pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 10 de julho de 2012

Eduardo janta com Dilma e declara paz.

Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB federal, jantou com Dilma Rousseff na noite passada. Estreitaram a inimizade. O visitante deixou o Palácio da Alvorada declarando-se em “paz” com o PT, legenda contra a qual o seu PSB guerreia em três praças estratégicas: Recife, Fortaleza e Belo Horizonte.
Recostaram os cotovelos na mesa do jantar, além de Eduardo e Dilma, o governador cearense Cid Gomes (PSB) e um par de ministros do PT: Ideli Salvatti (Coordenação Política do Planalto) e Paulo Bernardo (Comunicações).
Deve-se a presença do paranaense Paulo Bernardo a uma outra batalha que os pacificados PSB e PT travam na cidade de Curitiba. Ali, o partido de Eduardo guerreia pela reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB), numa coligação que inclui o PSDB. E a legenda do ministro pega em lanças pelo candidato Gustavo Fruet (PDT), um ex-tucano que fez fama no antipetismo.
Para justiticar o lero-lero pacifista, Eduardo Campos declarou aos microfones que o aguardavam na saída do repasto: “Entendemos que a parceria nacional, para tocar em frente o Brasil, é maior do que as eleições municipais. Temos que saber conviver com essa diversidade no campo político. O povo é que vai se posicionar com o seu voto.”
Paulo Bernardo ecoou o adversário cordial: “Não podemos misturar eleição municipal com o contexto nacional.” No mais, o mandachuva do PSB cuidou de acarinhar Dilma: “Temos enorme simpatia pelo governo dela.”
Tomado de inaudita desconfiança, um dos repórteres perguntou a Eduardo se as frentes de batalha que distanciam o PSB do PT não seriam um prenúncio da antecipação do seu projeto presidencial de 2018 para 2014. “A base da democracia é o contraditório”, disse o governador.
Preocupou-se em acrescentar que “não existe campo político” para sua candidatura ao Planalto. Ficou subentendido que pode vir a existir. Perguntou-se também a Eduardo Campos o que acha da possibilidade de Lula emprestar o seu prestígio aos candidatos do PT. Algo que ele insinua que fará em Recife.
Eis a resposta: “O Lula está acima de qualquer partido, é uma referência do povo. A gente não pode transformar o Lula em instrumento de luta política.” Dito de outro modo: nas localidades em que mede forças com PSB, o PT pode tudo, menos utilizar o seu artefato atômico.
A paz não é senão um entreato. Vigora até o surgimento da próxima escaramuça. Se 2012 ensina alguma coisa é que o PSB está fadado a enfrentar o PT numa contenda nacional. Pode ser em 2018. Mas, tomado pelo ritmo militar, Eduardo Campos se equipa para aproveitar eventuais oportunidades que a conjuntura possa lhe oferecer nos próximos dois anos.
Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Eduardo tem encontro com a presidente Dilma Rousseff


Ontem, domingo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, concedeu uma longa entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Além de ser inquirido sobre o seu projeto presidencial – assunto que hoje domina a pauta dos principais veículos de comunicação do país – Eduardo precisou se pronunciar sobre um assunto que se tornou espinhoso: a relação do seu partido, o PSB, com o PT do presidente Lula. Matreiramente, agindo como um incendiário, José Dirceu vem plantando notinhas na imprensa, aumentando os níveis de combustão entre as duas legendas. A julgar pelo posicionamento de Eduardo e Ciro Gomes, ele será respondido na mesma altura de suas provocações. Num pronunciamento recente, Ciro Gomes denunciou o apetite incomensurável do partido dos trabalhadores, argumentando que eles só querem o “vem a nós”. Eduardo também não fez questão de ser diplomático quando se referiu ao assunto, assumindo que quem está criando problemas para Dilma Rousseff não é o PSB e sim o PT. Hoje, segunda, Eduardo tem um agendamento com a presidente, onde deverá tratar do assunto. Parece-nos que a tendência natural será mesmo o esgarçamento dessa relação, em razão, essencialmente, dos projetos distintos das duas legendas, embora se saiba que Dilma Rousseff não embarcará na proposta fratricida do PT paulista nem Eduardo Campos tenha resolvido comer o mingau quente pelo centro antes de "esfriá-lo".  

domingo, 8 de julho de 2012

Eduardo Campos: Acho que o PSB deve apoiar a reeleição de Dilma, quem causa problema é o PT".




