terça-feira, 19 de junho de 2012
Dirceu: "Apoio de Maluf não pode ser motivo para recusar aliança com PP"
O ex-ministro Chefe da Casa Civil José Dirceu, um dos principais líderes do PT, defendeu nesta segunda-feira (18) a aliança do pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, com o PP do ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (SP), adversário histórico dos petistas em São Paulo. Em seu blog, Dirceu publicou um artigo afirmando que seria um grave erro negar a política de alianças e de governos de coalizão por causa da aliança com o PP. "O PP já faz parte da base de partidos do governo federal. Como fez parte da base aliada do governo do ex-presidente Lula, sem que mudássemos nosso programa de governo ou o rumo do Brasil", escreveu. Dirceu diz ainda que o apoio de Maluf não pode ser motivo para recusar a aliança com o PP. "Aí seria negar nossas vitórias conquistadas graças a alianças em 2002, 2006 e 2010, bem como nossos três governos de coalizão, os dois do presidente Lula e o 3º, agora, da presidenta Dilma Rousseff", disse.
Blog do José Dirceu.
Blog do José Dirceu.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Campanha em São Paulo vive sua fase pilântrica
Em São Paulo –maior, mais rica e, teoricamente, mais desenvolvida cidade do país—, a campanha eleitoral de 2012 atravessa um período pilântrico. Num instante em que os escândalos pupulam nas manchetes como pulgas no dorso de cães vira-latas, os comitês de campanha das duas principais legendas do país perderam os sentidos. O PT aliou-se ao PP de Paulo Maluf. O PSDB juntou-se ao PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto.
Petistas e tucanos potencializam o estereótico que torna iguais todos os políticos. Os pregoeiros da ética informam ao eleitor que, em troca de alguns minutos de tempo de tevê, topam tudo. Ficou-se sabendo que, na principal cidade do país, como na Chicago e na Bagda de outrora, há espaço para Al Capone e Ali Babá. Incorporado às mais vistosas coligações, o rebotalho ganha prontuário novo. E o letreiro da política volta a piscar: é tudo farinha do mesmo saco.
Tudo isso seria apenas divertido se não fosse nefasto –para usar o adjetivo que a petista Marta Suplicy um dia empregou num comentário sobre Maluf. O processo político torna-se cada dia mais obscuro e incompreensível. O eleitor brasileiro sabe cada vez menos o que é um partido. As legendas subvertem a lógica, sacrificam o pudor, entregam-se à depravação dos costumes… Depois, com a candura dos puros, convidam o eleitor a engajar-se num processo que ele não entende.
Repete-se na cena municipal um fenômeno que há anos desvirtua o exercício do poder no âmbito federal. Em pólos opostos, PT e PSDB, os dois grandes rivais da política nacional, juntam-se àqueles que passam pela vida pública à procura de negócios e oportunidades, num processo que aniquila a inocência e converte as eleições em meros contratos de cumplicidade renovados de quatro em quatro anos.
O resultado do espetáculo, triste e cansativo, é conhecido: uma quantidade absurda de escândalos, um puxando o outro, o caso novo atropelando o anterior, as bandidagens antigas se multiplicando em picaretagens novas. Em teoria, a revelação dos malfeitos deveria exercer sobre a política efeitos benfazejos.
Por um lado, o noticiário produz a lamentação do ocorrido. Por outro, exposição das trambicagens deveria surtir um duplo efeito. Os políticos não ousariam reincidir em práticas criminosas. E os eleitores não votariam mais nos suspeitos. O caso de São Paulo ensina outra coisa. Os agentes públicos igualam-se em perversão. E o eleitor, ainda que quisesse, não encontraria bons exemplos nos quais votar. Fica-se com a impressão de que, submetida a um Judiciário que lhes serve impunidade, a banda pilântrica da política sempre prevalece.
Blog do Josias de Sousa, Portal UOL.
domingo, 17 de junho de 2012
Comissão de ética arquiva processo contra o ex-ministro, Orlando Silva
O arquivamento do processo contra o ex-ministro dos Esportes Orlando Silva pela Comissão de Ética da Presidência da República nesta semana merecia, no mínimo, destaque na imprensa igual ao que tiveram as denúncias sem provas publicadas contra ele. Desde outubro de 2011, o ex-ministro e seu partido, o PC do B, foram atacados e julgados politicamente, em uma campanha suja. Em conversa com ele ontem, o ex-ministro disse que já espera a decisão que o inocentou, com base em uma análise técnica e criteriosa das acusações e das provas. “Em quinze dias eu fui acusado, julgado e condenado pela imprensa. O que vimos foi uma espécie de campanha, uma versão moderna da Inquisição”, disse. A revista Veja “deu destaque na capa, fez longas matérias, arrastou a maior parte dos órgãos de comunicação de massa que tiveram uma atitude irresponsável, sem checar as fontes, sem checar documentos, sem dar o devido espaço ao contratório”. Onde está a legislação que garanta o direito de resposta no Brasil? A quem os atingidos pelas falsas acusações podem recorrer, além da Justiça, que muitas vezes é lenta e, sem uma legislação adequada, não tem parâmetros para tomar suas decisões? O Brasil tem que avançar nisso, como parte do processo de amadurecimento da nossa democracia.
Blog do José Dirceu.
Em Caruaru, Humberto Costa comenta sobre a "base social" do PT no Recife.
Em visita a Caruaru, onde esteve prestigiando o tradicional
São João na Fazenda Macambira, organizado pelos Lyras, o senador Humberto Costa comemorou os
números da pesquisa do Instituto Maurício de Nassau, que confere a ele a
liderança das intenções de voto para prefeito do Recife, nas eleições de 2012.
Há, de fato, o que comemorar. Como afirma o próprio senador, em última análise,
isso significa que o PT construiu uma base social sólida na capital
pernambucana, o que lhes confere um grau nada desprezível de competitividade, em
qualquer circunstância. Humberto Costa continua isolado no contexto da Frente
Popular, enquanto o esboço de uma candidatura do PSB ganha força a cada dia,
reafirmada categoricamente pelo governador do Estado, Eduardo Campos. Ontem
publicamos aqui no Blog do Jolugue uma entrevista publicada pelo blog do Gerson
Camarotti, onde fica evidente que os “arranjos” para o apoio do PSB à
candidatura de Fernando Haddad, em São Paulo, deixaram o governador bastante à
vontade para se movimentar na província, sem que isso implique em alguma
admoestação por parte de Lula. A questão agora é escolher o “ungido” entre os
reservas de ouro que estão no banco do Campo das Princesas, alguns deles sem qualquer experiência em eleições, mas escudados pela liderança de um político com o prestígio nas nuvens.
sábado, 16 de junho de 2012
Eduardo Campos: "É natural a dispersão de forças nas eleições".
Com o cenário de rompimento entre PT e PSB em cidades importantes como Recife e Fortaleza, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) manda o seu recado: “É natural que a eleição municipal seja uma eleição onde haja mais dispersão das forças, mais disputa”.
Em entrevista ao blog, Eduardo Campos ressalta que o partido cedeu em São
Paulo. Mesmo assim, ele admite que o debate interno deixou feridas: “Claro que
não foi um debate singelo travado no PSB.”
Presidente nacional do PSB, Campos reconheceu o peso do ex-presidente Lula
nessa decisão. “Lula falou da questão de São Paulo como uma questão estratégica
para PT. E nós encaminhamos toda uma sorte de conversa interna do partido e
conseguimos resolver.”
Em Recife, Campos responsabiliza a divisão interna do PT como o principal
motivo para o PSB lançar candidatura própria. “Há uma divergência que não tem
fim”, criticou.
A entrevista foi concedida nesta sexta-feira, no deslocamento de Eduardo
Campos entre o Palácio do Planalto e o Aeroporto de Brasília. De lá, seguiu para
São Paulo, onde o PSDB anunciou apoio ao candidato petista, Fernando Haddad.
Veja entrevista de Eduardo Campos ao Jornal das Dez:
Leia a íntegra da entrevista:
Blog do Camarotti – Governador, como está hoje a
relação PT-PSB para essas eleições? Pode haver muitos rompimentos?
Eduardo Campos – A eleição municipal tem características próprias. A disputa do município sempre se dá com maior intensidade do que nos pleitos estaduais e no pleito nacional. É muito difícil uma frente política dos partidos comungarem das mesmas posições em todos os municípios, então é natural que na eleição municipal haja mais dispersão das forças, mais disputa. E a gente tem que fazer isso com muita tranquilidade.
Eduardo Campos – A eleição municipal tem características próprias. A disputa do município sempre se dá com maior intensidade do que nos pleitos estaduais e no pleito nacional. É muito difícil uma frente política dos partidos comungarem das mesmas posições em todos os municípios, então é natural que na eleição municipal haja mais dispersão das forças, mais disputa. E a gente tem que fazer isso com muita tranquilidade.
Blog – Em São Paulo, o PSB fez um gesto de aproximação com o PT. No
encontro de hoje isso se consolida?
