Gosto de falar sobre determinados assuntos com algum conhecimento de
causa. O que fazer com a antiga Fábrica de Tecidos Tacurana é algo que
já se encontra na agenda dos governantes do
Estado há algum tempo. Lembro que no Governo de Jarbas Vasconcelos
quase se viabilizava a proposta de transformar aquele prédio num centro
cultural, uma parceria entre iniciativa privada e poder público. A
proposta nunca saiu do papel. Lembro até que o Governo do Estado não
teria aceito a contrapartido de manter uma equipe permanente de
manutenção daquele logradouro. Penso que o ex-governador teria
considerado oneroso demais. Já comentamos aqui que há também um projeto
de integrar aqueles diversos equipamentos, ou seja, O Espaço Ciência, o
Centro de Convenções, o Shopping Tacaruna, Classic Hall e a antiga
Fábrica Tacaruna. Com a utilização da Praia Del Chifre, aquele espaço
poderia ser transformado num novo "Aterro do Flamengo". Com a cessão do
prédio da antiga Fábrica à montadora FIAT, é bem possível que tal
projeto tenha sido engavetado. A medida converge, de certa forma, para
endossar as dúbias relações do Estado com o capital, traduzida na
formação de nichos, isenção de impostos, cessão de terrenos, liberação
de investimentos danosos ao meio-ambiente e cessão de equipamentos etc.
Noutras épocas o parabiano Celso Furtado, afirmaria tratar-se de um
processo de "Socialização dos prejuízos e privatização dos lucros". O
capital leva mais uma.
terça-feira, 8 de abril de 2014
Michel Zaidan Filho: O triunfo do fracasso
A cada
período eleitoral no Brasil, tenho que responder ao meu filho uma
pergunta aparentemente embaraçosa: porque votar sempre nos candidatos
que perdem, não nos que sempre ganham?
Não é esta
uma questão fácil de responder para aqueles que acham a vitória ou
sucesso, a qualquer custo, o critério da verdade histórica ou eleitoral.
Há muita vitória de "pirro", feita de enganação, fraude, ludíbrio,
manipulação do voto dos eleitores. O nosso sistema político-eleitoral
deixa muitas brechas para o abuso do poder economico, da propaganda
enganosa e do efeito de demonstração das pesquisas eleitorais sobre a
corrida dos candidatos. Num pleito desigual como o nosso, os pequenos
partidos e os candidatos com poucos recursos (e tempo de propaganda na
TV) são invariavelmente prejudicados. E isso não tem nada a vem com a
qualidade, a honestidade o espírito cívico dos candidatos.
Perder uma
eleição não é o fim do mundo. Existem derrotas que deixam muitas
vitórias. E vitórias que se transformam rapidamente em derrotas. Um
candidato que politiza o debate político, na campanha eleitoral,
forçando - pelo efeito da comparação - os demais explicitarem os pontos
obscuros, vagos, imprecisos de seus programas, contribue mais para o
avanço democrático da sociedade, do que os que ganham, apostando na
ambiguidade de suas propostas. De nada adianta ser vitorioso a custa de
sofismas e falácias, se depois de eleito tiver que corromper partidos e
aliados para governar. Melhor seria perder defendendo publicamente, sem
rebuços, teses e princípios republicanos, democráticos, de interesse
público. Há muito o que aprender com essas derrotas. Elas nos ensinam a
dignidade da política, que nem todos politicos são iguais. E que o
discurso político não precisa ser um sofisma.
Estamos na
ante-véspera de mais uma campanha presidencial. Quem era do partido A
vai se apresentar como partido B. Quem era da situação, vai dizer que
sempre foi da oposição. Quem defendia um certo legado político, vai
aparecer travestido com um outro legado, se dizendo mais moderno, mais
atualizado, "up to date". Mas o eleitor não deve fazer da eleição ma
corrida de cavalos. Votar necessariamente em quem está na frente ou pode
ganhar a corrida. É preciso discernimento para escolher com paixão e
veemência aqueles que mais se aproximam de nossas idéias e convicções.
Mesmo que não vençam a eleição. O seu legado de honestidade e
desprendimento há de prevalecer sobre os rastos dos discurso vão.
Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Rede Globo entalada a té o pescoço com a Ditadura Militar.
"Documentos comprovam o que todo mundo já sabia, Roberto Marinho, dono da Rede Globo esteve entalado até o pescoço não só na preparação do golpe de 1964, mas participou ativamente do endurecimento do regime. A Globo é golpista desde o nascimento. Não é nenhuma surpresa que a cada eleição ela tente um golpe contra os candidatos que julga contrariar seus interesses baixos e escusos. Como o mentirão fez água, e Dilma nada de braçada para se reeleger, tentam agora o golpe da Petrobras. A Globo odeia a Petrobras desde a sua criação, pois a Globo como se vê pelos documentos sempre serviu aos interesses americanos, pois afinal foi a Time Life que emprestou os recursos com que Roberto Marinho montou o seu império. Dá para entender o ódio com que trata a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, que a Globo quer ver privatizada a preço de banana como foi feito com a CSN e com a Vale do Rio Doce. Para entreguistas como os Marinho o normal era que Pasadena comprasse a Petrobras. Lula evitou a venda da Petrobras, recuperou a empresa que com FCH foi tratada a pão e água a ponto de ter uma plataforma afundada por falta de manutenção, transformaram-na em Petrobrax para fazer sua venda, fatiada na bolsa de Nova York e são esses que agora se acham no direito de instalar CPI para investigar a Petrobras que nos últimos dez anos descobriu as jazidas do pré-sal, que esta transformando o Brasil numa potencia continental o que ameaça os EUA, recuperou nossa industria naval, e vem movimentando a economia brasileira, por isso os Marinho e seus aliados no Congresso vem tentando dar o golpe da CPI da Petrobras no ano da eleição. Mas esse é só o primeiro, até as eleições de outubro a Globo tentara de tudo para não ter que pagar os impostos que sonegou desde 2002."
