pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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domingo, 22 de abril de 2012

Datafolha envia oposição da enfermaria para a UTI

Saiu mais uma pesquisa do Datafolha. Tomada pela fachada, faz reluzir o já sabido: a popularidade do governo Dilma sobe. Foi de 59% em janeiro para 64% agora. Tomada pelo miolo, acende uma luz no fim do túnel da oposição. Luz vermelha. São três os dados que piscam para os antagonistas do petismo:
1. Perguntou-se ao meio-fio quem deve disputar a Presidência em 2014: Dilma ou Lula? A maioria (57%) prefere Lula a Dilma (32%). Para 6%, nenhum dos dois deveria disputar. Outros 5% não souberam responder. Ficou entendido que, se quiser e a laringe deixar, o ex-soberano continua na pista.
2. Indagou-se ao asfalto como votaria se o segundo turno de 2010 se repetisse hoje. Descobriu-se que os 56,05% amealhados por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%. E os 43,95% obtidos por Serra murcharam para 21%. Quer dizer: se Lula não quiser ou não puder, a pista é de Dilma.
3. Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra, 52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Entre os que se apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
Nos últimos tempos, a oposição mata o tempo perguntando a si mesma –e não respondendo— que diabo, afinal, está fazendo neste mundo. Considerando-se os dados da sondagem, a resposta é nada. Frequenta a cena como visita. Quem tenta dar-lhe ouvidos ou escuta o silêncio ou não entende o que ouve.
Já se sabia que falta discurso à oposição. Descobriu-se que não será fácil arranjar um. A idéia segundo a qual um candidato como Aécio Neves pode apresentar-se como melhor alternativa “a tudo isso que está aí” demanda uma pré-condição: a pregação não pode agredir a agredir a realidade.
Por exemplo: o Datafolha informa que 49% dos eleitores acham que a situação econômica do país vai melhorar. Outros 39% avaliam que a coisa ficará como está. Apenas 13% apostam que o cenário vai degringolar. Em junho do ano passado, 51% imaginavam que os preços subiriam. Hoje, esse contingente caiu para 41%.
Primeiro da fila do PSDB, Aécio prevê que a crise internacional reserva dias piores para o Brasil. Ainda que o tempo lhe dê razão, se disser em público o que rumina em privado será visto não como alternativa, mas como mais um membro do clube do ‘quanto pior melhor’.
Por ora, o que a maioria vê nas gôndolas é a carestia contida. No Banco Central, vê-se a faca dos juros. No Planalto, desponta uma presidente que ordena às casas bancárias estatais que ofereçam taxas menores à clientela e abre guerra contra a banca privada para forçá-la a fazer o mesmo.
Como se fosse pouco, o discurso da moralidade, que já fazia água, acaba de ser engolfado pelo Cachoeira. Demóstenes Torres, que se imaginava nascido para nadador, revelou-se um afogado. Há Agnelos com água pelo nariz. Mas também há Marconis. De uma correnteza assim, tão plural, pode emergir muita coisa, menos um discurso.
Em 2010, a oposição compensava a falta do que dizer superstimando a “ausência de candidato” do PT. Lula elegeu sua poste. A dois anos e meio de 2014, o tucanato e Cia. continuam sem saber o que dizer. A diferença é que o petismo agora tem dois candidatos: a pupila e seu patrono.
O Datafolha informa que a oposição brasileira foi transferida da enfermaria para a UTI. Vale repetir o velho bordão: pesquisa não é senão o retrato de um momento. Significa dizer que seria uma imprudência decretar em 2012 o resultado de 2014.
Algo, porém, é inegável: a oposição está diante de uma encrenca que lhe nega o papel que julga desempenhar melhor. O tucanato pode continuar dizendo que veio ao mundo como exemplo. Falta descobrir de quê.
O Plano Real é sonho velho. A estabilidade econômica foi como que apropriada por Lula. Ou a oposição coloca de pé uma utopia nova ou vai continuar arrastando a bola de ferro que torna os seus candidatos os mais cotados para fazer de um petista o próximo presidente da República.

Jornalista Josias de Souza, Portal UOL

GERALDO VANDRÉ QUEBRA O SILÊNCIO APÓS 37 ANOS E FALA DA DITADURA

Lições de tolerância e respeito às diferenças

Mesmo ainda bem pequenas, as crianças já começam a receber lições importantes  que servem para toda a vida. E aulas de tolerância partem de duas frentes essenciais: a família e a escola
 
FOTOS ANDRÉ SALGADO
Debates, discussões e dinâmicas de grupo são estratégias usadas pelas escolas
 

Quem entra na creche escola Casa da Tia Léa percebe que aquele é um local onde todos têm acolhida: pequenos com dificuldades motoras e síndromes diversas convivem harmoniosamente com o restante das crianças – e a algazarra não cede espaço à discriminação. Mãe de três alunos, Karla Ximenes conta que certa vez houve um leve preconceito com uma aluna ‘diferente’, mas que a questão foi trabalhada de forma especial, com a participação dos pais, e hoje a dificuldade ficou no passado.
Os filhos dela, inclusive, se dão muito bem com todos os amigos. É o caso de João Davi, 6. Dois colegas de classe dele têm algum tipo de deficiência, mas, para a felicidade da mamãe coruja, no ano passado, uma professora elogiou o pequeno e afirmou que ele se dava muito bem com as duas crianças.

A boa convivência entre as crianças pode ser explicada, em parte, por um projeto implantado em 2007 cuja meta é nobre: diminuir as dificuldades de relação interpessoal e fortalecer os vínculos de amizade. “O projeto Conviver atende todas as turmas do ensino fundamental I (do primeiro ao quinto ano), promovendo vivências nas salas de aula com frequência semanal, nas quais são desenvolvidas debates, discussões e dinâmicas de grupo que possibilitam a troca de experiências e construção de estratégias para uma melhor convivência consigo próprio e com o outro”, explica a vice-diretora da escola, Rafaela Sampaio.

As atividades que visam trabalhar as emoções e gerar o respeito às diferenças também fazem parte do ‘currículo’ da creche-escola Espaço Inteligente. “Desenvolvemos mensalmente o projeto nomeado de ‘Conhecendo os Sentimentos’, que tem a finalidade de aproximar as crianças dos valores vigentes da sociedade, formando pessoas emocionalmente capazes de resolver problemas”, explica a diretora, Vanêssa Queirós.

Aos seis anos, Graziela é aluna veterana da escola e se dá muito bem com todos, conta orgulhosa a mãe – a advogada Gabriela Férrer. Na escola, a menina também participou de um projeto conhecido como “Gentileza gera Gentileza”, e reforçou o uso de algumas palavrinhas mágicas como ‘por favor’ e ‘obrigado’ – que são fundamentais também no mundo infantil.

Um momento especial que representa a união das crianças, independentemente das diferenças, foi relatado ao O POVO pela supervisora-geral da escola, Gláucia Teixeira. Ela conta que no ano passado uma criança que não tinha um dos bracinhos recebeu comida e muito afeto dos próprios colegas. “As mães ficaram emocionadas”, revela.

Bom exemplo

Outra escola que incluiu a disciplina da tolerância e do respeito às diferenças no currículo dos pequenos foi a Vila, inaugurada em 1981. E em três décadas de atividades, os resultados desse trabalho têm sido animadores. A psicóloga Cândida Câmara explica que não são comuns casos de bullying no local. De acordo com ela, a presença de crianças com algum tipo de deficiência em sala de aula sempre foi bem-vinda. “Desde muito cedo, nossos alunos convivem de forma a aprender com a diferença, valorizando a presença e o potencial que cada um acrescenta ao seu grupo”, reforçou.

Outro diferencial da escola Vila é uma aula oferecida aos alunos do 6º ao 9º ano chamada ‘Desenvolvimento Humano’. Semanalmente, meninos e meninas discutem questões relacionadas ao desenvolvimento interpessoal, além de temas atuais em discussão na sociedade. “A participação da família também é de fundamental importância na construção desses valores”, enfatiza Cândida.
O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

O combate ao bullying deve começar ainda na infância. Reforçando lições de respeito e tolerância, a parceria escola e família pode dar bons aprendizados aos pequenos.

Jornalista Rita Brito, Portal o Povo
 

Gazeta de Alagoas: Cineasta José Henrique fala sobre o filme "Heleno"

 
 
 
Em entrevista à Gazeta, o cineasta José Henrique Fonseca fala sobre processo de realização de Heleno, que segundo ele não é sobre futebol

“EU FIZ UM FILME QUE FALA DA ALMA”

Por: RAFHAEL BARBOSA - REPÓRTER

Mesmo após despontar como um dos mais talentosos cineastas de sua geração ao lançar o premiado O Homem do Ano, em 2003, na última década o cineasta carioca José Henrique Fonseca manteve-se afastado da tela grande. Ao longo desse hiato, o diretor se dedicou aos comerciais e videoclipes chancelados por sua produtora, a Conspiração Filmes, e mostrou seu talento em Mandrake, seriado da HBO Brasil adaptado da obra de seu pai, o escritor Rubem Fonseca. E foi justamente no intervalo das gravações de dois telefilmes que darão continuidade à trama protagonizada por Marcos Palmeira – previstas para ir ao ar no segundo semestre – que Fonseca conversou com a Gazeta. Por telefone, ele falou sobre a experiência de levar aos cinemas a história do craque Heleno de Freitas e antecipou alguns de seus projetos para o futuro. Leia a seguir.

