pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: fevereiro 2013
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Planalto amplia o torniquete político a Eduardo mimando os Ferreira Gomes


 
Vejo muita gente atuando como incendiário e poucos como bombeiros nessa crise que se instalou entre os irmãos Ferreira Gomes e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Cuidadoso com o verbo, sobretudo nesse momento crucial de uma possível definição de candidatura – para muitos já dada como certa – Eduardo se coloca no coletivo das afirmações do cearense, evitando individualizar o debate. Ele sabe, porém, quem Ciro o alvejou com suas afirmações. É ele mesmo o alvo. Para apimentar ainda mais a discussão, numa outra declaração mais recente, Ciro usou dois substantivos antigos, onde alfineta Eduardo: faltam ao governador pernambucano “projeto” e “estrada”, numa referência direta a Eduardo. Ciro critica, ainda, a atitude do governador, que se mantém na base governista – com dois ministérios – mas ensaia uma candidatura presidencial. Além da metralhadora giratória de Ciro – dizem que acionada pelo Planalto – o que tem preocupado os caciques do PSB são as manobras urdidas pelo casal presidencial com o objetivo de cindir o partido socialista. Não é de hoje que esse assunto é discutido. Recentemente Dilma recebeu o governador Cid Gomes e, comenta-se que Lula tem agendado uma conversa com Ciro Gomes, pretensamente com o objetivo de apoiar suas posições dentro do PSB, contrárias à candidatura de Eduardo Campos, ampliando ainda mais a cisão entre ambos. Lideranças do partido procuram minimizar a importância do cisma dos Ferreira Gomes para o PSB. São apenas dois votos na convenção da agremiação. Em última análise, eles poderiam até serem expulsos ou saírem da agremiação socialista, conforme já vem se esboçando. Essa oposição interna pode ser apontada como o primeiro reflexo negativo do lançamento da candidatura do pernambucano à Presidência da República. A presidente Dilma vem cobrindo de mimos os Ferreira Gomes. Há investimentos federais previstos, já prometeu presença em eventos importantes no Estado. A emenda 595 foi apenas um aperitivo. Beto Albuquerque(PSB-RS), líder do partido, é um dos mais ativos defensores do governador pernambucano. Faz ameças veladas aos que insistem em dividir a agremiação. Mesmo sabendo que seriam voto vencido numa convenção com o objetivo de homologar uma candidatura da legenda, os Ferreira Gomes clamam por mais democracia.A candidatura de Eduardo Campos ainda precisa ser decifrada. Lula andou cogitando em ceder a cabeça de chapa ao PMDB, em São Paulo, em troca de uma renúncia à vice na chapa de Dilma. O convite para ocupar a vaga seria feito a Eduardo Campos. Alguns afirmam que ele teria ficado chateado com a manobra e até decidido a insistir na candidatura. Outros advogam que, se Dilma formalizasse o convite, ele aceitaria na hora. Sua candidatura pode ser um blefe. Uma hipótese pouco provável. A única certeza é que foram criados todos os argumentos para a agudeza da crise entre os Ferreira Gomes e o neto do Dr. Miguel Arraes.