pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 28 de dezembro de 2024

Editorial: Quem salva o mandato do senador Humberto Costa em Pernambuco?

Crédito da Foto: Instituto Lula. 


O senador Humberto Costa sempre foi o fiel escudeiro do morubixaba petista aqui no estado. Não acreditamos que esta condição esteja ameaçada. É uma amizade antiga, desde os tempos da Brasília Amarela, na década de 80, quando Lula vinha a Pernambuco  e os petistas, à época, dependiam desse transporte para levá-lo à Caetés, no Agreste Meridional do Estado, com o objetivo de rever seus parentes.  Ao longo das décadas seguintes, Humberto Costa se tornou o grande timoneiro da legenda no estado, constituindo-se numa bússola ou parâmetro para a tomada de decisões da cúpula do PT em torno dos arranjos aliancista na província. 

Tudo anda muito mudado, mas, em princípio, vamos considerar que a sua reeleição ao Senado Federal seria a grande prioridade do partido em Pernambuco, num contexto já tratado aqui pelo blog, onde enfatizamos que estamos diante de uma batalha decisiva para as forças do campo progressista e democrático ou a tomada da Bastilha pela extrema direita, que se arregimenta em todos os campos e aspectos. Em entrevista recente ao Jornal do Commércio o senador considerou até mesmo a alternativa por uma formação própria de uma chapa para concorrer ao Governo do Estado em 2026. Não seria a primeira vez que lideranças da legenda comentam sobre o assunto, já aventando algum nome no horizonte, como o do hoje presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, ex-governador do Estado. 

Essas coisas são complicadas. Paulo Câmara anda muito bem na gestão do banco estatal. Não sei se ele pessoalmente teria interesse em retornar à política estadual na condição de candidato ao Governo do Estado. Seria uma forma de assegurar a permanência do nome de Humberto Costa como candidato a uma das vagas ao Senado Federal, fato que está produzindo alguns estranhamentos e insegurança, quando se pensa na composição da chapa de uma eventual candidatura do prefeito João Campos ao Palácio do Campo das Princesas, assim como o projeto de reeleição natural da governadora Raquel Lyra. 

Embota ambos os gestores façam gestos ao grêmio petista e mantenham boas relações com o Palácio do Planalto, há muitas interrogações sobre o assunto. Para viabilizar sua candidatura ainda em 2026, João Campos vai precisar construir uma capilaridade política no estado para muito além do que o PT pode oferecer. Suas sinalizações vão mais no sentido do clã Coelho, do Sertão do São Francisco, e dos Republicanos, do ministro Sílvio Costa, que, mesmo diante dos afazeres em Brasília, arregaçou as mangas todos os  finais de semana em prol do crescimento de sua legenda no estado. 

Fato curioso com Sílvio Costa Filho é que, o gasto da sola de sapato foi até o limite de construir alianças que não se contrapunham à base de sustentação de Lula no plano nacional. Não lhes faltou lealdade, tem crédito e, segundo dizem as coxias, seria o segundo nome concorrendo ao Senado Federal na chapa de João. Com um potencial complicado para Humberto Costa, a de ser negociada sem arestas com o Planalto. Vamos discutir essa relação da legenda com a governadora Raquel Lyra numa outra oportunidade. Sobre a relação com o prefeito, vale uma máxima popular: Cesteiro que faz um cesto...

P.S.: Do Contexto Político: Política também tem suas nuances e caprichos. Através do seu trabalho há anos junto aos professores, integrando o eclético grupo da educação - de perfil bastante orgânico e com grande capilaridade em todo o estado - Teresa Leitão se elegeu senadora com relativa facilidade. O capital político do presidente Lula no estado continua em níveis nada desprezíveis, a despeito das dificuldades do partido, o que pode facilitar a inserção de um nome como o de Humberto Costa numa das chapas mais competitivas. Hoje, 28, com o aval da Executiva Municipal, que lançou uma nota oficializando o apoio à gestão, o prefeito João Campos anunciou o nome de Oscar Barreto, do PT, para a Secretaria de Meio Ambiente, assim como o nome de Felipe Curi para a Secretaria de Habitação, mantendo acordos aliancistas anteriores, onde cedeu duas secretárias à legenda. Por cima, ainda garantiu que Osmar Ricardo possa assumir o mandato, convidando um vereador do PV para o secretariado. Tudo ajustado com a burocracia da legenda, que atende à liderança de Humberto Costa no estado, mas nada que assegure a composição do seu nome numa eventual chapa encabeçada por João Campos, até porque o futuro dura muito tempo. 