EC – A eleição em São Paulo foi colocada como prioritária pelo Partido dos Trabalhadores. Nós temos uma relação com o PT no projeto nacional que vem sendo liderada hoje pela presidenta Dilma, dando sequência ao que foi o governo do presidente Lula. Nós fizemos uma avaliação do ponto de vista político de que não tínhamos nenhuma candidatura natural dentro do PSB, e que em nome dessa relação e desse projeto, era importante que tomássemos a decisão que estamos anunciando em São Paulo.
EC – A eleição em São Paulo foi colocada como prioritária pelo Partido dos Trabalhadores. Nós temos uma relação com o PT no projeto nacional que vem sendo liderada hoje pela presidenta Dilma, dando sequência ao que foi o governo do presidente Lula. Nós fizemos uma avaliação do ponto de vista político de que não tínhamos nenhuma candidatura natural dentro do PSB, e que em nome dessa relação e desse projeto, era importante que tomássemos a decisão que estamos anunciando em São Paulo.
Blog – Qual foi o apelo do ex-presidente Lula para o
PSB?
EC – Não houve apelo do presidente Lula para o PSB. Houve conversas há cerca de 90 ou 120 dias atrás, das duas direções, em que o presidente Lula participou. Ele ouviu ponderações em relação a lugares que a gente poderia ter apoio do PT. Outros a gente já sabia que não ia ter ou que já estava disputando com o próprio PT. E ele falou da questão de São Paulo como uma questão estratégica para o Partido dos Trabalhadores. E nós encaminhamos toda uma conversa interna do partido e conseguimos resolver.
EC – Não houve apelo do presidente Lula para o PSB. Houve conversas há cerca de 90 ou 120 dias atrás, das duas direções, em que o presidente Lula participou. Ele ouviu ponderações em relação a lugares que a gente poderia ter apoio do PT. Outros a gente já sabia que não ia ter ou que já estava disputando com o próprio PT. E ele falou da questão de São Paulo como uma questão estratégica para o Partido dos Trabalhadores. E nós encaminhamos toda uma conversa interna do partido e conseguimos resolver.
Blog – Fica uma sequela no PSB local, já que o partido apoiava o
governo Alckmin?
EC – Claro que não foi um debate singelo o travado no PSB. Até porque tínhamos um posicionamento que veio a ser tomado pelo partido a nível local em função de divergências que tivemos com o PT regional. Mas tratamos isso com cuidado e com muito respeito às lideranças do nosso partido, e chegamos a uma posição de construir esse caminho na direção nacional junto com a direção estadual e municipal.
EC – Claro que não foi um debate singelo o travado no PSB. Até porque tínhamos um posicionamento que veio a ser tomado pelo partido a nível local em função de divergências que tivemos com o PT regional. Mas tratamos isso com cuidado e com muito respeito às lideranças do nosso partido, e chegamos a uma posição de construir esse caminho na direção nacional junto com a direção estadual e municipal.
Blog - Em Recife, aconteceu o inverso: PSB e PT eram
aliados e agora os dois partidos estão praticamente rompidos…
EC – Não se trata de rompimento do PT com o PSB e a Frente Popular [aliança PT, PSB, PCdoB e PDT] em Recife. Pelo contrário. O que há é um enfrentamento que já dura quase quatro anos de debate interno dentro do PT, que levou o partido a ter uma prévia internamente muito acirrada e que todos os partidos da Frente, inclusive o PSB, assistiram a esse processo torcendo para que o PT pudesse construir a sua unidade, o que não ocorreu até o dia de hoje. Até o dia de hoje há recursos às instâncias nacional do PT, há processos que foram para a justiça. E há uma divergência que não tem fim. E no momento em que se avizinha o processo das convenções, o PSB colocou à disposição da frente quatro nomes para que, não havendo – como não houve até agora – entendimento dentro do PT, o PSB possa liderar a frente, preservar e fazer avançar os projetos e as mudanças que fizemos ocorrer na vida de Pernambuco e também na cidade do Recife.
EC – Não se trata de rompimento do PT com o PSB e a Frente Popular [aliança PT, PSB, PCdoB e PDT] em Recife. Pelo contrário. O que há é um enfrentamento que já dura quase quatro anos de debate interno dentro do PT, que levou o partido a ter uma prévia internamente muito acirrada e que todos os partidos da Frente, inclusive o PSB, assistiram a esse processo torcendo para que o PT pudesse construir a sua unidade, o que não ocorreu até o dia de hoje. Até o dia de hoje há recursos às instâncias nacional do PT, há processos que foram para a justiça. E há uma divergência que não tem fim. E no momento em que se avizinha o processo das convenções, o PSB colocou à disposição da frente quatro nomes para que, não havendo – como não houve até agora – entendimento dentro do PT, o PSB possa liderar a frente, preservar e fazer avançar os projetos e as mudanças que fizemos ocorrer na vida de Pernambuco e também na cidade do Recife.
Blog – A possibilidade do PSB de Recife lançar um
candidato próprio não pode criar atrito pro futuro?
EC – Claro que seria muito mais singelo se todos os partidos estivessem juntos em torno de idéias, de um pensamento, de um programa para a cidade, que está reclamando mais avanços. Mas se isso não for possível, nós não podemos dizer agora que isso vai significar uma dispersão das nossas forças. Se necessário for, vamos fazer esse debate com elegância, dentro do padrão que a gente faz na política, como fizemos, por exemplo, em 2006, em que eu disputei eleição no primeiro turno com o hoje senador Humberto costa. Quatro anos depois, estávamos ocupando uma mesma chapa majoritária. Se não for possível construir essa unidade, será por razões que não foram montadas por nós, mas por razões que passaram das nossas expectativas, porque vieram exatamente de uma divergência dentro do Partido dos Trabalhadores. Uma divergência que a cidade assistiu em seis meses de um debate duríssimo. E aí, se a gente for levado a ter duas candidaturas da Frente Popular, que nós não desejamos porque queremos a unidade, por que não discutir a unidade em torno de uma candidatura do PSB, já que o PT não está conseguindo construir a unidade? Essa pergunta é que a gente tem feito aos partidos da Frente. Espero até o prazo jurídico, do dia 30 de junho, construir unidade. Se não construirmos, vamos fazer o debate e o povo vai julgar.
EC – Claro que seria muito mais singelo se todos os partidos estivessem juntos em torno de idéias, de um pensamento, de um programa para a cidade, que está reclamando mais avanços. Mas se isso não for possível, nós não podemos dizer agora que isso vai significar uma dispersão das nossas forças. Se necessário for, vamos fazer esse debate com elegância, dentro do padrão que a gente faz na política, como fizemos, por exemplo, em 2006, em que eu disputei eleição no primeiro turno com o hoje senador Humberto costa. Quatro anos depois, estávamos ocupando uma mesma chapa majoritária. Se não for possível construir essa unidade, será por razões que não foram montadas por nós, mas por razões que passaram das nossas expectativas, porque vieram exatamente de uma divergência dentro do Partido dos Trabalhadores. Uma divergência que a cidade assistiu em seis meses de um debate duríssimo. E aí, se a gente for levado a ter duas candidaturas da Frente Popular, que nós não desejamos porque queremos a unidade, por que não discutir a unidade em torno de uma candidatura do PSB, já que o PT não está conseguindo construir a unidade? Essa pergunta é que a gente tem feito aos partidos da Frente. Espero até o prazo jurídico, do dia 30 de junho, construir unidade. Se não construirmos, vamos fazer o debate e o povo vai julgar.
Blog – Fortaleza também é outro problema PTxPSB. Já
há um rompimento de fato. Como resolver isso agora?
EC – Pelo relato que eu tenho do governador Cid Gomes e dos companheiros do PSB em Fortaleza, o PSB fez um esforço no sentido de construir a unidade. Não foi possível, não foram compreendidas as ponderações feitas pelo partido. Houve uma tomada de decisão pelo PT. E por outro lado houve tomada de decisão pelo PSB. Agora, a cidade vai julgar.
EC – Pelo relato que eu tenho do governador Cid Gomes e dos companheiros do PSB em Fortaleza, o PSB fez um esforço no sentido de construir a unidade. Não foi possível, não foram compreendidas as ponderações feitas pelo partido. Houve uma tomada de decisão pelo PT. E por outro lado houve tomada de decisão pelo PSB. Agora, a cidade vai julgar.
Blog - O PT se preocupa muito com o PSB porque há
uma proximidade grande em várias capitais com o PSDB. Isso pode afetar a relação
futura?
EC – Não, as proximidades e as alianças que nós temos vêm de muitos anos. E isso nunca evitou que o PSB estivesse ao lado do PT ao longo desses anos no projeto nacional. Nós temos uma aliança com o PSDB, por exemplo, em Belo Horizonte, junto com o PT. Nós temos aliança com o PSDB em Curitiba, que vem de muitos e muitos anos. Não foi feita ontem. Mas nós estamos em muitos lugares apoiando o Partido dos Trabalhadores, inclusive em São Paulo e outras capitais. Isso é próprio da dinâmica da política municipal, regional. Não vejo nenhuma incoerência nessa posição. Porque são posições que já assumimos ao longo de anos e anos. Até porque, com muitos desses companheiros do PSDB, nós construímos juntos a democracia, construímos avanços importantes na vida pública brasileira. E entendemos que essas alianças têm feito bem à população dos lugares que governamos juntos.