Governador de Pernambuco e presidente do PSB federal, Eduardo Campos concedeu uma entrevista à repórter Natuza Nery. Disse achar que seu partido apoiará a reeleição de Dilma Rousseff em 2014, defendeu a “alternância de poder” e insinuou que seu voo presidencial será alçado apenas em 2018.
Visto pelo petismo como um quase-ex-aliado, Eduardo declara: “Para a reeleição de Dilma, o problema não somos nós.” Localiza o entrave no PT: “O próprio partido dela cria mais problema para ela do que o PSB.” Disponível aqui, a conversa vai reproduzida abaixo:
- Que crise é essa do PSB com o PT? Não damos dificuldades para o governo Dilma. Significa que nosso partido vai ser satélite do PT? Não é da nossa história, nem da nossa política.
- É essa a raiz da discórdia, não querer ser satélite do PT? O que tem Fortaleza a ver com Belo Horizonte? São Paulo a ver com Recife? O PSB agora virar inimigo oculto do PT chega a ser ridículo. Ser colocado como inimigo número um e a gente ver históricos adversários virarem amigos de sempre. Está errado.
- O senhor está falando de Paulo Maluf? Estou falando de muitos outros, não só do Maluf. Você vê em Curitiba: Gustavo Fruet [ex-tucano e ex-deputado de oposição] virar o melhor amigo do PT, e o PSB virar o inimigo? Nós não vamos fazer o jogo de alguns, que querem afastar de Dilma aqueles que têm mais identidade com o governo dela.
- O sr. está falando do ex-ministro José Dirceu? De todos. Se estiver nisso, falo dele também. A história que nos trouxe até aqui não deve colocar dúvida na cabeça do presidente Lula, nem na minha, nem na da presidente Dilma sobre a qualidade da relação que temos.
- Mas chegou perto, né? Ele chegou a ter essa dúvida… Vamos ter que ter paciência para esperar a história daqui pra frente. Quem viver 2014, verá. Porque eu já vi muita gente ser subserviente, agradável, solidária em meio de mandato e, quando bate a primeira crise, muda imediatamente de lado. Como nunca mudamos de lado, eu sei onde vou estar em 2014.
- Onde? Do lado que sempre estive. Acho que o PSB deve em 2014 apoiar Dilma para se reeleger presidente.
- O sr. não será candidato… E quem disse que eu seria?
- Seus correligionários…Toda vez que fui candidato, eu disse que era candidato. Ser candidato contra Dilma só porque eu quero ser? Ela está na Presidência e tem a prerrogativa da reeleição. Para a reeleição de Dilma, o problema não somos nós.
- Qual é o problema? O próprio partido dela [o PT] cria mais problema para ela do que o PSB. No sentido que vocês noticiam e no sentido de tentar tirar de perto dela quem pode ajudá-la.
- Se a economia erodir a popularidade da Dilma e Lula não for candidato, o sr. sai para a Presidência? Não trabalho com essa hipótese. Temos debates muito mais importantes do que [debater] quem será prefeito dessa ou daquela cidade. O que está em jogo é o ciclo de expansão econômica com inclusão social. O consumo ainda pode dar algum resultado, mas chegou a hora de fazermos um grande esforço para alavancar investimentos públicos e privados. Essa que é a pauta brasileira, não essa futrica.
- O PSB está avançando nos Estados, no Congresso. Vocês pedirão a vice do PT em 2014? Nunca fizemos isso. Agora mesmo, em São Paulo, o PT escolheu a [deputada Luiza] Erundina [do PSB, para vice do petista Fernando Haddad]. Lula buscou um quadro da minha geração, o Haddad. Se fôssemos o inimigo número um do PT, não teríamos sido os primeiros a apoiá-lo. Colocamos a vice que o PT entendia que era a que mais ajudava, a Erundina.
- Ela não ajudou muito… Quando ela saiu, liberamos Haddad para escolher o nome que quisesse. Foi isso que fizemos com largueza de coração.
- Com tanta frustração, o que o segura ao lado do PT? Não vou sair desse itinerário. Temos uma frente política construída há muitos anos, que ajudou o Brasil a melhorar. Claro que minha relação com o presidente Lula, que eu conheci ainda menino, a ajuda que ele me deu e a meu Estado eu prezo muito.
- O PT diz que o senhor é uma espécie de monstro criado por Lula, que o ajudou muito com recursos. Pago preço do ciúme que muitos têm. Mas Lula sabe também que conta conosco. Em 1989, [o avô de Campos, Miguel] Arraes era governador de Pernambuco, tendo voltado de 16 anos do exílio, e o PT gritava na porta do palácio: “Arraes, caduco, Pinochet de Pernambuco”. Mas isso não impediu meu avô de abraçar a primeira eleição de Lula, porque nós não fazemos política tendo como referência a guerra de espaço, de aparelhar, de ter uma garrafa a mais [no governo]. Nossa referência na política é o interesse do povo e do país.
- O PT aparelha? Não. Estou dizendo que somos diferentes, formas diferentes de pensar, ver o mundo. Você não pode imaginar que o Brasil deste tamanho vai ter um partido único, que vai ser dono da verdade, dono do poder, dos 5.000 municípios, dos 27 Estados, do Brasil, por um século. Você não pode imaginar que esse seja o projeto do povo brasileiro. É bom que tenha alternância de poder. É importante ter a perspectiva do contraditório.
- Em 2014 serão 12 anos de PT no poder. É muito? Acho que dá para ter 16. Eu só, não. A sociedade também está achando. Como o PSDB está em São Paulo há 16 anos.
- E está bom 16 anos de PSDB em São Paulo? O povo achou que sim.
- Dá para ter 20 anos de PT? Vinte? Há um ciclo que vai se abrir no Brasil depois de 2014. É um ciclo até geracional, tanto na oposição quanto no campo do governo. Agora, atropelar isso em nome de projeto pessoal não é uma coisa correta. Dilma está presidente da República sem nunca ter pedido para ser candidata.
- A base aliada reclama de Dilma. O senhor faz algum reparo ao estilo dela? Ela tem a base muito ampla. Acho que não há dificuldade insuperável. Vamos ajudá-la a proteger o Brasil da crise. Não podemos permitir que joguem a presidente nesse debate da eleição municipal.
- Mas ela entrou na articulação de Belo Horizonte. Em BH eu compreendo, da mesma forma que ela compreende minha articulação aqui em Recife. Precisamos dar força a ela para o governo ganhar [na economia] o ano de 2012. Dilma não tem por que jogar carga ao mar.
- É um pedido para ela não ajudar Humberto Costa [candidato petista de Recife]? Não. Tem coisas que não se pede, eu sei que ela é justa.
- Se 2014 é o ano da Dilma, e 2018 será um novo ciclo, não há mais espaço para o Lula? Lula sempre terá espaço. Agora, o que eu tenho ouvido dele é que o seu grande objetivo é ajudar Dilma a se reeleger.

Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

sábado, 7 de julho de 2012

Fotos comprovam que morte de guerrilheiro foi omitida por 20 anos

 

BRASÍLIA - Imagens até agora inéditas do corpo do guerrilheiro Ruy Carlos Vieira Berbert, desaparecido em janeiro...

 
 



  • Fotos comprovam que morte de guerrilheiro foi omitida por 20 anos
    "Corpo de Ruy Berbert em cadeia de Natividade, no interior de Tocantins"

