Depois da acachapante derrota na derrubada do aumento do IOF, o Governo Lula 3 encontra-se num grande dilema. Usar a via diplomática e da negociação para tentar conter as indisposições do Congresso com o Executivo ou partir para a guerra do tudo ou nada, recorrendo, mais uma vez, ao STF. Em ambas as situações, o quadro é preocupante, indicativo do momento difícil que passa o Governo. Se tenta negociar, os canais estão cada vez mais obstruídos e pouco confiáveis. Se recorre ao STF para se contrapor a uma decisão constitucional e majoritariamente decidida pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, amplia sensivelmente o ambiente de animosidades com o parlamento. A coisa aqui desanda de vez, pois daria argumento ao Congresso para continuar recrudescendo esse cabo de guerra.
O Governo também está dividido em relação a essa questão. Uma ala põe panos mornos, enquanto os mais radicais consideram que chegou a hora de partir para a guerra do tudo ou nada, impondo a vontade do Executivo goela a dentro, o que deixaria o Governo cada vez mais isolado. O ex-ministro da defesa, Aldo Rebelo, considera que o Governo Lula 3 passa por um momento de entropia, ou seja, uma desordem, uma descoordenação completa. Lula, logo depois da refrega, ainda sob ressaca, manteve uma conversa com o Presidente Nacional da Federação União Progressista, Antonio Rueda, tentando entender o que está se passando com o "aliado". Na realidade, a grande federação que se formou, juntando os dois partidos, o União Brasil e o Progressistas, esta desembarcando do Governo. Simples assim. Cumpre-se aqui aquela expressão utilizada pelo ex-Presidente da Câmara dos Deputados, que afirmou que ninguém embarca em navio que está afundando.
Uma matéria do jornal Folha de São Paulo, aponta que o União Brasil, que, junto com o PP, ocupa 04 vagas de estacionamento na Esplanada dos Ministérios, é o partido mais infiel da base de sustentação do Governo. Há um ano e meio das eleições de outubro, começam a fazer sentido as afirmativas no sentido de que setores do Centrão já estão trabalhando pela fritura do Governo Lula 3. O Governo Lula 3 quebrou ali de saída, diante da ausência de base de sustentação política; num nevoeiro de instabilidade institucional onde até tentativa de golpe de Estado chegou a ser posta em prática; com diretrizes focadas em políticas públicas ultrapassadas; acumulando déficits público que podem superar as receitas, numa sanha gastadora desenfreada, impondo uma condição delicada ao seu condutor da política econômica, o ministro Fernando Haddad.
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