Gazeta. Como a história de Heleno de Freitas entrou na sua vida?

José Henrique Fonseca. O cara que editou o livro, o Rodrigo Teixeira, também foi produtor do filme. Ele mostrou uns rascunhos da biografia, que ainda não tinha sido publicada na época. Eu vi e fiquei impressionado, encantado com o personagem. É o tipo de personagem que eu gosto, um personagem que está numa situação-limite. Então me interessei pelo projeto.

Como foi a pesquisa para o roteiro? Quanto da biografia escrita pelo jornalista Marcos Eduardo Neves foi levado em conta?

As pesquisas foram variadas. Não existe uma pesquisa igual para todo mundo. Existe, sim, a maneira como você interpreta a pesquisa que está fazendo. Claro que o livro foi um manancial para a gente, mas a gente foi a campo. Fizemos um levantamento que o próprio biógrafo já tinha feito, mas nós fomos fazer sob a nossa ótica. Eu fui com o Rodrigo em Barbacena; a gente conversou com o médico que tratou do Heleno. Pesquisamos textos que falavam sobre. Tentamos falar com pessoas que conheceram ele. Depois teve toda uma pesquisa do departamento de arte sobre como era o Rio de Janeiro daquela época, dos costumes aos tecidos das roupas, as big bands, tudo... O filme teve uma pesquisa de arte e de roteiro muito grande.

Porque a decisão de filmar em preto e branco?

Porque eu acho que para essa história específica, passada na década de 1940, uma época distante, em que se tem muito pouca imagem em movimento, o P&B ajuda a transportar o espectador a esse período distante, glamouroso, meio mítico. Mas também porque minha formação enquanto cineasta foi feita por filmes em preto e branco. Então eu tinha um certo fetiche de filmar assim.

Não deixa de ser uma escolha ousada. Você teve de brigar por ela?

Não tive porque não tive nenhum estúdio apoiando o filme no começo da produção. Eu só tive o Eike Batista. Eu só consegui realizar esse filme por causa dele, pela confiança no projeto, de que ele estava se associando a um projeto de qualidade. Se talvez eu estivesse num estúdio, não iriam me deixar filmar em preto e branco. Mas isso se reverteu num resultado positivo: o preto e branco foi muito elogiado, foi bom sim para o filme.

Fale sobre sua formação, sobre suas referências.

É tudo. O cinema tem muita uma coisa parecida com a música. Você não necessariamente está sempre no clima de escutar um jazz, ou uma música eletrônica, ou um samba. Você tem de estar no espírito para ouvir aquilo ali. Eu tenho a coleção inteira do (Yasujiro) Ozu, mas ele não é um cineasta que eu vejo sempre como vejo (Ingmar) Bergman, por exemplo. A minha formação é variada, vai dos filmes do Cassavetes aos filmes americanos mais óbvios, Scorsese, Frank Capra, os brasileiros do cinema novo. É variado, eu não tenho nenhuma escola, diria que a minha escola é vasta, desregrada... Eu não tenho esse páreo para um tipo de cinema. Eu gosto de tudo. Só não gosto de filme ruim.

Heleno foi muito comparado a Touro Indomável. Você diria que se trata realmente de uma referência?

Não, não foi nada, claro que não. Só fazem essa comparação porque o personagem é um esportista desconhecido, como o Jake LaMotta era, e porque o filme é em preto e branco, e é sobre uma derrocada. Mas quem dera, o Scorsese filma muito melhor do que eu. Eu não fiquei colocando o filme para ninguém ver. Se o Rodrigo Santoro viu, viu porque quis. Eu fiz os planos que eu quis fazer. Se você olhar, no Touro Indomável não tem um close do cara no início do filme. O boxe é muito mais cinematográfico que o futebol. Tem a metáfora do boxe, que são dois caras duelando – o ringue é a vida, e o ringue é quadrado, ou seja, o quadrado do cinema, que é retangular. Então é só por isso, nada além disso.
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Tribuna do Norte: CPI investigará 15 tipos de crimes



Brasília (AE) - Com o apoio de 72 dos 81 senadores e de 396 dos 513 deputados, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que vai apurar a ligação de políticos e agentes públicos com Carlinhos Cachoeira, especifica como alvo da investigação pelo menos 15 tipos de crimes cometidos pelo contraventor e seu grupo. Entre os "espectros de ilicitudes" estão citados no requerimento de criação da CPMI tráfico de influência, fraude nas licitações, corrupção e formação de quadrilha, entre outros

O documento especifica a necessidade de investigar todas as empresas "associadas" a Cachoeira, o que inclui a Delta Construções, maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O texto se refere a "empresas supostamente legais, controladas por Cachoeira ou que a ele estejam associadas, direta ou indiretamente". O texto lembra que em 2005, na CPI dos Correios, os inquéritos parlamentares e policiais "tão somente, se tantos, roçaram as atividades ilegais do contraventor".

"Urge enfrentar o desafio de destrinçar as relações entre o poder público e as atividades do senhor Carlos Augusto Ramos", defende o texto. Diz ainda que o enfrentamento da ligação do contraventor com agentes públicos "é ponto de honra para o Congresso Nacional". "Está em causa o resguardo da própria lisura do devido processo legislativo", cita o documento.

Os partidos têm até a próxima terça-feira (24) para indicar seus representantes na comissão. No Senado, o PMDB indicou apenas o senador Vital do Rêgo (PB) para presidir a comissão. Faltam ainda quatro nomes. O bloco do governo, encabeçado pelo PT, também terá cinco vagas.

O bloco da minoria indicou os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), além do senador Jayme Campos (DEM-MT). O bloco cederá duas suplências para os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), dissidente do PMDB, e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). O recém-criado bloco União e Força, formado pelo PTB e PR, terá como representantes os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Vicentinho Alves (PR-TO). O regimento prevê 16 nomes, além dos 15 previstos no requerimento de criação da comissão, para atender aos partidos nanicos. No caso, o rodízio favoreceu o PSD, e não o PSOL, que poderá indicar um titular e um suplente.

PT tem dificuldade na escolha do relator

Brasília (AE) - A luta interna das correntes do PT para controlar o mais importante cargo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira emperrou a escolha do relator. Dois grupos de petistas estão se digladiando pelo cargo: o do ex-líder Cândido Vaccarezza (SP) e o dos deputados Odair Cunha (MG) e Paulo Teixeira (SP). O presidente da CPI já está escolhido. Será o senador Vital do Rego (PMDB-PB).

O favorito pela corrida rumo à relatoria da CPI ainda é Odair Cunha. Além do respaldo dos líderes do governo, Arlindo Chinaglia (SP), e do PT, Jilmar Tatto (SP), e da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o petista mineiro também conta com a simpatia da presidente Dilma Rousseff. Bem diferente de Vaccarezza que, segundo interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria tido o nome vetado pela própria Dilma, a quem serviu como líder até março. Além de Lula, o nome do ex-líder do governo tem também o apoio do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do ex-ministro José Dirceu.

Jilmar Tatto tentará nas próximas 48 horas chegar a um consenso em torno do nome do relator da CPI, que tem a primeira reunião marcada para quarta-feira, dia 25. Publicamente, a guerra das facções petistas e a interferência de Lula e de Dilma na composição da CPI são negadas pela cúpula petista. "Não há nenhuma interferência do Lula ou da presidente Dilma na CPI", afirmou Tatto. Mas nos bastidores as informações são de que as disputas são grandes.

sábado, 21 de abril de 2012

Blog do Edilson Silva: Projeto Novo Recife: o caos disfarçado de moderno

Blog do Edilson Silva: Projeto Novo Recife: o caos disfarçado de moderno: Por Edilson Silva   O Recife está diante de uma encruzilhada histórica. Vamos nos aprofundar num “modelo” de ocupação do espaço urbano exp...

Zoom Costa Gavras

Charge/Paixão! Cachoeira brincando no caça níquel!

Paixão

Um giro pelas semanais: ISTOÉ: Brasil e EUA consideram acrodo de livre comércio.