EC – Não, as proximidades e as alianças que nós temos vêm de muitos anos. E isso nunca evitou que o PSB estivesse ao lado do PT ao longo desses anos no projeto nacional. Nós temos uma aliança com o PSDB, por exemplo, em Belo Horizonte, junto com o PT. Nós temos aliança com o PSDB em Curitiba, que vem de muitos e muitos anos. Não foi feita ontem. Mas nós estamos em muitos lugares apoiando o Partido dos Trabalhadores, inclusive em São Paulo e outras capitais. Isso é próprio da dinâmica da política municipal, regional. Não vejo nenhuma incoerência nessa posição. Porque são posições que já assumimos ao longo de anos e anos. Até porque, com muitos desses companheiros do PSDB, nós construímos juntos a democracia, construímos avanços importantes na vida pública brasileira. E entendemos que essas alianças têm feito bem à população dos lugares que governamos juntos.
Blog – Quando esteve com a presidente Dilma, ela fez
algum apelo em relação às eleições?
EC – Não, tratamos com a presidenta a questão desse ambiente econômico que vem aí com o aguçamento da crise na Europa, da visão dos Estados, da necessidade de estarmos mais juntos os governos dos Estados com o governo federal, incrementando o investimento público para animar a economia, para que a gente possa chegar ao final do ano podendo acelerar a economia e fazer um 2013 melhor do que 2012.
EC – Não, tratamos com a presidenta a questão desse ambiente econômico que vem aí com o aguçamento da crise na Europa, da visão dos Estados, da necessidade de estarmos mais juntos os governos dos Estados com o governo federal, incrementando o investimento público para animar a economia, para que a gente possa chegar ao final do ano podendo acelerar a economia e fazer um 2013 melhor do que 2012.
Blog – O PMDB aqui no Congresso Nacional já começa a ficar preocupado
com a proximidade hoje do PSB com o PT (ou pelo menos do namoro entre os
partidos) para a chapa de 2014. Tem risco de isso acontecer?
EC – Não… 2014 está muito longe. Agora o grande desafio é a gente ajudar a presidenta Dilma, o vice-presidente Michel Temer e todo o governo a enfrentar esse desafio que é minimizar os efeitos dessa crise internacional, que se assemelha à crise de 2009 na vida pública brasileira. É poder garantir que o consumo, o investimento, as exportações, que o esforço brasileiro poupe os empregos e preserve o mercado de trabalho que melhorou tanto nos últimos anos no Brasil. E que a gente possa chegar a 2013 com a economia ganhando outro ritmo.
EC – Não… 2014 está muito longe. Agora o grande desafio é a gente ajudar a presidenta Dilma, o vice-presidente Michel Temer e todo o governo a enfrentar esse desafio que é minimizar os efeitos dessa crise internacional, que se assemelha à crise de 2009 na vida pública brasileira. É poder garantir que o consumo, o investimento, as exportações, que o esforço brasileiro poupe os empregos e preserve o mercado de trabalho que melhorou tanto nos últimos anos no Brasil. E que a gente possa chegar a 2013 com a economia ganhando outro ritmo.
Publicada às 9h05
Publicado originalmente pelo Blog do Gerson Camarotti
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Candidatura do PSB torna-se irreversível no Recife
O lançamento de uma candidatura do PSB à Prefeitura do
Recife, nas eleições de 2012, já é dada como favas contadas pela crônica
política do Estado. Na fala dos principais interlocutores da Frente Popular,
exceção evidente para o PT, o adjetivo mais utilizado é irreversível. A
proposta consolidou-se e vem recebendo o apoio dos partidos que compõe a
aliança. O senador Armando Monteiro, por exemplo, reafirmou sua convicção de
acompanhar a decisão do governador Eduardo Campos, assim como outros partidos
da aliança. Há quem afirme, inclusive, que o vice poderia sair dos quadros do
PCdoB, por hora, descartando-se uma possível articulação com o PMDB. Em conversas
reservadas, o governador já teria externado sua posição para o senador Humberto
Costa. Nas hostes do Campo das Princesas, o nome com maior evidência é o do
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, um técnico sem nenhuma
experiência política, mas perfeitamente afinado com o projeto de Eduardo Campos
e, segundo informações de uma pesquisa de posse do Campo das Princesas, com o
perfil requerido pelo eleitor recifense. Ontem, em artigo, o editor do Blog do Jolugue afirmou, equivocadamente, que Geraldo Júlio era Secretário de Planejamento. Perdão aos leitores.
A rinha entre PT e PSB no Estado.
Caso seja confirmada a candidatura do PSB à Prefeitura do
Recife - dizem que o anúncio sairia na próxima quarta-feira, após o tão esperado
grande encontro entre Eduardo Campos e Lula - que adiou o diálogo em razão de
recomendações médicas, em outras cidades da província, o PT já trava uma
disputa acirrada com o PSB. O caso mais emblemático é o de Petrolina, onde até
recentemente o senador Humberto colocou mais “lenha” na fogueira, reafirmando o
seu apoio à candidatura do Deputado Odacy Amorim, pivô de uma querela entre as
duas agremiações. Em Camaragibe e Paulista, os dois partidos também não
chegaram a costurar um acordo. Na cidade das chaminés, comenta-se, à boca miúda,
que o Deputado Sérgio Leite, candidato do PT, não poupa o governador de
críticas ácidas. Ácidas até demais. Em Paulista, o candidato Sérgio Leite,
apesar de liderar as primeiras sondagens de opinião, deverá amargar mais uma
derrota, porque é quase certo que Eduardo Campos empenhe-se, pessoalmente, na
eleição de Júnior Matuto, um rapaz de origem humilde, militante de primeira
linha do PSB.
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Maluf apoiará Fernando Haddad em São Paulo
Após barganha política, PP apoiará a candidatura de Fernando Haddad à
Prefeitura de São Paulo, em 2012. Quando Celso Russomano ainda era filiado ao
PP, Paulo Maluf saiu até os balcões de alguns partidos, negociando sua
performance nas pesquisas, disposto a rifar-lhes o pleito. Celso transferiu-se
o PRTB, partido pelo qual pretende manter sua candidatura à Prefeitura da
capital. Mesmo para Celso Russomano, tratou-se de uma processo muito
humilhante, conforme já discutimos aqui no Blog do Jolugue. Agora vem a notícia de
que o PP emprestará seu apoio ao nome do ex-Ministro da Educação, Fernando
Haddad, candidato do PT. A aliança se confirmou após a nomeação do engenheiro
Osvaldo Faria para uma secretaria do Ministério das Cidades, comandado pelo
paraibano Aguinaldo Ribeiro.Comentou-se que a senadora Marta Suplicy teria sido
bastante econômica com as palavras quando indagada sobre o nome de Erundina
como candidata a vice na chapa de Haddad. Falta perguntar a senadora o que ela pensa sobre o canchavo do PT com Paulo Maluf.
Na crise, Humberto Costa lembra da fidelidade a Arraes.
Comenta-se que nesse momento de crise na Frente Popular, o
senador Humberto Costa chagou a mencionar a gratidão que Dr. Arraes tinha para com
o PT, um partido que sempre o apoiou. Arraes, por sua vez, sempre foi fiel aos
companheiros. Lembro-me de uma conversa com o Deputado Estadual Luciano Siqueira, onde ele
mencionava, com toda ênfase, que “Arraes nunca abandonou os comunistas”. Embora
celebrasse algumas alianças com setores conservadores da política pernambucana,
sintomaticamente, Arraes estabelecia algumas clivagens que o neto, Eduardo
Campos, parece desconsiderar, em razão de seu projeto presidencial, onde se
impõe afastar todos os possíveis urubus do aeroporto Internacional dos Guararapes,
permitindo-lhes um voo sem sobressalto para o Planalto. Os tempos são outros,
meu caro Humberto Costa.
José Dirceu continua falando demais.
Embora tenha sido afastado da condição de um dos ministros
mais poderosos da era Lula, por ocasião da crise do Mensalão, José Dirceu continuou
em berço esplêndido, com o prestígio em alta junto aos companheiros e à burocracia do PT, ganhando muito
dinheiro com suas consultorias. Não perde a oportunidade de opinar, através do
seu Blog, sobre os temas mais relevantes da política brasileira, sobretudo se
o PT estiver envolvido. Agora, por ocasião da crise enfrentada pelo PT no
Estado, seus pronunciamentos agravaram um quadro que já era difícil, o da
relação entre o governador Eduardo Campos e o senador Humberto Costa, em torno
da candidatura da Frente, nas eleições de 2012. José Dirceu vem perdendo uma
ótima oportunidade de ficar calado.
Armando reconduzido à presidência do Conselho José Ermírio de Moraes
O senador Armando Monteiro foi
reconduzido ao cargo de presidente do Conselho do Diploma José Ermírio de
Moraes, para exercer a função por mais um ano no Senado Federal. Desde 2011, o
parlamentar preside o Conselho, ao lado do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que
é vice-presidente, e mais 11 senadores.
Instituído em 2008, o Conselho tem
como objetivo agraciar personalidades do setor industrial que tenham se
destacado por sua contribuição à economia nacional, promovendo o desenvolvimento
sustentável e o progresso do Brasil.
Desde 2009, o Senado Federal
condecora empreendedores que se destacaram na promoção do crescimento econômico,
mediante a geração de emprego e renda e pela contribuição com os programas de
responsabilidade e valorização ambiental, cultural, social e econômico do
País.
Em maio deste ano, Armando
Monteiro homenageou, em sessão solene no plenário do Senado Federal, o
empresário pernambucano Ricardo Brennand. Também já foram diplomados o
ex-vice-presidente da República José Alencar, o industrial Jorge Gerdau; o
empresário e bibliófilo José Mindlin, entre outras personalidades.
Crédito da foto: Pedro
França/Agência Senado
Assessoria de imprensa
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Armando Monteiro aponta falhas de supervisão no mercado financeiro
Durante sabatina dos indicados ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e para o Banco Central (BC), realizada
pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Armando Monteiro apontou
problemas na supervisão da concorrência no mercado financeiro do país.
Segundo Armando Monteiro, esse controle sobre a
concorrência estaria numa “zona cinzenta”, com o sistema financeiro sendo
“poupado” de supervisão. Isso porque o Banco Central se prende ao ângulo dos
“riscos sistêmicos” para o mercado quando examina, por exemplo, incorporações ou
fusões de bancos e a concentração no sistema financeiro.
“O Cade é quem deveria atuar, zelando pela
concorrência. Porém, acaba sendo tolhido porque o Banco Central avoca para si a
ação que ele não exerce”, disse o senador.
Segundo o senador, a ausência de controle se evidencia quando se observam as taxas de juros e os spreads bancários (diferença entre o custo de captação de recursos e o custo da taxa de empréstimos) no país.
O parlamentar lembrou que há um projeto já
aprovado pelo Senado Federal para ampliar a atuação do Cade, de forma
suplementar, nas questões concorrenciais no sistema financeiro. A proposta agora
tramita na Câmara dos Deputados.
Aprovados na comissão, agora os nomes dos
indicados serão apreciados pelo plenário do Senado Federal para decisão final.
Para o Cade, foram aprovados Ana de Oliveira Frazão e Eduardo Pontual Ribeiro,
este indicado por Armando Monteiro. Já Luiz Edson Feltrim foi aprovado para o
cargo de diretor do Banco Central.
(Crédito da foto em anexo: André
Oliveira/Divulgação)
Exames confirmam que Lula está curado do câncer, diz assessoria.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (14), a assessoria do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirma que exames e uma biópsia confirmaram não haver mais
nenhum vestígio do câncer na laringe do petista.
Lula foi internado ontem no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para
retirada do cateter implantado há sete meses, por meio do qual recebeu o
medicamento quimioterápico contra o câncer, diagnosticado em outubro do ano
passado.
A assessoria informou ainda que, por determinação médica, o ex-presidente
deverá poupar a voz nos próximos dias, já que a laringe passou pela sobrecarga
dos exames locais feitos ontem.
Em função disso, Lula reduzirá as atividades que demandem o uso contínuo da
voz e cancelou a sua participação no sábado na Rio+20, na inauguração da Arena
Socioambiental.
"Sua prioridade, agora, é seguir as recomendações médicas para se
restabelecer definitivamente dos efeitos colaterais do duro tratamento a que foi
submetido nos últimos meses", diz a nota.
Fonte: folha de São Paulo
quarta-feira, 13 de junho de 2012
PSB e PT esperam "SIM" de Erundina para vice de Haddad.
Fernando Gallo e Julia Duailibi.
O PSB ofereceu o nome da ex-prefeita e deputada Luiza Erundina como vice na chapa encabeçada pelo pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo o Estado apurou, o PT acatou o nome da parlamentar para ingressar na campanha do ex-ministro da Educação e faz um esforço para fazer o anúncio na próxima sexta-feira.
Erundina já foi sondada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, há 13 dias e disse aceitar a missão, desde que houvesse consenso no PT e no PSB. Na expectativa de que ela aceite a indicação, o PT esperava uma conversa final dela com direção do PSB ainda hoje em Brasília. Antes de bater o martelo, o PSB corre para diminuir a resistência da ala paulista do partido à escolha. Isso porque Erundina não é ligada ao grupo do presidente estadual do PSB, Márcio França, que trabalhou por uma aliança com os tucanos.
Campos já havia colocado o nome da deputada nas primeiras conversas que manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir a aliança em São Paulo em maço. Ele também sondou a parlamentar sobre a disposição de aceitar o convite durante encontro, no dia 1º de junho, em Recife, quando foi lançada a Comissão da Verdade em Pernambuco.
Na conversa, Erundina disse que só toparia se a indicação fosse por consenso. Ela também pediu sigilo sobre o assunto, pois temia que o nome dela sofresse desgaste, se a indicação vazasse para a imprensa.
“É o diretório nacional que está fazendo a discussão”, afirmou a deputada ao Estado. “Ainda não há fundamento nem base para eu comentar essa questão”, disse. Questionada se toparia ser vice de Haddad, a ex-prefeita disse: “Não parei para pensar isso ainda”.
Hoje Haddad elogiou a parlamentar. “Luiza é uma mulher partidária, tem muito respeito da militância petista. Ela tem tradição na luta social e um padrão ético incontestável. Está mais próxima de nós, para a minha honra”, declarou.
Colaborou Ricardo Chapola
O Estado de São Paulo
Análise Política: Consenso e conflitos do PT e PSDB
Por Wagner Pralon Mancuso*
O Basômetro é uma ótima ferramenta à disposição de quem se interessa por política brasileira. As possibilidades de análise que oferece são vastas. Por meio dessa ferramenta é possível avaliar o nível de governismo no Congresso Nacional bem como calcular o nível agregado de governismo dos partidos políticos. Governismo, nesse caso, significa voto em plenário de acordo com a orientação oficial do governo. Com o Basômetro, o governismo pode ser calculado de diversos modos: votação por votação, para um subconjunto de votações do período, ou ainda para as votações como um todo.
Meu propósito nesse texto é comparar o nível de governismo nas votações das bancadas de dois partidos políticos na Câmara dos Deputados: o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Esses partidos têm polarizado as eleições presidenciais desde 1994. O PSDB venceu as duas primeiras eleições do período e o PT as três eleições seguintes. Atualmente o PT é o maior partido de apoio à presidenta na Câmara e o PSDB é o maior partido de oposição. Como, então, os deputados desses partidos têm se comportado em plenário? PT e PSDB estão sempre em fileiras opostas? Ou há casos em que a maioria dos deputados dos dois partidos entrou em acordo? Se houve acordo, ele se deu apenas em torno de questões formais ou também abrangeu questões substantivas?
O Basômetro contém informações sobre 102 votações nominais ocorridas no plenário da Câmara dos Deputados sob o governo Dilma até 11 de junho de 2012 e nas quais a posição do governo pôde ser identificada. O Basômetro mostra que a situação mais típica entre PT e PSDB é o confronto (Figura 1). Isso ocorreu em 76,5% dos casos, ou seja, em 78 das 102 votações focalizadas. Os partidos têm divergido em vários assuntos. Um ponto importante de discórdia são as votações em que os oposicionistas procuram exercer seu papel fiscalizador do governo e, ao mesmo tempo, causar-lhe desgaste político. Encaixam-se nesse perfil as votações em que se propôs moção de repúdio à presidenta ou em que se requereu convocação de ministros para prestar esclarecimentos, ou da Controladoria Geral da União para denúncia de irregularidades. Petistas e tucanos também divergem em torno de questões mais programáticas, tais como o valor do salário mínimo; a criação de bolsas de apoio a segmentos sociais específicos (por exemplo, Bolsa Atleta e Bolsa Médico Residente); os valores da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física; a questão da Desvinculação da Receita da União (DRU), que permite ao governo cumprir suas metas fiscais; pontos da legislação referente à Copa do Mundo de 2014; pontos específicos da lei que instituiu regime de previdência complementar para servidores públicos federais; pontos de projetos de grande interesse ambiental, como o Código Florestal e os limites de áreas de proteção ambiental na Amazônia, entre muitos outros assuntos.
