu de Palha para saldar acordos mantidos com a construtora Odebrecht, em razão da construção da Arena Pernambuco. Não preciso enfatizar aqui a importância social do programa, criado para atender aos trabalhadores rurais da palha da cana no período da entressafra. O Programa já foi a marca da sensibilidade social do Governo Arraes, um governante que sempre colocou a margem de manobra possível do Estado a favor dos mais fragilizados. O neto, definitivamente, não se espelhou no exemplo do avô. Se levarmos o debate para o plano da eficiência gerencial - tese tão propalada pela Governo - então, de acordo com alguns bons economistas, a arena tem sido um desastre. Já era previsível que o Estado iria retirar recursos das rubricas sociais para honrar os compromissos com a construtora. E ele ainda tem o desplante de afirmar que um dos seus compromissos seria trazer a "agenda das ruas" para o seu programa de governo como candidato presidencial em 2014.
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