Durante o anúncio, secretária de Estado americana lista uma série de investimentos conjuntos

Terra

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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, defendeu nesta segunda-feira uma maior relação entre as economias do Brasil e dos Estados Unidos. Hillary disse considerar um acordo de livre comércio entre os dois países.
"É claro que a nossa relação implica em maior crescimento, mas precisamos resolver alguns problemas, como eliminar a bitributação, considerar um acordo de livre comércio, ver se os EUA e Brasil podem basear o crescimento econômico", disse a secretária.
A uma plateia de empresários, Hillary defendeu a parceria entre os governos e o setor privado, responsável pelo crescimento e pela geração de emprego e renda. "Com uma economia próspera nós podemos investir mais em nossa população e sermos administradores da economia global", disse.
A secretária destacou a classe média brasileira como uma importante riqueza do Brasil. O crescimento da classe C no País assegurou a estabilidade econômica brasileira durante a crise econômica mundial.
Hillary listou uma série de investimentos americanos que serão feitos em conjunto com o Brasil, como por exemplo um centro de inovação da Microsoft instalado no País, investimento da Cisco e também um investimento da Boeing com a Embraer para produção de biocombustível para aviões.
Nesta manhã, a secretária de Estado americana disse que conversou com a presidente da Petrobras, Maria das Graça Foster, com quem falou sobre as explorações de petróleo na camada pré-sal, classificada por ela como um "futuro fabuloso que está diante do Brasil".
Em visita de dois dias a Brasília, Hillary terá além dos compromissos com empresários, compromissos com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, e também reunião de diálogo de parceria global entre os dois países. Na pauta bilateral, serão tratadas as reformas de instituições, questão de paz e segurança internacional.
A visita da secretária faz parte de uma sequencia de viagens que começou na Colômbia e ainda incluirá a Bélgica. Hillary vem ao Brasil uma semana após a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, onde foi recebida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil. Em 2011, o fluxo de comércio entre os dois países atingiu US$ 60 bilhões, o que representa aumento de 37% em relação ao registrado em 2007. O Brasil é a sexta maior fonte de visitantes para os Estados Unidos. Os Estados Unidos são a segunda maior origem de visitantes para o Brasil.
Indústria
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, pediu nesta segunda-feira que os Estados Unidos diminuam as exigências e facilitem a entrada de brasileiros em território americano. Em discurso feito hoje na sede da CNI, em Brasília, Andrade falou a ministros americanos e à secretária de Estado Hillary Clinton.
Andrade também apelou às autoridades americanas que reduzam os subsídios dados aos produtos daquele país, o que prejudica a concorrência com bens importados. Segundo o empresário, as duas nações devem buscar uma agenda comum, que inclua a desoneração de investimentos bilaterais, a facilitação do trânsito de pessoas e o debate sobre barreiras não-tarifárias.
"A facilitação do fluxo de pessoas a negócios ou a turismo, o incremento do comércio, o crescimento dos investimentos e um tratamento mais equânime fazem parte da estratégia do Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos e merecem nosso apoio", destacou o presidente da CNI.
O presidente da CNI também pediu o fim da bitributação no comércio entre Brasil e EUA - que é o resultado do recolhimento de impostos similares nos dois países, cobrado de um mesmo contribuinte, pelo mesmo bem e pelo mesmo período de tempo. Os países discutem um acordo para acabar com a bitributação. "A celebração de um acordo para evitar a bitributação continuará entre nossas prioridades. A bitributação onera empresas e desvia investimentos e comércio para terceiros países", disse.
Andrade destacou investimentos financiados por empresas americanas, como projetos em petróleo e gás (que devem receber mais de US$ 225 bilhões nos próximos anos), seis hidrelétricas e complexos hoteleiros, com vistas à realização da Copa do Mundo em 2014.

Um giro pelas semanais: VEJA: Desafio da CPI: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta.

A CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira tem um grande desafio: desvendar o segredo do sucesso da empreiteira Delta, que tem na raiz de sua impressionante trajetória amizades influentes e pagamentos a políticos em troca de obras em governos e estatais