Editorial: João Azevedo confirma candidatura ao Senado Federal em 2026.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve um encontro com o candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, o deputado paraibano Hugo Motta. Na pauta, ainda as dores de cabeça entre os Três Poderes, em virtude do bloqueio das emendas determinado pelo Supremo Tribunal Federal. O Ministro Flávio Dino se mantém irredutível em relação a esta questão, por razões sobejamente justificáveis, como já afirmamos em outras ocasiões. Mas, o assunto do momento na Paraíba é a confirmação da candidatura do atual governador do Estado, João Azevedo(PSB-PB), ao Senado Federal, nas eleições de 2026. 

João é candidatíssimo, a pedido do seu partido, o PSB, e do próprio Governo Federal, dentro daquela estratégia, que já traçamos por aqui, quando a ocupação de cadeiras no Câmara Alta se constitui na Batalha da Bastilha entre a Oposição e o Governo Lula. Hegemônica no Senado Federal, a oposição pretende limpar o meio de campo que impede o exercício pleno do poder, aprovando a anistia dos sublevadores da ordem democrática, submetendo à apreciação pedidos de impeachment de integrantes da Suprema Corte  e coisas desse montante. 

Nesses dois anos que restam do mandato, o Governo Lula3 esboça uma reação e ela passa, necessariamente, pela constituição de uma bancada expressiva de senadores eleitos em 2026. Do contrário, sofrerá o golpe de misericórdia, mesmo nas circunstâncias de eleger ou reeleger o chefe do Executivo. Na Paraíba, a candidatura de João Azevedo insere-se neste contexto. Dois mandatos bem avaliados como governador, a expectativa é que sua eleição esteja assegurada, faltando, ainda, naturalmente, combinar com a oposição, que também deve lançar nomes competitivos, mediante essa batalha campal. 

Charge! Thiago via Jornal do Commércio.

 


Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Editorial: Em entrevista, Lira exime-se de responsabilidade sobre a não liberação das emendas.



Neste finalzinho de ano, o que se comenta nos corredores da capital federal é que o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, faz um périplo junto ao Executivo e ao Legislativo no sentido de contornar os problemas relacionados ao bloqueio das emendas determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino. Segundo ele, toda a tramitação do processo envolvendo essas emendas foram construídos em conjunto pelos Três Poderes da República. Na realidade, a responsabilidade pelo bloqueio foi do Judiciário. Não haveria nem porque o presidente da Câmara dos Deputados justificar-se. Naturalmente que ele está sendo bastante cobrado, uma vez que as negociações envolvem quantias vultosas, articuladas em torno da aprovação - mesmo que demasiadamente remendado - do pacote fiscal do Governo Lula3. 

Segundo foi divulgado, o próprio Lira foi penalizado nas emendas que teriam sido bloqueadas, ou seja, aquelas que se destinavam à sua base eleitoral, o Estado de Alagoas. Salvo melhor juízo, o STF, através do próprio Flávio Dino fez algumas recomendações acerca da gestão e liberação dessas emendas, assim como um ponto fulcral, a prestação de contas dos recursos públicos. Salvo ainda melhor juízo, as determinações não teriam sido acatadas, o que pode ser creditada à conta das indisposições renitentes entre os Poderes. O próprio Flávio Dino chegou a declarar que não se sentia satisfeito com as mudanças introduzidas pela Câmara às suas recomendações. 

A ponta do iceberg do momento é a operação da Polícia Federal no DNOCS da Bahia, onde suspeita-se do desvio ou apropriação irregular do montante de 1,4 bilhões dessas emendas parlamentares. Dinheiro em cofres, em malas dentro de aviões, em sacolas que foram atiradas pela janela. Dentro de seus argumentos para a adoção do bloqueio, o ministro Flávio Dino, republicanamente, apontou essas irregularidades que precisam urgentemente serem corrigidas no uso do dinheiro do contribuinte.  Somente um desses parlamentares teve 60 milhões em emendas liberadas. Na verdade, o próprio cidadão seria o mais interessado na transparência do emprego desses recursos. 

Editorial: Governadores se opõem ao decreto do "Uso da força" do Ministério da Justiça.

 


Já comentamos por aqui que será muito difícil a construção de um consenso entre a União e os entes federados no tocante a um tema dos mais nevrálgicos hoje no país, a segurança pública. Há poucos dias o Governo Federal, através do Ministério da Justiça, lançou um decreto que está sendo conhecido como "Decreto do Uso da Força Policial", pois traz um conjunto de normas que devem ser utilizados pelos policiais do país em operação. O item mais polêmico é o uso da arma, somente permitido em circunstâncias específicas. Num país como o nosso, com os índices de violência policial registrados, medidas no sentido de contar esses excessos - como os ocorridos em São Paulo, por exemplo - são sempre bem vindas, mas a polêmica é inevitável, diante de um quadro de indisposições inerentes entre alguns governadores de oposição, somado ao status político em que as questões de segurança pública foram alçadas, provavelmente constituindo-se como mote de campanha da oposição nas eleições presidenciais de 2026. 

