pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O famoso licor de pitangas de Gilberto Freyre.
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segunda-feira, 5 de maio de 2025

Editorial: O famoso licor de pitangas de Gilberto Freyre.

Crédito da Foto: Revista Continente. 


Num romance recém-concluído, dedicamos um capítulo inteiro ao famoso licor de pitangas servido pelo sociólogo Gilberto Freyre a figuras ilustres que visitaram a província pernambucana. Albert Camus, Jean-Paul Sartre, Roberto Rossellini, Aldouxs Huxley, entre outras personalidades, estiveram no Solar de Apipucos trocando uma prosa com o sociólogo e fazendo uma imersão no repasto da culinária pernambucana. Há, de fato, ocorrências curiosíssimas envolvendo esses convescotes do sociólogo com essas personalidades, acompanhada dos licores e sabores da culinária pernambucana, a exemplo das tapiocas, do bolo Souza Leão e do tradicional Bolo de Rolo. 

Até "desafetos" do sociólogo, a exemplo de Florestan Fernandes, teria experimentado deste licor, voltando a São Paulo fazendo rasgados elogios sobre Gilberto Freyre, que era uma pessoa muito afável no trato. Sabe-se que a turma da USP mantinha algumas rusgas teóricas e políticas com o sociólogo, mas, aos poucos, isso foi se diluindo. O próprio Fernando Henrique Cardoso, já na condição de Presidente da República, compareceu a uma das sessões do Seminário de Sociologia, criado pelo sociólogo. Vá entender essas "rusgas" acadêmicas, uma vez que o próprio Florestan Fernandes convidou Gilberto para participar da banca de examinadores do doutorado de Fernando Henrique Cardoso. 

Daria uma discussão mais ampla esta "sociologia do licor de pitangas", uma vez, conforme afirmamos no início, os diálogos mantidos pelo sociólogo envolviam políticos, escritores, cineastas, poetas, compositores, artistas, entre outros. Essas nuances estão descritas no romance, como uma visita do cineasta do realismo italiano ao Recife,  Roberto Rossellini, que acabou na pensão de Dona Bombom, no Recife antigo, onde ele amanheceu o dia sob os cuidados das irmãs Passarinho. Depois disso ele desistiu de filmar "A Geografia da Fome", de Josué de Castro, o que havia motivado sua vinda ao Recife. "Empanturrado" com os sabores da culinária pernambucana no sítio do sociólogo, ao cair da tarde, alguém teve a (in)feliz ideia de conduzir o cineasta para o Recife antigo.  

Por alguma razão este hábito do sociólogo em servir o tal licor de pitangas aos visitantes ilustres do Recife, motiva grande interesse do público. Há uma crônica publicada há alguns anos atrás - hoje faríamos várias correções no texto - que, vez por outra, explode em acessos por aqui. Joel Silveira considera este hábito do sociólogo um dos mais esquisitos entre os políticos brasileiros. Nunca entendemos bem os argumentos do cronista. Não enxergamos nada de esquisito por aqui. 

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