Hugo Marques, Daniel Pereira e Rodrigo Rangel
SOCIEDADE - A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios
SOCIEDADE - A investigação sobre um esquema ilegal de jogos comandado por Cachoeira (à esq.) revelaram que a Delta, do empresário Fernando Cavendish (à dir.), usa políticos e dinheiro sujo para expandir seus negócios (Fotos Dida Sampaio/AE; Eduardo Knapp/Folhapress)
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos
VEJA publicou em maio do ano passado uma reportagem exclusiva mostrando o que já parecia ser muito mais que uma simples coincidência: a empreiteira Delta fora alçada à condição de maior parceira do governo federal no mesmo ano em que contratou os serviços de consultoria do deputado cassado e ex-ministro José Dirceu. A Delta, mostrou a reportagem de VEJA, além de multiplicar sua carteira de obras, expandira sua atuação para setores nos quais não tinha experiência, como óleo e gás. Na ocasião, dois ex-sócios da empresa forneceram a primeira pista para desvendar essa impressionante história de sucesso. Segundo o depoimento deles, a empreiteira usava a influência que mantinha junto a políticos para obter vantagens. O próprio presidente da empresa, Fernando Cavendish, explicou como agia e qual era o preço a ser pago. Ele disse que com "6 milhões de reais comprava um senador". Sua explicação seguinte ficaria famosa: "Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas pra c...". A conversa, gravada pelos ex-sócios, foi classificada como simples bravata por Cavendish. Não era. Ela era reveladora de um método.
A Delta vai aparecer como figura de proa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na semana passada no Congresso Nacional, em Brasília, para investigar as relações do contraventor Carlos Cachoeira - preso por comandar um esquema ilegal de exploração de jogos - com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública. A construtora figurará como a principal acusada no esquema baseado em pagar propina em troca de favores e contratos em governos. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira usou os tentáculos de Cachoeira para corromper autoridades nos governos de Tocantins, Distrito Federal e Goiás. Cavendish e a Delta tiveram sua ação restrita a essas três unidades da Federação? Não. O esquema atuou também no âmbito federal, usando o mesmo método de subornar políticos e servidores públicos para obter contratos. A engrenagem funcionou ativamente dentro de ministérios no governo passado e engolfou até mesmo a Petrobras, a maior e a mais poderosa das estatais brasileiras. A Petrobras é o principal dínamo dos investimentos públicos do país, protagonismo acentuado com a descoberta das reservas de petróleo no pré-sal. No governo Lula, foi aparelhada politicamente por militantes do PT, que ganharam o controle de cargos de diretoria. O aparelhamento político de estatais, como sempre, termina em prejuí­zo para a empresa e os contribuintes.
PROPINA - Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais
PROPINA - Em maio do ano passado, reportagem de VEJA revelou que o ex-ministro José Dirceu foi contratado para prestar consultoria à Delta. Sócios da empreiteira, José Quintella e Romênio Machado revelaram a natureza do trabalho encomendado ao ex-ministro: abrir as portas do governo e de estatais
No fim de 2008, a Petrobras convidou a Delta para duplicar o parque de expedição de diesel na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Um convite inusitado, uma vez que a empreiteira era especializada em obras rodoviárias e construção civil. Para suprir a carência técnica e se habilitar, a Delta comprou a Sigma, empresa que já tinha diversas parcerias com a estatal. Depois dessa negociação, a empreiteira assinou um contrato com a Petrobras no valor de 130 milhões de reais. A aproximação entre a Delta e a Sigma foi feita pelo engenheiro Wagner Victer, auxiliar do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que é compadre de Cavendish. O negócio parecia bom para todos os envolvidos. A Petrobras contratou a obra por um preço considerado baixo, a Delta se cacifou para atuar no bilionário ramo do petróleo e os donos da Sigma ficariam ainda mais ricos. Mas nem tudo correu como se esperava. Cavendish e seus sócios se desentenderam ao cabo de disputas financeiras. Dos ex-sócios inconformados partiu a revelação, certamente de alto interesse para a CPI instalada na semana passada, segundo a qual, para conseguir o contrato na Petrobras, a Delta teria pago propina. Sob a condição de anonimato, um deles contou a VEJA que a Sigma, além de servir como fachada técnica para as operações da Delta, funcionou como caixa para quitar faturas em que a própria Delta preferia não aparecer como devedora. Para ocultar o pagamento de propina, segundo o relato gravado do ex-sócio, que diz temer por sua segurança, a Sigma foi orientada a simular a contratação de serviços para justificar a saída da propina. Os diretores da Delta indicavam o valor e os funcionários da estatal a ser beneficiados. A fatura era então encaminhada a José Augusto Quintella e Romênio Marcelino Machado, ex-donos da Sigma que continuaram na empresa. Seguindo orientações de Cavendish, eles providenciavam notas frias para justificar os gastos com a propina. Essas notas eram assinadas por Quintella e Machado e por Flávio Oliveira, diretor da Delta. Só funcionários da área operacional da Petrobras, segundo o ex-sócio, receberam 5 milhões de reais. Um volume ainda maior teria sido pago a dirigentes da empresa. Desse mesmo caixa saíram os recursos para pagar os trabalhos de consultor prestados por José Dirceu.
Quintella e Machado não quiseram dar detalhes sobre o caso a VEJA. "Essa história será devidamente esclarecida no momento oportuno", disse Quintella, em nome dos antigos donos da Sigma. Os dois conhecem de perto a Delta. Foram eles que contaram a VEJA que Cavendish contratou, em 2009, o deputado cassado e ex-ministro José Dirceu como consultor com o objetivo de azeitar negócios junto à Petrobras, que era comandada por José Sergio Gabrielli, integrante da corrente política de Dirceu. Foi em uma reunião com Quintella e Machado que Fernando Cavendish fez seus notórios comentários sobre os preços e as vantagens de comprar autoridades. Na mesma conversa, gravada, Cavendish traçou o caminho até o cofre da Petrobras: "A Reduc foi convidada pelo jogo político da Delta. A gente foi convidado por uma articulação, um pedido que foi para cá, foi para lá...".
A Petrobras não quis se pronunciar sobre os fatos narrados por Cavendish e seus ex-sócios. A Delta diz que ganhou o contrato legalmente e não pagou propina. A CPI instalada na semana passada certamente terá meios de obter de Cavendish e da própria Petrobras informações mais consistentes sobre como o jogo político levava determinadas empresas a obter contratos na estatal no tempo em que Dirceu e Gabrielli reinavam. A Delta passou a existir como empreiteira de grande porte e alcançou o posto de maior fornecedora de serviços do estado brasileiro no governo Lula. Um "jogo político" que a CPI faria aos brasileiros o enorme benefício de elucidar. Não é pouca coisa. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público que levaram Carlos Cachoeira à prisão, o contraventor funcionava como captador de negócios e lobista destacado da Delta Construções. Cachoeira operava em sintonia com Cláudio Abreu, designado formalmente pela empreiteira como seu representante para a Região Centro-Oeste. Os dois cuidavam de obter contratos junto aos governos do Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Abreu tinha também missões junto a órgãos do governo federal. Foi ao cumprir uma dessas missões que ele emplacou a Delta como a principal parceira do Ministério dos Transportes e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Diretores da Delta passaram a visitar quase diariamente as dependências do ministério durante a gestão do senador Alfredo Nascimento, demitido no ano passado do cargo de ministro pela presidente Dilma Rousseff.
Na semana passada, Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit demitido no bojo do episódio que levou à queda do ministro Alfredo Nascimento, se disse vítima de uma trama que teria sido tecida contra ele exatamente por ter oferecido obstáculos aos interesses da Delta no órgão. Estranha linha de defesa. Foi na gestão de Pagot que a Delta mais do que dobrou seu faturamento em contratos com o Dnit, alcançando 658 milhões de reais em 2010. É quase 90% de tudo o que a empreiteira faturou no governo federal. Que obstáculo, então, foi esse? Suposta vítima de uma conspiração, Pagot, lembre-se, foi quem reuniu empresários no Ministério dos Transportes para ouvir uma explanação do deputado Valdemar Costa Neto, do PR, réu no processo do mensalão. Entre os convidados por Pagot estavam empreiteiros e consultores. Costa Neto falou da importância para o PR de tirar do papel obras bilionárias de restauração de rodovias federais. Muitos dos participantes da reunião, inclusive concorrentes da Delta, ficaram sabendo mais tarde que, se fossem escolhidos para fazer as obras, deveriam entregar ao partido propinas de 4% a 5% do valor de cada fatura paga. A investigação jornalística tem de se contentar com as informações recebidas e checadas das fontes que participaram da reunião. A CPI tem força e os meios legais para passar a limpo essa história.
A Polícia Federal sustenta que recursos públicos oriundos da parceria entre a Delta e Carlinhos Cachoeira alimentaram um duto que serviu para irrigar o bolso de políticos e autoridades que os ajudavam na conquista de contratos. Entre 2010 e 2011, empresas-fantasma criadas por Cachoeira receberam da Delta nada menos que 40 milhões de reais. Ras­trean­do o caminho do dinheiro, os policiais e promotores descobriram que parte dele foi parar na contabilidade de empresas que no mesmo período fizeram repasses a políticos - doações eleitorais declaradas, inclusive. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) estão entre os que receberam doações de campanha de empresas cujas contas foram irrigadas com recursos que Cachoeira recebia da Delta. Na semana passada, Cavendish foi assertivo em uma entrevista à Folha de S.Paulo. Ele disse que dá dinheiro a políticos para receber, em troca, informações sobre licitações. "Por que megaempresas fazem doações a campanhas? Vão ter informação. Não é toma lá dá cá." O método da Delta é conhecido. Para ganhar os contratos, a empresa joga o preço lá embaixo. O pulo do gato vem depois, quando a parceria já está em vigor. Em alguns casos, a empresa não executa os serviços certa de que não será incomodada pelos órgãos contratantes comandados por políticos de partidos aquinhoados com doações. Dessa forma, sobra dinheiro para abastecer os cofres da empresa e para remunerar os amigos no poder. Outra prática é inflar contratos com reajustes e aditivos. Conforme revelado por VEJA, a presidente Dilma Rousseff, antes de demitir a cúpula dos Transportes, deu um pito nos seus integrantes justamente em razão do excesso de aditivos contratuais: "Vocês precisam de babá".
O procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, diz que os aditivos que inflam os contratos não têm outro nome: "É roubalheira mesmo". Incentivador da CPI do Cachoeira, o ex-presidente Lula sabe dos riscos embutidos na investigação de aliados. Na quarta-feira, ele perguntou a peemedebistas: "E o Serginho, como está?". Ele se referia a Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro. Cabral é padrinho de casamento de Cavendish. Conheceram-se em 2000 e se tornaram amigos inseparáveis. O fortalecimento dessa relação foi acompanhado pelo crescimento vertiginoso da Delta em contratos com a administração fluminense. Em dez anos, a empresa conseguiu 2,2 bilhões de reais com o estado do Rio. A maior parte - 1,4 bilhão - veio depois que Cabral assumiu o governo, em 2007. Em 2003, a Delta faturou 228 milhões de reais, entre clientes públicos e privados. Em 2010, 3,5 bilhões de reais, um crescimento de 1 400%. O ritmo das doações também aumentou. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Delta doou, legalmente, meros 60 000 reais em 2002. Em 2010, doou 2,3 milhões - metade para o PT, metade para o PMDB.
Com reportagem de Alessandra Medina e Ana Luiza Daltro

João da Costa dá uma demonstração de força na oficialização da pré-candidatura.



O prefeito do Recife, João da Costa, não esconde de ninguém suas mágoas em relação às manobras da tendência Construindo um Novo Brasil de retirá-lo do Palácio Antonio Farias. Ele já tomou a briga como algo pessoal, um ardil para prejudicar sua carreira política. É o que já afirmamos em artigo recente. Caso a tecitura seja exitosa, de fato, João da Costa sairia bastante chamuscado do episódio, com o filme queimado, com algumas nódoas indeléveis e feridas de difícil cicatrização. Esse inferno astral não é nada positivo. Ele sabe disso. A sua carreira política não estaria encerrada, dada a organicidade que ele construiu durante a gestão. Em última análise, teríamos um João da Costa atuando na Casa de José Mariano, quem sabe descobrindo uma vocação melhor para o Legislativo. Ontem, por ocasião do lançamento de sua pré-candidatura às prévias petistas, o prefeito deu uma demonstração de força, com um calhamaço de 07 mil assissanturas endossando o seu nome. Já comentamos aqui que os caciques da CNB e até os estrategistas do Campo das Princesas temem pelo resultado dessas prévias. Se João levar essa, a lapada será grande. Como ensina Maquiavel, autor que hoje ocupa um espaço privilegiado na cabeceira dos petistas, a maldade tem que ser feita toda de uma vez. Bondade é que se faz em doses homeopáticas.

Crédito da Foto: Valdecarlos Alves/Blog da Folha.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Participem do Grupo de Discussão Paulista em Debate




As eleições de 2012, em Paulista, serão um das mais acirradas, embora eleições polarizadas naquela cidade sejam bastante freqüentes. Nas últimas eleições, por exemplo, o então candidato à reeleição, Ives Ribeiro, ganhou por uma diferença de apenas 800 votos de Antonio Speck, que já foi escalado pelo PTB para voltar à cidade. Paulista é uma cidade onde as eleições conseguem mobilizar bastante a população, embora, num contexto geral, o debate sobre a cidade ainda seja muito incipiente, indicativo, não raro, de muita manipulação por parte dos próprios políticos. Esse fato é bastante lamentável. Um bom exemplo disso é que, até recentemente, surgiram alguns grupos no Facebook sobre a cidade, mas, quando se espreme o suco, logo se observa que eles estão orientados não sobre o debate dos problemas da cidade e possíveis soluções, mas sim, ancorado em disputas políticas de grupos e, pior, candidaturas. É no sentido de, efetivamente, debater a cidade, que ontem lançamos no Facebook o Grupo de Discussão Paulista em Debate. Participem. Vamos debater os problemas de mobilidade, da preservação do seu patrimônio histórico, do seu potencial turístico ainda pouco explorado, da preservação de suas reservas de Mata Atlântica, do avanço do mar em sua orla etc. Ajudem a divulgar o grupo, convidem os amigos a participarem. Enviem suas contribuições.

