Dizem que o fato é até relativamente comum, mas, em princípio, é a primeira vez que escuto falar sobre o assunto. Neste início de ano, um avião da Air France, que fazia o trajeto entre Paris e São Paulo, precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, em razão de um motivo inusitado: o entupimento da a latrina, produzido por um passageiro que havia acabado de usar o vaso sanitário da aeronave. Noutras épocas, com a censura da imprensa, o grande Stanislaw Ponte Preta fazia das tripas coração para encontrar um fato que merecesse uma de suas impagáveis crônicas, publicadas com regularidade pelo jornal Última Hora.
Hoje em dia, se o grande cronista carioca estivesse entre nós, não teria grandes dificuldades assim. No primeiro dia do ano, em plena comemoração do dia de ação de graça, surgiu um peixe cioba vendido pela valor de R$ 750 reais numa praia do estado da Paraíba. Quem desejasse pagar o preço, teria o acompanhamento de pirão, vinagrete e arroz. As autoridades municipais, neste final de semana, aproveitaram a ocasião para checar os valores praticados pelas barracas de praia, considerados abusivos.
Em São Paulo, uma vereadora não eleita resolveu retirar o vaso sanitário que ela usava em seu gabinete e levar para a sua residência, reestabelecendo as distinção adequada entre o público e a privada. Sobretudo os franceses usam uns termos técnicos, diplomáticos, urbanos para se referirem ao fato inusitado do incidente causado pelo passageiro amaldiçoado, que deve ter se empanturrado com as comidas francesas, não reunindo as condições de aguardar o desembarque. Quem ler os termos usados pode ficar com a impressão de que se tratou apenas de um problema técnico, que fugiu ao controle das autoridades de voo, coisas assim. Mas, em bom nordestinês, já que estamos no Ceará, tratou-se mesmo de um tolete enorme, desses que se recusam a descer às entranhas dos esgotos.
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