Um dos aspectos mais polêmicos desse decreto é que ele condiciona os repasses de um fundo penitenciário à aceitação e aplicação de suas normas pelos entes federados. Três governadores de oposição já se manifestaram contra o decreto: Ibaneis Rocha, de Brasília, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, e o governador Ronaldo Caiado, de Goiás. Não estranharia nenhum pouco que outros governadores possam seguir o mesmo caminho, a exemplo de Ratinho Júnior, do Paraná, Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Romeu Zema, de Minas Gerais, assim como Jorginho Mello, de Santa Catarina. Aliás, alguns desses governadores já formam aquilo que eles denominam de Consórcio Sul\Sudeste, que tem como finalidade definir diretrizes em conjunto no tocante à segurança pública. 

A expectativa é que eles possam recorrer ao STF contra a medida, argumentando sua inconstitucionalidade. Espírito Público, que sempre foi um princípio escasso no país, torna-se a cada dia mais raro. Somente depois dos sucessivos abusos de autoridade cometidos pelo seu aparato de segurança pública, um dos nossos governadores entendeu a prudência de se usar as câmaras de segurança nas operações policiais. Nem depois dos escandalosos desvios de finalidade do uso das emendas parlamentares, apropriadas indevidamente por agentes públicos e privados, como no caso do DNOCS da Bahia, sugere-se que os nossos políticos tenham entendido as medidas tomadas pelo Ministro Flávio Dino, que bloqueou 4,2 bilhões em recursos dessas emendas. Ao contrário, estão movendo moinhos políticos e jurídicos em Brasília para liberá-las de qualquer jeito.  

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Drops Político: Lira se articula para liberar emendas.


Juridicamente, o Governo não irá tomar nenhuma medida para se contrapor ao bloqueio de emendas determinados pelo Ministro Flávio Dino, do STF. Em todo caso, um político como o Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, não iria ficar de braços cruzados diante de uma situação como esta.  Sabe-se que ele se encontra em Brasília, neste momento, onde já esteve com o morubixaba petista e irá se encontrar com os líderes partidários, onde será definida uma estratégia legal para se contrapor à medida do STF. 

Charge! Aroeira via Facebook.

 


Drops Político: João Campos será candidato em 2026?



Segundo dizem, as movimentações do prefeito João Campos indicam que ele será candidato ao Governo do Estado nas eleições majoritárias de 2026. Político hábil, João Campos irá manter a expectativa em torno do assunto até o último minuto do segundo tempo do prazo da desincompatibilização. Se ele considerar que 2026 o momento é oportuno, tudo bem. Está preparado para isso, não negando nem confirmando nada para seus oponentes até lá. Se ele considerar que não, monta uma equipe que irá tocar as obras do Recife dentro do seu ritmo, devidamente aprovada pela população, credenciando-o para 2030. O fato é que ele estará preparado para entrar em campo, sob chuva ou sob sol. É isso. 

Editorial: O erro na ação da Polícia Rodoviária Federal.



Na véspera de Natal, agentes da Polícia Rodoviária Federal cometeram um grave erro numa operação realizada no Rio de Janeiro, onde desferiram projéteis que atingiram o carro de um cidadão desarmado, que já sinaliza que iria estacionar o veículo, como fora recomendado. Um desses projéteis atingiu a sua filha, Juliana Leite Rangel, de 26 anos,  que se encontrava com ele no interior do veículo. Juliana está hospitalizada, em coma induzido, em estado gravíssimo. Dada as circunstâncias, o caso alcançou enorme repercussão, sobretudo em razão do climão já existente acerca de eventuais excessos cometidos pelo aparato policial pelo país afora. 

Coincide, igualmente, com algumas normalizações emitidas pela Presidência da República tratando, exatamente, do uso dos recursos do aparato de segurança do Estado, quando em operação. A PRF vem se notabilizando por um trabalho excepcional realizado em todo o país nos últimos anos, credenciando-se, inclusive, a tornar-se uma força policial ostensiva, quando agindo em conjunto com as forças policiais estaduais. Até recentemente essa determinação foi assinada pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revogando uma portaria anterior, ainda da época do presidente Jair Bolsonaro. As polícias, em todos os níveis, atuam hoje num ambiente de bastante tensionamento, abrindo os flancos, infelizmente, para ações dessa natureza. 

Esses casos estão se tornando perigosamente recorrentes. Temos conversado com algumas pessoas da área de segurança pública que dizem ser inócuas as medidas anunciadas pelo Governo Federal. Na realidade, os procedimentos já existem desde longas datas. O problema seria cumpri-los, sobretudo nesses tempos bicudos que o país atravessa. Recentemente, o ouvidor da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, antes de deixar o cargo, afirmou, categoricamente, que a tropa estava fora de controle. 

Drops Cultural: Morre o ator Ney Latorraca.