Unidade do Partido dos Trabalhadores? Que unidade, Humberto Costa?



Ontem publicamos um artigo aqui no Blog do Jolugue onde falávamos sobre o processo de “oligarquização” do Partido dos Trabalhadores, cuja luta fratricida entre a sua “aristocracia partidária” é um dos exemplos mais evidentes. Certamente o senador Humberto Costa não estava entre nossos leitores, posto que, logo em seguida, por ocasião da formalização da adesão de João Paulo à pré-candidatura de Maurício Rands, voltou a falar na unidade do partido. Que unidade, senador? O que houve aí foi uma aliança tática entre dois grupos, que brigam na agremiação, para derrotar um terceiro grupo, o do prefeito João da Costa. Se tudo der certo, a lua de mel entre esses dois grupos durará a até o momento em que Rands assumir o Palácio Antonio Farias. Se der zebra, deu a bexiga, senador. O matuto “enfezado” é um perigo.  

quinta-feira, 19 de abril de 2012

CPI do Cachoeira é aprovada. Tremei, República!



Outro dia comentávamos aqui no Blog do Jolugue que o empresário Carlinhos Cachoeira tinha o hábito de gravar e documentar todas as suas conversas. Até brincamos que, para conversar com Cachoeira, somente de cueca, numa piscina, com água até a cintura, sem segurança por perto. Suspeita-se que o disco rígido com todas as transações do bicheiro esteja nas mãos de seu contador, no exterior, em segurança. Ele foi o único não detido na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. As informações retidas por Cachoeira preocupam muito gente graúda da República, independentemente de vinculação partidária, como mostra as primeiras conexões, envolvendo o Governo do Distrito Federal. Lula, que já foi um grande entusiasta desta CPI – uma vez que imaginava que ela circunscreve apenas seus desafetos, Perillo e Demóstenes – esboçou uma certa preocupação em encontro recente com caciques do PMDB. A Construtora Delta, por exemplo, atolado até o pescoço em denúncias, é a principal tocadora de obras do PAC. É aquela velha história: uma vez iniciada, só Deus sabe onde uma CPI desta natureza poderá parar. Uma leitora nos perguntou, pela rede, os motivos da desavença entre Lula e o governador de Goiás, Marconi Perillo. É que Perillo, cara leitora, durante a crise do mensalão, veiculou pela imprensa, reiteradas vezes, que avisou Lula sobre o escândalo.

Júnior Matuto é o candidato do PSB na cidade das chaminés e dos eucaliptos.



Em Paulista, o PSB, com a presença de Sileno Guedes e do atual prefeito, Ives Ribeiro, um arraesista de carteirinha, homologou o nome de Júnior Matuto como pré-candidato a prefeito da cidade das chaminés e dos eucaliptos. Até recentemente, as chaminés foram preservadas, através de seu reconhecimento como patrimônio histórico. Quanto aos eucaliptos, infelizmente, talvez tenhamos que mudar esse aposto, em razão do crescente processo de urbanização, que comprometeu muito das áreas de matas daquela cidade. Os fatos mais graves hoje ocorrem na Mata do Frio, onde, além do desmatamento, há a degradação ambiental com a formação de lixões, exaustivamente denunciados pelo editor do Blog do Jolugue e por moradores da cidade. Menino de vila operária, curti muito aquelas matas na infância, tomando banho de açude e jogando bola nos seus campos de várzea. Havia até uma lenda sobre vozes que eram ouvidas numa frondosa jaqueira existente no entroncamento onde hoje funciona a Secretária de Finanças da Prefeitura do Paulista. Como diria os advogados, diante do exposto, vamos criar um grupo de discussão para o debate de nossa cidade, independentemente de conotação política. Todos os paulistenses estão convidados a contribuírem. Procurem no Facebook o Grupo de Discussão Paulista em Debate, associem-se ao grupo e vamos debater uma agenda de governo para o próximo gestor.  
Crédito da foto: José Carlos Alves.

Sileno Guedes reafirmna disposição de colocar Antonio Dourado na disputa da Prefeitura de Garanhuns.



O presidente do PSB no Estado, Sileno Guedes, vem cumprindo rigorosamente a estratégia traçada pelo Palácio do Campo das Princesas em relação ao partido. Outro dia, pelas redes sociais, tomamos conhecimento de que ele foi incisivo quanto a decisão de manter a candidatura de Antonio Dourado, em Garanhuns, apesar da resistência esboçada por setores do próprio PSB. Todos sabem da forma atabalhoada em que foi lançado o nome de Antonio Dourado e suas conseqüências. Para completar o enredo do filme de terror, até vídeos foram divulgados, onde Antonio Dourado cometia alguns “sincericídios”, envolvendo até mesmo Eduardo Campos. Há pouco tempo, o governador o procurou e, apesar das restrições ao seu nome, endossou o apoio à sua candidatura, nas eleições de 2012, concorrendo à Prefeitura da terrinha da garoa. Há alguns grupos de discussão nas redes sociais – o Viva Mais Garanhuns é um deles – onde os debates sobre os problemas da cidade são intensos, e o prestígio de Antonio Dourado está mais baixo do que poleiro de pato. Outro dia, entrando nesse grupo, comentei que o prestígio do governador é muito grande na cidade, não se sabe se o suficiente para reverter esse quadro, momentaneamente desfavorável a o ex-prefeito de Lajedo. Há de se entender, entretanto, que esses grupos são formados a partir de pessoas que advogam idéias convergentes. Neste caso em particular, os membros mais ativos do grupo não escondem sua preferência pelo candidato do PTB, deputado estadual Izaías Régis. Em outubro, o clima deve esquentar na terrinha da garoa.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Maurício Rands estabelece suas diferenças com João da Costa.



A elite brasileira, ainda reflexo da colonização, adoram enviar seus filhos para a Europa ou para os Estados Unidos. O secretário de Governo, Maurício Rands parece se enquadrar nesse perfil, tendo realizado alguns estudos de pós-graduação em universidades americanas. O propósito, entre outros, é o de “envernizar” o caboclo, diferenciando-o, dentro de um imaginário social bastante típico de países com as nossas características. Em entrevista recente, Rands falou sobre uma possível plataforma que deverá utilizar na pré-campanha das prévias, demarcando o seu espaço em relação a João da Costa e à sua gestão. Um dos aspectos a serem trabalhados é o de trazer o êxito da gestão da máquina estadual para o município do Recife, para que a cidade possa acompanhar o ritmo de crescimento do Estado. Esse discurso ficaria melhor sendo pronunciado por um ator do PSB. Sugere, igualmente, que o prefeito é lento na tomada de decisões e bastante centralizador, travando a máquina, uma tecla em que ele já bateu por ocasião do anúncio de sua pré-candidatura. Um outro aspecto elencado por Maurício Rands é a sua capacidade de articulação em Brasília, onde conhece ministros, deputados, gestores públicos que poderiam facilitar a administração da cidade. Esse último perfil foi bastante enfatizado pelo governador Eduardo Campos quando o escolheu para Secretário de Governo, possivelmente, já preparando-o para o embate do Recife.

Armando vota a favor de US$ 100 m para PRORURAL em Pernambuco


Foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta quarta-feira, 18, a liberação de financiamento no valor de até 100 milhões de dólares ao Estado de Pernambuco por meio de contrato com o Banco Mundial.
O projeto vai à votação, nesta tarde, no plenário do Senado Federal. Membro da CAE, o senador Armando Monteiro votou favorável ao empréstimo, que será aplicado na terceira fase do “Projeto Pernambuco Rural Sustentável”, conhecido como PRORURAL III.
Ao conceder seu voto, Armando Monteiro afirmou:
“Tenho a satisfação de cumprimentar o secretário José Patriota, competente secretário da equipe do governador Eduardo Campos, através de quem cumprimento o governador por mais essa iniciativa. O que demonstra que o governo de Pernambuco é proativo, revelando sua capacidade de articulação, inclusive externa, para mobilizar fontes de recursos ampliando, portanto, a capacidade de investimento do Estado. O PRORURAL nos parece especialmente pertinente, na medida em que ele se volta para o setor rural no semi-árido nordestino, que precisa efetivamente de uma ação estruturante para a recomposição da atividade produtiva nessas áreas.
Por isto, o programa focaliza de modo especial as atividades ligadas ao associativismo, à infraestrutura, a oferta d’água e a outras condições minimamente necessárias para relançar a produção nessas áreas, já que nós reconhecemos que não há como reiniciar tais atividades senão em bases competitivas. Do contrário, o programa teria um viés paternalista e esse não é o foco do PRORURAL, que tem como objetivo fomentar, criar uma ação estruturante, dando condições para que o produtor rural possa se articular com os mercados e desenvolver uma atividade sustentável”, destacou.
Crédito da foto: André Oliveira/divulgação 
Assessoria de imprensa  

terça-feira, 17 de abril de 2012

Movimento dos Trabalhadores sem Terra relembram o massacre de Eldorado dos Carajás.