Durval Diniz, hoje pelo Facebook.
O velho problema da inanição política do município de Paulista
Na década de 40, quando se discutia a possível emancipação política de Paulista, o interventor Agamenon Magalhães - a quem Getúlio Vargas tratava como seu "carrasco político" no Estado - teria se questionada se o então distrito de Olinda mereceria a condição de ser chamada cidade, dada a onipresença de uma única oligarquia que controlava a cidade. Parafrasenado o escritor Gilberto Freyre, no seu "Nordeste", numa referência aos senhores de engenho de Pernambuco à época, essa oligarquia à qual se referia Agamenon, era dona das terras, das matas, do porto, do campo de aviação, das máquinas, dos rios, da Igreja, das casas, da fábrica e, não menos ainda, das melhores mulheres. Na realidade, até os nossos dias, Paulista nunca conseguiu se livrar dessa herança maldita. O pandemônio que está ocorrendo na Câmara Municipal é um exemplo disso. A casa de Torres Galvão se assemelha mais a uma rinha do que propriamente ao espaço, por excelência, do poder Legislativo Municipal. O Executivo, então, como já era previsto, realiza a política mais fisiológica possível. Os secretários utilizam os cargos para se promoverem e se prepararem para as próximas eleições. Há um deles cujo programa de governo consiste em merendar com professores, tomar café da manhã nas escolas e posar para as fotos do Facebook. Isso poder dar certo? Em 10 anos de gestão socialista, volto a repetir, não se conhece um único projeto estruturador para a área de educação, essencialmente capital para os interesses futuros do município. O resultado disso é que o nosso desempenho no IDEB é vergonhoso. É um município controlado por velhas e novas oligarquias políticas que utilizam a cidade apenas como um curral eleitoral. Nas próximas eleições, a ala governista já definiu seus candidatos à Câmara Federal e para a ALEPE. Cidadania política e canais republicanos para exercê-los não existem. Agora mesmo acompanho pelas redes sociais as reclamações referentes ao atraso na entrega do fardamento dos alunos da rede municipal. As escolas estão "caiadas" como sepulcros. Por dentro, parece que nada funciona, salvo os tapinhas nas costas, as poses para o Facebook e coisas do gênero. Que nos perdoem os conterrâneos da cidade onde cresci tomando banhos de açude, pescando Maria Doce, saboreando mangas rosas e batendo uma pelada nos campos de várzea da Mata do Frio, mas, uma população que aplaude essas atitudes não reúne as mínimas condições de exigir um comportamento republicano dos seus gestores.
Quem, afinal, é esse "Galeguinho" dos olhos verdes que promete varrer do mapa os velhos costumes da política brasileira?
O tema das contradições internas desse discurso de "Nova Política" de Eduardo Campos está se tornando muito recorrente. Para alguns eleitores, um tema já saturado. A sua condição de candidato presidencial, no entanto, impõe-nos o dever cívico de debatê-lo à exaustão. Eduardo continua um ilustre desconhecido para um percentual expressivo da população, principalmente das regiões Sul e Sudeste. Regiões onde ele precisaria crescer substantivamente para tornar-se um candidato competitivo. O Nordeste continua sendo o maior reduto dilmista. Mais do que em qualquer outra região, consolidou-se por aqui a ideia de continuidade. A imprensa do Sul e Sudeste continuam ávidas para conhecer esse moço de olhos verdes, filho do saudoso Dr. Arraes, que afirma, em tom de bravata, que irá varrer do mapa os velhos costumes da política brasileira. Ainda ontem, o Jornal Folha de São Paulo voltou a bater nessa tecla, apontando o apoio recebido por Eduardo de velhas raposas das oligarquias políticas pernambucanas, a exemplo de Severino Cavalcanti e Inocêncio Oliveira. O jornalista que fez a matéria conseguiu uma declaração do senhor Severino Cavalcanti que é uma verdadeira pérola sobre a opção do governador em favor do capital, em detrimento dos setores mais fragilizados da sociedade: "Arraes não tratava muito bem a classe produtora. Eduardo trata muito bem". É uma política arrojada de isenção de impostos para o grande capital, doação de prédios públicos,devastação ambiental etc. Lembra bem o professor Michel Zaidan, ao fazer referência numa análise da política econômica do Governo Estadual, o grande economista paraibano, Celso Furtado, que afirmava haver uma "socialização do prejuízo e privatização do lucro". Eduardo afasta-se completamente das teses nacionalistas e regionalistas do avô, Dr. Miguel Arraes, e aproxima-se perigosamente do alinhamento político-econômico dos governos do tucanato. É absolutamente necessário que o eleitor seja informado sobre isso. Pela imprensa pernambucana não adianta procurar informações. Aqui é só confetes. Quem não te conhece que te compre.
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