Por outro lado, em 24 votações – isto é, 23,5% das votações do Basômetro na Câmara dos Deputados – a maioria dos representantes do PT e do PSDB votou na mesma direção. É verdade que parte dessa concordância se deu em torno de questões formais, tais como o requerimento de urgência para a votação de projetos como o do salário mínimo de 2011, o do Código Florestal e o da Lei Geral da Copa – projetos em relação aos quais os partidos posteriormente mostraram divergências significativas. Todavia o acordo das duas forças não se deu apenas em questões formais. A afinidade também foi verificada em torno de questões substantivas importantes, tais como a extensão de benefícios para micro e pequenas empresas; a aposentadoria integral para servidores aposentados por invalidez permanente; as linhas gerais do projeto de previdência complementar para os servidores federais; a PEC do trabalho escravo; a instituição do Sistema Nacional de Cultura (Figura2); a regulamentação da carreira de procurador municipal; dentre outros pontos. Um caso curioso ocorreu na votação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória No. 512/2010, que instituía benefícios tributários para a indústria automotiva – a votação número 14 do Basômetro (Figura 3). Esse foi o único caso em que a maioria dos dois partidos concordou contra a posição do governo. Assim, os dados mostram que, apesar das divergências, os dois principais partidos políticos do país não têm sido completamente incapazes de encontrar uma pauta comum no plenário da Câmara dos Deputados.
Em geral, é possível afirmar que o governo, com apoio do PT e dos demais partidos da base, tem conseguido avançar sua agenda na Câmara e que a oposição, apesar da debilidade numérica, tem se esforçado para criticar os projetos do executivo, bem como para exercer seu papel fiscalizador. Em outras palavras, o Basômetro agrega evidências de que a democracia no Brasil está funcionando normalmente.
* Doutor em ciência política pela USP e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP
Publicado originalmente no Jornal Estado de São Paulo
Sílvio Costa Filho cobra gestão das calçadas à PCR
O deputado estadual Sílvio Costa Filho
(PTB) entregará pessoalmente um ofício ao procurador-geral de Justiça do
Ministério Público de Pernambuco (MPPE) Aguinaldo Fenelon, na próxima
terça-feira (19), solicitando o ingresso de uma Ação Direta de
Incostitucionalidade (Adin) relativa à Lei n° 16.890/2003, que altera a seção IV
do capítulo II da Lei n° 16.292/1997 - Lei de Edificações e Instalações no
Recife. Desde a sanção do até então prefeito João Paulo, passou a ser dever dos
cidadãos a construção e manutenção das calçadas que integram o sistema viário da
Cidade.
Costa Filho entende que a urbanização,
incluindo acessibilidade e proteção aos passeios públicos, é de responsabilidade
do Município. "Sabendo-se que as calçadas fazem parte de vias públicas e não de
terrenos privados, fica evidente que, por força de lei, os cidadãos recifenses
não podem ser obrigados a fazer um serviço público", assevera.
O parlamentar acrescenta, ainda, que para
se falar em mobilidade urbana é fundamental a melhoria do transporte coletivo,
entretanto, as calçadas também devem ser prioridade das prefeituras. "Cerca de
30% da população do Recife anda a pé diariamente. Infelizmente as nossas
calçadas estão deterioradas, sem nenhuma acessibilidade. A Prefeitura do Recife
precisa reassumir a gestão das calçadas, buscando a melhoria da qualidade de
vida das pessoas", observa.
Na tarde desta quarta-feira (13), na
tribuna do Palácio Joaquim Nabuco, o deputado destacou a problemática em seu
pronunciamento. Outros deputados acompanharam a iniciativa, como André Campos
(PT), Pastor Cleiton Collins (PSC) e Maviael Cavalcanti (DEM).
LEI Nº 16.890/2003 - Nos artigos
220 e 221, § 3º, transfere indevidamente a responsabilidade de construção e
manutenção para o particular, proprietário ou ocupante do imóvel.
“Art. 220 - Os passeios públicos ou
calçadas integram o sistema viário ao longo das vias de rolamento, devendo ser
reservados prioritariamente aos pedestres, sendo obrigatória a sua construção em
toda(s) a(s) testada(s) do(s) terreno(s), edificado ou não, localizado(s) em
logradouro(s) provido(s) de meio-fio e pavimentação, garantindo
acessibilidade e segurança, atribuída essa
responsabilidade ao proprietário ou ocupante do imóvel e, em alguns casos, ao
Poder Público Municipal.
Parágrafo único - A construção dos
passeios públicos ou calçadas, de que trata o caput deste artigo, caberá ao
Poder Público Municipal nos seguintes casos:
I - das frentes de água (rios, lagoas,
canais e praias), dos canteiros centrais de vias, das praças, dos parques e de
imóveis públicos municipais localizados em logradouros públicos;
II - de rampas nos cruzamentos das
travessias sinalizadas e nos canteiros centrais das vias públicas.
Art. 221 - É obrigatória, também, a
manutenção e recuperação dos passeios públicos ou calçadas de que trata o artigo
anterior, cabendo essa responsabilidade ao Poder Público Municipal, a quem der
causa ou ao proprietário ou ocupante do imóvel.
§ 1º A manutenção e recuperação caberá ao
Poder Público Municipal nos seguintes casos:
I - das frentes de água (rios, lagoas,
canais e praias), dos canteiros centrais de vias, das praças, dos parques e de
imóveis públicos municipais localizados em logradouros públicos;
II - de alteração do nivelamento, redução
ou estragos ocasionados pelo Município e seus delegados;
III - de rampas nos cruzamentos das
travessias sinalizadas e nos canteiros centrais das vias públicas.
§ 2º A recuperação caberá a quem der
causa, notadamente às concessionárias de serviços públicos e empresas executoras
de obras, após a realização de obras públicas ou privadas ou em consequência
dessas;
§ 3º A recuperação, nos demais casos,
caberá ao proprietário ou ocupante do imóvel.”
Assessoria de imprensa
LUGARES DE MEMÓRIA: Políticas de Preservação.
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Em junho, mais um encontro do programa Lugares de Memória: Políticas de Preservação que objetiva promover reflexões sobre as atividades de conservação de acervos culturais.
Nesta edição, o programa homenageará Edson Nery da Fonseca, bibliotecário pernambucano criador de cursos de biblioteconomia no Brasil.
PALESTRAS:
Paradigmas para a Conservação/Restauração: Documentação Gráfica e Obras Raras, com Maria Luiza Soares, coordenadora do Curso de Conservação-Restauração de Bens Móveis da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Patrimônio Arquitetônico Modernista da FJN, com Cristiano Borba, arquiteto do Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte - Laborarte.
Serviço:
Dia: 18 de junho de 2012
Horário: 14h00
Local: Sala Calouste Gulbenkian da Fundação Joaquim Nabuco, na Av. 17 de Agosto, 2187 - Casa Forte – Recife-PE.
Informações adicionais: (81) 3073.6329 | museudohomemdonordeste@fundaj.gov.br
Assessoria de imprensa da FUNDAJ.
Assessoria de imprensa da FUNDAJ.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Indústria da Construção de Pernambuco registra desempenho acima da média nacional.
A Sondagem
Industrial da Construção registrou desempenho acima da média nacional em todos
os indicadores em abril de 2012. De acordo com o estudo da Unidade de Pesquisas
Técnicas (Uptec) da Fiepe, divulgado nesta terça-feira (12), os resultados
obtidos pela Indústria Pernambucana da Construção em abril também alcançaram
valores superiores ao Nordeste e à média histórica do Estado em praticamente
todos os indicadores.
Segundo o estudo, o
nível de atividade efetiva em relação ao usual
de Pernambuco marcou 55,7 pontos, contra os 49,9 registrados pelo Brasil
e 52,3 da região e 51,7 da média histórica. Em relação ao mês anterior, o índice
recuou um pouco, mas manteve-se acima das
outras localidades. Enquanto, Pernambuco obteve 53,0
pontos, o país ficou em 50,6 pontos e o Nordeste chegou aos 51,3 pontos.
Apenas no indicador
de número de empregados, o Nordeste superou a marca conseguida por
Pernambuco e registrou 53,6 pontos, enquanto o indicador
estadual marcou 52,1 pontos. Já o
Brasil manteve-se praticamente estável com
51,0 pontos.
Esse cenário elevou
as expectativas do empresariado pernambucano da Indústria da Construção em todas as variáveis para
os próximos seis meses. O indicador de nível de atividade do Estado ficou em
61,1 pontos, enquanto os índices relacionados à compra de insumos e
matérias-primas, novos empreendimentos e serviços, além de número de empregados
apresentaram 64,0 pontos, 62,9 pontos e 61,6 pontos, respectivamente. Esses
valores foram maiores do que os atingidos no
mês anterior e às expectativas nacional e da região.
Entrevistas:
A economista da Uptec, Jéssica Duarte, está disponível para atender à imprensa
até 18h, pelo telefone (81) 3412.8398.
Assessoria de imprensa da FIEPE.
Melhoria na popularidade de Antonio João Dourado? Os palacianos não estão acompnahando as redes sociais.
Já faz algum tempo que as redes sociais se tornaram uma
grande ferramenta para todos os profissionais, inclsuinve para os políticos,
que as utilizam, lamentavelmente, de uma maneira bastante questionável, tanto do ponto de vista
jurídico quanto dos conteúdos que são tratados. Há políticos, por exemplo, que ao invés de debater
suas possíveis plataformas de governo, perdem o seu tempo informando sobre a origem do
São João ou coisas parecidas. Os jarnalistas também
precisam ficar atentos aos debates que ocorrem na
rede, sobretudo nos grupos de discussão do Facebook. Existem uma proliferação
de grupos, alguns sem o menor sentido, conteúdo ou significado, mas existem alguns
grupos bons, que proporcionam debates importantes para as cidades, como o grupo
de discussão “Direitos Urbanos”, onde o debate sobre o Recife é intenso e
profícuo, ou a comunidade do "Blog do Jolugue", onde os membros podem acompanhar atentamente o debate político no Estado e no Brasil. Pela minha paixão por Garanhuns, o editor do Blog do jolugue está
adicionado a todos os grupos de discussão daquela cidade. Sem exceção. Ontem, por exemplo,
divulgou-se a informação de que o PSB estaria julgando com um certo otimismo a
candidatura de Antonio Dourado como candidato do partido a prefeito
daquela cidade, considerando-se o fato de que havia diminuído sensivelmente os
comentários relativos à sua rejeição.O PSB até pode – e possivelmente vai – sustentar a
candidatura de João Dourado, conforme declarações de Sileno Guedes,
presidente da agremiação. Por outro lado, a julgar pelos pronunciamentos dos membros dos
grupos de discussão da cidade - que são muitos - não é verdade que sua rejeição diminuiu. Em todo caso, Ivan Rodrigues, um militante mais identificado com o partido e muito menos rejeitado pela população, pediu exoneração de um cargo que ocupava numa secretaria do Estado, criando-se a perspectiva de que o PSB prepara alternativas ao nome de Antonio João Dourado. Pay Attention, Sileno Guedes!
Em Fortaleza não haverá acordo entre PT e PSB
Como já era previsto, o PSB do Ceará não conseguiu fechar um
acordo com o PT de Luizianne Lins e deverá lançar um nome próprio como
candidato a prefeito de Fortaleza, no próximo pleito municipal. As declarações
dos irmãos Gomes sinalizavam para esse desfecho. Em uma de suas últimas falas
sobre o assunto, o governador Cid Gomes havia declarado não haver mais
“nenhuma” dívida com a prefeita, que esteve com ele nas últimas eleições majoritárias. Há vários nomes ligados aos Ferreira Gomes que
estão na bolsa de apostas. Essas soluções de força, como a imposição do nome do
Secretário de Educação do Município, Elmano de Freitas, como candidato do PT, desagradou
aos Ferreira Gomes, que desejavam ver outro nome disputando a Prefeitura da capital. Por diversas razões, a cúpula nacional do PT não gostaria de perder o
concurso do PSB naquela praça. É possível que haja gestões no sentido de reverter o quadro. As costuras ainda são possíveis, mas, se
depender do humor dos Ferreira Gomes, trata-se de um caminho sem volta. O tom do debate, que começa a ganhar força, é a "exaustão" do modo petista de governar. No Recife, em entrevista recente, o Deputado Federal Paulo Rubem - que articula uma possível candidatura com o chamado "grupo alternativo" - enfatiza alguma áreas onde a gestão petista do Recife também não estaria dando respostas satisfatórias à população.
João da Costa recorre ao Diretório Nacional e complica a vida de Humberto Costa
É muito pouco provável que a Direção Nacional do PT revogue a
decisão tomada pela Executiva Nacional,
já confirmada pelo Diretório Muncipal do Recife, no sentido de reafirmar o nome do
senador Humberto Costa como candidato do partido nas eleições de 2012. O
prefeito já entrou com recurso, mesmo antes do prazo anunciado. Tudo estaria
sob controle, não houvessem severas dúvidas sobre as decisões tomadas pela
Direção do Partido, avaliadas como ilegítimas e arbitrárias por alguns, com uma repercussão
bastante negativa nas ruas. Pessoalmente, pensamos que o próprio João da Costa não
acredita na reversão desse quadro. Recorreu, tão somente, em razão de ser
aquela instância o órgão indicado como avaliador da decisão tomada pela
executiva. Nos últimos anos, o PT perdeu muito de sua organicidade, levando a
militância a questionar as decisões
que estão sendo tomadas por uma espécie de aristocracia partidária, que defende
apenas interesses de grupos organizados na agremiação. É sintomático que o
assunto que mais vem sendo enfatizado pela imprensa quando discute as decisões
tomadas pela Executiva Nacional e agora pelo Diretório Muncipal, é a composição
desses núcleos decisórios, hegemonizados pela tendência Construindo Um Novo
Brasil. Sempre vale a pena repetir, não se espere de João nenhuma atitude de corte republicano.A fera está acuada e sem saída. Um acordo entre ele e Humerto Costa, a essa altura
do campenonato, soará muito estranho para parte da militância, com reflexos também nas ruas, onde João da Costa passou a assumir uma estatura política que nunca teve, em razão do "martírio" que vem sofrendo. Se é verdade que
João não foi convencido, a população também não o será, criando-se uma situação inusitadamente adversa para o PT, estimulando, agora, sim, muitos "movimentos" no campo situacionista, para complicar ainda mais o quadro.
Por determinação de Lula, PT deverá "pegar pesado" com Perillo.
É aguardado com grande expectativa o depoimento do governador
de Goiás, Marconi Perillo, na CPI do Cachoeira, no dia de hoje. Antes do depoimento, a cúpula
do PSDB teria tentado um acordo com o PT no sentido de “pegar leve” com o
governador tucano. Sem sucesso. Lula insiste que os petistas peguem pesado com
Perillo. Conforme o Blog do Jolugue já informou aos seus leitores, Perillo encontra-se na lista
dos “urubus voando de costa”, ou seja, seu nome está inscrito numa cadernetinha onde Lula anotou o
nome dos seus maiores desafetos, ao deixar o Palácio do Planalto. Alguns deles não foram
bem-sucedidos nas últimas eleições, conforme é o caso de Tasso Jereissati e
Arthur Virgílio. Perillo é um sobrevivente, embora esteja metido até o pescoço
com as encrencas que envolvem os negócios duvidosos do banqueiro Carlinhos Cachoeira.
Mas, o que move Lula, infelizmente, não é nenhum sentimento nobre ou mesmo uma preocupação com a condução dos negócios públicos. Lula é movido pelo sentimento da vingança. Quando negou
que tivesse conhecimento sobre o Mensalão, Perillo veio à boca do palco para
informar à imprensa que havia alertado Lula reiteradas vezes sobre o fato,
mesmo antes do estouro das denúncias do deputado Roberto Jefferson.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Estelizabel é a candidata do PSB à Prefeitura de João Pessoa.
Ontem, a Convenção do PSB da Paraíba homologou a pré-candidatura da Secretária de Planejamento da Capital, Estelizabel Bezerra, para concorrer à Prefeitura de João Pessoa nas eleições municipais de 2012. O clima foi tenso, uma vez que a militância do atual gestor da capital, Luciano Agra, esboçou uma reação no final, provocando um certo tumulto na Convenção, exigindo a presença da polícia. Agra seria o melhor nome, mas circusntâncias políticas o impediram de participar do jogo, com minúcias de bastidores que jamais serão reveladas. Publicamente, a postura de Luciano Agra foi a de um gentleman, argumentando que estava se afastando para cuidar melhor da cidade. As negociações políticas o estariam afastando do "foco" gerencial da cidade. Em público, também não deixou transparecer suas feridas abertas com o governador Ricardo Coutinho. O nome ungido pelo Coletivo Ricardo Coutinho, a partir de um determinado momento, foi o de Estelizabel, endossado, inclusive, pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que ja esteve na capital João Pessoa para manifestar sua preferência. Apesar da longa militância política nos movimentos sociais, Estelizabel é uma novata nas urnas e deverá enfrentar algumas raposas no pleito municipal, como o ex-governador José Maranhão(PMDB) e o senador Cícero Lucena, que deverá concorrer pelo PSDB. Os discursos foram duros. Ricardo, por exemplo, conclamou a militância à luta no seu melhor estilo, tratando Zé Maranhão como alguém que deixou o Estado quebrado e um senador que colocou o Estado nas páginas policiais. Por falar em polícia, o Pacto pela Vida começa a colher seus primeiros resultados no Estado. Pela primeira vez, em onze anos, começou a declinar o número de homicídios por causas violentas. Politicamente, um outro problema que se apresenta é que, consoantes acordos nacionais entre Lula e Eduardo Campos, o PT da capital deverá endossar a candidatura do PSB, mas, lá com cá, o PT está metido até o pescoço numa enrascada política sem retorno.
O governismo como estratégia dominante da política brasileira
Paulo Peres*, Estado de São Paulo.