Hoje completa-se 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, uma ação da Polícia Militar do Pará, num acampamento de sem terra, que vitimou 21 trabalhadores rurais que estavam obstruindo uma estrada, em protesto. Em nossa dissertação de mestrado fazemos referência ao episódio, arredondando o número de mortos para 22, um equívoco observado por atentos examinadores. O caso ganharia notoriedade não apenas pelo massacre em si, mas pela série de equívocos políticos e jurídicos que o envolve. a) Numa exploração política infeliz, FHC decretou o dia 17 de abril como o dia da Reforma Agrária; b) Os 115 policiais envolvidos na operação foram indiciados, quando a legislação brasileira não permite indiciamentos coletivos; c) Foi decretada a prisão domiciliar do comandante da Polícia Militar, mas logo em seguida sua prisão foi relaxada; d) Há indícios de que o dono da Fazenda Macaxeira tenha subornado os policiais, inclusive o comandante militar; e)Rigorosamente, ninguém foi punido pelo massacre.  O Movimento dos Trabalahdores Sem Terra, MST – organizou manifestações em todo o país para marcar essa data, uma referência importante na luta pela reforma agrária no país. O Blog do Jolugue se solidariza com as manifestações do MST e com os familiares das vítimas daquele massacre.

Depois de ouvir os "astros", João Paulo resolve apoiar Maurício Rands.



Depois de um longo périplo, onde teria consultado os “astros”, o deputado federal, João Paulo, finalmente, decidiu apoiar o nome do Secretário de Governo, Maurício Rands, como pré-candidato do PT às eleições municipais de 2012. Conforme comentamos com bastante antecedência – o leitor do Blog do Jolugue sabe das coisas antes dos outros – a posição de João Paulo já era esperada. O entusiasmo de pessoas ligadas ao deputado com o anúncio da pré-candidatura de Rands tornou-se uma evidência insofismável de qual seria o seu rumo. Depois desses sinais evidentes, as circunstâncias políticas fecharam o cerco. Não desejava arriscar-se a lançar uma candidatura para disputar as prévias, onde poderia ter alguma chance, mas, certamente ampliaria o fosso já existente entre ele e os seus adversários na agremiação. Neste caso, não restava outra opção ao petista que  não o apoio a Maurício Rands, mesmo sabendo que esta pré-candidatura conta o aval de seu maior inimigo no PT, o senador Humberto Costa. Circunstancialmente, deverão unir esforços para viabilizar o nome de Rands. Mas, ainda circunstancialmente, logo deverão estar medindo forças na agremiação, em razão dos projetos em comum, trilhados numa mesma arena política. O horizonte de ambos é o Palácio do Campo das Princesas. Não se sabe muito bem o que conversaram João Paulo e o governador Eduardo Campos. É quase certo, no entanto, que nenhum petista contará com seu aval para assumir o Governo do Estado.  

Armando fala sobre Plano Brasil maior na TV Senado






Assista aqui: http://migre.me/8IsHO
 
No Programa Cidadania, exibido pela TV Senado ontem (Segunda-feira, 16), os senadores Armando Monteiro (PTB-PE) e José Pimentel (PT-CE) elogiaram as medidas contidas no Plano Brasil Maior, do Governo Federal, que têm por objetivo reverter o processo de desindustrialização no Brasil.
Para Armando, as medidas tocam pontos importantes, como a ampliação da desoneração da folha de pagamento para alguns segmentos. “É uma medida concreta que vai resultar numa redução de custos para setores empregadores por excelência, que quando deixam de ter uma tributação sobre a folha, ainda que compensada por tributação sobre o faturamento, têm na realidade um ganho de competitividade”, afirma.
Crédito da foto: André Oliveira/divulgação
Assessoria de imprensa

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PTB na TV: Armando Monteiro destaca apoio às vítimas do crack

 
Senador ressalta papel do partido no governo Eduardo Campos e fala sobre destinação de maior emenda parlamentar do Congresso Nacional para o combate ao crack

Veja os vídeos:

1) LUTA CONTRA O CRACK: http://youtu.be/RMCpqUIoaog
2) CARTEIRA DE HABILITAÇÃO POPULAR: http://youtu.be/tJTfvl0CBBs
3) MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: http://youtu.be/CSuhhns7qE4
4) QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: http://youtu.be/mZwmnmSTKdo

O PTB de Pernambuco veicula suas inserções partidárias a partir desta segunda-feira, 16 de abril. Os temas centrais dos comerciais de TV e spots de rádio são as oportunidades de emprego que estão surgindo em Pernambuco, a qualificação profissional e o fortalecimento das micro e pequenas empresas, além do apoio às vítimas do crack por meio de emenda do senador Armando Monteiro, que destinou a totalidade dos recursos da emenda de bancada, R$ 31 milhões, ao programa Atitude, que é vinculado ao Pacto pela Vida e destinado à atenção às vítimas do crack e outras drogas.
Sempre em horário nobre, entre as 19h30 e 22h, o PTB terá direito a 40 inserções em todas as emissoras de rádio e TV do Estado. Elas serão divididas em quatro dias, com 10 inserções diárias. Os dias do PTB são 16 de abril e 4, 9 e 11 de maio.
Para ocupar o espaço, foram produzidos no início da semana passada quatro comerciais de TV e rádio que serão veiculados de forma alternada nos quatro dias. Em um deles, o senador Armando Monteiro, presidente estadual do PTB e protagonistas de todas as peças, fala sobre o combate ao crack: “O Senado não pode ficar fora do combate ao crack. Por isso, aprovou emenda de nossa autoria, que destina o maior volume de recursos do Brasil para assistência às vítimas da droga. São R$ 31 milhões que serão aplicados em Pernambuco, nas ações do Pacto pela Vida”.
Todas as peças reforçam também algumas das contribuições que o PTB tem dado ao governo Eduardo Campos em Pernambuco. “No governo Eduardo Campos, realizamos na Secretaria de Trabalho o maior programa de qualificação profissional da nossa história. Só este ano, mais de 60 mil pessoas estão sendo preparadas para o emprego. Com isso, capacitamos os pernambucanos para as oportunidades que estão surgindo”, afirma Armando Monteiro em um dos comerciais.

Assessoria de imprensa.

Médica que atendeu Marcelo Dino será indiciada por homicídio culposo.



O presidente da EMBRATUR, Flávio Dino, declarou-se aliviado e com a consciência tranquila depois que soube do indiciamento da médica que atendeu o seu filho, Marcelo Dino, num hospital em Brasília. Conforme externamos aqui no Blog do Jolugue, o socorro ao filho de Flávio foi marcado por uma série de transtornos no que concerne ao atendimento, procedimentos, administração de medicamentos  e equipamentos utilizados. Os dados levantados pelo Polícia Civil diagnosticaram aquilo que se tornou evidente desde o início, ou seja, caso tantos equívocos não houvessem sido cometidos, Marcelo ainda estaria entre nós. Durante esse período, Flávio Dino passou a receber mensagens ameaçadoras pelo seu microblog Twitter, mas não arrefeceu o ânimo.


O economista Márcio Pochmann é candidato a prefeito de Campinas, nas eleições de 2012




Em Campinas, o PT homologou o nome do economista Márcio Pochmann como candidato a prefeito nas eleições de 2012. Márcio integra a turma dos “menudos” de Lula, ou seja, um seleto grupo de políticos de "cara nova", a exemplo de Fernando Haddad, que deverão, a partir da capital e cidades paulistas importantes, manter o fôlego político do PT pelos próximos anos, de preferência com a sua volta à presidência da República. O pleito de Campinas, deste ano, promete ser um dos mais acirrados, entre duas forças políticos que passarão a  lutar espaço por espaço nas próximas eleições: PSB e PT. O PSB já deciciu que o candidato do partido será Jonas Donizetti, que deverá ter o apoio do PSDB, consoante acordos firmados entre Eduardo Campos e o governador Geraldo Alckmin. Não é à toa que comentávamos em uma de nossas postagens que o governador Eduardo Campos, sintomaticamente, naquela praça, vive uma escolha de Sofia quando se pensa sobre o engajamento do partido na campanha de Haddad.

Márcio Lacerda terá o apoio do PT em 2012.


 
Em Belo Horizonte, o PT tomou a decisão de apoiar o atual prefeito da cidade, Márcio Lacerda, do PSB, que será candidato à reeleição. A decisão de apoiar um candidato, cuja composição de forças está alinhavada com o PSDB, não foi nada fácil e é quase certo que deixará sequelas na agremiação. O PT deverá sair desintegrado para as próximas eleições de 2012, como já admite alguns caciques da legenda. Em todo caso, o apoio a Márcio Lacerda representa uma decisão importante no que concerne às costuras políticas entre o PSB e o PT, objetivando as eleições paulistas, onde o candidato Fernando Haddad tenta, a todo custo, o apoio do partido do governador Eduardo Campos. Em entrevista recente, Lula teria afirmado que o apoio do PSB é fundamentalmente estratégico para os planos de Haddad.

domingo, 15 de abril de 2012

Alckmin avisa à cúpula do PSDB que está fora da disputa em 2014.