Morreu no dia de hoje, 26, no Rio de Janeiro, o ator Ney Latorraca, vítima de um câncer de próstata. Nossos sentimentos aos familiares e aos inúmeros fãs do ator espalhados por todo o país. Ney estava afastado da TV, por conseguinte, em razão de sua doença. Ney é um daqueles ícones dos bons tempos da TV brasileira. Hoje se fala numa crise tremenda das telenovelas, motivada, por inúmeras causas,  entre as quais a perda do feeling com as mudanças que ocorreram na sociedade e que os folhetins já não conseguem traduzir.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo.

 


Editorial: A Batalha pelo Senado Federal.



Conhecedor dos planos da oposição, o morubixaba petista já recomendou à sua equipe que a batalha mais renhida e prioritária do Governo será a formação de um expressivo quadro de senadores eleitos nas eleições de 2026. Uma necessidade política que se impõe, conduzindo o Governo Lula3 cada vez mais ao centro. Os planos da oposição é se fortalecer no Senado Federal - controlar seria um termo mais apropriado - facultando-lhes a possibilidade de viabilizar suas estratégias, fragilizando sensivelmente as forças do campo governista. Na realidade, para sermos mais objetivos, eles pretendem peitar o Judiciário, de preferência materializando o anseio de concretizar o impeachment de nomes do STF, uma prerrogativa legalmente possível ao Senado Federal, segundo algumas interpretações. 

O que não faltam são pedidos de impeachment de algumas autoridades do órgão. Nas eleições de 2022 Lula venceu as eleições, mas a oposição ganhou terreno, fazendo uma forte bancada de parlamentares oposicionista, criando enormes dificuldades de governabilidade. Diante da conjuntura adversa, há quem diga até que Lula ganhou, mas não levou. Os apuros que Lula enfrenta, em alguns momentos, sugerem exatamente isso. O pacote de ajustes proposto por Fernando Haddad, por exemplo, foi sensivelmente desidratado em termos de sua proposta inicial. "Desidratado" foi o termo encontrado pela mídia para se referir às derrotas do Palácio do Planalto. 

Recomenda-se comer o mingau quente pelas beiradas, mas a oposição, gulosa e ansiosa, ataca o prato em todas as frentes. Nas ruas, nas redes sociais, no Legislativo, agora também embalada pela influência da eleição do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos. Em 2026, a batalha mais crucial será pelo Senado Federal. Faz algum tempo que as forças do campo progressista não sabem o que significa infligir uma derrota ao bolsonarismo e a extrema direita nas urnas. O que há de diferente desta vez é que, estrategicamente, dois anos antes, eles já perceberam a dimensão da encrenca que será ter um Senado Federal hegemonicamente controlado pela oposição, com um presidente da Casa sendo contingenciado a apreciar todos os seus pleitos. 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Editorial: A chapa "quente" que a direita está montando em São Paulo.



Em 2026, a eleição para o Senado Federal será o grande embate que deverá ser travado pelas forças do campo progressista e as forças de direita ou de extrema direita. Ninguém gosta de ser tratado de extremistas, mas é disso mesmo que estamos falando. Desde as últimas eleições municipais, o campo conservador trabalha com a hipótese de se fortalecer em sua representação no Senado Federal, por razões bem conhecidas. Hegemônicos naquela Casa, eles pretendem criar a musculatura necessária para encetar a cruzada contra algumas decisões ou ingerências que eles consideram demasiadas do Poder Judiciário no Legislativo. 

A essa altura do campeonato, seus estrategistas estão de olho no mapa do país, vendo suas possibilidades em todos os estados da federação. Recentemente, acompanhamos uma entrevista com o senador Ciro Nogueira, Presidente Nacional do Progressistas. Ciro é um nome fiel ao bolsonarismo. Foi Chefe da Casa Civil durante o seu governo. O senador falou sobre os arranjos que estão sendo montados em relação às eleições de 2026, em São Paulo, contando com a possibilidade de uma candidatura à reeleição do atual governador, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, onde se prevê uma eventual migração do atual Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, para o Progressistas, partido pelo qual se candidataria a uma das vagas ao Senado Federal. A outra vaga ficaria para o representante do clã Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro. 

O que poderia mudar este planejamento seria uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas à Presidência da República ainda em 2026. Até recentemente o STF precisou intervir na nevrálgica questão da segurança pública naquele estado da Federação, impondo algumas regras sobre o uso das câmaras pelos policiais em serviço, depois do cometimento de indesejáveis abusos de autoridade. Neste período, a cabeça do secretário chegou a ser pedida por alguns segmentos de direitos humanos. Nunca apostamos nenhum centavo em tal possibilidade, tanto é que não aconteceu. Há muita coisa em jogo. 

Charge! Renato Aroeira via Facebook.