    BRASÍLIA - Imagens até agora inéditas do corpo do guerrilheiro Ruy Carlos Vieira Berbert, desaparecido em janeiro de 1972, aos 24 anos, revelam que, por duas décadas, três governos militares e dois civis sabiam de sua morte numa cadeia de Natividade, hoje município do interior do Tocantins, e nunca informaram o fato a seus parentes.
    Por meio da Lei de Acesso à Informação, que liberou documentos antes mantidos em sigilo, o Estado localizou seis fotografias de Berbert morto. Uma pasta de imagens do Arquivo Nacional mostra que o Centro de Informações do Exército, principal órgão de repressão à luta armada, identificava o guerrilheiro oficialmente e de forma correta já em janeiro de 1972.
    Apesar da insistente procura dos parentes, os responsáveis pelos serviços de informações dos governos dos generais Emílio Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo, e os dos presidentes civis José Sarney e Fernando Collor não informaram a existência das fotos nem confirmaram sua morte.
    A família conseguiu a primeira informação oficial só em 1992, ao ter acesso a dados disponíveis a partir daquele ano pelo antigo Dops de São Paulo. Os arquivos citavam a prisão de Berbert e a possibilidade de o guerrilheiro ter se suicidado na cadeia. A suspeita, porém, é que ele tenha sido assassinado pelo regime.
    À época, os parentes tiveram de confrontar a informação do Dops com o registro da morte de um certo "João Silvino Lopes" em Natividade, dado divulgado em 1979 por um general da reserva.
    Desaparecidos. Até hoje não se sabe onde estão os restos mortais de Berbert. Ele está na lista oficial que computa 475 mortos ou desaparecidos no período de governos militares no País (1964-1985).
    As fotos de Berbert são as primeiras divulgadas, após a redemocratização, de um guerrilheiro morto nas dependências de um órgão do Estado.
    De Jales, no interior paulista, Regina, única irmã de Berbert, recebeu com serenidade a notícia da existência das imagens no Arquivo Nacional. "Meu pai, também chamado Ruy, morto há 11 anos, sempre fez questão de divulgar com orgulho a história dele."
    O Estado enviou as fotografias para o marido de Regina, Moacir Pereira. A família decidiu que não mostraria as imagens para a mãe do guerrilheiro, Ottília, com 93 anos.
    'Ironia da vida'. Berbert integrava o Movimento de Libertação Popular (Molipo), que tinha 28 integrantes - a maioria dos quais foi dizimada nos dias subsequentes à sua morte.
    Ele nasceu em Regente Feijó, interior paulista, em 1947. Filho do funcionário público estadual Ruy Thales Jaccoud Berbert e da professora de ensino básico Ottília Vieira, logo cedo demonstrou interesse pela escrita. Numa redação, aos 8 anos, mostrou o desejo de se tornar militar. "Olha a ironia da vida", diz Regina.
    Berbert saiu de casa aos 18 anos para cursar Letras na USP. Estava na lista de estudantes presos no Congresso da UNE de Ibiúna, em 1968. Depois da prisão, a irmã e a mãe o reencontraram na Praça da República, em São Paulo. Foi o último encontro. No ano seguinte, ele passou a ser procurado sob suspeita de participação no desvio de um avião da Varig para Cuba. Na ilha caribenha, recebeu treinamento de guerrilha. Ao se integrar ao Molipo, também chamado Grupo Primavera ou Grupo da Ilha - uma dissidência da Ação Libertadora Nacional (ALN) - ele retornou ao Brasil. Andou pelo Maranhão e chegou a Natividade, fundada no século 18 e hoje com 9 mil habitantes.
    A curta passagem de Berbert por Natividade ainda é lembrada por parte dos moradores da cidade. Relatos indicam que a prisão foi efetuada por uma equipe da delegacia local. Agentes externos do regime militar teriam chegado depois. Berbet usava botina e tinha características físicas bem diferentes das da população local.
    Como a cidade ficou fora da rota da Rodovia Belém-Brasília, a passagem de viajantes que seguiam para o Maranhão ou Pará tornou-se mais rara.
    Em Natividade, Berbert foi preso e levado para a cadeia pública, uma construção do período do Brasil Colônia, de frente para a praça central, de alpendre elevado e paredes de quase 1 metro de largura. Uma abertura na cela permitia que ele mantivesse contato com os moradores do município. Ele chegou a ganhar de uma moça uma rede para dormir.
    Lençol. Numa madrugada de janeiro de 1972, moradores viram Berbert pendurado com lençol amarrado a troncos de madeira que sustentavam o teto da cadeia. Testemunhas disseram à família que viram agentes policiais de fora na cidade. Versões mais recentes de fontes militares indicam que os agentes chegaram a Natividade só após a morte do guerrilheiro. Eles sustentaram a versão do suicídio de "João Silvino Lopes", maneira como Berbert foi identificado a autoridades locais - seu nome correto, no entanto, foi registrado pelos agentes do governo que fizeram as fotografias agora reveladas pelo Estado.
    O advogado da família Berbert, Idibal Pivetta, também não sabia da existência das imagens do guerrilheiro morto. "As únicas fotografias que conseguimos dele em Natividade foram imagens feitas pelas moças da cidade", afirma Pivetta. "Ruy era um rapaz muito boa pinta, as moças tentavam conversar com ele por meio da abertura na cela da cadeia", conta o advogado. "Está provado que ele foi morto numa dependência do Estado. O Estado, portanto, é culpado."

    O Estado de São Paulo.

    Paraíba de luto: Morre aos 76 anos em JP o poeta e ex-governador Ronaldo Cunha Lima.

     



    Morreu na manhã deste sábado (7), aos 76 anos, o poeta e ex-governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima. Ronaldo foi diagnosticado por médicos do Sírio Libanês, em São Paulo, em julho de 2011, com um Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Após a confirmação da doença, a saúde do poeta apenas se agravou.

    A informação foi confirmada pelo senador Cássio Cunha Lima no twitter. "Os Poetas não morrem! O Poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou. Louvamos a Deus pela bela existência do Poeta Ronaldo e agradecemos a todos por toda solidariedade!".

    Ronaldo morreu em casa, no apartamento onde morava no bairro de Tambaú, em João Pessoa. Informações dão conta de que o velório acontecerá no Palácio da Redenção, na capital. Em Campina Grande, o corpo será velado no Palácio do Bispo e logo após sepultado na Rainha da Borborema, o grande amor do poeta.

    Conheça um pouco mais do poeta e político Ronaldo Cunha Lima:

    Ronaldo José da Cunha Lima nasceu em Guarabira em 18 de março de 1936. Filiado ao PSDB, Cunha Lima foi governador da Paraíba entre 1991 e 1994. Foi senador da República entre 1995 e 2002 e deputado federal entre 2003 e 2007. Em outubro de 2007 renunciou ao cargo de deputado para não ser julgado pelo STF. É pai do ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima.

    No dia 26 de julho de 2011, seu filho Cássio Cunha Lima, anunciou ao público o dignóstico de sua doença: "O diagnóstico do Poeta foi fechado: Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ele fará apenas radioterapia e ficará curado. Obrigado pela solidariedade" escreveu. O tratamento começou a ser realizado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, sob a coordenação do cirurgião torácico Riad Younes.

    Biografia

    Estudou no Colégio Pio X e no Colégio Estadual do Prata em Campina Grande. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da UFPB. É casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima com quem tem 4 filhos: Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce "Gal" Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.

    Em 1951, iniciou a vida como vendedor de jornais, depois como garçom, no restaurante do seu irmão Aluísio, trabalhou na Associação Comercial de Campina Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de D. Nevinha Tavares, tudo isso para custear os seus estudos e ajudar as despesas domésticas, porque o seu pai, pobre, faleceu muito cedo, deixando D. Nenzinha com a responsabilidade de criar e educar a família numerosa. Ronaldo também desde jovem, já demonstrava vocação para a política.

    Carreira política

    Ainda estudante, Ronaldo foi representante estudantil e vice-presidente do Centro Estudantil Campinense.

    Começou a sua carreira política sendo vereador de Campina Grande, e prefeito eleito em 1968, com posse em 31 de janeiro de 1969. Em 14 de março de 1969 teve os seus direitos políticos cassados, passando dez anos no ostracismo, indo para São Paulo depois para o Rio de Janeiro recomeçando a sua carreira de advogado. Anistiado, em 1982, foi reconduzido à prefeitura de Campina Grande, pelo voto popular, no seu mandato á frente da PMCG (1983/1989) teve como Vice-Prefeito Antônio de Carvalho Souza, um vice muito atuante na Administração, o qual assumiu a titularidade do mandato por trinta e três vezes no curso do mandato. Construiu o Parque do Povo com um projeto já criado pelo prefeito precedente Enivaldo Ribeiro, a terceira adutora, a Casa do Poeta, dentre outras obras. Foi governador do estado da Paraíba (1991/1994), Senador da República (1995/2002) e foi deputado federal, eleito em pela 1ª vez em 2002 com mais de 95 mil votos e reeleito em 2006 com 124.192 votos.

    Poesia

    Estudioso da obra do poeta Augusto dos Anjos, Ronaldo participou com brilhantismo, do programa de televisão, Show sem Limite, respondendo sobre a vida e a obra do grande poeta paraibano.

    É autor da petição em versos intitulada de " Habeas Pinho" que está espalhado por diversos escritórios de advocacia , restaurantes e bares do Estado da Paraíba.

    Membro da Academia Campinense de Letras, Membro do Conselho Federal da OAB. Ronaldo Cunha Lima ingressou na Academia de Letras em 11 de março de 1994, saudado pelo acadêmico Amaury Vasconcelos.

    Em 2004, Ronaldo foi indicado para ocupar uma cadeira na Academia Paraibana de Letras (APL).

    Ronaldo, lançou, entre outros livros:

    50 canções de amor e um poema de espera, 1955

    Livro dos tercetos - Em defesa da língua portuguesa (discurso no Senado Federal, 1998)

    3 seis, 5 setes, 4 oitos e 3 noves - grito das águas (discurso no Senado Federal, 1999)

    A seu serviço II, 1999

    A seu serviço III, 2000

    Roteiro sentimental – fragmentos humanos e urbanos de Campina Grande, 2001.

    Breves e leves poemas, 2005

    Velas Enfunadas, poemas à beira mar - Idéia/Forma - Editora , 2010

    Poesias Forenses, Grafset/Max Limonad Editora João Pessoa - PB, 2002

    Sal no rosto - sonetos escolhidos, Editora José Olympio, 2006

    Poemas de sala e quarto, Geração Editorial, 1992

    Poemas amenos, amores demais - Gráfica JB 2003

    Azul itinerante, poesia policrômica - Editora José Olympio, 2006

    Versos gramaticais, 1994

    As flores na janela sem ninguém - uma história em verso e prosa, Editora José Olympio 2007

    Caso Gulliver

    Em 5 de novembro de 1993, o então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima disparou três tiros contra o seu antecessor, o ex-governador Tarcísio Burity (quando este almoçava com amigos) no Restaurante Gulliver em João Pessoa. Cunha Lima não aceitou as duras críticas e acusações que Burity supostamente fez ao seu filho Cássio Cunha Lima (na época do fato superintendente da SUDENE) em um programa de televisão local.

    Tarcísio Burity ficou vários dias em coma, mas conseguiu sobreviver ao ataque. Ele morreu dez anos depois no dia 8 de julho de 2003, vítima de falência múltipla dos órgãos e de parada cardiocirculatória.

    Renúncia

    No dia 31 de outubro de 2007. Ronaldo Cunha Lima renuncia ao mandato de deputado federal. A carta de renúncia foi entregue à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. De acordo com a carta, a renúncia é "em caráter irrevogável e irretratável".

    O Supremo Tribunal Federal já havia marcado o julgamento de processo contra Cunha Lima pelo atentado a vida do ex-governador Tarcísio Burity. Com a renúncia ao cargo, o deputado perde seu foro privilegiado e o processo deverá ser enviado à Justiça comum.

    Doença

    O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), confirmou no dia 26 de Julho de 2011, via twitter, a situação da saúde do ex-governador da Paraíba e seu pai Ronaldo Cunha Lima, onde escreveu: "O diagnóstico do Poeta foi fechado: Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ele fará apenas radioterapia e ficará curado. Obrigado pela solidariedade". Segundo Cássio Cunha Lima, um especialista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, confirmou o diagnóstico como sendo Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ronaldo foi diagnosticado com nódulos no pulmão devido ao fumo excessivo de cigarros. Ele fez as sessões de radioterapia no Hospital Sírio Libanês em São Paulo e a doença foi contida.
    www.politicapb.com.br

     

    Aniversário de Edilson Silva

    Foi dada a largada pelo Palácio Antonio Farias.



    Os principais candidatos que concorrem à Prefeitura da Cidade do Recife, em 2012, deram a largada em busca do apoio do eleitorado.Humberto fez uma caminhada pelo centro do Recife, acompanhado de João Paulo, um nome que pode ser decisivo nesse embate, que promete ser bastante acirrado. Geraldo Júlio optou pela Ilha de Deus, uma comunidade bastante empobrecida do Recife, que tornou-se um símbolo da sensibilidade social do Governo de Eduardo Campos. A polarização, que já era evidente, vem sendo reforçada pelos discursos dos postulantes, enfatizando, cada um ao seu estilo, o "quem está com quem" nesse pleito, como lembrou o senador Humberto Costa em seu discurso, referindo-se à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.

    (crédito das fotos: Vandercalos Alves, Blog da Folha de Pernambuco) 

    Grupo entrega a Gereldo Júlio Agenda para o Recife do Futuro.







     
    Incorporado à equipe que elabora o programa de governo de Geraldo Júlio (PSB), o grupo de partidos que vinha defendendo uma candidatura alternativa para prefeito do Recife, liderado pelo senador Armando Monteiro (PTB), já apresentou a Geraldo o conjunto de propostas inserido na “Agenda para o Recife do futuro”.
    Documento formulado por técnicos indicados pelos partidos, ao longo de uma série de reuniões nos últimos meses, a Agenda para o Recife indica diretrizes para o desenvolvimento econômico e social do município, além de fazer um diagnóstico da situação atual da capital. O documento foi dividido em cinco eixos fundamentais: Planejamento de longo prazo; Gestão da cidade; Promoção social; Desenvolvimento econômico; e Participação popular.
    Essas contribuições já vêm sendo aprofundadas nas discussões de programa de governo da Frente Popular do Recife, que contam com a participação de todos os partidos engajados na candidatura de Geraldo Júlio a Prefeito do Recife. Veja abaixo a íntegra da Agenda:
    (A foto em anexo foi feita na convenção de Geraldo Júlio. O crédito da foto é: Alexandre Albuquerque/Divulgação)

    AGENDA PARA O RECIFE DO FUTURO
    SÍNTESE DA SITUAÇÃO ATUAL DO RECIFE
     
    1. Visão predominantemente de curto prazo e assistemática do desenvolvimento atual e futuro da cidade, em especial no que diz respeito ao planejamento urbano, na prática inexistente, e à integração metropolitana do Recife.
     
    2. Perda do controle urbano por parte do poder público, tendo como padrão disseminado na cidade a ampla desobediência e o grave descumprimento dos instrumentos legais regulatórios do espaço e da convivência urbana no Município.
    3. Mobilidade travada e em fase de pré-colapso pelo crescimento descontrolado do transporte individual automotivo, em detrimento da indispensável prioridade a ser dada ao transporte público de qualidade e aos demais modais (como, por exemplo, deslocamentos a pé e de bicicleta e transporte aquaviário).
    4. Falta de condições de acessibilidade a prédios, equipamentos e espaços públicos.
    5. Abandono do centro da cidade (até o limite da Avenida Agamenon Magalhães).
    6. Descompasso crescente e preocupante entre a intensificação do uso do solo urbano e a oferta de serviços públicos (redes), resultando em estrangulamentos crescentes e visíveis por toda a cidade.
    7. Aumento do “custo Recife” (terrenos, aluguéis, deslocamentos, infraestrutura etc.) pela deseconomia de escala provocada pela pressão que sofre a cidade, sem a adequada preparação, como principal palco urbano do novo e acelerado ciclo de crescimento da economia de Pernambuco.
    8. Falta de identificação clara das vocações econômicas da cidade e de investimento na sua potencialização, agravados pelos problemas da desocupação de ampla parcela da população em idade produtiva, da inexistência de formação para o trabalho e do não incentivo ao empreendedorismo na cidade.
    9. Falta de identificação e tratamento das vocações específicas dos bairros da cidade para potencialização do uso e da ocupação do solo e para o indispensável estímulo à descentralização das atividades comerciais e de lazer.
    10. Insuficiência de espaços verdes e arborização mal cuidada.
    11. Deficiências diversas e insuficiente abrangência na coleta e no tratamento do lixo urbano.
    12. Grave deficiência no tratamento de esgoto e insuficiente rede de coleta (cobertura de apenas um terço dos domicílios).
    13. Drenagem amplamente deficiente e com inúmeros pontos críticos que provocam transtornos monumentais para os cidadãos durante os períodos chuvosos.
    14. Calçadas inadequadas sob os aspectos do seu estado de conservação e uso, em flagrante desrespeito ao elementar direito de ir e vir dos pedestres (responsáveis por pelo menos 1/3 dos deslocamentos na cidade – modal “a pé”).
    15. Má qualidade da educação municipal aliada à falta de perspectivas de futuro para ampla parcela das crianças e dos jovens recifenses.
    16. Má qualidade do atendimento na saúde pública e precariedade dos equipamentos e espaços físicos.
    17. Invasão do espaço público, em especial nos bairros do centro, por moradores de rua.
    18. Enfrentamento inadequado do uso de drogas, em especial no que diz respeito ao crack.
    19. Segurança pública muito aquém do mínimo indispensável ao exercício da cidadania produtiva e tranquila.
    20. Abandono e degradação do rico patrimônio histórico, cultural e turístico da cidade por falta de ação preventiva e de incentivos efetivos e viáveis à sua preservação e ao seu uso produtivo.
    21. Baixa participação da população e da sociedade civil organizada na discussão dos reais problemas da cidade e das suas necessárias soluções.
    22. Modelo de gestão excessivamente centralizado, sem efetivas divisões regionais e concentração das decisões e dos serviços.
    23. Falta de valorização dos quadros técnicos próprios da administração pública municipal que assegurem a continuidade administrativa entre gestões e a guarda e o desenvolvimento da memória técnica da cidade.
    EIXOS DE UMA AGENDA PARA O RECIFE
    1. Planejamento de Longo Prazo
    · Restabelecer a prática e a sistemática de planejamento de longo prazo para delinear a cidade do futuro, de modo a que seja possível definir, com clareza e dentro das necessidades do Recife, o uso do solo urbano municipal.
    · Fortalecer as carreiras públicas municipais.
    · Instalar a discussão sobre as mudanças climáticas e preparar plano de longo prazo para enfrentamento das suas consequências e impactos sobre a cidade.
    2. Gestão da Cidade
    · Regionalizar/descentralizar efetivamente a administração pública municipal com a imediata ampliação da prestação de serviços pelas regionais.
    · Fazer cumprir e aperfeiçoar os dispositivos legais ordenadores das atividades urbanas, em especial no que diz respeito a licenças de construção, de funcionamento e de placas visuais, além de estacionamento, carga e descarga etc.
    · Aperfeiçoar a infraestrutura e realizar a efetiva manutenção dos principais sistemas/redes urbanos como coleta de lixo, iluminação pública, vias de circulação – inclusive calçadas –, drenagem, áreas verdes etc.
    · Enfrentar de forma criativa e viável o problema da crescente falta de mobilidade, com o estabelecimento de medidas de curto, médio e longo prazos que priorizem uma nova logística de deslocamentos e o transporte coletivo (pneus, trilhos e aquaviário), a pé e de bicicleta.
    · Cumprir e fazer cumprir a legislação vigente implantando o conceito de acessibilidade universal que perpassa todas as áreas de ações e intervenções no âmbito da municipalidade.
    · Implantar sistema de saneamento ambiental que reduza a geração de lixo e promova a coleta eficaz e seletiva e sua correta destinação final, bem como universalizar a coleta e o tratamento de esgoto na cidade.
    3. Promoção Social
    · Promover melhoria na qualidade do ensino com universalização do modelo de tempo integral na escola.
    · Melhorar os atendimentos clínicos e laboratoriais na rede municipal de saúde fazendo funcionar integralmente os Programas de Saúde da Família, Caps, postos de saúde, hospitais, maternidades e policlínicas, de forma integrada com os demais municípios da RMR, visando a reduzir o encaminhamento para a rede de atendimento hospitalar do Recife, com ênfase no atendimento à mulher e ao idoso.
    · Implantar programa habitacional de interesse social articulado com os demais municípios da RMR, com a construção de moradias que reduzam o déficit habitacional, garantindo regularização fundiária, infraestrutura básica necessária e sustentabilidade econômica e social.
    · Assumir o papel da administração municipal na segurança pública e na consequente melhoria da qualidade de vida no Recife, com ações de competência da administração pública municipal como, por exemplo, iluminação pública, valorização de praças e parques públicos, urbanização de favelas, educação de jovens e adultos e inclusão social através da cultura e do esporte.
    4. Desenvolvimento Econômico
    · Identificar as vocações econômicas da cidade e estimular o seu desenvolvimento (incluindo a capacitação profissional e o estímulo ao empreendedorismo) como fator de criação de oportunidades de emprego e renda e de inclusão social.
    · Valorizar de forma intensa a diversidade cultural e histórica da cidade para resgate do passado, elevação da autoestima do recifense, geração de renda para os cidadãos e ampliação da inclusão social.
    5. Participação Popular

    · Ampliar a efetiva participação da população – por meio de fóruns de discussão e campanhas sistemáticas de informação e esclarecimento – na formulação das políticas públicas e na avaliação de sua execução pela administração pública municipal.

    quinta-feira, 5 de julho de 2012

    Com a saída de Rands, agrava-se a crise do PT no Estado.


    O pedido de desfiliação do PT do ex-secretário de Governo de Eduardo Campos,  Maurício Rands, é mais uma capítulo das grandes novidades que envolvem a disputa da capital pernambucana nas eleições de 2012. A atitude de Rands traz alguns novos complicadores para a candidatura do senador Humberto Costa, expondo de vez os graves problemas enfrentados pelo partido, hoje dicotomizado diante de uma aristocracia partidária autoritária e as suas bases, forjadas organicamente nos movimentos sociais, sindicais e clericais. Já houve um momento na história do partido que esas bases tinham um poder tão expressivo que, para alguns estudiosos, representavam um antídoto seguro à possibilidade de oligarquização da agremiação. Uma avaliação, naturalmente, ingênua, conforme deixamos claro em artigo publicado aqui no Blog do Jolugue. A carta de Rands traz alguns outros trechos importantes, mas é interessante observar como a imprensa focou o momento em que Rands advoga o processo pelo qual foi alijado da disputa, preterido por um nome tirado sob medida pelo politburo da organização petista, o do senador Humberto Costa, previamente concebido como "o candidato" pela cúpula partidária do PT. Em princípio, não há muito contradições na fala de Maurício Rands, como sugere o ex-Secretário de Cultura da Prefeitura do Recife, Renato Lins, que, pelo microblog Twiter, classificou o deputado de queijo do reino, ou seja, vermelho por fora e amarelo por dentro. Os discursos devem ser lidos nas entrelinhas. Quem esteve atento aos fatos devem lembrar que ele chorou bastante ao retirar sua candidatura, apesar do “sacrifício” em nome da unidade. Tratou-se, em última análise, de um processo bastante doloroso. Seu namoro com o Palácio do Campo das Princesas, por sua vez, não é de hoje. Faz algum tempo que teria passado da fase dos "amassos". Era o nome da preferência de Eduardo Campos para disputar a Prefeitura do Recife. Tão confiável a Eduardo Campos que passou a gerar desconfiança dos grãos-petistas, que, naturalmente, alijaram-no da disputa, como também o fizeram com o atual prefeito, João da Costa. Por falar em João da Costa, ele está saltitante, gritando aos quatro cantos que a atitude de Rands demonstra que ele estava certo. Hoje especulou-se que ele teria sugerido a Rands que assumissem o compromisso de enfrentar, os dois, a Executiva Nacional do Partido, mas Rands acabou definindo seu apoio a Humberto Costa logo após ser rifado. A saída de Rands do PT – já declarando abertamente apoio ao nome de Geraldo Júlio – embora minimizada pelo senador Humberto Costa – agrava, sim, a crise do PT no Estado. Para complicar ainda mais o quadro, só mesmo as constantes declarações de guerra de José Dirceu ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos. A queda da Bastilha petista, o Palácio Antonio Farias, nunca esteve tão ameaçada. O PT vai jogar pesado para segurá-la, mas a situação é cada dia mais complicada, avolumando-se os problemas. Há uma possibilidade real do prefeito João da Costa apoiar a candidatura de Geraldo Júlio.Também não nos parece claro, ainda, qual o discurso que será utilizado pelo PT. Mesmo diante de um "inimigo externo", muito dificilmente a tão sonhada unidade tem chance de ser conseguida. Parafraseando o velho Karl Marx, numa alusão ao sistema capitalista, o PT alimenta o germe de sua própria destruição. Pay attention, PT!

    Lyras e os Queiroz ainda não decidiram se no cardápio político de Caruaru será servido charque ou carne de sol.

       

    Este ano, apesar de se constituir, como afirmamos, num excelente termômetro político do Estado, parece que erraram o ponto da canjica servida na fazenda Macambira, em Caruaru, pertencente à família Lyra. Apesar das relações amistosas durante o São João, logo em seguida o vice-governador João Lyra lançou uma nota para a imprensa manifestando sua posição de manter-se eqüidistante das eleições na Princesa do Agreste, apesar de, formalmente, emprestar seu apoio ao nome do José Queiroz, com quem vive às turras. Uma velha raposa daquela cidade afirmava que ali só havia duas opções: carne de charque ou carne de sol, numa referência à polarização das disputas políticas locais, rivalizadas entre duas famílias. Tony Gel introduziu a picanha de bode – servida no Alto do Moura – provocando a aproximação entre os Lyras e os Queiroz. Parece-nos, no entanto, que serão os Lyras e os Queiroz, entre si, quem deverá definir o cardápio político que deverá ser servido naquela cidade do agreste pelos próximos anos, o que talvez explique as indisposições entre ambos.   
    Crédito da Foto: Aguinaldo Silva, Folha de Pernambuco.

    Aécio Neves também se movimenta.


    Embora nos transmita a impressão de viver em berço esplêndido, o senador mineiro, Aécio Neves, também se movimenta. Agora mesmo, por exemplo, todos afirmam ter o seu dedo o afastamento do PT da aliança em torno da reeleição do prefeito Márcio Lacerda, do PSB. De olho em 2014, Aécio Neves teria planos de fazer de Márcio Lacerda governador mineiro e absolutamente nenhum desejo que a capital de Minas, Belo Horizonte, ficasse sob a administração do PT. O imbróglio mineiro vem gerando panos para as mangas e, mais uma vez, confirma-se a tese da nacionalização das decisões locais em função dos arranjos do pleito presidencial de 2014.

    Mantega: 10% para a educação quebra o Estado.


    Convém não prestar muita atenção ao que estão dizendo os economistas do governo. Quem presta atenção arrisca-se a ficar mais confuso. Até outro dia, diziam que o Brasil já era a sexta economia do planeta.
    Nas últimas semanas, começaram a admitir que a crise internacional é mesmo feia. Mas o Brasil, sólido a mais não poder, estava preparado para o tranco. Súbito, os amigos do Congresso levaram à pauta projetos que criam despesas.
    Dilma Rousseff deu o grito: não se deve “brincar à beira do precipício”. Nesta quarta (5), a presidente foi ecoada pelo ministro Guido Mantega. Queixando-se do assédio do Legislativo às arcas do Tesouro, o titular da Fazenda disse:
    “…É muito importante que a sociedade nos ajude com as questões que põem em risco a nossa solidez fiscal.” A sociedade? Melhor tocar o telefone para o companheiro Marco Maia (PT-RS), senhor da pauta da Câmara.
    A certa altura, Mantega fez referência ao Plano Nacional de Educação, já aprovado na Câmara. Prevê a elevação dos investimentos em educação dos atuais 5,1% do PIB para 10%. Coisa gradual, a ser atingida em dez anos. E Mantega: “Isso coloca em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro.”
    Quer dizer: brevemente seremos a sexta, quiça a quinta maior economia do mundo, mesmo que ainda sejamos incapazes de ler o A-E-I-O-U, a não ser que venha numa planilha.

    Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.

    Charge!Paixão!

