pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 23 de abril de 2024

Editorial: Comunicação Institucional do Governo Lula: Casa de ferreiro, espeto de pau.



Para o morubixaba petista dá aquela bronca, em público, nos seus ministros, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, confirma-se, então, a informação de que a última reunião entre Lula e os seus assessores da área de comunicação foi bastante tensa. Nos bastidores, o comentário é que o seu mau-humor voltou com força. Questionado pela imprensa sobre a reprimenda do chefe, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugeriu que não tem feito outro coisa que não articular-se com o Congresso no sentido de viabilizar a aprovação de projetos de interesse do Governo. Até bem pouco tempo, inclusive, o ministro foi bastane elogiado neste sentido. 

Se há ministros no Governo onde um puxão de orelhas seria bem-vindo, possivelmente este não seria o ministro Haddad. Vamos ser sinceros por aqui. Não haverá mais interlocução entre o atual gestor da pasta, Alexandre Padilha, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, apesar de Padilha ter demonstrado que está aberto ao diálogo. Em meio a este imblóglio, nos escaninhos da política, a informação que circula é que os asssessores de Lula também não estão satisfeito com o seu desempenho junto às Casas Legislativa. 

Neste aspecto, Lula teria tido um desempenho melhor nos governos anteriores. O morubixaba petista já não demonstraria a mesma facilidade ou paciência de antes para este meio de campo. Isso é muito preocupante, a começar pelo fato de ele mesmo não admitir isso, como se depreende em suas críticas aos subordinados. Leitores mais atentos vão lembrar que essa era uma das grandes críticas dirigidas à ex-presidente Dilma Rousseff. Como hoje parece ser o dia dos adágios, aqui se aplica o casa de ferreiro, espeto de pau.  

Você precisa ler também: 

A bronca de Lula nos ministros. 

Aprovação do Governo Lula


Editorial: As broncas de Lula nos seus ministros.



A Pesquisa do IPEC, divulgada pelo jornal O Globo, neste fim de semana, deve ter deixado o Planalto num clima ainda mais tensionado. Antes, o morubixba petista já havia mantido uma reunião com seus assessores mais próximos, onde as vísceras dos problemas relativos à articulação institucional foram expostas. Os analistas políticos acreditam que devem ser anunciadas, em breve, algumas mudanças na área. Vamos aguardá-las, para evitar maiores especulações em torno do assunto. 

Na realidade, o Governo Lula 3 não passa por um bom momento, acossado por uma oposição corrosiva, daquelas que torcem para o quanto pior melho, e, sobretudo pelos índices de popularidade que insistem em apontar uma maré em baixa, num ano crucial de eleições municipais, onde a oposição demonstra possuir maior musculatura em praças importantes do país. A pesquisa do IPEC indica exatamente isso, ou seja, a avaliação do Governo continua em baixa.  

Sáude, segurança pública e economia tiram o sono do Planalto. O único Pé-de-Meia é oferecido pela pasta de educação, onde as ponderações positivas superavam as avaliaçãos negativas. Lula, inclusive, já anunciou que ampliará o programa, incluindo um maior contingente de alunos no programa. O timoneiro petista, nunca se encontrou tão perdido como agora. O Governo Lula 3 está muito parecido com aquele adágio popular que diz que, em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. No caso específico, poderíamos substituir pão por popularidade, embora a relação com a economia também proceda, uma vez que a economia está desajustda. 

Injusto que Lula critique , em público, o seu Ministro da Fazenda Fernando Haddad, justamente quem está empreendendo um esforço enorme para colocar as contas púlicas no eixo da responsabilidade fiscal. O fogo amigo parece ter sido liberado geral no Planalto. Estão atirando para todos os lados e logo alguém será atingido, uma vez que a pontaria é afiada. Até recentemente, o ministro Fernando Haddad interrompeu uma viagem aos Estados Unidos para voltar ao país, depois da aprovação, pelo Senado Federal, da excrescência da PEC do Quinquênio, prometendo mais um rombo nas contas públicas. O clima é tão tenso que o morubixaba petista resolveu usar um exemplo infeliz, pedindo para o seu ministro se articular mais e ler menos, uma fala imprudente para um chefe de Estado. 

Você precisa ler tembém: 

O Pé-de-Meia de Camilo Santana   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 22 de abril de 2024

Editorial: Lula abre as torneiras e lança o Acredita. De olho na classe média?



Ontem comentávamos por aqui que o problema com a popularidade do presidente Lula seria muito mais de bolso do que de comunicação. A última pesquisa realizada pelo IPEC parece ter evidenciado essa premissa. Pelo sim, pelo não, hoje pela manhã o presidente resolveu anunciar o Acredita, que se traduz, grosso modo, num programa de créditos para os MEI'S saudarem suas dívidas; concessão de créditos para microempreendedores que se enquadrem do Cadúnico; além de uma linha de financiamento para a classe média adquirir seu imóvel, em condições melhores do que as praticadas pela mercado. 

Na esteira da nova estratégia de comunicação do Planalto, antes mesmo de chegar ao seu local de trabalho, ainda no carro oficial, o presidente Lula aparece anunciando o programa, que, segundo dizem, objetiva melhorar o humor da classe média com o Governo. A chamada de capa da revista Veja desta semana é sobre uma matéria que trata do desafinamento dos membros do Governo Lula. As disputas internas entre alguns ministros estaria atravancando algumas ações e, por consequência, prejudicando a imagem do Governo. Segundo dizem, o clima pesou na última reunião do morubixaba com seus assessores de interlocução com o Legislativo.