 


Charge! Pedro Vinício via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Editorial: Lula caminhando no Alvorada. Digitais de Sidônio na Comunicação do Palácio do Planalto?



Segundo se especula em Brasília, o marqueteiro Sidônio Palmeira deve mesmo assumir a comunicação institucional do Governo Lula3. Como o andar da carruagem enfrenta alguns problemas de engrenagem, antes mesmo de 2025 o publicitário talvez já esteja dando algumas coordenadas nesta área. Uma das exigências de Sidônio Palmeira, segundo a imprensa andou divulgando, é que apenas o cozinheiro responsável mexa na panela, evitando-se assim,  a salga da vaca atolada. No dia de ontem, 24, as redes sociais oficiais do Governo Lula3 já apresenta o presidente fazendo suas caminhadas nas cercanias do Palácio do Alvorada, esbanjando saúde, com disposição para superar as dificuldades que enfrenta neste momento. 

Como se sabe, o Governo Lula3 não vai muito bem neste momento. Há problemas institucionais, políticos e econômicos na ordem do dia. Uma tríade explosiva. Os parlamentares que tiveram suas emendas bloqueadas, por exemplo, estão cuspindo fogo pelo nariz e não podem fazer nada até a volta do recesso. Os cabeças talvez tenham que deixar esta missão para seus sucessores nas respectivas Casas Legislativas. É uma ducha fria num período de final de ano. Estima-se que mais de 70 milhões estavam sendo destinados apenas para a Terras dos Marechais. 

Acertadíssima a medida adotada pelo Ministro Flávio Dino, a bem do interesse público, mas capaz de produzir um tsunami político. Não acreditamos na hipótese de algum acordo entre Judiciário e Executivo, mas, por incrível que se possa parecer, é esta a leitura de alguns parlamentares. As relações entre Legislativo e Judiciária, que já estavam truncada há algum tempo, azedaram de vez. Por enquanto, vamos comer o peru de Natal, uma vez que o próximo ano promete dias difíceis. Até a danada da Covid-19 anda esboçando uma volta, para complicar ainda mais o cenário. 

Editorial: A articulação política de João Campos.

Crédito da Foto: Blog do Magno Martins. 


Não seria um exagero afirmar que, em certa medida, o êxito da gestão do prefeito João Campos pode ser atribuída ao trabalho de sua equipe. A capacidade de escolher uma boa equipe, por outro lado, é um atributo dos bons gestores públicos. Há, nessas equipes, muita ciumeira, intrigas, interesses diversos, formação de grupelhos, o que impõe a necessidade de uma liderança que possa dirimir essas arestas ou conflitos internos, permitindo aquela sinergia ou confluência de um trabalho de equipe em torno do interesse público. Isso é muito importante. Veja-se, por exemplo, o caso de Brasília, onde, até o momento, o presidente Lula ainda não acertou o passo. Na capital federal, muito atores são queimados literalmente pelo fogo amigo. 

Para alguns observadores as movimentações de João Campos neste final de ano sugerem que, sim, ele será candidato ao Governo do Estado em 2026. Trata-se uma possibilidade concreta. Isso, porém, depende de algumas variáveis que fogem ao controle do gestor, como, por exemplo, a desenvoltura da governadora Raquel Lyra, que anda anunciando pelas redes sociais as boas novas dos grandes investimentos no Estado para 2025, negociados nos corredores da capital federal. Neste aspecto, os movimentos de João Campos indicam também uma retenção de alguns partidos em sua base aliada, não permitindo que eles sejam cooptados pela governadora. 

Isso inclui o PT e o MDB. Raul Henry foi convidado a integrar o governo, assumindo a pasta da Articulação Institucional.  Aldemar Santos, mais conhecido como Dema, que ocupava a Secretaria Civil ou de Governo, já se despediu do governo municipal com cara de até logo. Hábil, azeitado, manhoso, escorregadio, o tipo de político aparador de arestas e que fogem de problemas como o diabo da cruz, Dema  era o cara para fazer esse meio de campo, trazendo soluções e nunca  embaraços para o gestor. É quase impossível que um gestor com o feeling político apurado de João possa se desfazer das habilidades de Dema. Certamente ele teria planos para o ex auxiliar. É apenas um arranjo, termo que ele entende muito bem. É emblemática a foto publicada por um blog local, no momento em que ele se despede da equipe.  Dá gosto ver essas coisas nesses momentos bicudos que estamos enfrentando. Um Feliz Natal para todos os leitores e leitoras que nos acompanham por aqui. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Editorial: Começam a surgir as primeiras conexões do "Rei do Lixo".

