A economia não é uma ciência exata, o que abre margem para algumas situações que fogem ao controle das previsões dos economistas. Na nossa época de estudantes, por exemplo, fala-se muito numa mão invisível do mercado. Ao longo dos anos, essa tal mão invisível tornou-se uma grande balela, pois seus reflexos na conjuntura econômica são bem visíveis mesmo. Basta um suspiro, uma declaração inoportuna durante uma entrevista para o dólar aumentar sua cotação no mercado. E, por falar em mercado, este ente anda muito preocupado com as medidas tomadas pelo Governo Lula em relação ao ajuste das contas públicas. O que está sendo proposto no momento está muito aquém das expectativas.
É este um dos grandes gargalos que o Governo Lula3 deverá enfrentar a partir de amanhã, depois do feriado de ações de graça. Não há mais tempo a perder. Lula terá dois anos para colocar as finanças públicas em ordem, conter o avanço da inflação, ajustar o passo com o mercado e com as entregas às suas bases históricas de sustentação, criando a marca ou identidade deste terceiro mandato, algo que ainda não foi feito. Do contrário não se reelege, tampouco o nome que o campo progressista indicar como seu sucessor. E olha que nem mencionamos aqui o nó górdio do imbróglio político, uma dor de cabeça desde o início do governo.
As Casas Legislativas estarão sob nova direção, mas isso não quer dizer muita coisa. Os nomes que ascenderam aos seus comandos já estão comprometidos até a medula com grupos oposicionistas, assim os que deixam o cargo estão articulando formação de federações políticas com partidos ligados ao bolsonarismo. Como se tudo isso não fosse o suficiente, o PT abriu uma dissidência com potencial de criar alguns embaraços daqui para frente, sobretudo porque essa dissidência representa os verdadeiros anseios da população que se identifica com a legenda e com o Governo, a chamada base histórica de sustentação.
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