No momento apenas o que a imprensa tem noticiado, assim como as pistas deixada pelo próprio Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado. A Polícia Federal investiga o episódio como um atentado terrorista. Em princípio sugere-se que o autor tinha mesmo intenções de cometer um ato terrorista e se suicidar. Outra hipótese seria um acidente na execução do atentado, o que resultou em sua morte. O episódio, naturalmente, alimenta as inevitáveis teorias da conspiração, seja por parte dos bolsonaristas, seja por parte dos lulistas. Um deputado da base do governo andou estabelecendo uma comparação infeliz entre este atentado e o que ocorreu no Rio Centro, este sim um ato terrorista perpetrado por agentes públicos, com o propósito de impedir a reabertura política em curso, costurada por grupos mais moderados entre os militares. Caso se concretizasse como se pretendia, seria uma tragédia. Não há comparação possível entre ambos.
Presume-se que Francisco Wanderley Luiz tenha agido sozinho, externou suas intenções através de suas redes sociais e, a rigor, poderia não está no gozo pleno de suas faculdades mentais. Trajava um terno colorido, chapéu branco, muito semelhante às vestimentas do Coringa. Havia se candidatado a vereador nas últimas eleições e não havia obtido um bom resultado. O país continua mergulhado numa névoa de instabilidade institucional desde algum tempo, talvez a partir de 2016, se desejarmos estipular um período. Podemos não ser muito preciso por aqui, se considerarmos que as Jornadas de Junho começaram em 2013. Este é um real problema que as nossas instituições democráticas estão enfrentando.
As hordas radicais continuam sendo incitadas, ganhando espaço, mobilizadas por causas não necessariamente de caráter democrático ou republicano. Passaram a relativizar o conceito de democracia, como se estivéssemos tratando de uma democracia de conveniência, circunscrita aos cercadinhos. Por outro lado, não desejam conviver com a incerteza que são inerentes aos regimes de democracia representativa. Se o adversário ganhar, foi roubo. Isso não é ser democrático. Assim é que se confirma que o 08 de janeiro ainda não terminou. Com o agravamento da instabilidade econômica que se avizinha, diante de um déficit público gigantesco, que se amplia a cada mês.
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