 



A própria Polícia Federal admite que, se o empresário MM, também conhecido como o "Rei do Lixo", contar o que sabe sobre suas conexões no mundo empresarial e político, possivelmente estamos diante de uma nova Lava Jato. Ele, por enquanto, permanece num silêncio obsequioso. Por outro lado, com a paciência e a competência que identifica os seus trabalhos de investigações, a PF vai juntando as peças e desenrolando este novelho, segundo se apura, criminoso, denominada de Operação Overclean. Na realidade, o empresário, através de sua empresa, MM Consultoria, Construções e Serviços faz negócios com 17 estados da federação, com tentáculos na capital federal. 

Gente graúda da república anda de cabelo em pé, pois o empresário, supostamente, teria uma planilha de "gratificações" em troca dos préstimos de liberações de licitações públicas destravadas. O empresário é filiado ao União Brasil. Hoje, dia 23, a Polícia Federal precisou cortar na pele, ao identificar um de seus agentes que, supostamente, estaria envolvido no serviço de passar informações privilegiadas ao empresário, trabalho pelo qual receberia a quantia de R$ 6 mil reais por mês. Segundo foi divulgado, a MM Consultoria teria contratos envolvendo vultosas quantias junto a órgãos públicos. 

Hoje, 23, o Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal determinou o bloqueio do pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. Segundo pessoas que leram o seu despacho, ele faz referência aos casos recentes de mal uso das emendas parlamentares no DNOCS. Uma quantia de R$ 1, 4 bilhão foi desviado apenas no órgão, envolvendo, inclusive, um dos seus ex-diretores. Até sacolas com dinheiro foram atiradas pela janela, durante a operação da PF. Em tais circunstâncias,  entende-se perfeitamente a preocupação do senhor Flávio Dino. 

Charge! Renato Aroeira via Facebbok.

 


Charge! Thiago via Jornal do Commércio.

 


Editorial: Flávio Dino determina o bloqueio de 4,2 bilhões em emendas parlamentares.


A notícia cai como uma bomba nessa fase de indisposições entre os Três Poderes, quando o Executivo tenta, a todo custo, liberar essas emendas, consoante a aprovação de projetos do seu interesse, negociados com o Poder Legislativo. A decisão do Ministro Flávio Dino é pautada pelo interesse público, por relações de corte republicano e atende a interesses primários em relação ao uso de recursos públicos. O princípio básico da transparência passou a ser irremediavelmente comprometido. Há parlamentares que, individualmente, irão receber acima de R$ 60 milhões em emendas. A leitura ou o entendimento que os membros da Suprema Corte fazem dessa questão foi externada, há um tempo atrás, pela Ministra Rosa Weber, afirmando que a ausência de transparência na liberação e aplicação desses recursos depõem contra os interesses da própria democracia.  

Está tudo muito confuso. A imprensa informa que o Governo Lula3 liberou um montante acima dos R$ 7 bilhões em emendas. A Câmara e o Senado, depois que receberam o sinal verde, procederam ajustes, tratados como desidratação, que comprometem sensivelmente os objetivos iniciais do pacote proposto pelo Executivo. Os pobres continuarão, como sempre, a serem penalizados, enquanto os ricos, aqueles que vivem de renda e recebem altos salários foram poupados, o que se constitui numa injustiça tremenda. Há algum tempo essa questão vem incomodando o STF, que já havia proposto mudanças na tramitação dessas emendas. 

Com os ânimos acirrados entre os Três Poderes, a determinação do Ministro Flávio Dino tem potencial para produzir uma crise. Uma relação que pode também azedar é entre o Executivo e o Judiciário que, até então, mantinham relações cordiais, pra usarmos um termo do historiador Sérgio Buarque de Holanda. Vamos aguardar os próximos lances. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


Editorial: Lula perdeu o feeling da articulação política?



Um dos grandes problemas apontados contra a ex-presidente Dilma Rousseff foi exatamente a questão da articulação política, para a qual ela não teria qualquer traquejo. Há uma foto emblemática da ex-presidente recebendo um desses bilhetinhos com alguns pedidos dos parlamentares. Seu franzimento de rosto dá a dimensão do quanto isso a incomodava. Já dificuldades visíveis, acabou entregando esta missão ao seu vice, Michel Temer, e todos conhecem o final do enredo. Diferentemente de Dilma Rousseff, Lula demonstrou grande desenvoltura nesta seara durante os dois primeiros mandatos. 

O que se especula hoje é que o morubixaba petista estaria enfastiado desse meio de campo. Mesmo assim, em estado de convalescência, ele socorreu o companheiro Fernando Haddad nas negociações junto ao Legislativo, visando a aprovação do Pacote de Ajuste Fiscal. Este é mais um aspecto que deve ser considerado quando se pensa em mais uma candidatura presidencial para o presidente. A articulação política sempre foi uma das áreas mais nevrálgicas de qualquer Executivo no país, dada as nossas especificidades no tocante aos padrões de governabilidade. Fez muito sucesso o conceito de presidencialismo de coalizão, mas hoje o termo está em desuso. Os termos em voga hoje rementem a algo comparável ao parlamentarismo. 