Vai se preciso, antes de qualquer nova estratégia de comunicação, deixar a orquesta afinada. Do contrário, não haverá marqueteiro que resolva o problema de comunicação. Talvez um bom exemplo dessa desafinação seja a ênfase dada à questão do empreendedorismo,quando o ministério da área específica encontra-se esvaziado no Governo. Esperamos estar enganados por aqui. Se estivermos certos, pode-se tratar de uma espécie de esquizofrenia institucional. 

Você precisa ler também: 

O Pé-de-Meia de Camilo Santana

Aprovação do Governo é uma questão de bolso.  

Drops: Pastor Sérgio Queiroz anuncia que não disputará a Prefeiura de João Pessoa.


Como já discutimos o assunto em outras ocasiões, a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro em João Pessoa foi marcada por alguns atropelos. Os militantes, por exemplo, não puderam recebê-lo no saguão do aeroporto, o que deixou o ex-presidente bastante irritado. Este incidente na chegada parece ter dado o mote do humor do ex-presidente dali para a frente, sendo perceptível, igualmente, sua irritabilidade na visita à cidade vizinha de Cabedelo. Também não ocorreu, como era previsto, a definição do canddiato à vice na chapa encabeçada pelo médido Marcelo Queiroga(PL-PB). O nome do pastor Sérgio Queiroga não foi sacramentado pelo capitão. Em pronunciamento, no entanto, ele anuncia que não dsputará as próximas eleições municipais, o que significa dizer que pode, sim, ainda ser confirmado como vice de Queiroga, integrando a chapa "Quero, Quero". Engraçado o nome dessa chapa.  

Editorial: Os bolsonaristas mudaram de "mito"?



Não vamos aqui entrar numa discussão teórica sobre a figura do "mito". Afinal, estamos numa segunda-feira, início de semana. Quem acompanhou os discursos proferidos durante a manifestação bolsonarista, no dia de ontem, na praia de Copacabana, no entanto, deve ter percebido que eles estão trocando de "mito". O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro lembrou de um encontro com o trilionário Elon Musk, onde teria afirmado que ele, sim, era o verdadeito mito, o mito da democracia e da liberdade de expressão. Embora concordemos em nada com o ex-presidente, não vamos polemizar por aqui. 

As referências aos empresário sul-africano foram recorrentes durante as falas dos participantes. Até discursos em inglês foram proferidos, sempre com o objetivo de enfatizar ou enaltecer a importância do empresário para os projetos da extrema-direita mundial neste momento. Dizem que o inglês do rapaz não era assim dos melhores, mas, em todo caso, o recado foi dado. Cirúrgica mesmo foi a afirmação de um membro de nossa Suprema Corte, ao se referir às redes sociais como plataformas de consolidação dos projetos dessa extrema-direita. Daí a preocupação deles com tal "regulação', que eles, matreiramente, usam o argumento do tolhimento à liberdade de expressão para combatê-la. 

Não surpreendeu os discursos mais duros do encontro de ontem, conforme já havíamos antecipado por aqui. O que está repercutindo bastante é a "terceirização" dos ataques proferidos às nossas instituições democráticas, assim como aos homens que as conduzem. Um desses atores já teria sido alertado desde o encontro da Paulista, mas insiste em sua pregação.  

Editorial: Bolsonaristas não aceitam a inelegibilidade do seu líder.



No dia de ontem, na manifestação ocorrida na praia de Copabana, no Rio de Janeiro, onde se concentraram milhares de partidários do bolsonarismo, foram recorrentes o coro de "Volta, Bolsonaro", algo que vem se repetindo em todas as praças do país onde o ex-presidente Jair Bolsonaro marca presença. Alguém já disse que o bolsonarismo não se move muito pelas leis, mas pela vontade. Neste caso em particular, na realidade, tem se movido ao arrepio da lei, uma vez que o TSE decretou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, contingenciando-o a não participar das eleições presidenciaisd de 2026. Salvo melhor juízo, nem das eleições de 2030 ele poderia participar. 

No escopo dos eventuais herdeiros dos espólio político\eleitoral do bolsonarismo, nem um deles detém o mesmo perfil ou o  carisma do mito. Essas lideranças, não raro, são insubstituíveis, que é o que pode estar ocorrendo com Jair Bolsonaro, que se tornou um grande capitão eleitoral pelo país afora, com o apoio sendo bastante disputado. Houve um tempo em que manter um distanciamento controlado ou regulamentar do ex-presidente poderia ser uma medida recomendável, mas tal precaução esvaiu-se diante do esgarçamento da polarização política no país. Ou se é Grêmio ou se é Colarado. Estamos assim. 

Do ponto de vista legal, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro já teria recorrido ao STE no sentido de reverter a decisão daquela Corte. Em 2026 teremos uma mudança de colegiado no STE, onde passam a integrar a Corte Eleitoral, ministros do STF indicados pelo ex-presidente. Do ponto de vista institucional, pode-se torcer por alguma chance por aqui. Fora disso, é conviver melhor com as leis, respeitá-las e acatá-las.    

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 21 de abril de 2024

Drops: Cultura da Violência. Aposentado é morto por causa de um cachorro sem coleira.


A morte de um aposentado de 73 anos, Manuel de Oliveira Pepino, na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, está repercutindo bastante pelas redes sociais. O episódio é uma evidência da cultura da violência instaurada no país, proporcionada, em grande medida, pela política de facilitação de acesso às armas, como reflexo de políticas públicas equivocadas. Em razão de uma discussão entre vizinhos, motivada por um cachorro sem coleira, um advogado de 33 anos, Luiz Hermindo, que já se encontra com a prisão preventiva decretada, depois de uma troca de tiros - na realidade um bang-bang, uma vez que estima-se que 30 tiros foram trocados entrem ambos - o aposentado tombou morto. 

Editorial: Bolsonaro em Copacabana: Um balanço.



Não vamos aqui entrar no mérito da contagem da multidão que esteve presente ao evento convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje, dia 21, na aprazível praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ao usarmos o termo "multidão' já estamos dando algumas pistas. Vamos ser sinceros. Realmente os eventos com a presença do ex-presidente Bolsonaro são bem prestigiados pelos apoiadores. Eles possuem uma capacidade de organização  e mobilização que precisa ser reconhecida. 

Durante a semana vamos entrar no embate das estatísticas da USP e da Polícia Militar de Tarcísio de Freitas, polarizando a discussão entre os companheiros e os patriotas. Dois aspectos das narrativas discursivas nos preocupam em particular. O bolsonarismo parece ter "terceirizado' os ataques às nossas instituições, em particular aos membros da Suprema Corte, delegando essa missão para um ator em particular, numa estratégia com o propósito de não expor seu líder maior. 

Um outro aspecto diz respeito a uma tese que está se consolidando entre eles, acerca das próximas eleições presidencias de 2026, ou seja, a de que a inelegibilidade de Bolsonaro será revertida e que seu nome já estará nas urnas eletrônicas ainda naquelas eleições. Na realidade, eles preferem as "cédulas", mas o nome do capitão nas urnas já seria bastante festejado. O "Volta, Bolsonaro' passou a ser um mantra entre eles, repetido sempre que o líder participa dos eventos de rua pelo país afora.Um outro aspecto foi a exaltação ao bilionário sul-africano, como não poderia ser diferente, pois ele hoje tornou-se o querinho das hostes bolsonaristas mais radicais, que não poupam elogios ao empresário, hoje tratado por eles como mito da democracia e da liberdade de expressão. Imaginem!  

Editorial: O Pé-de-Meia de Camilo Santana.

Recentemente, o Governo Lula anunciou um programa destinada a oferecer uma espécie de poupança aos alunos de escolas públicas que estão cursando o Ensino Médio, com o objetivo de mantê-los no sistema, preferencialmente com bons aproveitamentos. O problema da evasão escolar nesta fase de ensino é preocupante, sobretudo quando estamos tratando de alunos que provém de lares de famílias empobrecidas, onde trabalhar se impõe como uma necessidade para assegurar a sustentabilidade das famílas. Neste aspecto, a economia se impõe sobre a necessidade de estudar.  

A situação do Governo Federal, em termos de índices de aprovação, não vai muito bem, como é sabido. Nese aspecto, existem algumas áreas nevrálgicas que jogam a aprovação da gestão lá para baixo, como é o caso da carestia, dos problemas relativos à segurança pública, assim como o mosquito da dengue, que insiste em atanazar a gestão de Nísia Trindade, fornecendo munição ao Centrão, urubus voando de costas, de olho no quanto pior melhor. 

Neste domingo, o jornal O Globo traz o resultado de uma pesquisa do IPEC sobre a avaliação do Governo Lula. Nada que o Planalto possa comemorar. Pelo menos por enquanto. Nada mudou desde que ocorreram as mudanças na comunicação institucional, mas registre-se aqui que o Programa Pé-de-Meia está, sim, contribuindo para melhorar os índices de aprovação do Governo a partir de uma percepção positiva do programa vinculado ao Ministério da Educação, comandado pelo cearense Camilo Santana. Isso significa dizer, concretamente, uma percepção melhor sobre as políticas educacionais talvez não seja suficiente para reverter uma tendência de queda de popularidade do Governo Lula como um todo. Por outro lado, é inegável que a pasta comandada por Camilo não está contribuindo para a ampliação desses índices negativos. Ao contrário. 

Editorial: A aprovação do Governo Lula não é apenas um problema de comunicação, mas sobretudo de bolso.



Nos escaninhos da política da capital federal a informação é que os diálogos estão truncados e sobram broncas e aborrecimentos entre os membros do Governo Lula. A Pesquisa do IPEC, antigo IBOPE, repercutida no jornal O Globo, aponta que a economia - ou a inflação para sermos mais precisos - hoje é o principal gargalo do Governo Lula. Se não houver uma interrupção desse ciclo, estaremos mergulhando numa espiral bastante preocupante. Os economistas liberais dizem que o governo Lula se divide entre os que querem gastar e os que querem gastar ainda mais. 

Oxalá este diagnóstico esteja equivocado, e ainda tenhamos mais integrantes do Governo Lula, a exemplo do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que demonstra uma preocupação com o equilíbrio das contas publicas. A tese de Haddad precisa ser defendida por mais gente no Governo, a começar pelo próprio morubixaba petista. Os burocratas de Brasília talvez não vão às feiras livres, mas o povo vai. Vai e está pagando por horti-frutis como cebola, tomate, cenoura valores acima de R$ 10,00. Aliado a isso as contenções nas recomposições salariais e as taxas de desemprego. Embora oficialmente os índices inflacionários estejam dentro das metas, a sensação de que alguns produtos estejam pelos "olhos da cara' existe. 