Os dados apresentados pelo Basômetro, assim como a própria forma com que foram organizados, trazem duas relevantes contribuições ao debate sobre o funcionamento da democracia brasileira. Em primeiro lugar, ao organizá-los sob o critério do posicionamento dos parlamentares e partidos em relação ao governo, a ferramenta contribui em termos teóricos para a percepção de algo amplamente discutido na Ciência Política de orientação neo-institucionalista, mas ainda não plenamente difundido por outras disciplinas e na opinião pública em geral. Trata-se do fato de que o que caracteriza de maneira mais realista os governos democráticos constitucionais contemporâneos não é a clássica divisão tripartite dos poderes, mas sim a divisão do processo político em dois grandes atores coletivos: governo e oposição.
A segunda contribuição relevante é de natureza empírica: seus dados mostram o tamanho e a força de um fenômeno recorrente na vida republicana do país: o governismo. Ser governista traz vantagens óbvias, como a ocupação de cargos estatais, garante o controle de verbas e políticas públicas as mais variadas, etc. O controle de tais recursos, por sua vez, pode ser revertido em votos e, assim, promover o crescimento do partido. Se cresce, o partido detém maior número de cadeiras legislativas e cargos executivos, o que significa que aumenta seu poder no parlamento e sua influência nos mercados eleitorais de estados e municípios. Com isso, consegue negociar mais cargos e recursos, e, às vezes, até conquistar a posição de seu maior interesse: a Presidência da República. Portanto, ser governista pode significar a entrada num “ciclo virtuoso”.
Na recente democracia brasileira, alguns partidos já “nasceram” na oposição e se mostraram bem adaptados a esse ambiente, de forma que lograram crescer e conquistaram prefeituras, governadorias estaduais e até a Presidência, como mostra o caso do PT. Além de terem conseguido sobreviver no ambiente hostil das oposições, também não tiveram tantas dificuldades para se adaptar ao ambiente governista. Inversamente, partidos que “nasceram” no ambiente governista, como o atual DEM, ao serem relegados à oposição, por força das circunstâncias, mostraram-se tão pouco adaptados à “luta pela vida” no habitat oposicionista que acabaram entrando num processo acelerado de extinção.
Percebendo que ficar no centro favorece o estabelecimento de alianças com o governo, seja ele de qual partido for – estratégia seguida “estoicamente” pelo PMDB, que, aliás, mostrou-se bem mais governista do que o antigo PFL -, um grupo de indivíduos totalmente adaptados ao governismo resolveu, inclusive, fundar um partido cuja ideologia é não ter ideologia: o PSD. Esse pragmatismo doutrinário é uma forma mais sutil de dizer: se há um governo, sou a favor.
Os dados do Basômetro mostram isso. Em 102 votações na Câmara dos Deputados, 19 dos 23 partidos representados registraram médias de adesão aos interesses do governo que superam 75% (figura 1). No Senado não é diferente, nas 65 votações, 13 das 17 legendas superam esse índice (figura 2). Apesar de oscilações, dependendo da matéria em votação, dependendo do período considerado e do escândalo da vez, ainda assim o governo consegue angariar apoio expressivo – e se o Basômetro fosse replicado nos legislativos estaduais e municipais veríamos que o padrão se mantém de forma inabalável. Nesse cenário, a oposição fica praticamente impotente no processo legislativo. Resta-lhe como estratégias de veto apenas o recurso a obstruções formais das tramitações, a judicialização da política e a capitalização de escândalos e denúncias.
Assim, na prática, as principais dificuldades do governo residem muito mais em sua própria base de apoio, pois é extremante difícil administrar tantos partidos, parlamentares e interesses numa coalizão governista tão inflada, devido à conjunção do governismo como estratégia predominante e à necessidade de coalizões majoritárias para garantir a governabilidade. Desse modo, o atual governo segue seu curso sem grandes atropelos e, ao final do dia, pode sentar-se diante do Basômetro e contemplar naquele plano cartesiano cheio de pontos um quadro bucólico de uma paisagem impressionista que, à certa distância, compõe a vívida imagem do governismo com todas suas cores, matizes e perspectivas.
* Doutor em Ciência Política pela USP, professor e pesquisador do Departamento de Ciência Política e do Programa em Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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O PT num grande dilema: Humberto não conseguirá unir o partido em torno do seu nome.
O prefeito João da Costa permanece em silêncio, mas mantém
firme o propósito de recorrer à Direção Nacional do PT sobre a decisão tomada
pela Executiva Nacional, apeando-o da disputa pela reeleição em favor da candidatura do senador Humberto Costa, no seu
entendimento, desprovida de argumentação política. De acordo com a crônica
política do Estado, o prefeito já estaria com o recurso pronto. Por enquanto,
nenhum aceno de diálogo com o senador Humberto Costa, o escolhido pela executiva
para disputar as próximas eleições no Recife. O impasse, portanto, permanece.
Os prazos dados a Humberto Costa para tentar reunir os destroços do PT no
Estado são exíguos e temerários. Em entrevista concedida recentemente a uma
rádio local, o senador aposta na liderança do governador para “aparar” as
arestas políticas no contexto do PT e da Frente Popular. Sabiamente, o “Moleque”
dos Jardins da Fundação Joaquim Nabuco, pelo menso publicamente, evitou colocar a mão nessa “cumbuca” e
acreditamos que também não será desta vez que irá fazê-lo. Com sua larga margem
de manobra, ele é o menos preocupado com essa confusão em que está metido o PT.
Seria bastante salutar ao senador Humberto Costa que ele passasse a “confiar”
mais no seu feeling político, evitando remeter o problema a um posicionamento do
governador. Tudo nos levar a acreditar na pouca possibilidade de uma
reaproximação ou mesmo uma “acomodação” do grupo liderado pelo prefeito João da
Costa. Alguns anos atrás, Humberto Costa até reuniria as condições políticas
necessárias para contornar as crises internas do PT. Hoje, não mais. Não por
acaso, o governador Eduardo Campos mantém um “time de primeira linha” entricheirado no Campo das Princesas, pronto para entrar na batalha pelo Palácio Antonio
Farias a qualquer momento. São companheiros de sua estrita confiança. O PT vive um momento político muito ruim.
Cássio participa da abertura do São do Artesanato, em Campina Grande
O senador Cássio Cunha Lima esteve no final da tarde
deste domingo, participando da abertura do XVI Salão do Artesanato Paraibano,
que está sendo realizado em Campina Grande, em evento paralelo do Maior São João
do Mundo. O tema do Salão, que está instalado na avenida Brasília, é Tecendo
Tradições.
O senador disse que o Salão do Artesanato é fruto da inventividade de Silvia Cunha Lima que na condição de gestora do então Programa Paraíba em Suas Mãos, durante a sua gestão, articulou junto aos artesãos paraibanos a realização de um evento que gerasse renda e profissionalização artistas populares paraibanos.
Após a ação de Silvia, Cássio relembrou dos eventos nacionais e internacionais que os artesãos paraibanos passaram a integrar, “elevando o nome da Paraíba em diversas partes do mundo através da arte do nosso povo”, disse.
Cássio destacou o apoio do governador Ricardo Coutinho, não apenas pela continuidade do Salão, mas também devido ao financiamento ao artesão através do Empreender Artesanato que ajuda significativamente o artesão, principalmente no que diz respeito ao capital de giro para os negócios. Ele parabenizou ainda a primeira dama Pâmela Bório que não tem medido esforços, junto a sua equipe para manter a estrutura profissional do Salão do Artesanato.
O senador também registrou o apoio do Sebrae, que através do superintendente no Estado, Julio Rafael, é um parceiro fundamental para o sucesso do evento, desde o seu início. Também estiveram na abertura do XVI Salão do Artesanato, em Campina Grande, o vice-governador Rômulo Gouveia, s secretários Renato Feliciano (Turismo e Desenvolvimento Econômico), Marcos Procópio (executivo de Desenvolvimento Econômico), Jadson Xavier (executivo do Empreender), Débora Maciel (Interiorização) e a deputada estadual Eva Gouveia.
Cássio, na sua fala, desejou ainda aos expositores que façam ótimos negócios e que batam todos os recordes de venda, que é a expectativa de todos que fazem o artesanato paraibano.
O senador disse que o Salão do Artesanato é fruto da inventividade de Silvia Cunha Lima que na condição de gestora do então Programa Paraíba em Suas Mãos, durante a sua gestão, articulou junto aos artesãos paraibanos a realização de um evento que gerasse renda e profissionalização artistas populares paraibanos.
Após a ação de Silvia, Cássio relembrou dos eventos nacionais e internacionais que os artesãos paraibanos passaram a integrar, “elevando o nome da Paraíba em diversas partes do mundo através da arte do nosso povo”, disse.
Cássio destacou o apoio do governador Ricardo Coutinho, não apenas pela continuidade do Salão, mas também devido ao financiamento ao artesão através do Empreender Artesanato que ajuda significativamente o artesão, principalmente no que diz respeito ao capital de giro para os negócios. Ele parabenizou ainda a primeira dama Pâmela Bório que não tem medido esforços, junto a sua equipe para manter a estrutura profissional do Salão do Artesanato.
