pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolaço: O carnaval e a cadeia produtiva da cultura
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Tijolaço: O carnaval e a cadeia produtiva da cultura

 


A melhor coisa que acorreu a este editor durante a pandemia - além, claro, de não ter contraído o vírus - foi uma série de crônicas escritas, tratando desde assunto, com um fictício amigo cineasta brasileiro em Paris, que estava naquele França para reconstituir a trajetória do grande diretor e cinema Jean-Luc Godard, algo alusivo aos seus 90 anos. Precisei mergulhar nos livros, nos filmes do cineasta francês, nos documentários e alguns cursos sobre cinema, com o propósito de estabelecer este diálogo. Assustador para ele foi a descrição de uma Olinda deserta, vivendo sob o toque de recolher imposto pelo lockdown, sem as tapioqueiras da Sé, as mesas de bares expostas nos Quatro Cantos, os meninos e meninas fazendo a farra na pracinha do Carmo. Trauma maior ainda está por vir, com a proximdade dos festejos de Momo, com a interdição de tribos de todos os recantos do mundo subindo e descendo aquelas ladeiras, acompanhando os bonecos ou o batuque do Pitimbeiras, do Elefante, do Homem do Meia- Noite. Aliás, para ser bem sincero, se não fosse esse maldito vírus, os olindenses raízes já haviam caído nas fuzarcas das prévias, que, praticamente, emenda o carnaval de um ano ao outro, com ligeiros intervalos para curar-se das ressacas.  

Correta a  determinação do Governo do Estado em suspender os festejos de Carnaval deste ano. Trata-se de uma decisão inquestionavelmente acertada, que conta com nosso absoluto apoio, a despeito dos sofrimentos infringidos. Todas medidas preventivas para evitar a disseminação desse vírus serão bem-vindas para este editor, principalmente em razão do agravamento do problema, acrescido dessa cepa de variantes, com um grande potencial de contaminação, como, aliás, suspeita-se que já esteja ocorrendo em Manaus e outras capitais da região Norte do país.  Por mim, já teríamos adotado aqui as recomendações do médico Miguel Nicolelis, ou seja, um lockdown em todo o grande Recife. A questão diz respeito aos problemas daí decorrentes para a cadeia produtiva da cultura do Estado, especificamente àquela diretamente ligada ao evento do Carnaval. 

Está certo o Partido dos Trabalhadores em manisfestar essa preocupação e pedir que o Estado acene com algum tipo de proposta ou incentivo aos produtores culturais. A cadeia produtiva da cultura vem enfrentando problemas gigantescos este ano, como decorrência dos transtornos provocados pela pandemia . Teatro, música, cinema, literautura -mesmo dentro dos projetos aprovados pelo Funcultura, por exemplo - tiveram probelmas sérios com o cumprimento de prazos, com reformulações e adaptações de projetos a esta nova realidade, exigindo, do aparelho de Estado, um mínimo de sensibilidade para o problema, que, agora, se depara com mais um agravante: as consequências do cancelamento do Carnaval, principalmente para os produtores culturais. 

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