Curioso que a CEO do IPEC, Márcia Cavallari, estabelece uma linha de raciocínio bastante similar a um tema que já discutíamos aqui antes, ou seja, a queda de aprovação do Governo Lula não é apenas um problema de comunicação, mas de bolso, que é a parte mais sensível do ser humano, conforme já advertia, lá longe, o economista liberal Roberto Campos.  

Editorial: Mídia conservadora reforça narrativas bolsonaristas às vésperas do evento de Copacabana.

Os bolsonaristas não podem se queixar das narrativas -traduzidas em editoriais, artigos e reportagens - produzidas pela mídia conservadoira às vésperas do evento de hoje, programado para a praia de Copacabana. Eles deram sua contribuição para o sucesso do evento de logo mais. Diferentemente do que ocorreu na Paulista, o evento de Copacabana vem na esteira do acirramento de ânimos, trocas de farpas e declarações preocupantes, sugerindo que estamos próximos a uma ditadura, conforme declarações Bolsonaro ao convocar seus apoiadores. 

Infelizmente, o grau de civilidade que se verificou durante o evento da Paulista talvez não se repita por ali. Andou circulando o um vídeo do Deputado Federal Nikolas Ferreira(PL-MG) sugerindo que ele irá fazer um pronunciamento que teria repercussão internacional. Vamos torcer que ocorra tudo dentro da normalidade democrática, que os bolsonaristas possam se manifestar como qualquer outro agrupamento político, dentro das regras do jogo. 

No mais, o que gostaríamos mesmo era ler uma crônica do Rubem Braga no dia de hoje, tratando de sua Copacabana que ele conhecia tão bem. Ficamos aqui tentando imaginar o que ele teria a dizer sobre a praia, desta vez tomada pelas hordas bolsonaristas, num dia de domingo ensolarado. Bem diferente daqueles tempos, quando o cronista capixaba recebia em seu apartamento o poeta chileno Pablo Neruda para, entre um gole e outro, sonharem com um mundo melhor para todos nós.     

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 20 de abril de 2024

Editorial: Chuvas fortes em João Pessoa e Recife.



Enquanto este editor degusta um chazinho quente e forte de cravo da índia, gengibre e folhas de louro - um coquetel de imunidade-  ouvindo o barulho da chuva batendo na janela, o comendador Arnaldo nos envia um série de fotos sobre as ocorrências registradas no Estado vizinho da Paraíba. No dia de ontem, fortes chuvas caíram na capital, provocando alguns transtornos inevitáveis. Nesses meses de chuva que se aproximam, o Recife deverá passar por um grande teste. 

Historicamente, trata-se de uma capital com um contingente expressivo de sua população residindo em áreas de risco, vulneráveis, portanto, a todo tipo de intempéries. Em 2022, fortes chuvas caíram praticamente em todo o território nacional, provocando grandes tragédias humanas. Recife e Região Metropolitana, sem guarda-chuva - se nos permitem o trocadilho para políticas públicas de prevenção - registrou o maior número de vítimas fatais. 

Louvável o trabalho que está sendo desenvolvido pela gestão do jovem prefeito João Campos(PSB-PE) no sentido de enfrentar esse problema, com uma série de obras nos morros, e antecipando-se às eventuais  tragédias. Escrevemos, num outro momento, até uma postagem tratando deste assunto por aqui. Recife é uma cidade que, infelizmente, apresenta uma vulnerabilidade natural às chuvas. Aliás, para sermos mais precisos, não precisa nem chover. Basta a maré subir para alguma artérias alagarem.  

Originalmente, Recife foi um grande manguezal alagado transformado em cidade pelos holandeses, que a preferiram, aos morros de Olinda. Não é fácil enfrentar este problema aqui no Recife. Trata-se de uma capital ao nível ou abaixo do nível do mar. Depois da ponte do Derby, ali nas proximidades do Clube Internacional, na Benfica, estima-se uma profundidade abaixo três metros e meio do nivel do mar. Uma cratera natural. 

Editorial: A "vaquinha' entre parlamentares para ajudar o evento de Bolsonaro em Copacabana.


Ao que sabe, Bolsonaro, pessoalmente, não tinha interesse em promover essas grandes concentrações públicas. A realizada na Avenida Paulista, segundo dizem, mereceu o incentivo e, mais que o incentivo, o financiamento do pastor Silas Malafaia, fiel escudeiro do presidente. Como, de alguma forma, tudo acaba vindo à tona, agora se sabe que, para esta segunda mobilização, o ex-presidente receberá o apoio dos parlamentares oposicionistas, que amealharam a quantia de R$ 125 mil reais para ajudar o capitão, através de uma vaquinha entre eles. 

É curioso como a imprensa descobre tudo. Outro dia foi divulgado que o ex-casal presidencial se hospedadariam em hoteis distintos. O ex-presidente já se encontra no Rio de Jsneiro e, ontem, participou de um sarau entre jovens evangélicos, vestindo uma camisa do Santa Cruz, um time da liga pernambucana de futebol. Bolsonaro tem o hábito de vestir essas camisas de clubes. Deve torcer por todos eles, uma vez que uma criança, numa dessas aparições públicas, o "obrigou" a trocar de camisa de time para tirar uma foto com ele.

