Segundo um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo, 76% da população brasileira não desejava que houvesse mudanças na composição da Câmara Federal, que aumentou o número de parlamentares dos atuais 513 para 531. No dia de ontem, 26, foram divulgadas várias estimativas sobre o montante que isso representará para os cofres públicos. Não há como ser muito preciso por aqui, mas sabe-se que haverá um efeito cascata junto às composição de parlamentares em alguns estados da federação. Eles, que advogam, reiteradamente, os bons exemplos do Executivo no sentido de manter controle sobre os gastos públicos, não deram um bom exemplo da austeridade cobrada. Curioso que a tese de que a população brasileira não aguenta mais ampliar a carga tributária, não se aplica ao axioma de manter e até ampliar os seus próprios privilégios.
Os gastos com cada parlamentar são enormes, envolvendo o salário, em torno de R$41 mil; verba de gabinete para a contração de assessores; auxílio paletó; cobertura de despesas diversas, com médicos, odontólogos, correios, transporte, passagens, diárias, hospedagens; auxílio moradia ou disponibilização de apartamentos funcionais. Possivelmente outros penduricalhos que a gente não consegue lembrar. Estima-se que, mensalmente, cada parlamentar represente uma despesa da ordem de R$ 273 mil. É só os leitores fazerem as suas próprias continhas.
Enquanto fazemos essa postagem, a Polícia Federal está em operação no estado Bahia, no curso da operação Overclean, cumprindo mandados de busca e apreensão, com determinação de afastamento de servidores públicos de suas funções, em razão de mais evidência do uso irregular das famigeradas emendas parlamentares. Esta operação é aquela onde está envolvido um cidadão com o apelido de Rei do Lixo, cujas empresas operavam em várias praças do país, sempre nos estertores, constituindo-se num verdadeiro duto por onde escoavam os recursos públicos. Não podemos generalizar, mas, neste caso específico, estamos tratando de irregularidades cometidas por parlamentares.
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