O senador também registrou o apoio do Sebrae, que através do superintendente no Estado, Julio Rafael, é um parceiro fundamental para o sucesso do evento, desde o seu início. Também estiveram na abertura do XVI Salão do Artesanato, em Campina Grande, o vice-governador Rômulo Gouveia, s secretários Renato Feliciano (Turismo e Desenvolvimento Econômico), Marcos Procópio (executivo de Desenvolvimento Econômico), Jadson Xavier (executivo do Empreender), Débora Maciel (Interiorização) e a deputada estadual Eva Gouveia.
Cássio, na sua fala, desejou ainda aos expositores que façam ótimos negócios e que batam todos os recordes de venda, que é a expectativa de todos que fazem o artesanato paraibano.
Fonte: Assessoria com www.politicapb.com
domingo, 10 de junho de 2012
Rachel Menenguello comenta sobre a escolha do vice de José Serra.
Felipe Frazão – O Estado de S. Paulo
No cenário eleitoral em que apenas dois pré-candidatos a prefeito de São Paulo já definiram seus vices, os partidos concentram esforços em articulações para alinhavar as alianças e apresentar um bom nome para ocupar o posto nas chapas lançadas. O prazo para definição termina dia 30. Mas, com mais pré-candidatos este ano (e de partidos que possuem tempo significativo de TV e em 2008 não concorreram com candidato próprio como o PRB, o PDT, o PTB e o PMDB) os planos de algumas legendas terão de mudar.
Quem tem mais opções, por enquanto, é o ex-governador José Serra (PSDB) – justamente o que anunciou mais aliados (PV, PSD, DEM e PR). São cinco nomes (Alda Marco Antonio, Alexandre Schneider e Miguel Bucalem, do PSD; Eduardo Jorge, do PV e Rodrigo Garcia, do DEM), fora a possibilidade de selecionar outro tucano para a disputa.
A escolha de um bom candidato a vice será mais preponderante para Serra, dos que para os adversários, na análise da professora titular do Departamento de Ciência Política da Unicamp Rachel Meneguello. Pesa no histórico do tucano, o fato de ele ter abandonado os dois últimos mandatos exerceu no Executivo.
Na opinião da pesquisadora, a saída de Serra da Prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006 (deixando o mandato com o então vice, Gilberto Kassab, do PSD) e a renuncia ao Palácio dos Bandeirantes (que ficou sob o comando do vice Alberto Goldman, do PSDB) para disputar as eleições presidenciais em 2010, serão lembradas pelos adversários. E apesar de agora ele prometer novamente cumprir o mandato inteiro, deve influenciar a nomeação do vice. Leia a entrevista.
Qual a importância da escolha do vice para a formação de coligações?
As coligações são formadas com uma perspectiva de dupla natureza. A primeira é eleitoral – e, na verdade, a mais importante, porque vislumbra a disputa, sobretudo o tempo de TV na campanha. A segunda é o potencial apoio na Câmara, caso haja a eleição da chapa. Essa variável pesa em todos os níveis de disputa política, mas, ainda assim, o cenário da competição prevalece para a escolha do vice.
Como os partidos escolhem o vice e o que pesa? Quem escolhe, aliás, é o partido ou o candidato a prefeito na cabeça de chapa?
Em termos de procedimentos, todo partido define candidatos somente através das convenções, mas o processo que antecede a apresentação de nomes às convenções varia. Em linhas gerais, ocorrem escolhas entre pequenos grupos de lideranças onde, em boa medida, o candidato a prefeito tem a voz mais alta.
Por que a definição do vice costuma ser feita na véspera das convenções partidárias?
Aqui não há uma causa ou explicação especifica, mas esse tempo da escolha está associado ao tempo de avaliação da competição, durante o qual se avalia os contendores, a capacidade eleitoral dos possíveis nomes a escolher, onde acertos entre lideranças locais amadurecem, e ainda, a avaliação da própria força eleitoral do candidato a prefeito, tomada, por exemplo, através das pesquisas. Não é sem motivo que Serra cogita lançar uma chapa pura do PSDB. Na pesquisa IBOPE de maio ele contava com 31% das preferências. E isso, em sua avaliação, pode justificar uma chapa fechada no partido.
Por que os partidos das coligações lutam para indicara o candidato a vice? Isso é visto com mais importância do que receber outros cargos em secretarias e empresas municipais quando formam alianças?
A busca por cargos em nível local depende do volume de importância dos lugares a preencher. No caso de São Paulo, há empresas e autarquias com um grande volume de recursos políticos e financeiros, que interessam tanto quanto secretarias estratégicas. Assim, as coligações em São Paulo têm muito espaço para negociação, para além da vice-prefeitura.
O eleitor é influenciado por causa do vice? Deixaria ou passaria a votar em algum candidato por causa de seu vice?
A política municipal é muito próxima do eleitor. Nosso sistema de escolha personaliza a campanha e as referências que o eleitor toma em conta, levando a que a figura do candidato a prefeito, em geral, prevaleça na decisão do voto.
O candidato a vice deve ter ou não identidade política e ideológica com o candidato a prefeito que ocupa a cabeça de chapa? Eles necessariamente tem de ser parecidos ou é melhor apostar em alguém diferente que tenha diálogo com outro eleitorado? Como o eleitor percebe essas nuances, se forem de partidos ideologicamente opostos?
É muito difícil que haja combinações esdrúxulas em uma chapa eleitoral, mas o centro político-partidário paulistano é amplo, o arco de possibilidades de articulação é largo, e isso significa que os discursos e diálogos são muito semelhantes. É possível que candidatos de chapa atinjam eleitorados distintos. Mas isso se deve menos a distinções ideológicas e mais ao campo de ação dos políticos envolvidos, redutos específicos, categorias profissionais, segmentos sociais etc.
Como o fato de José Serra (PSDB) ter deixado o cargo de prefeito para concorrer ao Estado em 2006 e renunciado depois em 2010 para se candidatar a presidente da República aumenta as especulações sobre quem será o vice dele? Pode ser uma escolha mais decisiva do que em eleições passadas?
A questão será certamente lembrada durante a campanha pelos seus opositores, apontando o descompromisso com o voto do eleitor. No caso do Serra, a figura do vice será certamente mais central que para os demais, e é possível cogitar que uma chapa pura peessedebista esteja no cálculo do partido, por causa dessa possibilidade (de deixar o cargo). São Paulo – Estado e capital – são territórios políticos que o PSDB não pode e não quer perder.
Qual o papel do vice-prefeito durante a gestão? É um cargo “decorativo”, apenas de articulação política?
O que imprime o papel do vice é a natureza da gestão do prefeito eleito, o caráter centralizador, a importância conferida a determinados territórios da política local.
O Estado de São Paulo.
Isolado na capital, PT tem chapas gigantescas na Grande SP.
Isolado na capital, PT tem chapas gigantescas na Grande SP
Enquanto o pré-candidato Fernando Haddad enfrenta dificuldades para fechar
alianças em São Paulo, petistas das principais cidades ao redor da capital já
garantiram apoio de um grande número de partidos para as eleições
municipais.
Favorito à reeleição, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, tem
19 siglas na sua chapa, incluindo o DEM, e negocia para tirar da disputa o
pré-candidato do PMDB, Tunico Vieira.
Já em Guarulhos, o prefeito Sebastião Almeida tenta fechar com 18 legendas.
"Apenas PSDB, PPS e DEM não estão conversando para fazer parte da aliança",
conta a vereadora Marisa de Sá.
A situação é a mesma para o pré-candidato de Osasco, deputado João Paulo
Cunha, que reuniu 21 siglas na sua chapa. O acordo foi costurado apesar da
possibilidade de ele não participar da eleição, pois é réu do mensalão.
Até o fim do mês, quando termina o prazo das convenções, o PT pode fazer
alianças que vão de 10 a 18 siglas em cidades como Embu das Artes, Santo André,
Diadema, Carapicuíba e Suzano.
"A gente brinca que em Embu das Artes pode ser por W.O.", diz Valdir
Fernandes, coordenador da Macro Osasco do PT. A cidade deve ter, além do
prefeito Chico Brito (PT), o tucano Haroldo Marchetti na disputa.
Uma explicação para os acordos é o fato de o PT ter o maior número de
prefeitos nas grandes cidades da região: "Quando o prefeito é de outro partido
sempre é mais difícil", diz Marisa de Sá.
O PT administra 9 das 15 maiores cidades da Grande São Paulo, o que levou a
região a ser chamada de "cinturão vermelho".
Nessas cidades, a TV aberta mostra a propaganda eleitoral da capital. Para
Valdir Fernandes, isso facilita a composição de alianças. "A popularidade da
presidenta Dilma e do ex-presidente Lula também ajuda nas negociações", diz o
petista.
O PT estadual diz que a região é essencial para tirar o PSDB do governo
paulista em 2014. A polarização é visível no número de candidaturas: nas 39
cidades da Grande SP, os tucanos terão 32 candidatos, e os petistas, 31.
Fonte: Folha de São Paulo
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