pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Crônicas do Cotidiano: João Pessoa curral de Natal?
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Crônicas do Cotidiano: João Pessoa curral de Natal?


Ainda tivemos o privilégio de conhecer e nos hospedar no Hotel Reis Magos, hoje um prédio em ruínas, localizado na praia dos Artistas, em Natal. Devido à sua importância arquitetônica e turística para a cidade, há até um movimento social em defesa de sua restauração. O hotel foi erguido em 1965, com um projeto arquitetônico moderno e arrojado, com financiamento americano, no bojo da famigerada Aliança para o Progresso. Independentemente dessas questões políticas, era um hotel de qualidade, bem planejando, com quartos amplos e utensílios de bom gosto, como aquelas camas com coxão de molas, que se traduzem num convite às luxúrias. 

A Praia dos Artistas era uma praia badalada - possivelmente a praia urbana mais badalada de Natal - frequentada por artistas plásticos, escritores, cantores, atores - daí o nome - assim como pela maioria de turistas que se dirigiam à capital do Rio Grande do Norte, em razão de sua fama e localização privilegiada, bem próxima da capital. Quando visitava a cidade, segundo dizem, Roberto Carlos costumava hospedar-se no Hotel Reis Magos. Depois da construção da Via Costeira, tudo mudou completamente. A Praia dos Artistas, apesar de preservar a mística do passado, entrou em decadência, o ambiente tornou-se inóspito, frequentado por usuários de drogas e prostitutas, afugentando os novos turistas, que elegeram como point a praia de Ponta Negra. 

Ponta Negra experimentou um grande pool de desenvolvimento, com a edificação de hotéis de luxo, pousadas, centro de convenções e grandes restaurantes, os melhores do Rio Grande do Norte, como o Mangai, Camarões, Farofa D'Água. Até recentemente, a praia passou por um processo de engorda que, segundo dizem, ficou muito bom, diferentemente do que ocorreu com o Balneário de Camboriú, em Santa Catarina. Mas os diletos leitores devem estar se perguntando, talvez mesmo antes de chegar a este ponto, porque estamos falando sobre a capital potiguar? 

Ora, leitores, porque recordar dessas viagens à capital potiguar nos deu água na boca, além das recordações de momentos felizes em família. Café da manhã com tapiocas, cuscuz recheados da melhor linguiça calabresa que já experimentamos na vida; farofa d'água com carneiro no restaurante do mesmo nome; os passeios de buggy pelas Dunas de Genipabu, com direito à travessa de balsa pelo Rio Ceará-Mirim; os espetinhos com carne de lagosta servidos nas paradas, acompanhados de coquetéis de frutas; as peixadas nos bares das lagoas locais, servidas com pirão, arroz e vinagrete. Aos finais de tarde, os passeios pela Av. Roberto Freire, com parada obrigatória no centro comercial onde é possível experimentar aqueles sorvetes artesanais únicos da Sorveteria Real de 14. 

Um outro motivo, caros leitores, certamente é em função de mais um desses discursos de improvisos infelizes, desta vez proferido pelo prefeito eleito para gerir os destinos da capital potiguar pelos próximos quatro anos. Paulinho Freire, afirmou, em seu discurso de posse, que transformaria a capital João Pessoa num curral de Natal.  Paulinho foi de uma infelicidade tremenda, o que acarretou protestos acalorados dos paraibanos pelas redes sociais. Embora hoje a tendência seja a de abolir os programas de checagens, não vamos reproduzir os desabafos por aqui. O leitor mesmo poderá fazer sua checagem nas redes sociais. 

Paulinho deve mesmo ter é inveja da condição que a capital dos paraibanos ostenta no turismo e na qualidade de vida mundial, apontada sempre como um dos destinos mais procurados, seja para aproveitar suas belezas ou mesmo para curtir uma vida tranquila na aposentadoria. Dizem até que com um custo de vida imbatível entre as capitais nacionais. Concluído o polo turístico do Cabo Branco, estamos diante da nova Miami brasileira, bem nordestina, nas barbas de Natal. É de matar de inveja mesmo. Fazer o que? 

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