No ano passado, por ocasião do aniversário dos 60 anos do golpe civil-militar de 1964, ocorreu uma grande celeuma em torno do assunto, pois a data ainda é referenciada por alguns segmentos da caserna, assim como repudiada por amplos segmentos sociais, notadamente os vinculados aos direitos humanos, historicamente identificados com o petismo. Vários atos oficiais de protestos estavam programados, mas foram interrompidos por uma determinação do Palácio do Planalto, com o objetivo de não acirrar os ânimos entre civis e militares.
Sobre o 08 de janeiro, o entendimento de amplos setores militares é que não teria ocorrido, necessariamente, uma tentativa de golpe, tampouco este ato isolado contou com o apoio das Forças Armadas. Como afirmou o próprio Ministro da Defesa, Múcio Monteiro, estamos tratando aqui de CPF e não de CNPJ. Em todo caso, diante de uma relação que, historicamente, nunca esteve completamente pacificada, convém cercar-se de todos os cuidados. Segundo fomos informados, Lula pretende que os comandantes militares estejam presentes no ato em defesa da democracia que está programado para o dia 08 de janeiro, em Brasília.
Até recentemente, o comandante da Marinha, almirante Garnier Santos, esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, saneando as indisposições geradas a partir de um vídeo divulgado por aquela Força, que deixou o presidente irritado. Múcio, como sempre, cumpriu o papel de pacificador ou apagador de incêndio, intermediando o encontro. Pelo sim, pelo não, ainda estamos tratando aqui de um assunto nevrálgico, que recomenda a prudência necessária. A presença dos ministros civis do Governo Lula3 já estaria de bom tamanho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário