pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quarta-feira, 7 de junho de 2023

Editorial: Lula muito bem recebido em Pernambuco


Em meio às turbulências políticas da capital federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve, no dia de ontem, em Pernambuco, onde visitou a fábrica da Jeep, em Goiana, Mata Norte, quando do lançamento de mais um modelo da montadora. Diferentemente do que ocorreu na Bahia, onde esteve no ambiente hostil do agro e chegou a ser vaiada, aqui em Pernambuco ele estava no seu reduto, o dos trabalhadores metalúrgicos, que o aplaudiram efusivamente, levando-o a não esconder a emoção. Apesar dos problemas das desigualdades sociais na cidade, Goiana enfrentou um bom momento com a instalação da fábrica da Jeep na região, gerando empregos, atraindo outros investimentos, como o pólo vidreiro e a ampliação significativa dos equipamentos de turismo, facilitando a vida de quem deseja conhecer seu litoral, formado pelas praias de Ponta de Pedras, Carne de Vaca, Catuama e Barra de Catuama. 

Desde o período colonial - Goiana sempre foi uma cidade estratégica, entreposto de escoamento do grande produto da época, a cana-de-açúcar, que fez a riqueza dos senhores de engenho do Estado. O ex-governador Eduardo Campos chegou a prometer um porto e um aeroporto internacional para a cidade, projetos que nunca foram concretizados. A governadora Raquel Lyra também esteve no local. Quem sabe não seria o caso de retomar as negociaçoes com o Governo Federal no sentido de materializar os projetos do ex-governador? 

Faríamos um convite ao presidente para retonar à cidade no último domingo de abril, quando da encenação do espetáculo das Heroínas de Tejucupapo, que ocorre no distrito de Tejucupapo, numa alusão à batalha travada entre as mulheres do distrito e os soldades da Companhia das Índias Ocidentais, durante o período de ocupação holandesa, que tentavam invadir o local e foram rechaçados pelas mulheres, usando paus, pedras, enxadas, pimentas e água ferventes. Ali ele sentiria o verdadeiro "pulso" da cidade.  

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 6 de junho de 2023

Publisher: A stodgy breakfast for Lula


Yesterday, President Luiz Inácio Lula da Silva invited the President of the Chamber of Deputies, Arthur Lira, for breakfast. With my bags ready to enjoy the chill of Brejo Paraibano during this period, I can't wait to enjoy a typical breakfast in that region, on the porches of an inn, facing the mountains, listening to the singing of nightingales, meadow roosters, canários da terra, sanhaçus. Regional coffee, with couscous, coalho cheese, sugar mill honey and a very strong coffee, with beans produced right there. It is said that José Américo de Almeida, on purpose, postponed the conclusion of the novel A Bagaceira, just to stay a few more days in those corners of the swamp, following the routine of the old sugar mills, today dedicated to the production of cachaça.

The breakfast between Lula and Lira, unfortunately, does not have such characteristics, in the face of a completely turbid political environment in Brasilia, with quarrels and resentments on both sides. The tune of the centrão everyone knows by heart and sautéed: positions and release of amendments. In fact, they are even creating their own mechanism for managing these amendments, without necessarily involving the Executive. The adjustment of positions in the machine, on the other hand, remains, with Lula being restricted to making spaces for former political enemies, from parties traditionally opposed to PTism, creating edges with his allied base and his closest political group.

Heads are likely to roll as a result of the conversations held between the two. The Centrão tries to make a government inside the PT, either by creating mechanisms of interference in the autonomy of the ministries, or by indicating names for the machine that will certainly follow the guidelines of the group and not of the Lula Government, in a kind of four-handed government. Lula needs to be clear about the limits of these concessions.

Editorial: Um café da manhã indigesto para Lula



No dia de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para um café da manhã. Já de malas prontas para curtir o friozinho do Brejo Paraibano neste período, não vejo a hora de saborear um típico café da manhã naquela região, nos alpendres de uma pousada, de frente para as serras, ouvindo o canto dos rouxinóis, galos de campina, carários da terra, sanhaçus. Café regional, com cuscuz, queijo coalho, mel de engenho e um café bem forte, com grãos ali mesmo produzidos. Comenta-se que José Américo de Almeida, de propósito, adiava a conclusão do romence A Bagaceira, apenas para ficar mais alguns dias naqueles recantos do brejo, acompanhando a rotina dos antigos engenhos de açúcar, hoje dedicados à produção de cachaças. 

O café da manha entre Lula e Lira, infelizmente, não possui tais características, diante de um ambiente político completamente turvo em Brasília, com rusgas e ressentimentos de parte a parte. A toada do centrão todos conehcem de cor e salteado: cargos e liberação de emendas. Aliás, eles já estão criando até um mecanismo próprio de gestão dessas emendas, sem, necessariamente, a participação do Executivo. O ajuste de cargos na máquina, por outro lado, permanece, com Lula sendo contingenciado a arrumar espaços para os antigos inimigos políticos, de partidos tradicionalmente de oposição ao petismo, criando arestas com a sua base aliada e o seu grupo político mais próximo.

Cabeças deverão rolar, como resultado das conversas mantidas entre ambos. O Centrão tenta fazer um governo por dentro do PT, seja criando mecanismos de interferência na autonomia dos ministérios, seja indicando nomes para a máquina que certamente, seguirão as diretrizes do grupo e não do Governo Lula, numa espécie de governo a quatro mãos. Lula precisa ter clareza sobre os limites dessas concessões.         

Editorial: Perito afirma que voz não é do juiz Eduardo Appio

 



O perito em fonética da Universidade Federal de Sao Carlos, Pablo Arantes, emitiu um laudo informando que a voz que aparece numa suposta gravação, que comprometeu o juiz Eduardo Appio, afastando-o dos trabalhos da Operação Lava-Jato tem 100% de possibilidade de ter sido adulterada. Salvo melhor juízo, perícias realizadas pela Polícia Federal sugerem o contrário, ou seja, a autenticidade da voz. A universidade é bastante conceituada e o perito respeitado no campo, para usarmos uma expressão do sociólogo francês Pierre Bourdieu. Possui doutorado pela UNICAMP. Legitimadoras credenciais acadêmicas.   

Há pessoas que defendem a Operação Lava-Jato como uma operação que conseguiu, finalmente, prender alguns gatunos graúdos que tinham como prática o desvio sistemático de recursos do erário, em transações nebulosas. Essas pessoas, certamente, ainda não haviam se dado conta dos desmandos eventualmente cometidos para se atingir tais finalidades. Os erros processuais foram escabrosos, mas os métodos sao ainda mais assutadores, como se depreende das revelações que estão vindo a público nas últimas horas, como escutas clandestinas, eventuais extorções e coisas do gênero.

Estávamos, rigorosamente, num ambiente juridicamente turvo, maquiavélico, onde os meios justiticavam os fins. Assim, pelo que hoje está sendo revelado, as etapas do devido processo legal foram sumprimidas, em nome dos propósitos políticos em jogo. Há toda uma sequência de procedimentos irregulares, que saltam aos olhos dos cidadãos e cidadãs de bem.     

  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 5 de junho de 2023

Editorial: Ricardo Salles desiste de concorrer à Prefeitura de São Paulo



O ex-ministro do Meio Ambiente e atual Deputado Federal, Ricardo Salles(PL-SP), desiste de concorrer à Prefeitura da Cidade de São Paulo, nas eleições municipais de 2024. Sem a legenda do PL, que deve apoiar o projeto de reeleição do atual prefeito, Ricardo Nunes(MDB-SP), o liberal ficou sem opção de concorrer ao cargo. Não contávamos que ele desistisse tão facilmente, mas é o que se configura, com anúncio já confirmado, onde ele informa que o Centrão ganhou a parada contra ele. Esse "Centrão" é fogo. Nem grandes raposas políticas conseguem enfrentá-lo. De certa forma, Ricardo Salles ainda é um cristão novo nesse terreno minado. Um pássaro na mão é mais importante do que dois voando, conforme aprendíamos ainda quando criança. 

O PL já se sente contemporizado na gestão de Ricardo Nunes, ocupando alguns nacos de poder. Valdemar da Costa Neto bateu o martelo sobre o assunto e o ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu acompanhá-lo, deixando o ex-fiel escudeiro ao sereno. Segundo informações dos escaninhos da política a briga é feia, levando o departamento jurídico da legenda a estudar algum tipo de punição ao hoje dissidente. O arranjo também deve envolver o Governador Tarcísio de Freitas, dos Progressistas, um nome cotadíssimo a concorrer à Presidencia da República nas eleições de 2026, como representante legítimo das forças do campo conservador.

O parlamentar vinha cumprindo um script de quem, de fato, desejava ser candidato ao Palácio Bandeirante. Não dependia apenas dele esse projeto, conforme fica claro neste desfecho. Ele tinha como certo o apoio da legenda nesta empreitada, algo que acabou não se concretizando. Por enquanto, vai continuar realiando seu trabalho, na condição de relator, da polêmica CPI do MST, que deve se reunir nesta terça-feira, dia 06 de junho.   

Publisher: Gleisi Hoffmann's "natural" isolation



A well-known political columnist brings, in his daily column, a comment on a possible isolation of the National President of the PT, Gleisi Hoffmann, in the context of the hard core closest to President Lula. When Lula came to power, Gleisi was considered to take over the Civil House Ministry. It would be a kind of political compass for the PT's third term. At that time, she was already issuing her comments and reflections on the composition and direction of the government, creating some embarrassment for the PT morubixaba, who preferred to keep her in the presidency of the party, not opening space on the Esplanada dos Ministérios for the root PT.

We treat this isolation as something "natural", since, after five months in the Government - contingency for a series of factors - Lula had to make concessions to the opposition, celebrate some agreements that, certainly, dissatisfied the PT. Political actors with your profile - ideologically and politically oriented - may suffer the same fate from now on. Governance agreements bring a great political burden, including with regard to government guidelines, machine management. Centrão, for example, puts a lot of pressure on the Ministry of Health and, certainly, it would not be for the purpose of expanding vaccination coverage in the country. 

Since the campaign we already knew that we would not have a PT government. The issue today is that this mischaracterization is expanding so quickly that, if precautions are not taken into account, we will actually have a Centrão government, something very similar to the ancien régime. There is a political agenda of setbacks, which is being pushed through our throats, as a result of the correlation of forces at play. It is not just Gleisi that is isolated. The great Marina Silva, Minister of the Environment, as well. For obvious reasons, as we hinted at above.

Editorial: O isolamento "natural" de Gleisi Hoffmann



Um conhecido colunista de política traz, em sua coluna diária, um comentário sobre um eventual isolamento da Presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no contexto do núcleo duro mais próximo ao presidente Lula. Quando Lula chegou ao poder, Gleisi chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Casa Civil. Seria uma especie de bussula política do terceito mandato do petista. Àquela época, já emitia seus comentários e ponderações sobre a composição e o rumo do governo, criando alguns embaraços para o morubixaba petista, que preferiu mantê-la na presidência da legenda, não abrindo espaço na Esplanada dos Ministérios para a petista raiz. 

Tratamos esse isolamento como algo "natural", uma vez, após cinco meses de Governo - contingenciado por uma série de fatores - Lula precisou fazer concessões à oposição, celebrar alguns acordos que, certamente, descontentaram a petista. Atores políticos com o seu perfi - ideológica e politicamente orientatados - poderão ter o mesmo destino daqui para a frente. Os acordos de governabilidade trazem um grande ônus político, inclusive no tocante às diretrizes de governo, de gestão da máquina. O Centrão, por exmplo, faz uma pressão danada pelo Ministério da Saúde e, certamente, não seria com o propósito de ampliar a cobertura vacinal no país.

Desde a campanha já sabíamos que não teríamos um governo do PT. A questão hoje é que essa descaracterização está se ampliando de uma forma tão célere que, se precauções não forem consideradas, teremos, na realidade, um governo do Centrão, algo bem parecido ao ancien régime. Existe uma agenda política de retrocessos, que está sendo empurrada de goela a dentro, em decorrência da correlação de forças em jogo. Não é só Gleisi que se encontra isolada. A grande Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, igualmente. Por razões óbvias, conforme insinuamos acima.    

 

Editorial: O "hiato" de Brasília com o restante do país, segundo Rui Costa.



Segundo o Ministro da Casa Civil do Governo Lula, Rui Costa, Brasília é uma espécie de ilha da fantasia, não se conecta com a realidade do país. Salvador e Rio de Janeiro foram capitais federais melhores, exatamente por sentir o pulso da nação. A declaração foi feita durante uma visita do ministro ao seu estado de origem, a Bahia. Não seria bairrismo, mas uma impressão que o ministro está tendo a partir de sua atuação na capital federal, na condição de ministro do Governo Lula. Polêmica, a declaração foi logo contestada pelo Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e até mesmo por um companheiro de partido, o Deputado Distrital Chico Vigiliante, presidente da Comissão Distrital dos Atos Golpistas do 08 de janeiro. 

Chico, por exemplo, mencionou alguns bairros periférios de Brasília, sugerindo que o ministro precisaria andar mais pelo entorno da capital federal. Nesses tempos bicudos, os homnes públicos precisam tomar muito cuidado com as suas declarações. Até recentemente, o Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, fez um comentário sobre o número expressivo de habitantes das regiões Norte e Nordeste do país que sobrevivem a partir de benefícios como o Bolsa Família, em cantraposição aos habitantes das regiões Sul\Sudeste, que "trabalham". 

Não acreditamos que ele tenha sido preconceituso, como sugeriram as redes sociais, porque, de fato, trata-se de um indicador preocupante. 13 estados do país, mojoritariamente localizados nessas regiões, o número de trabalhadores com carteira assinada é menor do que aqueles que recebem o Bolsa Família. Não nos parece razoável manter esse quadro, embora Zema não entre nos detalhes sobre como esta situação foi criada, sobretudo em razão das seculares desigualdades regionais. Se a iniciativa privada e o Estado fomentassem os empregos necessários, o beneficário não precisaria desses programas assistenciais. Por outro lado, o nordetino e o nortista são pessoas igualmente trabalhadoras.  

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 4 de junho de 2023

Publisher: a new bomb about the car wash operation




The serious mistakes committed by Operation Lava-Jato are already known to the general public. Every day, however, new facts arise, which inexorably compromise the results achieved or condemnations issued by such an operation. Until recently, former federal deputy Eduardo Cunha benefited from an annulment of a conviction, in the course of such an operation, which imputed a sentence greater than 16 years in prison. From a strictly legal point of view, a minister of the STF has already dissected the numerous procedural errors committed in the midst of the work of the infamous Operation Lava-Jato, also known as the Republic of Curitiba.

In addition to the bombastic statements made by former Odebrecht lawyer Tacla Duran, denouncing possible abuse and extortion, it is now the turn of another former whistleblower, Tony Garcia, to come forward, through an interview, revealing that he was coerced into granting an interview directed, with the purpose of revising or "justifying" the condemnation of defendants. Such information is reaching wide repercussions on social networks. It's a plot that makes the best writers of detective novels jealous, like the Belgian Georges Simenon.

Even alleged blackmail by judges, with images of a possible Festa da Cueca, are being suggested. The big problem with this operation was that it survived the report by Minister Teori Zavascki who, unfortunately, died in a serious aviation accident, before presenting it. He would have aborted, in time, the continuity of these mistakes. In the legal corners, it was already anticipated that his report would be devastating.

Publisher: The intricate political chess game between Lula and Lira

 


At just fifteen years old, the Russian chess genius, Garry Kasparov, after the memorable matches he played with great competitors, managed to describe all the moves to his coach, from memory, without even using the board. Undoubtedly, he deserved the adjective of genius. This political game between the Executive and the Legislative has been interesting, with curious moves from side to side, but still far from checkmate - or would it be checkmate? - on one side. The game suggests many movements of pieces on the board, on both sides, which implies a high risk on the final result of the game, especially if one of the players is not precisely aware of these moves. Before taking decisions, it is necessary to be clear about the possible consequences, under penalty of not having a chance to reverse the situation. After all, not everyone was born with the genius of Garry Kasparov, who managed, throughout his career, to win matches that were considered lost.

The actions of the Legislature are limiting the Executive to change some pieces to rebalance the game. Thus, Lula is forced to make changes, sacrificing some pieces, even if against his will. Environment, Civil House, Institutional Relations, Transport, are in the sights of the Legislative. With this, Lira tries to strengthen herself and strengthen allies within the scope of her board, with an eye on the 2025 succession, going through the 2024 municipal elections, when she may lose some squires, due to disputes in her electoral bases. 

The chess player from Alagoas intends to introduce some players on the opponent's board, preferably in privileged spaces, with funds and facilitation of parliamentary amendments. The "queen" of Saúde is the most coveted piece at this moment, as it meets these requirements. The most recurrent comments are that the petista marubixaba was once a better player in this intricate chess. He wouldn't have the same ability as before. Let's wait. Suddenly, a stroke of genius may come out, like a mandate revocation, for example.

Editorial: O intrincado jogo de xadrez político entre Lula e Lira.



Com apenas quinze anos de idade, o gênio enxadrista russo, Garry Kasparov, após as memoráveis partidas que disputava com grandes competidores, conseguia descrever para o seu técnico todos os lances, de memória, sem sequer usar o tabuleiro. Indubitavelmente, merecia o adjetivo de gênio. Tem sido interessante esse jogo político entre o Executivo e o Legislativo, com lances curiosos de lado a lado, mas ainda longe de um xeque-mate - ou seria cheque-mate? - de um dos lados. O jogo sugere muitas movimentações de peças no tabuleiro, de ambos os lados, o que implica num alto risco sobre o resultado final da partida, sobretudo se um dos jogadores não tiver a consciência precisa dessas jogadas. Antes de tomar as decisões, é preciso de ter clareza das eventuais consequências, sob pena de não se ter uma chance de reverter a situação. Afinal, nem todo mundo nasceu com o gênio de um Garry Kasparov, que conseguiu, ao longo de sua trajetória, obter vitória em partidas tidas como perdidas.  

As ações do Legislativo estão contingenciando o Executivo a mexer em algumas peças para reequilibar o jogo. Assim, Lula se vê obrigado a fazer mudanças, sacrificando algumas peças, mesmo que a contragosto. Meio Ambiente, Casa Civil, Relações Institucionais, Transportes, estão na mira do Legislativo. Com isso, Lira tenta se fortalecer e fortalecer aliados no escopo do seu tabuleiro, de olho na sucessão de 2025, passando pelas eleições municipais de 2024, quando pode perder alguns escudeiros, em razão das disputas em suas bases eleitorais. 

O enxadrista alagoano pretende introduzir alguns jogadores no tabuleiro do adversário, preferencialmente, em espaços privilegiados, com  verbas e facilitação de emendas parlamentares. A "rainha" da Saúde é a peça mais cobiçada neste momento, por atender a tais requisitos. Os comentários mais recorrentes é que o marubixaba petista já foi um jogador melhor nesse intrincado xadrez. Não teria a mesma habilidade de antes. Vamos aguardar. De repente, pode sair um lance de gênio, como uma cassação de mandato, por exemplo.    

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 3 de junho de 2023

Editorial: Ricardo Salles é rifado por Valdemar na disputa pela Prefeitura de São Paulo



Tornar-se prefeito de São Paulo é o grande projeto político do Deputado Federal Ricardo Salles, atualmente atuando como relator da CPI do MST. Em política ninguém dorme no ponto e até as eleições presidenciais de 2026 já estão em processo de arrumação neste momento. A direita prepara alguns pesos pesados para a disputa, enquanto próceres petistas se engalfinham no sentido de obterem a unção do morubixaba petista para disputar sua sucessão. Ricrado Salles, como um fiel escudeiro do bolsonarismo, esperava contar om o apoio do PL para disputar a prefeitura da capital paulista, em 2024. Os holofotes proporcionados pela CPI, aliás, tornou-se um grande trunfo para ele. 

Na samana passada, o Presidente Nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, emitiu indícios de que tal apoio não seria automático. Nas últimas horas essa tendência se consolidou, levando o deputado a emitir alguns comentários descontentes com a situação. Ali há um intrincado jogo de xadrez político, envolvendo o atual prefeito, Ricardo Nunes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a cúpula nacinal da legenda pefelista, leia-se Valdamer da Costa Neto e o casal Bolsonaro. Com pretenções de disputar a reeleição,  Ricardo Nunes, que já sabe como agradar essa gente, abriu as porteiras da máquina pública, indicando algumas pessoas ligadas a Valdemar para ocuparem postos na administração pública municipal. Está colhendo o resultado dos acordos. 

Há um grande projeto do partido em arregimentar musculatura política nessas eleições municipais de 2024, como prévia da disputa de 2026. Neste caso, Bolsonaro seria um dos grandes trunfos da legenda, atuando como uma espécie de cabo eleitoral, percorrendo o país em palanques de aliados. Ricardo Salles, conforme afirmamos antes, é um fiel escudeiro do bolsonarismo e sentiu o choque. Quando o presidente Jair Bolsonaro regressou de sua viagem aos Estados Unidos, lá estava ele, no saguão do aeroporto, bradando: O capitão voltou!!! o capitão voltou!!!    

Editorial: Lula acalmando a base aliada, "festa da cueca", declarações infelizes de Zema, revanchismo de Lira... O dia hoje promete.


O dia hoje realmente promete. A suposta "Festa da Cueca" já ocupa os primeiros lugares no Tranding Topic Twitter. Um ex-delator da Lava-Jato, Tony Garcia, sugere a possibilidade de chantagens a desembargadores, em razão de provas materializadas de uma festa com prostitutas. Segundo afirmam, aqui há, sim, provas concretas do delito, algo que não foi exigido para condenarem alguns réus durante aquela operação, inclusive o Lula. As condenações do Russo eram aprovadas por unanimidade, sem que, sequer, os processos fossem lidos. 

Lula, por sua vez, tem procurado acalmar a base aliada em relação aos acordos que precisam serem feitos com o Legislativo, em nome de uma tal governabilidade. A coisa está bastante complicada por aqui, uma vez que a Polícia Federal republicana, de Estado, não pode cumprir sua agenda de combate aos crimes na terra dos marechais, sobretudo se tais crimes estão sendo imputados aos amigos do homem. Pode parecer revanchismo. O intrincado xadrez da governabildade está cada vez mais complicado, com o tempero da famíla Calheiros, de um lado, e, do outro, uma ex-esposa que resolveu dá com a língua nos dentes.

Em algum momento, essa corda esticada irá arrebentar de um dos lados. Do Governo ou do Legislativo. Não há outra solução possível. O julgamento no STF pode antecipar esse desfecho. Ainda há uma declaração polêmica do governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, sugerindo que as regiões Sul e Sudeste se desenvolvem mais porque há mais pessoas trabalhando do que recebendo benefícios. A declaração deu margem à possibilidade de ele está tratando de forma desrespeitosa aos nortistas e nordestinos.     

Editorial: Nova "bomba" sobre a Operação Lava-Jato



Os graves equívocos cometidos pela Operação Lava-Jato já são do conhecimento do grande público. A cada dia, no entanto, surgem fatos novos, que comprometem, inexoravelmente, os resultados alcançados ou condenações exaradas por tal operação. Até recentemente, o ex-deputado federal Eduardo Cunha foi beneficiado por uma anulação de uma sentença condenatória, no curso de tal operação, que lhes imputava uma pena superior aos 16 anos de prisão. Do ponto de vista estritamente jurídico, um ministro do STF já dissecou os inúmeros erros processuais cometidos no bojo dos trabalhos da famigerada Operação Lava-Jato, também conhecida como a República de Curitiba. 

Além das bombásticas declarações do ex-advogado da Odebrecht, Tacla Duran, denunciando eventuais achaques e extorções, agora é a vez de um outro ex-delator, Tony Garcia, vir a público, através de uma entrevista, revelando que foi coagido a conceder entrevista dirigida, com o propósito de reverendar ou "justificar" a condenação de réus. Tal informação está alcançando ampla repercussão nas redes sociais. É enredo de fazer inveja aos melhores escritores de romances policiais, como o belga Georges Simenon. 

Até supostas chantagens de desembargadores, com imagens de uma eventual Festa da Cueca, estão sendo aventadas. O grande poblema dessa operação foi ela ter sobrevido ao relatório do ministro Teori Zavascki que, infelizmente, morreu num grave acidente de aviação, antes de apresentá-lo. Ele teria abortado, a tempo, a continuidade desses equívocos. Nos escaninhos jurídicos, já se antecipava que o seu relatório seria demolidor.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 2 de junho de 2023

Editorial: Qual a indicação para o STF que não teve algum componente político?



A grande imprensa, como já seria esperado, não perdoa Lula pela indicação do seu advogado, Cristiano Zanin, para uma das vagas abertas no Supremo Tribunal Federal. O critério da impessoalidade, que deve reger os negócios de Estado, é o mais invocado nas ponderações críticas dirigidas ao chefe da nação. Alguns desses grandes órgão já decidiram, aprioristicamente, caçar Lula, procurando, a todo momento, motivos para criticá-lo. Vão procurar sempre os equívocos na condução da gestão do petista. Um desses órgãos, diariamente, massacra o Governo Lula em seus editorais. 

As pessoaas esquecem que, lá atrás, quando indicou o primeiro jurista negro para a nossa Suprema Corte, Lula orientou-se por um critério essencialmente republicano, a questão era quebrar um paradigma, uma vez que a Corte era uma Corte de homens brancos. Lula, sequer, conhecia Joaquim Barbosa, indicado pelo seu então Ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, depois de prospectar com uma lupa alguém que se encaixasse no perfil exigido pelo presidente. A questao é a seguinte: qual a indicação para o STF que não teve algum componente político? Os dois nomes indicados por Bolsoanro recaiu sobre pessoas de sua estrita confiança, gente do seu núcleo duro. 

Os tempos são outros, bem mais difíceis. A possibilidade de uma desforra pessoal até existe. O ambiente político está preocupadamente polarizado. Vocês conseguem imaginar a cara do Russo com a indicação de Zanim para o STF. O Russo, na realidade, até chegou à Suprema Corte, mas como réu. Promete-se um grande embate na sabatina do Senado Federal, contrariando as formalidades de praxe. Já estamos preparando a pipoca.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Editorial: Lula acaba de indicar Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal

Crédito da Foto: Veja.com


Lula acaba de confirmar a indicação do advogado Cristiano Zanin para a vaga no Supremo Tribunal Federal. Confirma-se aquilo que estava sendo especulado pela imprensa e pelas mídias sociais nos últimos dias, principalmente depois do churrasco de arrumação política realizado no Palácio do Planalto - que contou com a presença de ministros da Suprema Corte entre os convidados - onde Lula teria antecipado a indicação do seu nome. Numa outra postagem, discutimos as inúmeras controvérsias em torno dessa indicação, sobretudo em razão da grande proximidade entre Lula e o indicado, o que compromete alguns critérios republicanos. 

Por outro lado, embora seja um brilhante advogado, especula-se que faltaria maturidade jurídica ao Zanin, por se tratar de uma pessoa ainda muito jovem. No mais, são intrigas da oposição e essa não perde a oportunidade de fustigar o Governo Lula ou seus integrantes, como o Ministro da Justiça, Flávio Dino, que teve uma foto sua, de sunga de banho, veiculadas pelas redes sociais, ao lado da foto de um Senador da República, com trajes do mesmo tipo, com ilações acerca do tamanho do pênis de cada um deles. Isso dimenciona bastante o nível da bancada de parlamentares que saíram das urnas nas últimas eleições. 

Esse rapaz não teria mais o que fazer? Principalmente como Senador da República? Na CPI do MST é um bang-bang em todas as sessões, que são sempre tumultuadas, como a realizada ontem, que ouviu o Governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado, que acabou saindo do sérios depois de ouvir comentários ou ilações sobre sua pessoa.  Não foi à toa que afirmamos que, além da pipoca, convém reservar um colete à prova de balas para acompanhar as audiências.   

Editorial: Os "abacaxis" políticos que Lula precisa descascar daqui para frente.


Os petistas mais entusiasmados estão comemorando, efusivamente, a vitória do Governo na votação da MP dos ministérios, que manteve a estrutura das pastas previstas pelo Planalto. Vitórias são sempre passíveis de serem comemoradas, mas, a rigor, estamos ainda muito longe para soltarmos os fogos de artifícios. O Governo ainda está muito longe de construir uma ponte minimamente segura, capaz de promover uma paficificação com o Legislativo. Leia-se, sobretudo, o Centrão. Além de cargos e emendas existe, igualmente, uma indisposição velada dos opositores com o Governo, assim como um impasse sobre a melhor maneira de enfrentar essa birra, de forma profissional, evitando consequências ou danos políticos maiores, principalmente no que concerne à linha programática do terceiro mandato do petista.   

Alguém já sugeriu que Lula deveria trabalhar no varejo, atendendo pessoalmente às demandas dos deputados, conversando com cada um deles. Poderia podruzir melhores resultados do que atender aos "partidos" ou aos blocos, como o Centrão. Ontem foi liberado o montante de 1,7 bilhões em emendas, além de uma penca de assinatura de portarias de nomeações, sobretudo para cargos de segundo escalão, que estavam retidas. Tais medidas, no entanto, estão longe de resolver o problema, pois o Centrão deseja ministérios especificos -aqueles de verbas polpudas - os quais o Governo não deseja abrir mão, como o Ministério da Saúde, por exemplo. 

Informações de coxias indicam que Lira está pedindo a cabeça de um nome indicado por um grande aliado do Governo, o senador Renan Calheiros, em razão de indisposições regionais na terra dos marechais e de olho na sucessão de 2025 na Câmara dos Deputados. A ideia é a de criar musculatura para o nome que será indicado por ele. Qundo esteve no Brasil, o poeta chileno, Pablo Neruda, ficou impressionado com o fato de Luiz Carlos Prestes, o líder comunista, nunca ri. Dizia-se, igulamente, que Carlos Prestes era um exímio descascador de abacaxis. A fruta, naturalmente. Lula precisa conversar mais com o Legilativo e usar de toda a sua habilidade para descascar os abacaxis. Os abacaxis políticos, naturalmente.  

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Editorial: Crise política instaurada no Planalto. De quem é a culpa?



O Governo Lula tem acumulado derrotas acachapantes no Legislativo. Nem os votos de sua base "aliada" o Governo consegue assegurar, numa demonstração evidente de que há algo de muito errado por ali. Logo cedo, líamos uma fala da Presidente Nacional da Legenda, a Deputada Federal Gleisi Hoffmann, trantando dos problemas internacionais produzidos pela aprovação do Marco Temporal, que colocaria o país na condição de pária junto aos organismos internacionais. Gleisi é o nosso balisamento político\idelógico, pois representa aquele PT mais autêntico. Vez por outra ela dá uma cutucada de advertência sobre os evetuais descaminhos da legenda. 

Agora, vem a notícia de que o União Brasil fechou questão em relação à MP que trata da reestruturação dos ministérios, com 48 votos a favor. Quem tem uns aliados desses não precisa de oposição. Lula estaria sendo aconselhado pelos assessores mais próximos a exonerar os ministros indicados pelo União Brasil. Não seria nem como retaliação, mas uma forma de reamumar sua base, uma vez que as coxias de Brasília está cansada de saber que tais ministros não representam, necessariamente, os intereses da legenda. Haveria um verdadeiro hiato entre eles e os parlamentares. 

Em momentos assim, a cabeça do articulador político sempre é posta a prêmio. Neste caso específico, o que se diz é que Alexandre Padilha recomenda aos ministros a agenda de interesse do Governo, mas os ministros não seguem a orientação, em razão da ausência de diálogo com os parlamentares. Seja como for, estamos diante de uma crise política instaurada. Se o Planalto deseja algumas cabecas, a oposição também. Segundo informações dos escaninhos, Lira não está nada satisfeito com os espaços ocupados pelos Calheiros no Governo. 

Editorial: A guerra na terra dos marechais chega à Brasília



Um conceituado blogueiro traz a informação de que o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em razão de suas indisposições com a família Calheiros, na terras dos marechais, estaria pedindo a Lula a cabeça de Renan Filho, que hoje ocupa o Ministério dos Transportes. O objetivo seria criar a musculatura necessária para evitar os eventuais desfalques de poder, em 2023, quando alguns parlamentares deixarem o Legislativo Federal e voltarem a atuar em suas províncias de origem ou, para ser mais preciso, voltarem colher os frutos da adubagem das bases. O adubo tem um nome esquisito: orçamento secreto. 

Renan Calheiros sempre foi um grande aliado do presidente Lula. Mesmo quando o MDB apresentou oficialmente a candidatura da hoje Ministra do Planejamento, Simone Tebet, ele estava entre o grupo da velha guarda da mangueira que permaneceu fiel ao aliado. Lula tem esgotado todo o seu capital político no sentido de construir os caminhos de uma governabilidade mínima, desejável, mas está muito complicado o cenário. O Centrão tem um apetite insaciável. Lula já entregou os anéis, mas eles desejam os dedos das mãos. 

Os avanços civilizatórios que havíamos conquistado nesses meses, hoje já se encontram em franco retrocesso, como o Marco Temporal, que está nas mãos do Senado Federal ou do STF restaurá-lo para a condição de padrões civilizatórios. Em breve, teremos um relatório devastador da CPI do MST, que deve continuar seus trabalhos no dia de amanhã. Desta vez, além da pipoca, vamos preparar um colete para assistir à sessão. 

Editorial: Os impasses da visita de Nicolás Maduro ao Brasil



As coisas não saírem como haviam sido planejadas se inserem dentro do escopo das possibilidades. Essa premissa pode ser aplicada à visita recente do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil, cujo saldo político não foi nada positivo para o Governo Lula. Entende-se as boas intenções do petista, que objetiva, incluive, liderar um pool de países latino-americanos, consolidando uma parceria política e econômica, quem sabe lastreada por uma moeda comum. A rigor, nada deu certo nessa visita, a começar pela surra sofrida pelo Governo, com avalição jé mensurada pelo instituto Quaest Genial, que apontou que apenas 6% das avaliações foram positivas. 

A fala de Lula sobre "narrativas" também foi infeliz, ao tentar minimizar as eventuais violações de direitos humanos naquele país, praticamente o mesmo procedimento adotado em relação ao companheiro Daniel Ortega, da Nicarágua. Foi corrigido pelos próprios futuros parceiros latino-americano, como os presidentes do Chile e do Uruguai. Para completar o enredo, ainda o caso da suposta agressão à jornalista Deliz Ortiz, que é só no que se fala no dia de hoje, com panos para as mangas da oposição explorar o episódio à exaustão.

Há, certamente, um pouco de magalomania no Governo Lula. Os tempos são outros. Bem outros. Lula nunca enfrentou tantas adversidades como agora, neste terceiro mandato. O Governo, como já seria previsto a a partir da composição da bancada eleita nas últimas eleições legislativas, vem acumulando derrotas sucessivas. Nem mesmo a liberação de emendas ou o loteamente da máquina está conseguindo estancar essa sangria. Pelo andar da carruagem política, vamos precisar de mais alguns churrascos de arrumação. De preferência sem picanha, para não alimentar a sanha de uma oposição com a faca nos dentes.   

Editorial: O bang-bang da CPI do MST



Ontem, terça-feira, tivemos a oportunidade de acompanhar as discussões, no plenário da Câmara dos Deputados,dos integrantes da CPI do MST. Como se sabe, o Governo abriu as porteiras e hoje leva uma nítida desvantagem em sua composição. A artilharia é pesada, uma vez que os parlamentares oposicionistas são, em sua maioria, ligados ao agronegócio e à Bancada da Bala, formada por delegados de polícia, oficiais militares e integrantes das Forças Armadas. Até um general estava presente entre os oposicionistas. Pelo andar da carruagem política o Governo deverá enfrentar uma enorme refrega no tocante às conclusões desta CPI. 

A propalada tentativa de criminalizar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra encontra-se, aprioristicamente, materializada. Isso informa aos eleitores o tipo de representação que estamos construíndo, ou seja, um ambiente político onde, muito improvavelemte, será formado algum consenso republicano, de interesse nacional, como o secular problema da reforma agrária no país, da fome de milhões de brasileiros, da produção de alimentos menos nocivos e que não agridam o meio ambiente.  

Estamos diante de uma guera declarada, onde o presindente eleito não terá um minuto de sossego e boa governança. Será fustigado até sangrar em praça pública. Ainda ontem, por exemplo, quando da visita do presidete da Venezuela, Nicolás Maduro, a batalha de narrativas ficou francamente desfavorável ao Governo, seja pela imprensa, seja pelas redes sociais. Já leram o editorial do jornal O Estado de São Paulo? Dêem uma conferida. Para completar o enredo, uma suposta agressão à jornalista Deliz Ortiz, que deverá pautar o "debate" do dia de hoje.      

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 30 de maio de 2023

Editorial: Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abre processo de cassação de Flávio Bolsonaro, Carla Zambelli e Nicolas Ferreira.



O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aceitou representação contra os parlamentares Carlos Bolsonaro, Carla Zambelli e Nicolas Ferreira, todos eles parlamentares de oposição,ligados ao bolsonarismo. No caso de Nicolas Ferreira e Carlos Bolsonaro é possível que se chegue à aplicação de alguma punição menor, sendo os mesmos poupados da medida extrema de uma cassação do mandato. Circula nos escaninhos da política, por outro lado, a informação de que a deputada Carla Zambelli pode vir a ser abandonada pelos seus pares, tornando-se mais vulnerável uma eventual cassação do mandato. 

Há dois episódios que são considerados cruciais para a derrota do Jair Bolsonaro na última eleição: Um deles diz respeito à recepção calorosa que os policiais federais receberam ao tentar cumprir um mandado de prisão contra o ex-parlamentar Roberto Jefferson, que disparou contra eles tiros de fuzil e atirou granadas nas viaturas. Um outro diz respeito àquelas cenas, mostradas em cadeia nacional, quando a deputada, de posse de uma arma, perseguiu um cidadão com o qual havia tido um desentendimento. De fato, esses dois episódios, principalmente este último, foram bastante explorados pelas redes sociais, produzindo alguns prejuízos para o candidato, em razão de suas fortes ligações com a parlamentar.  

Difícil medir o tamanho desse estrago, mas, como se tratou de uma eleição bastante equilibrada, voto a voto, tal hipótese não pode ser negligenciada. Alguém perdeu - ou ganhou - a eleição por um piscar de olhos. Segundo essas fontes, o bolsonarismo estaria tentando entregar um boi de piranha ao Poder Judiciário, num gesto de trégua. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos.       

Editorial: A escolinha do professor Janones



Nos últimos meses, o Governo Lula vem perdendo algumas batalhas pelas redes sociais. A trupe bolsonarista sempre foi muito atuante por aqui, estabelecendo essa trincheira como um dos pontos fortes do bolsonarismo. Lula conseguiu equilibrar esse jogo com a entrada do Deputado Federal, André Janones no circuito. O equilíbrio da comunicação pelas redes sociais, diríamos, foi um lance decisivo para a vitória do petista. Informalmente, Janones controle essa área de comunicação do Governo,sendo reconhecido pelos seus méritos, insuficientes, entretanto, para poupá-lo das críticas, sobretudo pelos métodos usados, em algumas situações, bastante semelhantes ao adversário. 

Ninguém no Governo Lula possui uma espertise melhor do que "janoninho" nesta área. Ele passou a dar aulas sobre como o Governo deveria se comportar neste terreno, causando, naturalmente, os aborrecimentos de praxe, principalmente em setores atinentes, oficialmente, a essa prerrogativa, como a Secretaria de Comunicação comandada por Paulo Pimenta. Ontem, em razão da presença do presidente da Venezuela, Nicolau Maduro, foi um desses momentos em que a temperatura entre Governo e oposição pôde ser aferida. 

Pelo que pudemos observar, a lapada contra o Governo foi feia. Até a CIA e a SWAT chegaram a ser convocadas para prender o presidente venezuelano em solo brasileiro. Maduro é tido como um inimigo dos Estados Unidos, país que tem o hábito de solapar os desafetos no continente, principalmente se o caboclo tem barris de petróleo. Há pessoas muito influentes sobre Lula que defendem abertamente um espaço institucinal para Janones no Governo, a exemplo da primeira-dama Janja. Acho justo. Até porque é importante tê-lo como aliado e mantê-lo sempre por perto.