Segundo dizem, a ideia seria a de desfazar um mal-entendido, depois do presente da camisa do Náutico, outro clube pernambucano, que foi oferecida ao ex-presidente. Aguarda-se para meados de junho, a presença do ex-presidente ao Estado de Pernambuco, onde prestigiará a candidatura do seu ex-Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, que deverá disputar as eleições para a Prefeitura da Cidade do Recife em outubro. Registro sempre que o Bolsonarismo tem uma forte presença no Estado. 

Editorial: PEC do Quinquênio amplia injustiças e desigualdades entre os servidores públicos.


Existem muitas desigualdades e injustiças entre os servidores públicos dos Três Poderes da República. Mesmo entre cada um desses poderes específicos, tais desigualdades ainda são encontradas. No geral, as entidades que representam os serviodres públicos podem considerar um equívoco, talvez um lance estratégico, as autoridades de gestão do Governo Lula sugerirem tratar a questão dos reajustes reinvindicados caso a caso, lidando diretamete com cada categoria. Há um lado positivo nesta estratégia, ou seja, eles poderão dimensionar exatamente o tamanho das injusticças amargadas por cada uma dessas categorias ao longo do tempo. Passou da hora de corrigirmos isso e, neste caso, temos um grupo político no poder sensível ao problema.  

Até o governos Lula 1 e Lula 2  incidiu em tais equívocos, quando, por exemplo, concedeu aumentos diferenciados aos professores universitários, e, certamente, tais recomposições salariais não foi alcançada pelos servidores administrativos desses órgãos, hoje em paralisação grevista. Não queremos dizer aqui que os professores não merecessem suas recomposições salariais. Apenas que tal medida contribuiu para ampliar as "ilhas' dentro da máquina pública.  

Outra excrescência dizia respeito a benefícios, como o auxíio alimentação, que agora o Governo tenta equiparar. Até bem pouco tempo, para algumas categoias do Executivo tal auxílio não chegava aos R$ 300,00, enquanto mesmo vale pago ao Poder Judiciário girava em torno de mil reais. Entre as negociaçoes do Governo Lula 3 com as entidades sindicais, está prevista a equiparação desses valores. . Pelo andar da carruagem, nada além disso para 2024, sob o argumento da indisponibilidade orcamentário. 

Em meio a essas dificuldades de acordos entre o Governo Lula e as entidades sindicais - registro que a adesão a greve está sendo ampliada - Eis que o Senado Federal aprova, numa primeira votação, a PEC do Quinquênio, ou seja, mais um penduricalho para sangrar os cofres públicos e ampliar as injustiças entre os servidores públicos federais. A PEC prevê o pagamento de um adicional de quinquênio, a cada cinco anos trabalhados, para algumas cetegorias de servidores, notadamente do Poder Judiciário, mas se deu um "jeitinho" de incorporar outras categorias nesse "trenzinho" da alegria. 

O Governo Lula mobiliza sua tropa de frente para negociar essa PEC, conhecendo bem os seus estragos financeiros e políticos. Para as contas públicas, ela representará despesas calculadas em bilhões, num contexto de orçamento debilitado. Para os servidores, de quem estão pedindo paciência e sacrifício, a aprovação dessa PEC é uma imensa contradição. Depois de conversar com os seus líderes e articuladores, hoje fomos informados que o presidente Lula irá procurar pessoalmente Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal.    

Editorial: Bolsonaro em Copacabana. É manhã.


O ex-presidente Jair Bolsonaro encontra seus partidárias, amanhã, dia 21, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Não seria improvável que o sucesso do evento seja muito similar ao evento organizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Três governadores e nove senadores, até o momento, já confirmaram presenca na manifestação. Os bolsonaristas geralmente atendem ao chamado do capitão. Isso ocorre em todos os quadrantes do país, inclusive em redutos como o Nordeste, uma região muito identificada com o petismo. 

Na Paulista tivemos um encontro ou uma manifestação bastante civilizada, sem agressões às instituições, sem invocações estapafúrdias contra o Estado Democrático de Direito. Foi uma manifestção, inclusive, muito regrada para os padrões bolsonaristas. O encontro deste domingo, porém, traz alguns ingredientes novos, como os rounds recentes entre os Três Poderes da República. Há algum tempo que convivemos com essas escaramuças, mas elas foram, digamos assim, alimentadas nos últimos dias. 

Algo sugere, a partir da convocação do próprio Jair Bolsonaro, que afirma que nossa democracia estaria ameaçada durante a sua fala, que os ânimos deverão estar mais acirrados durante o evento. Agora é ficar aqui na torcida de que o evento transcorra de forma ordeira, consoante o que ocorreu na Paulista, sem acirramente de ânimos, sem aquelas provocações que poderiam esticar ainda mais a corda desse cabo de guerra que se encontra no limite.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Editorial: Mirella, a "menina" que pode conquistar Olinda.




No dia de ontem, em evento na auditório do hotel Costeiro, na Av. Marcos Freire, em Olinda, o partido Avante confirmou que estará apoiando a candidatura de Mirella Almeida à Prefeiura de Olinda, nas eleições municipais de 2024. Por enquanto, duas mulheres com um bom capital político, devem disputar as eleições municipais deste ano. A delegada Gleide Angelo, muito bem votado para o parlamento estadual, e Mirella Almeida, que corre na esteira do apoio fundamental do atual gestor da cidade, o professor Lupércio, que já cumpre o seu segundo mandato como prefeito. 