Esta é uma das áreas que devem ser contempladas nesta reforma ministerial que se aguarda para o início de 2025. É curioso como não surge no horizonte, a rigor, nenhum nome que se sobressaia no staff de Lula que reúna qualidades excepcionais para a missão. A Câmara e o Senado possuem um perfil muito hostil e falta vaselina política aos governistas. Ontem um jornal especulou que Alexandre Padilha possa deixar o cargo, mas continuaria na Esplanada dos Ministérios, talvez na pasta da Saúde, que ele já ocupou no passado.  

domingo, 22 de dezembro de 2024

Editorial: A marca do Governo Lula3.



Matéria assinada pelos jornalistas Renato Machado e Mariana Holanda, publicada no dia de hoje, 22, pelo jornal Folha de São Paulo, observa que o Governo Lula3 ainda não construiu uma marca junto à sociedade brasileira, assim como ocorrera nas gestões anteriores, a exemplo do Bolsa Família, do Prouni, do Minha Casa, Minha Vida ou PAC. Neste terceiro governo, já em sua metade, o Planalto ainda não colou uma identidade no imaginário social. Os jornalistas lembram que o plano de facultar o acesso à passagens aéreas não decolou. Realmente, trata-se de um programa muito mal planejado, descolado da realidade. 

Uma dinâmica do próprio mercado é que facultou ao brasileiro de menor poder aquisitivo ter acesso às viagens de avião. A concorrência do mercado, que barateou as passagens, aliada ao melhor poder de compra de segmentos da população socialmente mais fragilizada. Agora inventaram de facultar o benefício aos aposentados, como se esses aposentados não tivessem esposa, filhos, netos e coisas assim, limitados a um número X de bilhetes, sob certas condições. Ficou muito parecido com aquele direito facultado a idosos nas rodoviárias, limitados por viagem, que nunca atende às demandas. 

Uma aposta do Governo seria o Pé de Meia, criado pela pasta da Educação, comandada pelo cearense Camilo Santana. Caso isso se concretize, aumenta o cacife de Camilo na bolsa de apostas em relação às eleições presidenciais de 2026. A avaliação do Governo Lula3 não é das melhores e tem indicado declínio nos últimos meses. O Planalto praticamente já fechou com um marqueteiro para comandar a SECOM, de acordo com a imprensa. Logo saberemos o que o Governo Lula3 irá trabalhar como marca de sua terceira gestão. Temos pouco tempo até outubro de 2026. 

Editorial: Sidônio Palmeira deve mesmo assumir a comunicação do Governo Lula3, segundo jornal.



O publicitário Sidônio Palmeira foi o marqueteiro de Lula na última campanha eleitoral de 2022. Há algum tempo passou-se a especular que ele poderia assumir a comunicação institucional, em substituição ao nome de Paulo Pimenta. No último encontro do PT, o próprio morubixaba petista externou descontentamento com a área. Sidônio, segundo matéria do Jornal Correio Braziliense, no dia de hoje, 22, já estaria participando das reuniões de final de ano no Palácio do Planalto, afinando a orquestra do discurso que o presidente Lula deve fazer aos brasileiros. 

Voltamos a insistir, depois de algumas postagens tratando do mesmo assunto, que o problema de comunicação do Governo Lula3 não é um problema propriamente de comunicação, o que significa dizer que a simples troca de nomes possa não surtir os efeitos esperados; panela onde muita gente mexe pode salgar o cozido ou a vaca atolada; o esboço que o jornal faz sobre as áreas onde poderiam ocorrer essas mudanças sugerem que elas serão apenas pontuais, quando uma lapidada melhor na equipe seria bem vinda. 

Quando entramos nesses estágios de crise acuda, geralmente, buscam-se um bode expiatório e, neste caso, sugere-se que o titular da SECOM tenha sido o escolhido para o sacrifício. não há autocrítica possível, uma vez que os inimigos são sempre externos. Alguma tese deveria sair de um encontro do PT, se não não seria um encontro do PT. Em princípio, as mudanças incluiriam a acomodação da correlação de forças oriundas das últimas eleições municipais, com partidos como o PSD cobrando uma participação maior no Governo. Aliados que estão deixando seus cargos, a exemplo de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, também poderiam ser acomodados, mas o jornal é bastante pontual em torno do assunto. Além de Paulo Pimenta, há referências aos nomes de Alexandre Padilha, da Articulação, e o de José Múcio, da Defesa. Este último por motivação pessoal, conforme já informamos. Tudo ainda muito em torno de especulações. 

Editorial: Pesquisa do PoderData indica queda de popularidade de Lula também entre católicos.



