Na edição do Diário Oficial da União do dia de ontem, 16, foi publicada a exoneração de Wilson César de Lira Santos, que deixa o cargo de Superintendente do Incra em Alagoas. Em circunstâncias normais, a notícia não chamaria muito atenção, mas esta possui um detalhe capaz de ampliar as zonas de atritos ou indisposições entre os Poderes da República. Wilson César de Lira é primo do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, cujas relações com o Governo Lula já não são das melhores.
O escalpo de Wilson César de Lira teria sido pedido ao Ministério do Desenvolvimento Agrário pelo MST, segundo informações dos bastidores da política. O Movimento dos Sem Terra é um movimento social de vínculos históricos e orgânicos com o PT. O titular da pasta, Paulo Teixeira, manteve contato com o Presidente da Câmara, com o objetivo de serenar os ânimos, informando tratar-se de uma exoneração rotineira no ministério. As relações estabelecidas entre Lira e Lula são marcadas por constantes indisposições de ambas as partes, alternando-se entre momentos de trégua e novas ranhuras.
Quisera que pudésemos tratar essas relações do ponto de vista institucional, como sugere o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como quem estivesse em outro país ou nunca tenha lido o historiador Sérgio Buarque de Holanda. Podem aguardar que teremos pautas capazes de abalar os alicerces da frágil república pela frente. O Governo Lula faz alguns movimentos curiosos. À medida em que exonera o primo de Lira em Alagoas, nomeia um bolsonarista de carteirinha para ocupar cargo de secretário-executivo de um ministério, assunto que trataremos logo mais.
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