Poderíamos ter uma terceira mulher na disputa, a atual Ministra de Ciência & Tecnologia do Governo Lula, a comunista Luciana Santos, que já governou a cidade por dois mandatos. Ela mesma já andou descartando essa hipótese, mas há quem assegure que a possibilidade ainda existe. Pelo sim, pelo não, confirmadas até o momento apenas Gleide Angelo e Mirella Almeida. A disputa promete, uma vez que os socialistas jogarão todas as fichas na delegada Gleide Angelo, enquanto a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) já teria declarado apoio à jovem aspirante Mirella Almeida.

Enfrentando algumas dificuldades iniciais, ao longo do tempo, o professor Lupércio tornou-se uma grande liderança política no município. Formada em Marketing e Gestão, Mirella Almeida passou pelas secretarias de Gestão, Finanças e Desenvolvimento, sempre com um desempenho bastante elogiado pelo prefeito, daí a escolha de recair sobre ela a missão de continuar sua administração na cidade. Mirella é muito jovem, tem apenas 29 anos, cara de "menina", mas, pela sua trajetória, parece ter aprendido muito com a vida e ao lado do mentor Lupércio.    

Editorial: Indisposições entre Lula e Lira pode sobrar para Haddad.

 


A corda está tão esticada neste cabo de guerra entre o Governo Lula e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que já tem gente preocupada com os limites desse confronto. Setores mais próximos ao presidente Lula não descartam, nem mesmo, a eventualidade de um desengavetamento de um dos 19 pedidos de impeachment que já foram solicitados contra o presidente. Alguns deles não fazem o menor sentido, mas este último, proposto por iniciativa da Deputada Federal Carla Zambelli, contou com um efetivo apoio da bancada de oposição bolsonarista, que amealhou 122 assinaturas favoráveis. 

O melhor seria baixar as armas e celebrar um mínimo de paz institucional neste momento delicado que estamos vivendo no país. Um pouco de espírito público faria muito bem nesta hora. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que propôs um pacto no sentido de equilibrar as contas públicas. Haddad, aliás, precisou voltar às pressas de uma viagem que fazia aos Estados Unidos e não seria com medo do conflito que sugere recrudescer no Oriente Médio, depois do revide de Israel ao Irã. 

A preocupação do ministro tem a ver com as bombas que estão armadas por aqui, mais precisamente no Legislativo. O  objetivo de Haddad é negociar com o Congresso projetos de interesse do Governo. O clima não é dos melhores. As chamadas pautas-bombas podem ser apreciadas, até mesmo como uma forma de retaliação ao Governo. Isso poderia ampliar o rombo das contas públicas em mais 80 bilhões de reais em 2024, conforme cálculo do site Poder 360. 

Editorial: João Azevêdo prestigia seu Secretário de Educação, Roberto Souza.


A aprovação de requerimento com a convocação do Secretário de Educação do Estado da Paraíba, Roberto Souza, ampliou as áreas de atrito entre governistas e governistas na Paraíba. O que poderia ser um equívoco por aqui, na realidade não é. É assim que você leu mesmo, leitores. O conflito é mesmo entre governistas e governistas. Roberto Souza não foi blindado suficientemente pela base de apoio do governador João Azevêdo(PSB-PB) na Assembléia Legislativa do Estado. 

No dia de ontem, durante entrevista concedida a um programa televisivo local, o governador João Azevedo resolveu prestigiar o seu secretário, informando que ele dará as explicações necessárias e será mantido no cargo pelo excelente trabalho que vem realizando à frente da pasta. A convocação se justifica por eventuais irregularidades na pasta. Essa convocação atende a um procedimento considerado de "fogo-amigo", uma vez que o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, o Deputado Estadual, Adriano Galdino, é da base aliada do governador João Azevêdo, do partido Progressistas. 

Mais inusitado ainda é que o Secretario de Educação teria sido indicado ao Governo Estadual pelo Progressistas. O que se especula nas coxias ou bastidores da política paraibana é uma eventual tentativa dos próprios aliados em afastá-lo da máquina estadual, possivelmente por alguma insatisfação partidária.    

Editorial: O abril vermelho do MST


Geralmente, nos meses de abril, mês escolhido em razão das comemorações ao Dia Internacional da Luta Camponesa, o Movimento dos Trabalhores Sem Terra realiza uma série de intervenções no sentido de chamar a atenção dos governos sobre a necessidade de avançar no programa de reforma agrária no país. Aliado histórico do PT, em tais momentos, o MST fica diante de um dilema. Um governo de perfil progressista poderia ser mais sensível ou tolerante com essas ocupações. Por outro lado, num clima de polarização política radical, como este que estamos vivendo, tais ocupações poderiam oferecer munição à oposição para recrudescer os ataques ao movimento e, por consequência ao PT, pois sabe-se que o MST, historicamente, sempre manteve ligações orgânicas com o partido,  conforme enfatizamos antes.

Até o momento, o balanço é de 24 ocupações em 11 Estados da Federaão. Até recentemente, o Superintendente do Incra em Alagoas, Wilson César Lira Santos, primo legítimo do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foi exonerado do cargo, ampliando as zonas de atrito entre Arthur Lira e o Governo Lula. O Governo ainda tentou justificar o ato como algo de rotina na administração pública, o que não convenceu suficientemente. Na realidade, uma vez pedido, o escalpo foi entregue. 