Por inúmeras razões, os evangélicos ganharam os holofotes da mídia, das pesquisas acadêmicas e não acadêmicas. Nos últimos meses, bons livros foram lançados tratando deste fenômeno. Antes era apenas o crescimento desses grupos que motivavam essas pesquisas. Hoje, esses trabalhos abordam várias nuances, inclusive o da associação, em princípio inusitada, de alguns desses grupos neopentecostais aos milicianos e o crime organizado. Uma bíblia numa mão e um fuzil na outra. Em sua maioria são pessoas de poder aquisitivo baixo, residem em favelas, tornando-se presa fácil às narrativas discursivas inerentes à extrema direita. O petismo já perdeu o diálogo com esse grupo faz algum tempo. Nas eleições presidenciais de 2022 eles já eram refratários ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Recuperar este apoio é uma tarefa espinhosa, uma vez que eles já estão com a cabeça feita. Se fizermos uma pesquisa mais apurada, apontando quem são os pobres de direita, não surpreenderia que um contingente expressivo fosse igualmente evangélico. Lula entrou numa fase que a gente torce que se reverta, mas está se tornando cada vez mais complicada. Libera as emendas, os caras "desidratam" o pacote, produzindo ônus em suas expectativas iniciais, deixando de lado os supersalários; sugere mudanças pontuais no BPC, produzindo um tsunami em sua base política mais renhida, onde até mesmo parlamentares da legenda se recusaram a apoiar as mudanças; paga o preço altíssimo de se indispor com o Judiciário, Poder ao qual recorria nas horas de apuros. Não vamos aqui nem entrar no mérito de segmentos da mídia e do mercado, da cisma com os militares, para não deixar o cenário ainda mais turvo. 

A extrema direita católica vem se fortalecendo desde algum tempo e, a rigor, talvez eles tenham até mesmo uma participação mais orgânica no fortalecimento desses grupos no país. Vale aqui a referência àquele padre arrolado nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro. Num contexto como o que nós estamos vivendo, portanto, não surpreende uma pesquisa realizada pelo PoderData onde o Instituto aponta uma queda sensível do apoio dos católicos ao Governo Lula3. Caiu de 59%, no início de 2024,  para 44% neste último mês do ano.  Aguarda-se uma reforma ministerial e uma amplo programa de reestruturação na comunicação institucional. Será suficiente para reverter esta situação? 

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Charge! Aroeira via Facebook.

 


sábado, 21 de dezembro de 2024

Editorial: Vamos conhecer o Beco da Fome?



O Recife conheceu um Secretário de Obras que, de fato, conhecia o Recife na palma da mão. Escreveu até um livro tratando somente deste assunto. Fiel escudeiro, João Braga desejou o beneplácito de Jarbas Vasconcelos para torna-se prefeito do Recife, mas Jarbas tinha outros planos, construído em torno de suas pretensões de se tornar governador do Estado de Pernambuco, o que implicou em alianças, onde se previa um projeto de poder de longo prazo, contemporizando os atores nela envolvidos. João Braga não estava nesses planos. Mesmo assim candidatou-se e, num desses debates com o candidato apoiado por Jarbas, afirmou com sua autoridade que, se soltasse o indivíduo no Largo Dona Regina ele não saberia mais voltar para o centro da cidade. 

Recife tem vários nomes de ruas interessantes - que já se tornaram elementos de inspiração para poemas de um Manuel Bandeira  e outros grandes poetas pernambucanos - e alguns becos com nomes estranhos, como o Beco do Veado, Beco da Facada e o Beco da Fome, muito citado por este editor, quando desejamos estabelecer um contrapondo com o PIB da Faria Lima. Com a humidade de quem reconhece em João Braga um dos grandes conhecedores da cidade, humildemente informamos que conhecemos todos esses becos. O Beco da Facada fica ali numa transversal da Estrada do Arraial,  nas proximidades do Hospital Agamenon Magalhães. O Beco do Veado fica fica nas imediações da rua do Livramento, um beco estratégico, que conduz ao Mercado de São José, outrora repleto de ambulantes, oferecendo todo tipo de muamba e serviços como o de amolador de alicates de unha.   

Como o centro do Recife anda meio que abandonado hoje, não garantimos a mesma afluência de público de outrora no local. Há até a figura de veado indicando a entrada para o beco. Ninguém sabe informar até hoje quem o colocou ali. Sobre este Beco do Veado há um fato interessante. Quando o escritor francês Albert Comus esteve no Recife se apaixonou pelo Pátio de São Pedro e teria transitado pelo beco. O Beco da Fome é bem central, Fica entre as Ruas Sete de Setembro e a Rua do Hospício. Ali se concentram alguns quiosques que servem comida a preços módicos, de forma rápida e, quase sempre, sem as condições mínimas de higiene. Não precisa grande esforço para concluir porque ele recebeu este nome. Com isso, esperamos ter atendido a curiosidade dos leitores que acionaram o blog para mais informações sobre este Beco da Fome.