    Paixão

    Charge!Amarildo!Aviões causam estragos em Brasília

    quarta-feira, 4 de julho de 2012

    Nota de Paulo Rubem sobre a decisão da Executiva Nacional do PDT

    O deputado federal PAULO RUBEM SANTIAGO, vice-Líder do PDT na Câmara Federal e Pré-Candidato a Prefeito do partido nas eleições municipais de Recife em 2012, vem à público esclarecer o que segue:
    Na reunião da Comissão Executiva Nacional do PDT, ocorrida ontem, convocada entre outros assuntos, para debater a questão do Recife, historiamos a construção da candidatura própria e expusemos toda a documentação comprobatória das fraudes ocorridas na convenção, pedindo a anulação da mesma. Na defesa da convenção o Presidente Estadual do PDT tratou essas questões como “questões formais” e sugeriu que o debate fosse conduzido pelo âmbito político.
    Em seguida, aberta a palavra, manifestaram-se pela tese da candidatura própria os membros abaixo relacionados:
    -Paulo Pereira da Silva – Deputado Federal (PDT-SP), Candidato a Prefeito de SP
    -Sebastião Bala Rocha – Deputado Federal PDT-AP, Presidente da Comissão do Trabalho da Câmara Federal
    -André Figueiredo- Deputado Federal PDT-CE, 1º.Vice-Presidente da Executiva Nacional, Líder da Bancada Federal e também Presidente do PDT-Ceará
    -Ronaldo Lessa – Ex-Governador de Alagoas e Candidato à Prefeitura de Maceió
    -Cristovam Buarque – Senador PDT-DF
    -Michellina Vecchio – Presidente Nacional da Ação da Mulher Trabalhista do PDT
    -Brizola Neto – Ministro do Trabalho e 2º.Vice-Presidente Nacional do PDT
    Esses integrantes, acima relacionados, na ocasião, representavam já ampla maioria entre os membros da Executiva Nacional. A partir dessa configuração o Presidente Estadual do PDT-PE, pediu a palavra e afirmou que a decisão pela candidatura própria seria uma desmoralização de sua pessoa pois já teria dado a palavra ao Governador do Estado do apoio do PDT ao candidato do PSB.
    Em função desse impasse a reunião foi suspensa para que se retomasse o debate e a configuração final de votos na manhã dessa quarta-feira. Ainda ontem, na reunião da Executiva, o Senador Cristovam Buarque e o Deputado André Figueiredo fizeram apelos ao Presidente Estadual de PE por uma ação unitária, com nomes de consenso na condução do processo, para que o partido se fortalecesse com a candidatura própria, sem vencidos nem vencedores, orientação rejeitada pelo Presidente Estadual. O Senador Cristovam em seguida, insistiu, o convidou pessoalmente para ser o condutor do processo. O Presidente Estadual, mais uma vez, se negou a aceitar a sugestão do Senador.
    Para nossa surpresa, fui informado agora cedo pelo Presidente Carlos Lupi que, pelo motivo abaixo indicado, tendo apelado a todos da executiva nacional presentes à reunião de ontem, não aprovará a tese da candidatura própria para não “desmoralizar” o Presidente Estadual José Queiroz, reconhecendo que poderia intervir no Recife, mas que não o faria pelo mesmo motivo, que não haveria coleta de votos por email conforme definido e veiculado ao final da reunião de ontem.
    Disse ainda que a nota contra a candidatura própria seria pautada pela negativa ao nosso recurso, pauta que não foi apreciada no mérito em momento algum, prevalecendo o debate político e eleitoral. Afinal contra a fraude não houve e nem há argumentos contrários.
    Frente a essa manifestação, expresso minha tranquilidade. Não perco nada nesse processo. Quem perdeu foi o PDT do Recife. Com firmeza e serenidade ofereci ao partido minha disposição de luta. Estou sendo retirado da campanha por uma chantagem e pela preferência do Presidente Lupi por laços de amizade e não por teses a favor do partido. Lupi se rendeu a uma chantagem e não a uma tese política, escolheu o lado do papel subalterno para o PDT, do amordaçamento da voz do partido nessas eleições em Recife. Vivo fosse, Brizola morreria de vergonha. Estou, sempre estive, do outro lado. Sigo na defesa do partido. Considero correta a tese nacional aprovada em Resolução, única possibilidade clara e concreta do PDT sair da condição de, quase eterno, coadjuvante nas disputas, sem voz e sem voto.
    Apresentamos uma chance verdadeira de sermos alternativa ao fogo cruzado que se anuncia entre PT e PSB, antecipando-se, já, a disputa de 2014. Mostramos um caminho capaz de mobilizar a juventude em cima das bandeiras da educação, a partir de nossa vitória pelos 10% do PIB para seu financiamento, da cultura, na qual fui autor do Plano Nacional de Cultura, Relator do Vale-Cultura e do Sistema Nacional de Cultura, do Desenvolvimento Sustentável, tema no qual sou autor da proposta de Emenda Constitucional para o Plano Nacional de Desenvolvimento Urbano, enfim, da ética na política, fundador que fui da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, único parlamentar pernambucano signatário do Projeto de Lei da Ficha Limpa e autor de diversos projetos nessa área.
    A partir desse episódio passo a defender com mais ênfase ainda a realização de eleições diretas para as direções do PDT e a realização de convenções imediatas para a construção de diretórios em todas as instâncias. Basta de dirigentes eternos e presidentes provisórios.
    Agradeço o apoio de todos que se manifestaram pela candidatura própria, que me enviaram mensagens de força, fé, solidariedade e esperança. Não saio da disputa, repito, estou sendo tirado pela prevalência de uma chantagem a favor de quem “empenhou” a palavra, deixando de ser um protagonista por inteiro com aliados para ser 1/16 de uma coligação, independente de qual seja, sabendo que havia instância superior partidária, com amparo regimental, sobre sua decisão pessoal.
    Brasília, 4 de julho de 2012
    Paulo Rubem Santiago
    Dep.Federal PDT-PE

    Rompido com o PSB, PT mineiro lança o nome de Patrus Ananias.


    Há três capitais onde fica patente a crise de convivência entre o PT e o PSB. Recife, Fortaleza e Belo Horizonte. No Recife, com o lançamento da candidatura de Geraldo Júlio, do PSB, embora as principais lideranças dos dois partidos, em público, neguem as evidências, o processo de rompimento entre as duas legendas tornou-se irreversível. Em Fortaleza, numa estreitamento da relação PSB/PMDB, os irmãos Ferreira Gomes anunciaram que terão candidato à capital do Ceará, negando-se a apoiarem o nome apresentado pela prefeita Luizianne Lins, do PT,  Elmano Freitas. Em Belo Horizonte, num episódio que alguns já estão classificando como uma espécie de “troco” em relação à atitude do PSB no Recife, numa aliança bastante costurada e aparentemente consolidada, o PT anuncia que terá candidato próprio, deixando de apoiar o nome de Márcio Lacerda, surpreendendo tucanos e socialistas, que classificaram a atitude como oportunista. O PT lançou o nome de Patrus Ananias, que durante o Governo Lula, cuidava da área social, inclusive o Programa Bolsa Família. Os mandachuvas dos partidos envolvidos estão em campo na tentativa de reverter esse quadro. Há quem aposte na possibilidade de o PT voltar atrás, sobretudo em razão das centenas de cargos que ocupam na administração pública da capital mineira. Embora esse quadro venha se repetindo noutras praças, como João Pessoa, por exemplo, o que ocorre no chamado Triângulo das Bermudas, pode fazer sumir em definitivo as esperanças de um entendimento entre as duas legendas.