Alagoas é um dos Estados mais conflagrado em termos de conflitos fundiários no país. A CPI do MST deixou isso muito claro durante os debates na Câmara dos Deputados. Mais um motivo para se concluir que a relação entre os líderes do MST e o superintendente do órgão no Estado seriam, naturalmente, difíceis. A tropa oposicionista já prepara as baterias dos ataques aos Governo, dentro e fora do ambiente institucional. Governadores como Ronaldo Caiado(UB-GO), de Goiás, e Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP), de São Paulo, já afirmaram que vão endurecer e resistir às ações do movimento. 

Para entender melhor o assunto, leia também: 

Primo de Lira é exonerado do INCRA. 

Centrão deseja afastar Padilha das emendas. 

Lira prepara arsenal contra o Governo Lula. 

Editorial: Israel lança ataque contra o Irã


A guerra tem diversas frentes, inclusive a diplomática. Do ponto de vista diplomático, as tentativas foram feitas no sentido de que o Estado de Israel não retaliasse os ataques sofridos pelo Irã, que lançou centenas de mísseis e drones contra o Estado Judeu. O ataque do Irã se deu depois que o serviço secreto de Israel promoveu um ataque cirúrgico na Síria, em Damasco, precisamente, onde comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana, a tropa militar de elite do país, foram mortos. Os ataques aos militares iranianos no exterior, aliás, são recorrentes, quase sempre orquestrados pelos Estados Unidos e Israel. 

O ataque do Irã contra Israel não representou danos significativos, seja humano, seja material. Os drones ou mísseis foram abatidos ainda no ar pela defesa antiaérea do país. Os Estados Unidos empreenderam todos os esforços diplomáticos no sentido de, deixar as coisas como estavam, ou seja, que o Estado de Israel não respondesse aos ataques, o que poderia desencadear a ampliação do conflito no Oriente Médio. 

O conselho de defesa ou gabinete de guerra de Israel, no entanto, sugeria um revide em todos os momentos que se pronunciavam sobre o assunto. O revide pode ter ocorrido hoje, quando o território iraniano foi atingido por três drones, supostamente lançados por Israel. Pela rapidez com que o ataque foi realizado, segere-se, inclusive, a presença de forças israelenses infiltrada no país, o que não seria improvável, quando se sabe que alguns físicos nucleares iranianos foram mortos dentro do país, em ataques terroristas.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Editorial: Diplomacia de Lewandowski desmonta má-vontade da oposição bolsonarista.



No dia 16, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, esteve em audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Havia uma grande expectativa na opinião pública sobre como se daria tal encontro, ora em razão das dificuldades que o país atravessa no tocante à segurança pública, ora em razão das indisposições naturais alimentadas entre governistas e bolsonaristas. Vocês, leitores, vão nos permitir a digressão, mas falta espírito público a alguns desses parlamentares. Torcem para o quanto pior melhor, principalmente em ano de eleição. 

Experiente, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, em princípio, tratou de aparar todas as arestas com o atual presidente da comissão, o Deputado Federal Alberto Fraga, do PL do Distrito Federal, estabelecendo alguns procedimentos, como a exigência de que os chefes das políciais Federal e Rodoviária Federal, mesmo presentes, não fizessem parte da inquisição. Cortez, humilde, diplomático e urbano, Ricardo Lewandowski se saiu bastante bem em sua passagem por aquela comissão, tendo recebedio inúmeros elogios, até mesmo entre os bolsonaritas. 

Diferentemente de outros ministros, o que ocorreu com Lewandowski é que ele não caiu nas armadilhas montadas pelos parlamentares bolsonaristas mais radicais. Seu estilo é discreto, ponderado, conciliador, disciplinado, metódico, daquele tipo humano que evita as veredas. A audiência do ministro foi institucionalmente importante, uma vez que destrava uma série de dificuldades encontrados pelos membros daquela comisssão com o Governo Lula. Além do que, foi uma oportunidade de uma autoridade do Governo dá uma satisfação do trabalho que está sendo desenvolvido em sua pasta. É o mínimo que pagador de impostos pode esperar. Na última vez que falamos sobre o ministro fazíamos referência aos gols de placa marcados por ele. Este foi mais um. 

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Editorial: PEC das drogas é aprovada, sob pressão, para se contrapor ao Judiciário.


Acreditamos que boa parte dos parlamentares que votaram pela aprovação da PEC 45\2023, também conhecida como PEC das Drogas, devem reconhcer que o açodamento em sua votação pode ter contribúido para manter na lei alguns graves equívocos. É sempre bom tomar alguns cuidados com a pressa ou decisões tomadas sob o calor das pressões. Na realidade, em útima análise, essa PEC traduz bem uma charge, publicada no dia de hoje, 18, aqui, do genial chargista Laerte, na Folha de São Paulo, onde ele mostra um trator atropelando o bom-senso para entregar a PEC ao Judiciário, assim como uma desforra ou uma resposta de um Poder para o outro Poder, alertando para as prerrogativas inerentes a cada um deles.  

Sabe-se que os parlamentares não gostaram nenhum pouco que essa discussão tenha sido iniciada no Supremo Tribunal Federal. O pedido de vistas do Ministro André Mendonça, indicado à Suprema Corte pelo ex-presidente Jair Bolsonaro,por outro lado, pelo menos em alguns círculos, foi entendido como uma trégua, talvez uma sinalização de que o Poder Legislativo poderia ter razão em relação ao assunto. O bom-senso acabou por ali. 