Após circunscrever as ambições políticas de José Serra à cidade de São Paulo, o PSDB decidiu certificar-se de que não haveria nenhum outro estorvo doméstico ao projeto Aécio Neves-2014.
Organizou-se um almoço no apartamento de Fernando Henrique Cardoso, no bairro paulistano de Higienópolis. Durante o repasto, o presidenciável Aécio dirigiu-se diretamente a Geraldo Alckmin.
Aécio disse que todo governador de São Paulo é candidato natural ao Planalto. E se dispôs a abdicar de suas pretensões caso Alckmin tivesse a intenção de pleitear, “legitimamente”, seu lugar na fila do PSDB.
Em resposta, Alckmin declarou que não lhe passa pela cabeça repetir em 2014 o papel que desempenhou em 2006, quando foi às urnas contra Lula. Em timbre peremptório, assegurou que planeja disputar a reeleição ao governo paulista.
Alckmin estimulou Aécio a alçar voo. Mais que isso. Comprometeu-se a suar a camisa por ele em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. Em arremate, Aécio afirmou que, sendo assim, sentia-se à vontade para tocar seu projeto.
A conversa ocorreu há coisa de um mês. Além do anfitrião FHC, testemunharam o compromisso de Alckmin outros dois personagens: o deputado Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB federal, e o ex-senador Tasso Jereissati.
Ficou entendido que, livre do contraponto de Serra, avalizado por Alckmin e apoiado por FHC, o mineiro Aécio foi como que formalizado como o primeiro da fila do tucanato, deslocando pela primeira vez o eixo do PSDB de São Paulo para Minas.

Desde então, Aécio se move com maior desenvoltura. Em privado, diz que o partido, notabilizado pelas divisões internas, vive uma fase de rara tranquilidade. No momento, dedica-se a duas tarefas.
Numa frente, administra as ansiedades. Um pedaço da legenda gostaria que levasse sua cara de presidenciável à vitrine imediatamente. Ele discorda. Acha que pode elevar a taxa de exposição sem oferecer o semblante de candidato a tapas.
Costuma citar uma frase que atribui ao ex-governador mineiro Hélio Garcia: “Candidato não pode ter pára-choque grande”. Quer dizer: colocar o carro na pista antes da hora é coisa que não pretende fazer.
Noutra frente, Aécio calibra o discurso oposicionista, apimentando-o. E se equipa para tentar evitar que sua unção venha a se tornar, como é praxe no PSDB, uma decisão de cúpula. Quer envolver no processo a dita “militância”.
Conforme já noticiado aqui, Aécio deseja submeter-se a um modelo de prévias assemelhado às primárias dos EUA. Nesse modelo, ainda que seja o único postulante, seria convertido em candidato oficial do PSDB numa grande votação que ocorreria em dezembro de 2013.
Na cabeça de Aécio, avizinha-se o seguinte cenário: Lula não será candidato. O PT irá mesmo de Dilma Rousseff. A economia tende a desandar. Parte do transatlântico partidário do governo buscará alternativas. Imagina-se em condições de amealhar novas parcerias. Resta agora rezar e combinar com os russos.

Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

sábado, 14 de abril de 2012

Relator do Conselho de Ética admite hipótese de requerer acareação de Demóstenes e Cachoeira.



Guindado por sorteio à condição de relator do Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa (PT-PE) estima que “dentro de cerca de 30 dias haverá uma decisão” do colegiado “sobre a abertura ou não do processo de cassação do mandato do colega Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).
Humberto concedeu uma entrevista ao blog na noite passada. Cauteloso, preocupou-se em dizer que ainda não formou um juízo sobre o caso. Informou, porém, que, na eventualidade de ser inaugurado o processo por quebra de decoro parlamentar, o conselho pode realizar “diligências, oitivas e acareações”.
Perguntou-se ao senador se cogita promover uma acareação de Demóstenes com o contraventor Carlinhos Cachoeira. E Humberto: “Se for necessário, mais para a frente, não terei nenhuma dificuldade de pedir.” Explicou que Cachoeira pode ser convocado ou os senadores podem ir ao encontro dele, na prisão.
Disse que as deliberações do Conselho de Ética não estão condicionadas à CPI que o Congresso está prestes a instalar nem ao inquérito que corre contra Demóstenes no STF. “O julgamento do Conselho é eminentemente político. Existe uma definição do que é quebra do decoro parlamentar. É algo bastante abrangente.”
Exemplificou: “Às vezes nem precisa de prova material. Por exemplo: mentir representa uma das possibilidades de quebra do decoro. Uma declaração que eventualmente tenha sido feita e que, posteriormente, verificou-se que não era verdadeira pode ser entendida como quebra de decoro.”
Admitiu que, nesse contexto, “ganha realce” o discurso que Demóstenes proferiu na tribuna do Senado em 6 de março, quando seu nome começou a frequentar as manchetes ao lado de Cachoeira. O repórter reviu o pronunciamento (disponível em vídeo lá no radapé).
A alturas tantas, Demóstenes declarou: “O contato pessoal, ainda que frequente, não significa participação pessoal em seus afazeres ocultos. […] Apesar dos relacionamentos de amizade, nunca tive negócios com o sr. Carlos Cachoeira.” Grampos telefônicos divulgados posteriormente revelaram que o senador, em verdade, colocara seu prestígio e seu mandato a serviço de Cachoeira.
Mais adiante, Demóstenes afirmou: “As ligações telefônicas apontam para conversas triviais e tiveram sua frequência ampliada num período em que eu e minha mulher interferimos numa questão pessoal da amiga dela, esposa de Carlos Cachoeira.” As escutas da PF evidenciaram que os diálogos nem eram triviais nem se limitaram às questões familiares.
Demóstenes admitiu ter recebido “um fogão e uma geladeira ofertados pelo casal de amigos”. Presente de casamento, disse ele. “A boa educação recomenda não perguntar o preço de um presente [cerca de R$ 30 mil], muito menos recusá-lo.” De novo, os grampos desdisseram o orador. Num deles Demóstenes pede a Cachoeira que pague uma fatura de táxi aéreo. Coisa de R$ 3 mil.
De resto, Demóstenes declarou coisas assim: “Podem grampear à vontade, não vão encontrar nada.” Não achariam, disse ele, porque não havia o que encontrar. Posteriormente, o senador admitiu que usou um aparelho Nextel cedido por Cachoeira. Equipamento habilitado em Miami, que se imaginava ser imune a grampeamentos. Não era.
Embora Humberto Costa se esquive de entrar em detalhes, parece evidente que é dessa matéria prima que será feito o miolo do relatório preliminar que irá submeter à apreciação dos membros do Conselho de Ética. Vai abaixo a entrevista do senador, que carrega no currículo os títulos de médico e jornalista:
- A decisão do Conselho de Ética depende da CPI ou do inquérito do STF? As decisões do Conselho podem ser tomadas independentemente do que venha a acontecer na CPI ou no Supremo. O julgamento do Conselho de Ética é eminentemente político. Existe uma definição do que é quebra do decoro parlamentar. É algo bastante abrangente. Às vezes nem precisa de prova material. Por exemplo: mentir representa uma das possibilidades de quebra do decoro. Uma declaração que eventualmente tenha sido feita e que, posteriormente, verificou-se que não era verdadeira pode ser entendida como quebra de decoro.
- Ganha realce, então, o pronunciamento que o senador fez em plenário no dia 6 de março, não? Exatamente. Isso ganha realce. Declarações que foram feitas na imprensa, coisas que ele admitiu que aconteceram também ganham realce.
- Portanto, pode-se concluir que a decisão do conselho virá mais rapidamente do que as conclusões da CPI e do STF? Trabalharei nesse sentido. Há um desejo do próprio senador Demóstenes de que essa decisão aconteça logo.
- Quem determina o ritmo do conselho é o relator ou o regimento? Os procedimentos que estão fixados são os seguintes: desde quinta-feira (12), são contados os dez dias úteis para ele apresentar a defesa por escrito. Recebida a defesa, terei cinco dias úteis para apresentar um relatório preliminar. O senador Demóstenes terá, então, três dias úteis para fazer suas alegações finais. Encerrada essa fase, o conselho terá até cinco dias para se posicionar em relação ao parecer preliminar do relator. Se o parecer for pela abertura do processo, vai a voto no conselho. Se houver aceitação, aí é que vai começar o processo.
- Mas o processo já não começou? Estamos na fase preliminar. Não tenho como dizer, ainda, se meu parecer será ou não favorável à abertura de processo por quebra de decoro. Se eventualmente meu relatório for nessa linha e o Conselho aprovar, abre-se o processo. Nessa segunda fase, não há prazos definidos. Podem ser feitas diligências, oitivas e acareações. Só então eu farei o relatório final, para dizer se houve ou não quebra do decoro parlamentar. E o conselho terá de se posicionar sobre o conteúdo desse meu relatório final.
- Apenas para ficar bem claro: ao aceitar a representação do PSOL, o conselho já não abriu o processo? Funciona assim: ao admitir a representação do PSOL, o conselho iniciou uma fase semelhante à de um inquérito policial. Nesse estágio, nós vamos verificar se há ou não indícios de quebra de decoro parlamentar. Na hipótese de concluirmos que há indícios, o conselho terá de aprovar o relatório preliminar. Se isso vier a ocorrer, será como se o senador fosse indiciado. Passa-se, então à fase do processo por quebra de decoro. Começa uma fase semelhante à de uma instrução de processo judicial.
- Pode-se concluir, então, que a decisão do conselho sai em cerca de 30 dias? Considenrado-se os prazos –15 dias entre defesa e relatório preliminar, mais três para alegações finais e cinco para a deliberação do Conselho— podemos dizer que dentro de cerca de 30 dias haverá uma decisão do Conselho sobre a abertura ou não do processo de cassação. Se meu relatório preliminar for pela abertura do processo –e não tenho ainda condições de dizer que será— e se o conselho aprovar, teremos a possibilidade de realizar diligências, oitivas, acareações e etc. Só depois de concluídos todos os procedimentos é que será apresentado o relatório final. Se for pela recomendação de cassação, o conselho terá de se posicionar. Se for o caso, o processo vai ao plenário do Senado.
- Acha que pode ser necessário fazer uma acareação entre Demóstenes e Cachoeira? Não posso dizer ainda. Se for necessário, mais para a frente, não terei nenhuma dificuldade de pedir. Nessa etapa atual, não cabe.
- Mais adiante pode ser que ocorra? Pode.
- O Conselho de Ética tem poderes para convocar Cachoeira? Pode convocar ou ir até o local onde ele se encontra preso. Isso pode ser feito, se acharmos que é necessário.

Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

"Projeto Nacional", artigo de Ciro Gomes, publicado na CartaCapital.

Projeto nacional

Vamos lá, pela contramão do pacto dominante em nosso país: não consigo imaginar como uma simples bodega do interior do Semiárido, uma roça no Centro-Oeste, um banco da Avenida Paulista ou uma fábrica em Manaus possam ser administrados exitosamente sem um planejamento que estabeleça objetivos de curto a longo prazos, que identifique oportunidades e ameaças, que se permita avaliar e confirmar, ou mudar rumos, que reconheça cenários externos influentes, enfim.
Sem planejamento, de forma moderna, é improvável o êxito ou mesmo a sobrevivência de qualquer empreendimento.
A presidenta Dilma Rousseff se reúne com ministros e empresários para discutir uma agenda positiva. Foto: Agência Brasil

Vai me desculpar o paciente leitor pela repetição desta obviedade… Mas é que muitos andam a pensar entre nós que um país do nosso tamanho, complexidade e potencial, pode ser administrado, digamos assim, da mão para boca.
Entre os conservadores, o fatalismo reacionário: qualquer intromissão do Estado na economia trata-se de impertinência jurássica, porque creem (creem mesmo?) no espontaneísmo individualista das forças do mercado como solitariamente eficazes para dar conta de nosso desejável desenvolvimento.
Entre os decaídos do pensamento progressista, os tempos são de realismo, pragmatismo, da realização do possível. Mas em grande parte são também de fisiologia, carros pretos, cartões corporativos e deslumbramento. E da revelação de uma brutal falta de imaginação, fora dos slogans que denunciavam o status quo e/ou faziam da bajulação corporativista ou do moralismo as ideias-força de sua respeitável militância.
Precisamos inadiavelmente debater um projeto nacional. Precisamos também mobilizar a inteligência brasileira que é enorme, mas dispersa entre empreendedores, acadêmicos, políticos, artistas, sindicalistas, movimento comunitário, ambientalistas, no meio do nosso povo, enfim.
Esta é a tarefa mais relevante para a política hoje em nosso país. O momento é riquíssimo: a crise internacional de 2008 e seus desdobramentos atuais desmoralizaram a ideologia turbocapitalista, com seus desdobramentos criminosos nas finanças internacionais desreguladas.
Só escaparam dessa crise os países que têm instituições rebeldes ao falso consenso um dia dito de Washington. Como o Brasil é um deles, também agora para nós é a hora de – com a segurança de que não retroagiremos – discutirmos generosamente o nosso futuro!
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Pensar (livremente) o Brasil
Na minha mente, três grandes blocos de tarefas precisam ser desenvolvidos: elevação de nossa taxa interna de investimento; estabelecimento de uma coordenação estratégica formal entre empreendedores nacionais ou aqui localizados, governo e pensamento acadêmico; e, um decisivo, explícito e profundo investimento em gente!
Se observarmos a história da humanidade ou sua geografia atual, essas três premissas estão por trás de TODAS as experiências civilizatórias de êxito.
Pouco importam a variedade institucional, as línguas, tradições religiosas, traumas históricos. Será sempre possível observar a existência dessas três condições básicas como explicação do sucesso dos países que as possuem. Ou o fracasso, crônico ou agudo, daqueles países que não resolveram uma ou mais de uma destas precondições.
A notícia desafiadora, para não falar ameaçadora, é que o Brasil não vai bem em nenhuma das três.
Quando terminou o período de Fernando Henrique, a formação bruta de capital do Brasil estava em críticos 13% do PIB. Este é o nome que os entendidos dão ao porcentual destinado ao investimento entre toda a riqueza produzida anualmente, ou seja, ao progresso, à realização de coisas que promovam o desenvolvimento futuro.
Com Lula e Dilma essa taxa oscilou positivamente mas nunca passou de 19% . Deve andar agora em patamar não muito longe dos 17%. É pouco, muito pouco! Vejam-se os casos chinês ou sul-coreano: ao redor de 50% dos respectivos PIB, ou até mais! Na Europa a tradição é de porcentuais próximo de um terço do PIB. Não por acaso, Alemanha, Inglaterra e França são os maiores, sempre.
É bom, por decência intelectual, registrar uma exceção: os Estados Unidos da América têm uma tradição de baixíssima taxa doméstica de poupança, especialmente no pós-guerra. E, ainda assim, deles não se pode dizer que não experimentaram o êxito civilizatório, a despeito de tantas contradições.
Mas, na verdade, essa exceção apenas confirma a regra: para eles, e somente para eles por enquanto, esta questão é excepcionalmente resolvida pelo fato de deterem o padrão internacional de trocas e de reserva de valor, o dólar. Se alguém duvidar de que essa é uma gigantesca encrenca, imagine (impossível por agora) a China retirar seus mais de 1 trilhão de dólares de reservas dos títulos americanos e hospedá-los, por exemplo, no euro. Entre os norte-americanos lúcidos, a excessiva dependência externa para financiar seus déficits, já é a sua principal preocupação!
Pois bem, ao contrário do que imaginam os toscos neoliberais, a taxa de investimento doméstico de um país não é consequência fatalista do acaso, mas sim e sempre, consequência de arranjos institucionais que a política, a danada da política, e somente ela, faz ou deixa de fazer. Faz benfeito ou faz porcamente, como é o nosso caso.
Nos próximos textos tentarei demonstrar como os arranjos institucionais relativos ao modelo previdenciário, ao modelo tributário, ao modo como se organiza o mercado de capitais, à taxa de investimento público e como se arranja o mercado de créditos, poderiam alavancar a taxa brasileira de investimento até números que nos assegurassem sustentabilidade no crescimento a taxas altas.
Seguirão textos sobre as duas outras premissas desenvolvimentistas.

Ciro Gomes, Carta Capital.

O caldinho de fava do Vale do Paraíso é a dica de gastronomia da semana.


Para os leitores que nos solicitaram a receita do caldinho de fava servido no Hotel Fazenda Vale do Paraíso, de Bananeiras-PB,  infelizmente, é segredo guardado. O melhor mesmo seria experimentá-lo neste São João, mas, só se houver alguma desistência, uma vez que o Hotel esgotou todas as suas reservas para o período. O caldinho de fava, é o paraíso na mesa, como afirmam os articulistas do www.gourmetidos.com.br. Acompanha o caldinho, um saboroso aperitivo preparado com uma cachaça de engenho – de preferência a Rainha, produzido no friozinho da região do Brejo Paraibano – acompanhada de mel e limão.  Uma delícia para esquentar aquele friozinho rigoroso. Pela manhã, um cuscuz com mel de engenho e queijo coalho assado, acompanhado de um cafezinho quente. pronto. Você está preparado para as aventuras rumo às deliciosas cachoeiras de Bananeiras e às matas preservadas do Engenho Goimunduba, onde é produzida a cachaça Rainha, aquela que Dilma deveria ter levado para Obama experimentar. 

Crédito da foto: www.gourmetidos.com.br