    José Dirceu monta seu bunker no Recife.


    O quadro grave que se apresenta nessas três capitais, Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, levou o alto comando petista a estabelecer uma estratégia de acompanhamento sistemático da situação, sobretudo observando os movimentos do PSB, para os grãos-petistas, um inimigo explícito. Neste sentido, segundo-comenta-se, sua eminência parda, José Dirceu, estaria montando escritórios políticos nessas três capitais. O PT joga toda carga no Recife. Conforme comentamos, o próprio Lula estaria zangado com a atitude de Eduardo Campos, prometendo engajar-se na campanha de Humberto Costa. Quanto a Dilma, segundo o Planalto, ela deverá manter-se equidistante das campanhas, embora a companheirada do PT pernambucano ficassem muito feliz com a sua presença no palanque do senador Humberto Costa.

    Em carta, Maurício Rands afasta-se do PT e da vida pública.

    Carta ao Povo de Pernambuco

    Venho aqui me comunicar diretamente com meus eleitores, companheiros, amigos e com o povo de Pernambuco, em especial com os militantes do Partido dos Trabalhadores - PT, que compartilharam comigo tantas lutas pela democracia e pela construção de uma sociedade melhor.

    Nas prévias internas de definição do candidato do PT e da Frente Popular, durante dois meses, participei de intenso debate sobre o Recife e a vida partidária. Interagi com os militantes, na compreensão conjunta de que a melhoria da condição de vida na cidade é um processo de construção coletiva no qual o partido tem grande responsabilidade em servir de exemplo na demonstração de práticas democráticas. Testemunhei todo o engajamento desprendido e consciente de milhares de pessoas nesse nobre debate. Destes militantes, levarei para sempre as melhores memórias e a eles sou profundamente grato.

    Depois da decisão da direção nacional do PT, impondo autoritariamente a retirada à minha candidatura e à do atual prefeito, recolhi-me à reflexão. Ponderei sobre o processo das prévias e sobre o momento político mais geral. Concluí que esgotei por inteiro minha motivação e a razão para continuar lutando por uma renovação no PT. Percebi terem sido infrutíferas e sem perspectivas minhas tentativas de afirmar a compreensão de que o 'como fazer' é tão importante quanto os resultados.

    As diferenças de métodos e práticas, aliás, já vinham sendo por mim amadurecidas e acumuladas há algum tempo. Todavia, este processo recente fez com que as divergências ficassem mais claras e insuperáveis. Na luta pela renovação do partido, no Recife e em outros lugares, infelizmente, têm prevalecido posições da direção nacional, adotadas autoritária e burocraticamente, distantes da realidade dos militantes na base partidária.

    No debate das prévias, minha candidatura buscou construir uma legítima renovação por dentro do PT e da Frente Popular. Mas lutamos, também, para renovar os procedimentos com o objetivo de reforçar as práticas democráticas. Porém, setores dominantes da direção nacional do PT já tinham outro roteiro que não o debate democrático com a militância do PT no Recife e a sua deliberação. Ou seja, cometeram o grave equívoco de ter a pretensão de impor, a partir de São Paulo, um candidato à Frente Popular e ao povo do Recife.

    Por não terem dialogado com a militância do PT no Recife, muito menos com a Frente Popular, ignoraram que existiam alternativas, procedimentais e de quadros, dentro do partido, que unificariam a frente em torno de uma candidatura do PT. Com a decisão da direção nacional do PT, lamentavelmente, esta unidade resultou rompida. Diante da minha discordância com essa ruptura provocada pela direção nacional do partido, concluí que cheguei ao fim de um ciclo na minha vida de militante partidário.

    É nesse quadro que comunico aqui três decisões tomadas por mim. Primeiro, a minha desfiliação do PT. Segundo, a devolução do mandato de Deputado Federal ao partido. E, por último, meu afastamento definitivo do cargo de Secretário do Governo Eduardo Campos.

    Existiram diversas razões que me levaram a este caminho. A mais crucial dá-se no nível da minha consciência. Sempre agi, na vida e na política, com o maior rigor entre o que penso e o que faço. Sempre cumpri os deveres da minha consciência.

    Defendi nos debates partidários a renovação do modo petista de governar e a implantação de um novo modelo de gestão no Recife. Modelo capaz de aprofundar nossa concepção de democracia participativa e especialmente de trazer para a cidade métodos e ações que o Governo Eduardo Campos vem praticando de maneira exemplar e com reconhecimento inclusive internacional, mas que a administração do Recife não conseguiu implantar.

    Minha experiência como Secretário do Governador Eduardo Campos foi fundamental para entender a importância da política do fazer, com formas competentes e inovadoras de gerir os recursos públicos, atrair investimentos privados e promover a inclusão social.

    Ainda nos debates das prévias, defendi a renovação das práticas e dos quadros partidários, bem como a melhoria da articulação política do governo municipal com o parlamento, os partidos da base e a sociedade civil organizada. Nesses 32 anos de militância, dediquei grande parte de minha vida a fortalecer o campo democrático-popular, lutando para aumentar a participação e consciência política do nosso povo.

    Amadureci as decisões que acabo de tomar com base em fatos altamente relevantes que impactaram minha consciência de cidadão. Entre estes, a opção da quase totalidade da Frente Popular pela indicação de Geraldo Júlio como candidato a Prefeito do Recife. Trabalhei diretamente com Geraldo Júlio e sou testemunha de como ele foi central para o sucesso do Governo Eduardo Campos. Acredito que Geraldo Júlio é o quadro mais preparado para atualizar e aperfeiçoar a gestão municipal do Recife. Implantando na cidade o que o Governador Eduardo Campos está fazendo em Pernambuco, ele vai melhorar concretamente a vida do povo do Recife.

    Estou consciente de que o nosso povo vai entender o significado da escolha de um novo quadro para transformar as práticas político-administrativas na cidade. Geraldo Júlio vai representar a renovação dentro de uma frente política que - espero - seja mantida, mesmo com o lançamento de duas candidaturas no seu campo.

    Como esta posição tem graves implicações para minha vida partidária, decidi que devo sair do PT e, com dignidade, devolver meu mandato ao partido. E como gesto concreto de que não se trata de um jogo menor, de barganha por espaços de poder, decidi também sair definitivamente do Governo Eduardo Campos. Esse é o custo, sem dúvida elevado, de ser fiel à minha consciência cidadã. Saio da vida pública e da política partidária para exercer ainda mais plenamente a cidadania.

    Recife, 03 de julho de 2012