Alguns parlamentares não entenderam dessa forma e, embalados pela emoção, aprovaram uma PEC eivadas de grave equívoco, como o de criminalizar qualquer quantidade de porte de drogas, tornando o ato passível de punição. As consequências dessa decisão foram amplamente alertadas por alguns parlamentares governistas, alguns deles com espertise em instituições policiais. Infelizmente, passou com folga, como afirma o senador Efraim de Moraes Filho(UB-PB), relator da PEC. 

Editorial: Arthur Lira prepara arsenal contra o Governo Lula.



 A oposição bolsonarista assiste de camarote às indisposições entre o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o Governo Lula. Quando Lula assume que não entregará o escalpo do seu Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, significa que, assim como o ministro, estamos tratando aqui de relações institucionais e não pessoais. Para completar o enredo e esticar ainda mais a corda neste cabo de guerra, nesta semana saiu uma portaria que demite o primo de Lira da Superintendência do Incra em Alagoas. Apresentada como algo de rotina dentro da máquina pública, sabe-se, entretanto, nas coxias, que o Governo poderia ter atendido a um pedido de lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST. 

A ralação do Presidente da Câmara dos Deputados com o Governo Lula 3 nunca esteve rigorosamente pacificada, a despeito dos convescotes e happy hours.  Mas está se tornando a cada dia mais complicada. Não vamos aqui retomarmos a discussão acerca da falência desse modelo de presidencialismo de coalizão, hoje transformado em parlamentarismo de coação, segundo alguns analistas. A parte visível das escaramuças que envolvem essa relação, no entanto, são observadas na reação dos atores a cada medida tomada de parte a parte. 

Agora, por exemplo, é a vez do Presidente da Câmara dos Deputados sugerir que pode abrir, simultaneamente, cinco CPI's, algumas delas pouco assimiláveis ao Governo, além de produzir os desgastes inevitáveis num ano de eleições. Há, igualmente, rumores de que o Centrão estaria trabalhando com a hipótese de esvaziamento ainda maior da pasta comandada por Alexandre Padilha, sugerindo que ele fique de fora das negociações que envolvam a liberação de emendas parlamentares.   

Editorial: Centrão deseja esvaziar funções do Ministério das Relações Institucionais.



Depois das indisposições entre o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a relação entre os poderes Legislativo e Executivo, que já não eram boas, ficaram ainda piores. O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, com o aval do morubixaba petista, tem atuado neste meio de campo, estabelecendo interlocuções, mas o terreno, como se sabe, é bastante minado. Até recentemente, o senhor Rui Costa fez questão de enfatizar que esta tarefa de interlocuções compete, de fato, ao ministro Padilha. 

Entetanto, ao que se sugere, a relação entre Padilha e Lira atingiu um estágio de desgaste acentuado, o que dificulta enormemente uma reconciliação. Em público, Lula resolveu comprar a briga, prestigiando o seu ministro, que ficará na função até por pirraça,como ele mesmo afirmou. Nos bastidores, ele mesmo sabe que as coisas não funcionam bem assim. Lira já prepara um arsenal de medidas que podem prejudicar o fluxo normal do andamento da avaliação dos projetos de interesse do Governo, como a proposta de criação de cinco comissões simultâneas. 

A metralhadora giratória do Legislativo, aponta, inclusive para o Judiciário, mas o presidente Lira está sendo aconselhado pelos pares a enfrentar um inimigo de cada vez. O Centrão agora sugere retirar o Ministro Alexandre Padilha das negociações das emendas, o que, na prática, esvazia ainda mais as suas funções na pasta. Até recentemente, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, esteve com o senhor Arthur Lira, reestabelecendo um diálogo necessário e tentando distencionar essas relações que se tornaram, ao longo do tempo, complicadas.   

Editorial: Deputados se recusam a relatar o pedido de cassação do mandato de Chiquinho Brazão.


O Deputado Federal Leur Lomanto Júnior(União-BA), que preside o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, está encontrando dificuldades em definir um nome entre os pares para assumir a condição de relator do pedido de cassação do Deputado Federal Chiquinho Brazão(UB-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. O pedido foi protocolado pelo PSOL, partido ao qual a vereadora era filiada. Existem uma série de clivagens que se impõem, por razões óbvias, ao processo de cassação de um deputado, como não integrar o mesmo partido ou bloco parlamentar, não ser um representante do mesmo Estado do réu e, naturlamente, não pertencer ao mesmo partido proponente. 

O processo de escolha do relator tem sido o sorteio, mas, apenas no dia de ontem, 17, três deles se recusaram assumir a função depois de sorteados. Declinaram da escolha os deputados Bruno Ganem(Podemos-SP), Ricardo Ayres(Republicanos-TO), Gabriel Mota (Republicanos-RR). O presidente do Conselho de Ética, naturalmente, se ver contingenciado a realizar mais um sorteio, desta vez ele mesmo torcendo que alguém aceite a missão espinhosa de relatar um processo de cassação de um dos pares, o que, convenhamos, não se trata de uma tarefa simples, por maiores que sejam as evidências de uma culpabilidade do acusado, infrigindo o decoro parlamentar.

O Poder Legislativo, possivelmente insuflado pela bancada de oposição, resolveu comprar a briga com o Executivo e o Judiciário. Circula a versão de que a prisão de Chiquinho Brazão seria a última a ser aceita pela Câmara dos Deputados nos termos em que a mesma foi realizada, que eles interpretam com irregular, pois não houve flagrante. Lira ameaça abrir cinco CPI's ao mesmo tempo, algumas delas tóxicas ao Governo, além de atrapalhar o andamento de análise de projetos de interesses do Executivo.