Editorial: Os arranjos complicados das federações nos estados.

A tendência dos grêmios políticos hoje no Brasil é a formação de federações ou fusões. Vamos ser sinceros por aqui. A motivação é os bilhões que estão em jogo, provenientes do fundo partidário. A última delas foi formada entre o União Brasil e o Progressistas, resultando na União Progressista, que já nasce sob o signo de uma aresta em relação ao seu comando nacional. O ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira,  em princípio, iria presidir a federação, entregue a Antônio Rueda, do União Brasil. Se isso ocorre no plano nacional, os leitores podem ter uma dimensão das encrencas nas unidades federadas. No Ceará, por exemplo, com a fusão do Podemos com o PSDB, Elmano de Freitas, governador do Estado, parecia tranquilo, uma vez que o presidente do Podemos no estado era o seu aliado Bismarck Maia, prefeito de Aracati, cidade onde fica a paradisíaca praia de Canoa Quebrada. 

Com uma intervenção branca vinda de Brasília, Tasso Jereissati deve assumir o comando da legenda no Ceará, abrindo um espaço de negociações para uma eventual candidatura de Ciro Gomes ao Governo do Estado em 2026. Seria uma união de centro-direita, conforme comentamos pela manhã, com o concurso de bolsonaristas históricos, a exemplo do deputado federal André Fernandes e do capitão Wagner. O patrulhamento ideológica de esquerda não pouca Ciro por este flerte com os bolsonaristas, mas política é feita de circunstâncias e correlação de forças em jogo, algo que não pode ser negligenciado, conforme ensinava Sun Tzu. Em sua avaliação, externada em inúmeras entrevistas, o PT pode ser um mal maior no estado do que o bolsonarismo. 

Ciro tem um posicionamento muito duro contra a gestão petista no estado e no plano nacional. Deve deixar o PDT, atendendo ao convite do amigo Tasso para filiar-se à nova fusão partidária. Aqui em Pernambuco, em assunto que trataremos a seguir, as coisas não são diferentes. Ambas as federações provocaram alguns estremecimentos nas acomodações políticas locais. No que concerne a União Progressista, o União Brasil é aliado do prefeito João Campos(PSB-PE), enquanto o deputado federal Eduardo da Fonte está no Governo Raquel Lyra. O Podemos, por sua vez, também é um aliado da governadora no estado, enquanto o PSDB está rompido com a gestora e já determinou que o deputado estadual Álvaro Porto ocupe a Presidência Estadual da Federação.